Discografias Comentadas: The Rolling Stones – Parte III

Discografias Comentadas: The Rolling Stones – Parte III
Por Adriano KCarão
 
Apresentamos nesta semana a terceira e última parte da discografia comentada dos Rolling Stones, agora falando dos álbuns lançados nas décadas de 80, 90 e na primeira década do século XXI. Os Stones dão prosseguimento aqui à fase de altos e baixos – mais baixos de que altos – que sucedeu o lançamento de seus dois mais aclamados discos, Sticky Fingers e Exile on Main St.. Depois de haver enfrentado o punk e a disco music, dessa vez a banda se deparou com a tarefa de sobreviver no mercado musical em plena época do videoclipe, quando pipocaram novos estilos de caráter mais comercial e o visual tornou-se também um elemento primordial para qualquer artista. Isso explica muito das novas experiências musicais e da estética da banda. Essa fase da carreira do grupo é geralmente tratada com desprezo, e muita gente sequer ouviu tais discos, mesmo aqueles que curtem o som da banda. Como fã e eterno “advogado do Diabo”, entretanto, eu me dispus a pagar pra ver e descobri que nem tudo são cravos na história recente das pedras rolantes! Vamos então aos discos! (Se você não leu a primeira ou a segunda parte da discografia comentada, clique aqui e aqui.)
Tattoo You [1981]
Este disco foi aclamado como um retorno à época de ouro da banda e é geralmente muito admirado pelos fãs, mas não o considero o último álbum significativo dos Stones. O interessante é que o disco é uma verdadeira colcha de retalhos, sendo formado majoritariamente por canções que foram primeiramente trabalhadas nas sessões para os álbuns Emotional Rescue, Some Girls, Black and Blue e até Goats Head Soup! Apesar disso, e mesmo contando com faixas bem únicas em seus estilos, ele guarda uma qualidade desse último disco: a coesão. Tudo flui perfeitamente, e nenhuma faixa parece deslocada. A primeira delas é aquela que, depois de “Satisfaction”, talvez seja a mais popular canção dos Stones: “Start Me Up”. A faixa segue a linha de canções como “Brown Sugar”, mas sem a energia que antes marcava esse tipo de número dos Stones. Em seguida, após a animadinha “Hang Fire”, tem início esse verdadeiro carnaval de estilos: o reggae de “Slave”, o rockabilly arrastado de “Little T & A”, o blues puro e simples de “Black Limousine”. E a variedade de material não termina aí! “Neighbors”, um bom punk stoneano – quem sabe o melhor –, encerra o primeiro lado do disco, mais agressivo. No segundo lado, centrado em canções lentas, eles iniciam emendando duas baladas: a lindíssima “Worried About You”, que segue a linha de Exile on Main St – e poderia figurar no mesmo sem problema algum – e conta com Wayne Perkins fazendo um belo solo de guitarra; e a razoável “Tops”, da época de Goats Head Soup, com um belo refrão característico desse período. Cansado de incorporar o demônio e seus asseclas pouco populares, Jagger dessa vez recebe o espírito do recém-falecido John Lennon, na etérea canção “Heaven”, faixa única na carreira dos Stones. Destaque aqui para a performance de Jagger na guitarra, bem como para seu falsete o qual é bastante presente no disco inteiro. Na sequência temos a bela e calma “No Use in Crying”, uma balada soul que remonta aos primeiros anos da banda, mas cujo arranjo assemelha-se ao de um reggae. Pra fechar o disco, a razoável “Waiting on a Friend”, que soa como uma versão stoneana pra “It’s All Over Now, Baby Blue”, de Dylan. O disco, portanto, pode não ser mais um clássico, mas de forma alguma pode ser associado a qualquer desorientação típica dos anos 80. É a pura essência dos Rolling Stones acompanhada das vantagens e desvantagens do envelhecimento!
Undercover [1983]
Apesar de bem recebido na época, Undercover é forte concorrente a pior álbum dos Stones, tanto entre os fãs como para o público em geral. Concebido em meio a “disputas de poder” entre Jagger e Richards, o disco apresenta muitas canções mais roqueiras, como “Wanna Hold You”, composta e cantada por Keith, e flertes com estilos mais dançantes, como a própria “Undercover of the Night”, composta por Jagger. O resultado, infelizmente, não foi dos mais satisfatórios, e dificilmente se pode achar composições consistentes nesse álbum. O clima de disputa na gravação do disco veio acompanhado de uma temática agressiva em algumas músicas, desde a citada “Undercover of the Night”, cuja letra faz referência às políticas repressivas na América Latina, à também dançante “Too Much Blood”, que critica o excesso de violência na TV. Até o amor foi afetado por essa temática, como pode ser visto na faixa “Tie You Up (The Pain of Love)”, que fala de sado-masoquismo. Esta música, por sinal, é o melhor momento do disco, com boa melodia e um arranjo competente, mas de forma alguma um clássico. Um ponto em que o álbum peca com relação ao anterior é a substituição do vocal em falsete de Jagger por um vocal cheio, arranhado e chatíssimo! O disco conta ainda com faixas como “Pretty Beat Up”, de Ronnie Wood, as rockers “Too Tough” e “All the Way Down”, que até são legais, e um bom encerramento com a funkeada “It Must Be Hell”. Entretanto, se compararmos com tudo o mais que os Stones fizeram, esse disco sequer chega a ser mediano.
Dirty Work [1986]
Contendo dois covers, quatro parcerias de Keith com Ronnie Wood e uma parceria com Chuck Leavell (ex-membro da The Allman Brothers Band e tecladista dos Stones até hoje), este disco é um concorrente ainda mais forte a pior disco da banda! Não pra este que vos fala. Mesmo não estando sequer no nível de um Tattoo You, Dirty Work possui seus dotes próprios. É como se a banda – ou Keith Richards, já que nessa época Jagger se preocupava apenas com sua incipiente carreira-solo – tivesse investido suas fichas no que Undercover possuía de menos ruim, isto é, um rock mais direto e o groove de faixas como “Tie You Up (The Pain of Love)” e “It Must Be Hell”. Iniciando com a fraca “One Hit (To the Body)”, em cujo videoclipe Mick e Keith simulam agressões corporais, parece que Keith deseja exorcizar a banda dos maus fluidos do disco anterior e mostrar que pode fazer um bom trabalho sem o auxílio de Jagger. A faixa seguinte, “Fight”, apesar do título também violento, é o primeiro sinal da mudança. É um rock seguro, com impacto. Temos depois o ótimo cover de “Harlem Shuffle”, bem descontraído, demonstrando ainda mais segurança. “Hold Back”, tal como “Winning Ugly” e “Back to Zero”, apresenta a banda lidando bem com a sonoridade oitentista, incorporando-a sem soar como forçação de barra. “Too Rude” é uma versão bem bacana de um reggae, mas soa muito deslocada no disco. A faixa-título e “Had It with You” não são tão boas como “Fight”, mas seguram a barra com um rock mais visceral. A pérola do álbum surge com “Sleep Tonight”, uma daquelas tocantes baladas entoadas pela voz suja e emotiva de Keith, resgatando a fórmula de “All About You”, mas desta vez com um resultado mais do que louvável! O disco encerra com uma faixa escondida, em homenagem ao recém-falecido Ian Stewart, com o mesmo tocando um blues sozinho ao piano. Moral da história: se Mick Jagger estava ocupado demais com sua carreira-solo, Keith tomou pra si o trabalho sujo de administrar os Rolling Stones – e com sujeira ele se entende bem!
Steel Wheels [1989]

