Oops! I did it again… – Twisted Sister: Still Hungry (2004)
Por Leonardo Castro
Ultimamente, em várias áreas como cinema e televisão, a prática do remake, recriar algo que já foi feito, tem se tornado cada vez mais comum. Filmes, novelas e até enredos de escola de samba do passado têm sido refeitos, muitas vezes sob a desculpa de apresentá-los a uma nova geração.
Na música, e mais especificamente no Hard Rock / Heavy Metal, não tem sido diferente, mas normalmente a razão apresentada é a melhoria da tecnologia de gravação se comparada à época do lançamento do original.
Dessas formas, algumas bandas têm optado por regravar um disco clássico por inteiro, enquanto outras têm regravado alguns dos seus maiores hits, criando uma espécie de coletâneas de regravações.
Nesta coluna, analisaremos este tipo de lançamento, avaliando sua qualidade, relevância e, principalmente, a necessidade de regravar clássicos do estilo. Começando com uma das primeiras bandas a regravar por completo um disco clássico:
Twisted Sister – Still Hungry (2004)
Stay Hungry, lançado originalmente em 1984, foi o disco mais importante da carreira do Twisted Sister. Apesar de serem excelentes, o dois discos anteriores da banda não haviam conseguido lançá-los ao estrelato, mas quando Stay Hungry saiu e os clips de “We’re Not Gonna Take It“ e “I Wanna Rock” passaram a ter uma circulação frequente na MTV, a banda explodiu e se tornou uma das mais importantes do Heavy Metal / Hard Rock norte americano dos anos 80. Produzido por Tom Werman (Cheap Trick, Mötley Crüe, Stryper, Poison) o disco tem uma sonoridade excelente, apesar de soar um pouco datado hoje em dia, como a maioria das gravações da década.
Stay Hungry – 1984 |
Após um longo hiato, a banda se reuniu em 2001 para um show beneficente para os bombeiros de Nova York após os atentados de 11 de setembro. Apesar de fazer apenas shows esporádicos e em festivais, todos foram surpreendidos quando anunciaram que regravariam e relançariam Stay Hungry, agora sob o título de Still Hungry, em 2004. O motivo apresentado foi a insatisfação com a sonoridade do álbum, considerado leve e comercial demais, influenciado pelo produtor e pela gravadora na época. Além disso, a regravação funcionou como uma forma de terapia, uma vez que muitas desavenças surgiram entre a banda durante a gravação original.
Still Hungry, além das 9 músicas originais, apresenta 7 faixas-bônus, que acabam sendo o grande atrativo da regravação. O disco tem uma produção mais moderna e pesada, mas com pouquíssimas alterações se comparado ao original. A performance dos músicos e excelente, e o vocal de Dee Snider está em plena forma. Apenas alguns poucos solos foram alterados, e a audição do disco continua sendo tão prazerosa quanto a do original. Um boa canção, afinal, vai ser sempre uma boa canção, e isso é o que não falta em Stay Hungry / Still Hungry. Já as faixas bônus, na grande maioria compostas na época da gravação do álbum original, são a grande surpresa do disco, uma vez que são muito boas e poderiam ter entrado facilmente nos discos posteriores ao Stay Hungry.
Em resumo, as faixas inéditas fazem deste disco um item obrigatório para os fãs da banda, mas a regravação das músicas originais não tem maiores atrativos, apesar de também não decepcionarem. Quem cresceu ouvindo o disco de 1984 provavelmente preferirá ouvir o original quando quiser ouvir estas músicas, mas um fã novo, que conhecer a banda através da regravação, provavelmente irá se divertir tanto quanto ouvindo o original.
A prova final de como essa regravação foi desnecessária foi que em 2009 a banda lançou uma 25th Anniversary Edition do disco original, em cd duplo e com novas faixas bônus e algumas versões demo, e passou a promovê-la como a “versão definitiva do álbum”, ignorando por completo a regravação de 2004.
