Dana Gillespie – Weren’t Born a Man [1973]
Por Mairon Machado
Dana e Bowie (1970) |
Dana em “Secrets of a Windmill Girl |
Sensualíssima em “The Lost Continent” |
Wakeman, que já havia trabalhado com Bowie nos álbuns Space Odditty (1969) e Hunky Dory (1971), acabou virando a principal atração desse disco, que começa com uma harpa entoando os primeiros acordes de “Stardom Roads Part I and II”, de Terry Stamp e Jim Arden, registrada pelo grupo Third World War. A “Parte I” é comandada por Wakeman, pilotando mellotron, cravo e ainda o arranjo de cordas para os vocais sensuais de Dana, em uma canção lenta e triste, onde Dana mostra seu talento para cantar com muita dramaticidade. O arranjo de Wakeman é belo, empregando o mellotron junto do cravo e das cordas, criando um ar medieval a essa bela canção.
Então entramos na agitada “Parte II”, uma leve canção dançante, comandada por guitarra e baixo, onde Dana fica repetindo a mesma frase enquanto o embalo leve da canção toma conta das caixas de som com solos de guitarra nas duas caixas de som.
“What Memories We Make” é uma épica canção, misturando toques de Bob Dylan e Joan Baez. Somente ao violão, com tímidas participações dos teclados de Wakeman ora imitando uma flauta, ora imitando um coral, Dana declama um extenso e doloroso poema de amor que mantém o clima leve de “Stardom Roads Part I”.
Então, surge o belo embalo de “Dizzy Heights”, com metais comandados por Bobby Keyes, além da percussão de Ray Cooper e Frank Riccoti, bem como os backing vocals de Roseta Hightower, Joanne Williams e Lisa Strike, dando um toque de Kosmic Blues a essa bela e embalada faixa, que ainda apresenta um tímido solo de Paul Keogh.
Início dos anos 70
Então, Dana apresenta sua versão para “Andy Warhol”, um dos clássicos de David Bowie, aqui numa versão bem mais elaborada, contando com a participação dos Spiders From Mars Mick Ronson (guitarras) e Mick Woodmansey (bateria), e com Wakeman dando show no arranjo e no mellotron. A produção de Bowie e Ronson para está faixa tornou-a ainda mais apetitosa do que a versão original (que está em Hunky Dory), e os vocais de Dana conseguem dar mais deboche, além daquela pitada de sensualidade que envolve tudo o que Andy Warhol está presente, e faz dessa disparada a melhor faixa do LP, que encerra-se ainda com um magistral solo de Ronson.
Dana no final dos anos 60 |
O lado A encerra com “Backed a Loser”, que em algumas versões possui os créditos dados para Bowie e Dana. O arranjo ao piano entrega claramente que Bowie realmente participa da composição da faixa, já que a linha é a mesma do que Bowie tinha gravado em Hunky Dory e The Man Who Sold the World, principalmente quando a banda entra, trazendo peso para Dana cantar o refrão. Aqui, os fãs e conhecedores do grupo Esperanto irão se espantar com a semelhança entre as vozes de Dana e Kim Moore, além dos arranjos de cordas típicos da banda belga.
O lado B abre com a faixa-título, outra embalada canção rhythm’n’blues com pitadas picantes da voz de Dana, que levanta até defunto, além da participação do sax de Bobby Keyes. “Mother Don’t Be Frightened” é uma bela balada ao piano, onde Wakeman faz outro grande trabalho, com uma magistral interpretação vocal de Dana e com um belo arranjo de cordas, além do marcante refrão.
O funk de “All Cut Up On You” vem a seguir, na mesma linha dos clássicos da Motown, com Dana esbanjando sensualidade, seguido por “Eternal Showman”, mais uma balada onde Wakeman é a atração no piano e nos sintetizadores.
O álbum encerra com “All Gone”, onde o piano elétrico de Wakeman faz os acordes para Dana soltar a voz em uma linda canção gospel, que é acompanhada apenas por Wakeman nos sintetizadores e no piano.
Bem legal, Mairon.
Foolish Seasons, o primeiro LP da Dana, muito influenciado pelo Donovan e com o dedo do Page, também é um disco que vale a pena conhecer. Não tem esse requinte setentista do álbum Weren't Born A Man, mas é uma pequena pérola de folk psicodélico
Quem… hãhn, música??? Só vi aquela coisa linda da última foto, WOOOO!!!
Arranjos de Rick Wakeman… Se for metade do que ele fez em discos como o Myths and Legends.. ou o Journey.., então vale muito a pena esse disco!
Groucho, os arranjos aqui são mais próximos do que o Wakeman fazia no Strawbs, bem lnge da fase aurea do inicio da carreira solo
Abração