Após um curto período em que as atividades da banda se deram por encerradas, com Keith chegando a lançar um ótimo álbum-solo, os Stones terminaram retornando e lançando esse disco, que é tido por muitos como um “retorno à forma” da banda. Ostentando talvez a pior capa da história da banda, esse disco é tão bom quanto o anterior, mas possui a vantagem de ser mais ousado. Tal ousadia rende péssimos momentos como o terrível refrão da faixa “Terrifying”, mas também momentos de se tirar o chapéu, como a ótima “Hold On to Your Hat”. A guitarra-base desta última, tocada por Jagger, dá lindas respostas ao contagiante refrão, enquanto que a guitarra-solo, cortesia do mestre Keith, corre irrequieta por toda a canção. Uma faixa curiosa é a balada “Blinded by Love”, breguíssima, mas também lindíssima, com um refrão tão simples quanto tocante. Outros destaques são a balada “Almost Hear You Sigh”, sobra do disco solo de Keith, com um maravilhoso trecho apenas com os backing vocals, e a nada convencional “Continental Drift”. Nesta faixa, Mick e Keith fazem as pedras rolarem no deserto do Saara, trazendo para o disco os mesmos Master Musicians of Jajouka que nos anos 60 tiveram um álbum produzido pelo falecido Brian Jones. Pra encerrar o disco, mais uma doce balada na voz de Keith, a belíssima “Slipping Away”. Com Steel Wheels, os Stones puderam entrar na década de 90 de cabeça erguida, o que lhes possibilitaria gravar o belíssimo disco seguinte.