Stay Hungry 25th Anniversary track list |
Tenho o Still Hungry. Acho um disco legal, assim como o original.
Cara, MUITO pertinente essa coluna. É algo que tem acontecido com uma frequência considerável nos últimos anos dentro do Rock e merece ser alvo de uma análise. Ainda não ouvi a regravação, mas vou procurar fazê-lo para depois tecer mais comentários. "Stay Hungry" é um bom disco, assim como os anteriores, com os quais estou bastante familiarizado.
Quanto a essas versões de aniversário, geralmente eu acho uma baita sacanagem que serve principalmente para extrair trocos dos fãs. Um álbum já é completo por si só contando com o que foi lançado originalmente, e seu sentido muitas vezes é perdido em meio a faixas bônus e as safadas demos, out-takes e versões instrumentais.
Já dissertei sobre isso várias vezes, mas vou repetir, legal é o que o Bruce Springsteen faz: ao invés de relançar seus álbuns cheios de faixas bônus (e ele tem MUITO material de sobra pra fazer isso), distribuindo um número X por disco, deixou para fazer isso lançando um álbum quádruplo, "Tracks", contando com 66 faixas que não entraram em álbum algum. E essa é apenas a ponta do iceberg, fico no aguardo de um "Tracks Part 2"!!!
POOOOORRRA!! belo post!!!
Cara… fiquei doido quando falaram que iam relançar esse diso regravado… e nao deu outra DECEPCAO!!!
Nao é ruim, mas decepcionou.
Os outros nessa linha ainda nao ouvi… mas quem sabe,,,,
Ouvi o disco. À primeira ouvida fica claro que a regravação passa longe de ser ruim, e a desculpa de que o "Stay Hungry" não contou com a sonoridade desejada pela banda em termos de produção é pertinente, dado que em especial o som de guitarra é meio magro mesmo, em especial se compararmos com os discos anteriores que, apesar de mais toscos, soam mais pesados mesmo. Esse objetivo foi atingido, a produção está melhor mesmo, o que não significa que as performances estejam melhores. Na verdade a regravação foi feita bem na cola, sem a intenção de trazer mudanças. Dee Snider certamente soa um pouco mais cansado, afinal, se passaram 20 anos, e isso se nota especialmente nos hits "We're Not Gonna Take It" e "I Wanna Rock". Em resumo: "Still Hungry" passa longe de ser ruim, mas é um tanto desnecessário. Outras regravações obtiveram muito mais êxito, trazendo sangue novo de evrdade para faixas antigas,. Um ótimo exemplo é "First Strike Still Deadly" do Testament.
Sou fã de algumas bandas que fizeram isso , como Twisted Sister , KISS e Dokken , e acho ridiculo , mais que ridiculo , um puta caça niquel sem vergonha e descarado , eu jamais compraria um album desses.
Como se já não bastasse caçar noquel com coletaneas e LLives , agora vem essas porra de Regravações . POrra , o q é bom , é bom e pronto , não precisa ser regravado , tirando o unico merito que esses albuns tinha , q era a gravaçaõ mais suja e menos tecnologica oitentista , dae , pegam as msm musicas , e metem a magia dos estudios atuais , tirando todo o brilho , magia essa que consegue transformar até o MC Serginho em um grande vocalista.
Acho lamentavel
"POrra , o q é bom , é bom e pronto , não precisa ser regravado , tirando o unico merito que esses albuns tinha , q era a gravaçaõ mais suja e menos tecnologica oitentista…"
Único mérito do Stay Hungry era a gravação analógica? Aí é exagero, hein…
Depois vou escrever sobre as outras regracoes que eu tenho, mas se alguem quiser escrever tb, fiquem a vontade 😀
Leonardo , me expressei mal , o certo seria " o maior merito" .. Isso é claro , na minha opnião , pois eu admiro muito as gravações antigas , acho tudo hoje em dia muito polido ,lapidam demais e acabam perdendo a essência , que é a guitarrona , baixo acrobatico , batera socando e vocal rasgado.