Os Dez Melhores Discos do Primeiro Semestre de 2014

Os Dez Melhores Discos do Primeiro Semestre de 2014

Por Bruno Marise

Meio de ano, fim do primeiro semestre, hora de os sites do ramo fazerem seus apanhados do que foi lançado de bom até aqui. E o Consultoria não fica atrás. Mas farei diferente. Irei voltar no tempo e lembrar dos dez discos que mais curti no primeiro semestre de 2014, um ano que considero ter sido bem interessante na música. Naquela época, vários discos que se tornaram medalhões nas listas de Melhores daquele ano ainda não tinham aparecido por volta de julho de 2014, tais como O queridinho Blues Pills, Robert Plant, Machine Head, U2, Pink Floyd entre outros, mas já haviam excelentes discos no mercado. É claro que fica difícil englobar tanta coisa que saiu naqueles primeiros seis meses do ano, mas fiz um pequeno apanhado do que mais gostei de ouvir, sem ordem de preferência.


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The Men – Tomorrow’s Hits

Essa banda começou a carreira fazendo um noise rock bem sujo e lo-fi, mas a partir do terceiro disco passou a explorar outros elementos como Surf, Pop, Country e influências como Fugazi. Seu disco de 2014 é o seu melhor disparado. O grupo conseguiu aperfeiçoar sua mistureba dos dois álbuns anteriores e evoluiu bastante nas composições. Um disco cheio de melodias grudentas e bem agradável de ouvir.


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Crowbar – Symmetry in Black

Já fazia uns bons anos que Kirk Windstein, líder do Crowbar estava priorizando o Down, projeto com Phil Anselmo, então, em 2013 ele pediu as contas para poder se dedicar aos 25 anos de carreira de sua banda principal, completados nesse ano. E o resultado foi absurdo. A primeira sensação que tive ao por esse play pra tocar foi “PQP, que negócio pesado!”. Sim, Symmetry in Black é uma das coisas mais pesadas que eu tive o prazer de ouvir nos últimos anos. Um caminhão de riffs, timbres graves e absolutamente brutais, bateria sendo espancada e baixão na cara que faz até tremer o estômago. Os anos excursionando ao lado de Pepper Kennan parecem ter feito muito bem a Windstein, que evoluiu como compositor, e ainda adicionou passagens de guitarras gêmeas e melodias, casando muito bem com o sludge arrastado e característico da banda. Discaço!


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The Orwells – Disgraceland

Uma das melhores surpresas que tive em 2014. Conheci esses moleques ao ver uma apresentação no programa de David Letterman, onde o próprio apresentador ficou impressionando com a performance da banda. Seu primeiro disco, de 2012, foi lançado logo após os integrantes deixarem o ensino médio, e em seu segundo trabalho fica nítido o amadurecimento, sem perder a pegada e a energia de seu garage barulhento e melódico ao mesmo tempo. Disco viciante!


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The Shrine – Bless Off

Pense em tudo de divertido e barulhento que o rock produziu nos últimos 40 anos. O The Shrine mistura tudo isso de maneira brilhante! Riffs, músicas rápidas, solos de guitarra, vocais rasgados e melodias grudentas. Tudo isso com uma roupagem mezzo punk mezzo garage. Uma coisa linda. O rock precisa de menos Coldplays e mais The Shrines.


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Jack White – Lazaretto

O cara nunca erra. Jack White é sem dúvida nenhuma um dos gigantes do Rock e da música nos últimos 15 anos, e seu segundo disco solo é um resumo de tudo que ele sabe fazer bem: Country, Garage Rock e Blues, com mais ênfase no último, nesse trabalho. E tudo com composições execuções muito acima da média. Um verdadeiro tributo à música popular americana, com uma pegada moderna.


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OFF! – Wasted Years

Hardcore sujo, barulhento, rápido e direto. Como deve ser.  Quem gosta do estilo, vai pirar, quem sempre torceu o nariz pro estilo, vai odiar. Simples assim. Como o som da banda. Simplesmente mais um álbum brilhante no currículo da lenda Keith Morris.


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Fu Manchu – Gigantoid

Não vai revolucionar a música, não vai fazer diferença nenhuma, nem vai mudar o rumo do rock n roll, mas está aí, mais um disco do Fu Manchu, com tudo que se espera: Guitarras fuzzeadas, wah-wah, um milhão de riffs e passagens psicodélicas, tudo isso embalado em uma estética Punk, que só os caras sabem fazer. Sempre divertidíssimo de ouvir.


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Down – Down IV, Pt. II [EP]

No fim das contas, ninguém saiu perdendo com a saída de Kirk Windstein. O Crowbar lançou um discaço, e Bobby Landgraf fez um bom trabalho substituindo o careca no Down. Apesar de ser um EP, o registro beira os 40 minutos, que é a média de duração de um disco full. O som é o que a banda sabe entregar de melhor: O tributo aos riffs de Tony Iommi, o doom clássico do Saint Vitus, groove, os vocais característicos de Anselmo e o timbre matador de Pepper Keenan.


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Killer Be Killed – Killer Be Killed

O supergrupo formado por Max Cavalera, Greg Puciatto (The Dillinger Escape Plan), Troy Sanders (Mastodon) e Dave Ellitch (ex Mars Volta) apareceu de repente e logo soltou seu disco de estreia, um Heavy Metal com pitadas de Groove, Thrash, Hardcore, letras políticas e melodias, além de um pouquinho das influências que cada membro trouxe de suas bandas.


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Black Label Society – Catacombs of The Black Vatican

Sempre gostei bastante do trabalho do Zakk Wylde, principalmente com o Ozzy em discos como No Rest For The Wicked e No More Tears, e o seu projeto solo de Southern, o Pride & Glory  mas nunca tive muita paciência com o Black Label Society, sempre achei seus discos inconstantes, com boas ideias, solos e riffs, mas composições fracas e uma porrada de fillers. Mas parece que o barbudo finalmente conseguiu sair do piloto automático e lançou um disco acima da média, bastante melódico e pesado. O som se aproxima as vezes do Alice in Chains, principalmente pelos vocais de Zakk, cada vez mais parecidos com os de Layne Staley.

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