Voodoo Lounge [1994]
Sem contar mais com o baixista Bill Wyman, que largou a banda oficialmente em 1992, os Stones inauguram essa nova década pedindo auxílio às forças obscuras dos cultos africanos, e o resultado obviamente é magnífico! Pra não banalizar o termo “clássico”, não irei utilizá-lo na definição de Voodoo Lounge, mas a verdade é que esse disco é de fato muito bom, um disco agradabilíssimo de ser ouvido, simplesmente a melhor coisa que os Stones fizeram desde 1973! O que me agrada em Voodoo Lounge talvez seja a sonoridade própria do início dos anos 90, pois, apesar de ser um adorador de décadas passadas, aqui eu me sinto em casa. Apesar da tentativa do produtor Don Was de fazer o disco soar como os Stones clássicos, tal sonoridade pode ser notada em faixas com características bem diversas, tais como a luminosidade de “New Faces”, o clima de viagem espacial de “Moon Is Up”, o hard arrastado de “I Go Wild” ou mesmo o balanço suave de “Sweethearts Together”, entre outras. Além do título do disco, percebe-se a intervenção do sobrenatural na faixa de abertura “Love Is Strong”, que, tanto em seu arranjo grave como no timbre da voz de Jagger, nos remete claramente a “Dancing with Mr. D”, que abria Goats Head Soup. No entanto, as primeiras faixas do álbum são relativamente fracas, se comparadas com ótimos momentos que surgirão ao longo do disco. O primeiro destaque vai para um verdadeiro clássico chamado “The Worst”, provavelmente a melhor das baladas com Keith nos vocais! A faixa peca por não dar um melhor tratamento às estrofes, tendo ênfase apenas no refrão, mas isso não diminui sua força. Seu principal pecado é na verdade sua duração curtíssima, tornando uma verdadeira obrigação ouvi-la no mínimo duas vezes seguidas! Pode-se destacar também: “Suck on the Jugular”, uma das melhores incursões da banda na seara do funk; a balada “Blinded by Rainbows”, cuja melodia, aliada a vocais cristalinos, nos remete – até pelo título – a “She’s a Rainbow”; e a lenta “Thru and Thru”, cantada por Keith, que se assemelha bastante à sonoridade do Pink Floyd a partir do álbum The Wall. Quando esta faixa termina, você pensa que o disco acabou, mas eis que entra “Mean Disposition”, uma música bem rápida, sem a menor cara de encerramento. Talvez tenha sido uma tentativa de resgatar algo de Exile on Main St, mas, tal como “Mean Disposition” nem chega aos pés de “Soul Survivor”, o encerramento de Voodoo Lounge termina sendo uma grande falha. O que, no entanto, não consegue retirar o mérito desse ótimo álbum, o último grande disco dos Stones.
Bridges to Babylon [1997]
Se Don Was freou os anseios modernizantes de Mick Jagger no álbum anterior, Bridges to Babylon deu vazão a muitas novas sonoridades na música dos Stones, incluindo a utilização de samplers. O resultado foi um disco inferior a Voodoo Lounge, mas não um completo estrago. Faixas de forte apelo pop como “Out of Control” e “Saint of Me” são descartáveis, mas o resultado obtido em “Anybody Seen My Baby” e em “Might As Well Get Juiced” é, no mínimo, interessante. Algumas das canções mais fracas do disco seguem mesmo fórmulas mais tradicionais da banda, como a agitada “Flip the Switch”, que abre o disco, e as duas baladas cantadas por Keith, “Thief in the Night” e “How Can I Stop”, que fecham o mesmo. Apesar de o título e a capa do disco parecerem fazer referência a uma temática reggae, não há um direcionamento do álbum nesse sentido, exceto pelo ska-pop de “You Don’t Have to Mean It”, com Keith nos vocais – esse é o único álbum onde Keith chega a cantar três músicas. Os dois maiores destaques são realmente as baladas “Already Over Me” e “Always Suffering”, ambas cantadas por Jagger e com refrões bastante parecidos. Bridges to Babylon, portanto, sequer chega a ser uma boa continuação de Voodoo Lounge, mas também não é um disco chato. Eu diria que vale ao menos como um experimento.
A Bigger Bang [2005]

