As bandas esquecidas do hard rock: parte I
Steelheart no início dos anos 90: John Fowler, Chris Risola, Miljenko Matijevic, James Ward e Frank DiConstanzo |
Por Rafael “CP”
Dando inicio a mais uma série na Consultoria do Rock, trazemos para vocês algumas bandas de hard rock que tinham tudo para ter dado certo, mas por algum motivo em especial não atingiram o estrelato e o grande público.
Steelheart |
Para começar, vou falar de um dos casos mais intrigantes e tristes da história do rock em minha opinião, o dos norte-americanos do Steelheart, que tem como vocalista simplesmente o grande Miljenko Matijevic, tido como portador de uma das vozes mais agudas do rock, dono de um alcance vocal de dar inveja até a cantores de ópera. A banda gravou dois álbuns com ótima receptividade no ainda forte mercado do hard rock do inicio dos anos 90, o auto-intitulado Steelheart (1990), que emplacou de cara os clássicos “I’ll Never Let You Go” e “She’s Gone”, além de outras canções com ótima receptividade, como “Everybody Loves Eileen”. Logo em seguida, aproveitando o impacto positivo do debut, lançam outro disco de qualidade e com boa aceitação por parte do público: Tangled in Reins (1992), mantendo o nível satisfatório do primeiro álbum, contando com canções como “Mama Don’t You Cry”, que atingiu o primeiro posto em alguns países asiáticos. Infelizmente, no meio da turnê de divulgação, um terrível acidente viria a interromper o caminho de sucesso trilhado pelos jovens.
Em uma fatídica apresentação na cidade de Denver, no estado norte-americano do Colorado, abrindo para a também banda de hard rock Slaughter, em uma noite de Halloween, Miljenko resolveu escalar a torre de luz que se encontrava no palco durante a execução de “Dancing in the Fire”. De repente, na frente de 13 mil pessoas, o vocalista caiu junto com a torre de iluminação, que atingiu sua cabeça, quase esmagando-a. Com o nariz e o maxilar quebrados, a coluna torcida e um corte na nuca que renderia 28 pontos, Miljenko foi levado ao hospital. O cantor sofreu com dores de cabeça fortíssimas por anos, perda de memória, sem falar em todo o gasto com tratamentos médicos, que renderam também o abandono de sua família. Após alguns anos, com a saúde renovada, Miljenko retornou com um Steelheart reformado e segue até hoje, apesar de não ter mais chegado a grandes resultados em comparação ao sucesso que obtivera no passado, sucesso interrompido com o grave acidente, que acabou instantaneamente com uma das bandas mais bem sucedidas da última onda do hard rock oitentista, que ainda conseguia fazer frente ao mais crescente movimento dentro do rock à época, o grunge. Desde então, Miljenko Matijevic é mais lembrado como a pessoa que emprestou a voz para Chris Cole, personagem do ator Mark Wahlberg no filme “Rock Star”, obtendo destaque com a interpretação da canção “We All Die Young”.
Kix no final dos anos 80: Donnie Purnell, Ronnie Younkins, Steve Whiteman, Brian Forsythe e Jimmy Chalfant. |
Blow My Fuse |
Mas tal qual um participante de reality show, o ápice da carreira da banda não durou muito mais do que os famosos “15 minutos de fama”. Mesmo com as boas vendas de Blow My Fuse e as bem sucedidas turnês de promoção, o dinheiro inexplicavelmente não aparecia. Surpreendentemente o Kix se encontrava falido, mesmo conquistando fama. E assim, engolidos pelos gigantes da indústria fonográfica, os integrantes do Kix aguentaram ainda por mais alguns anos, vindo a se separar em 1995. Uma reunião parcial ocorreu em 2003, e até hoje os membros do grupo ainda realizam shows, mas sem uma fração do impacto do final dos anos 80.
Conheço pouquíssimo de Kix, mas gosto dos dois primeiros álbuns do Steelheart. Passam a uma certa distância da nata do gênero, mas são cheios de canções agradáveis pra quem gosta da última geração do hard rock oitentista. Alguns podem ficar desagradados pelos agudos de Matijevic, mas quando ele controla melhor sua ginástica vocal, sonsegue resultados fantásticos, vide "We All Die Young", melhor faixa da trilha sonora do filme "Rock Star".
Cara , o Matijevic é um dos meus maiores idolos , acho que ele consegue manter bem o controle do poderio de sua voz aguda , e não usa ela a toa , pois as musicas do Steelheart andam longe de serem apenas baladinhas , tem rocks com muito poder e batidas velozes , berros bem a finados em outros tons .
Ja o Kix está no meu top 5 , mesmo conseguindo atingir o pubico MTV , seu sucesso pouco durou , até hoje não se sabe quem os roubava , mais o que precisamos saber deles está nas incriveis faixas desse Blow My Fuse , que pra mim é um ods melhores albuns de hard rock de todos os tempos , sem clichês , sem modinhas , e com musicas que ficam na ponta da lingua em primeira audição . Espero que gostem dessa releitura de duas das grandes bandas oitentistas que muitos nem sabem que chegaram a existir.
Rafael CP, mandou bem! Adoro o SteelHeart!! Não conhecia a banda até saber que o vocalista emprestou a voz para o filme Rockstar! Para quem não conhece vale a pena investir! Já o Kix não conheço =( no estilo ACDC conheço o Krokus…
Steelheart é bom demais…. em especial o segundo CD!!!
Pra quem não conhece o KIx , procure o Blow my Fuse , é uma obra de arte do hard rock , sem clichês , um álbum com identidade propria sem farofar muito . Steve Whiteman tem uma das melhores vozes que eu ja ouvi , e ao vivo , é identico , dando credibilidade ao seu trabalho.
Parabéns pela postagem meu caro. Sem dúvida nenhuma duas bandaças, pessoalmente prefiro o Kix, mas o Steelheart merece uma menção honrosa no meio hard rock.
Parabéns pelo post, Rafael… Eu não conhecia o Kix, e o som deles é do caralho…
Convido a você e a todos para acessar o meu blog, também sobre rock… http://rockrevista.blogspot.com
Um abraço!