Glass Harp: o Pai Nosso do rock

![]() |
Álbum de estréia do Glass Harp |
Não pense com isso que o homônimo LP de estréia do Glass Harp seja trilha sonora de missa de domingo. Longe disso, mas que tem o dedo do Homem lá, isso tem. Para começar, é belíssimo, com harmonias tão ricas que nem o mais iluminado dos beatos conseguiria descrever. No entanto, é power rock. E dos bons, daqueles de arrepiar. O que dão um pouco de bandeira são as letras: “Can You See Me” e “Look In The Sky” são verdadeiros hinos de fé e mesmo as músicas compostas por Sferra ou Pecchio são carregadas de soul. A produção magnífica de Merenstein, recheada por belíssimas intervenções de cordas e pontuada aqui e ali pela flauta etérea de Pecchio, chega a ser deslumbrante. E olha que nem citei ainda a guitarra de Keaggy, lírica, comovente, inventiva, muitas vezes celestial. O álbum é foda.
![]() |
Segundo álbum: Synergy |
![]() |
It Makes Me Glad: terceiro álbum de estúdio |
![]() |
O álbum ao vivo do Glass Harp lançado apenas em CD, 25 anos depois de sua gravação |
Eu conheço apenas o ao vivo no Carnegie Hall. Acho um otimo disco, mas nao conseguu ser aquele que me causou uma paixao avassaladora, apesar da sonzeira de Do Lord. Vou atras dos outros para tentar entender o por que de essa banda nao ser tao conhecida como o Gaspari cita, mas acho que isso vai muito no fato de ate mesmo a James Gang, que muita gente ja ouviu falar, tambem nao ser tao reconhecida mundialmente, ou seja, na epoca, era tanta boa que aquelas com poucos discos ou que excursionavam apenas pelos EUA e nao iam longe (europa) nao conseguiam sucesso. Portanto, faltava um marqueteiro como Peter Grant ou o boneco que lançou os beatles para bandas do porte do Glass Harp.
Baita texto Gaspa, parabens!
Belíssimo texto, Gaspari. Pra variar…
Mas nunca tinha ouvido falar nessa banda. Só talvez o nome, bem por cima.
Fiquei pensando se a religião influenciou realmente "o som" da banda ou se isso mexeu apenas com as letras e a atitude dos membros.
Se é que teria como ela influenciar o som, não sei…
A propósito, por onde a gente começa com essa banda? =]
Parabéns pelo texto!
Temos dois comentários bem interessantes:
Mairon.
Você pegou na veia. Também acho que a concorrência, no quesito qualidade, rebaixou para a segunda divisão várias bandas da época. Mas eles eram da Decca e tinham um excelente empresário/produtor. Todos apoiavam e investiam na banda. A saída do guitarrista, que abandonou o barco e partiu definitivamente pro lado gospel, no momento em que a banda ia alçar vôo, danou tudo.
Adriano.
A banda já estava formada e tocando junto antes do Phil Keaggy abraçar a religião. Então acho que as letras, mais do que o som, foram influenciadas pela sua religiosidade recente. Se bem que a sonoridade de sua Fender é bastante celestial. De todos os álbuns, o que eu mais gosto é o primeiro. Os outros dois, que inclusive saíram no Brasil na época, têm poucas músicas marcantes. Mas são poderosas também. Dá para ouvir quase tudo do primeiro disco no youtube.
Acho também que a função de blogs na internet é justamente resgatar essas obscuridades. Para o bem e para o mal. Isto é: tem algumas obscuridades que merecem uma nova avaliação. E tem um monte de bandas que receberam uma segunda chance apenas pelo fato de serem obscuras. O que, convenhamos, não sustenta essa segunda chance.
Sabe o que é, é que eu tenho querido conhecer música gospel, mas gospel de verdade! =]
Valeu pela indicação do primeiro disco. Vou ver no youtube.
Groucho
Se queres conhecer musica gospel, eu te recomendo três discos:
Trilha sonora do filme Matadores de Velhinha (o melhor disco gospel que já vi)
Sam Cooke (alguma coletanea de singles da decada de 50 e 60)
Qualquer coisa do Dixie Hummingbird, a mais importante banda gospel dos estados unidos
A partir dai, vc vai descobrir outras coisas da area, mas acho esses o melhor do gospel
Mairon, valeu pelas indicações. Sam Cooke eu já conheço algumas coisas, então vou atrás desse Dixie Hummingbird! Trilhas sonoras eu não costumo baixar, só se for de uma banda apenas ou se for algo esquisito, tipo a trilha do Dellamorte Dellamore..