A foto sobre um fundo escuro e a ausência de informações na capa do disco nos remetem à capa do primeiro álbum britânico dos Stones. Isso representa um pouco a proposta de A Bigger Bang, que procura se desvincular do excesso de elementos modernosos experimentados no disco anterior. No entanto, apesar de faixas como “Rough Justice”, a hardeira que abre o disco, e “Back of My Hand”, um blues de faceta mais tradicional, esboçarem um retorno no mínimo à década de 80, o resultado do disco em geral é mais a aposta em um rock limpo e básico do que qualquer tentativa de soar como no passado. Em termos de qualidade, A Bigger Bang fica no mesmo patamar de Bridges to Babylon. Faixas como “She Saw Me Coming”, a balada “Streets of Love” e o hard “Oh No, Not You Again” são bem agradáveis, mas não impressionam. Os destaques vão para as canções de pegada funk, como “Rain Fall Down” e principalmente as ótimas “Look What the Cat Dragged In” e “Driving Too Fast”. Essas duas últimas, juntamente com “Infamy”, cantada por Keith, dão um bom acréscimo de qualidade ao disco em seu encerramento, tornando-o tão bom quanto seu antecessor, ou seja, apenas mais um bom disco, nenhum grande estouro.

10 comentários sobre “Discografias Comentadas: The Rolling Stones – Parte III

  1. Graaande Adriano, simplesmente detonou. Nunca encontrei resenhas sobre os discos dos Stones na internet,e ainda mais por alguém que entende, Parabééns Adriano ficou muuito bom, vou até baixar alguns dessa terceira parte q falta para mim ouvir q é o Dirty Work e o Bigger Bang! Abraços

  2. Cara, baixe sem grandes esperanças. Os dois discos são bons, mas dificilmente vc irá colocá-los no nível dos discos clássicos da banda!
    Agora, tem duas coisas que eu deixei de fora desse texto e do texto da semana passada, ambas com relação a bandas nacionais. É interessante como "Summer Romance", do disco Emotional Rescue, parece ter inspirado "Pelado" do Ultraje a Rigor, enquanto que a levada e a guitarra de "Bete Balanço", do Barão Vermelho, foram totalmente tiradas de "Tie You Up (The Pain of Love)", do disco Undercover. Parece que os Stones andavam bem em alta por aqui…

  3. Realmente, a década de 80 pra frente não é nada 'bem falada' por aí. Já ouvi muita gente descendo a lenha no Undercover e no Dirty Work e falando super bem do Voodoo Lounge, mas infelizmente eu só tive o prazer de ouvir o Tattoo You, e algumas faixas dos outros álbuns. Enfim, ótima resenha dos discos. Acompanhei desde o primeiro post, falando dos anos 60 até esse agora, terminando no A Bigger Bang. E foi realmente incrível ver os comentários de uma pessoa que realmente conhece a discografia deles. Lendo essa 3ª parte voltei aos tempos que eu ouvi a primeira música deles: Streets Of Love, na época do show no Rio. Engraçado que só vim conhecer bem a banda 5 anos depois xD

  4. Rendrick, além do Tattoo You, pelo menos o Voodoo Lounge merece uma ouvida nele inteiro. Parar pra ouvir todos só talvez fã… O curioso é que, das bandas que eu sou fã, as únicas que eu ouvi bem todos os álbuns foram o Pink Floyd e os Stones… E o Pink Floyd vem de família, então basicamente só dos Stones que eu fui atrás de conhecer tudo.. E até que valeu a pena! =]

  5. Eu gosto de grande parte dos álbuns dos Stones, tirando talvez o Black and Blue. ADizem que os Stones são a mesma banda desde o início, o que discordo totalmente.

    Adriano, apesar de você só falar dos álbuns de estúdio, acho que valeria a pena ter falado um pouco do Flashpoint, que inclui a faixa de estúdio Sex Drive.