Quanto ao Glass Harp, eu tô ouvindo e tô gostando. Ao que parece, a banda segue a linha do Jody Grind, um som indeciso entre o hard e o prog ainda nascentes. Uma coisa que me prendeu a atenção foi um solo na música "Look in the Sky", cujo som lembra um flugelhorn. Aquilo é guitarra? Quem tirava um som parecido com a guitarra era o Peter Banks, do Yes. Afora isso, o guitarrista Phil Keaggy é realmente foda!
Mais uma banda da qual nunca ouvi falar… quando eu acho que estou conseguindo ter uma certa "bagagem" musical, vem um texto destes e me apresenta mais um novo caminho a ser trilhado… como já percebi faz tempos, esta estrada não tem fim, e tem infinitas derivações, encruzilhadas e retornos…
Groucho, mesmo não costumando, a trilha de matadores de velhinhas é uma obra de arte gospel. A maioria das canções é só vocal. Existem preciosidades ali que me levaram a ouvir musica gospel. Outro bom disco, mas q tem muito preconceito, é o ultimate gospel, do elvis.
Micael, mesmo não tendo ouvido falar do Glass Harp, tu tb conheces zilhoes de bandas que muita gente daqui nao sabe que existe.
Isso que é o prazer de ser um colecionador. Cada um tem seu album com suas figurinhas mais raras ou não, mas todos curtem futebol!!
Ouvindo "Changes (In the Heart of My Own True Love)" e me convertendo ao Cristianismo via guitarra do Phil Keaggy!
"Para encerrar, fica a pergunta: como é que uma banda dessa magnitude permanece obscura nos dias de hoje?"
Porque as Revistas dita especializadas não possuem um REDATOR como o Mestre Siri da Gaita!
Mais uma vez, Parabéns pelo belo e esclarecedor resgate do Glass Harp.
Essa banda é muito legal, gosto bastante, a guitarra do Phil é surpreendente, usa algumas técnicas similares a do Jan Akkerman e do Peter Banks. Tenho o ao vivo e o primeiro, são ótimos, tem melodia e pegada, muito bons, recomendo tb! Parabéns pelo texto e pela pauta, Siri!
Outra banda que sei, sem grande fundamentação, que é cristã e que é uma paulada é o Morly Grey, do único disco The Only Truth de 72.
Abraço!!!
Ronaldo
Já ouvi algumas coisas do Morly Grey. Muito bom também!
Revirando o baú da Consultoria, encontro esse texto do Marco Gaspari sobre essa banda sensacional chamada Glass Harp. Phil Keaggy é, para mim, um herói da guitarra que ficou esquecido em algum recanto dos anos 70.
Nessa praia, um disco que ganhou um certo reconhecimento nos dias hodiernos: “Victims of tradition”, da banda Agape, chefiada pelo ótimo guitarrista Fred Caban.
Phil Keaggy tem uma ótima carreira solo também. E prestigiada lá fora. Aqui é que a coisa é sempre difícil: tenho lá no Siri da Gaita o primeiro disco solo dele à venda faz uma eternidade. Ninguém sabe quem é e ninguém acredita quando a gente diz que o cara é muito bom. Mas gostei de saber desse seu reconhecimento pelo talento do Keaggy, Francisco. Semana que vem (13/04/2016) sai uma matéria minha sobre outro grande guitarrista americano: Jerry Cole. Espero que leia.
Já estou no aguardo pela matéria sobre Jerry Cole.
Para quem tem dúvida sobre a capacidade de Keaggy, há um vídeo dele chamado “County down”, em que o dito cujo faz misérias com uma guitarra acústica. Outro bom guitarrista que merece ser lembrado: Miller Anderson…
Que matéria! Mas vou puxar a brasa para nossa sardinha: o que seria desta consultoria sem o Mestre Jedi do Asilo, o venerável Marco Gaspari? A instituição está em festa com mais esta pérola do nosso Grão-Mestre.
Realmente, o Marco Gaspari entende dos paranauê…
Viu Marco!!!
O povo lê seus textos!!! Hahahah
Essa é uma característica legal da Consultoria do Rock, os textos no geral não são datados…
Eu paguei o Eudes pra ele elogiar. O Francisco foi espontâneo.
Cadê meu sanduba de mortadela, Gaspari?
Cacete, mandei coxinhas. Desculpe.