    Ótimo artigo. Ainda não li as outras partes…

    Lira

  6. Lira, leia as otras partes, acho que vc vai gostar. Também discordo de que os Stones sejam iguais desde o início, pois, além de a banda variar o estilo dentro de cada disco, os discos entre si a maioria das vezes são bem distintos.
    Eu não poderia abrir exceção ao Flashpoint, pois o que não faltariam seriam mais exceções… Mas a verdade também é que eu não conheço muita coisa dos Stones fora os álbuns de carreira. Valeu!

  7. Grande Groucho, finalmente consegui chegar no teu texto. Dessa vez creio que divergimos mais, então, la vão meus comentários.

    Acho o Tatto You uma bombinha que causa um terremoto nivel 4. Para marcar retorno a época de ouro não me serve, até pq o Some Girls ainda esta na época de ouro na minha opinião. Start Me Up é uma otima musica, mas é uma das poucas do Stones que eu ja enchi. Para mim as melhores são Black Limousine e Heaven, e considero Tops melhor que Worried About. Logico, isso é tudo questão de gosto, mas esses pontos foram os que mais me chamaram a atenção na tua resenha.

    Quanto ao Undercover, não posso taxá-lo de pior disco dos Stones nem a pau. Wanna Hold You, Too Much Blood e It Must Be Hell não pode ser considerado ruim. Fora que a letra de Tie You Up é fantastica. Acho um bom disco no geral, e bem melhor que o Dirty Work, esse sim, para mim disparado o pior de todos.

    One Hit é um terremoto-bomba nivel 8.9, destrói qqer coisa q vem pela frente. Esse é o unico disco que quando terminei de ouvir, fiquei meses longe, e depois ouvi de novo, e fiquei mais meses longe. Tirando Harlem Shuffle, nada mais fica bem. Tu justificas bem o fato de Jagger estar mais preocupado com a carreira solo do que com os stones. Certamente isso afetou o disco, e para mim, não serviu.

    Steel Wheels é um bom disco. Concordo com tudo que dissestes, principalmente em relação a Blinded by Love e Slipping Away, lindas canções da carreira stoniana

    Do Voodoo Lounge para a frente o caldo engrossou. Não diria que é o melhor disco dos stones desde 73, mas sim desde 78 (pós Some Girls). Canções como You Got Me Rocking (a mais clássica do álbum na minha opinião, e q tu acabou esquecendo de citar no texto), Suck on the Jugular e I Go Wild poderiam estar em qqer disco da década de 70. Não consigo ver a semelhança entre Love Is Strong e Dancing with Mr. D, mas pegaste bem a comparação com as Rainbows.

    O Bridges seguiu a linha do Voodoo, outro otimo disco. Flip of the Switch, Out of Control, Gunface e How Can I Stop são belas canções para se ouvir com uma garrafa de uisque do lado e uns petisquinhos, e o disco inteiro me soa coeso e bom, sem derrapagens.

    E por fim, A Bigger Bang é uma obra-prima do século atual. Perto de tantas outras coisas que o Stones fez, com certeza, fica longe de ser bom, mas para o que tem sido lançado atualmente, A Bigger Band é uma joia rara. A sequencia Streets of Love, Back of My Hand, She Saw Me Coming e Biggest Mistake (ou seja, todo o lado B do vinil) facilmente me levou as lágrimas a primeira vez que eu ouvi, e só ali o disco já conquistou um lugar dos favoritos nos últimos anos. Fora isso, Rough Justice e Oh No Not You Again e Sweet Neo Con são excepcionalmente fantásticas.

    Enfim, perdoa por discordar dessa vez, mas parabéns por conseguir fazer esse belíssimo trabalho de rever a obra completa dos stones. Assim como tantas outras bandas, Stones sempre gerará polêmica. Eu curto bastante o som que veio pós-Voodoo Lounge, e tenho dificuldades com os álbuns entre Emotional – Steel Wheels, é problema pessoal mesmo. De qualquer forma, texto excelente, e que possas contribuir com outras discografias, talvez até tão pesadas quanto essa do Stones

    Abraço e novamente, parabéns!

  8. Mairon, muito obrigado!
    Respondendo seus comentários, primeiramente, eu não esqueci de citar "You Got Me Rocking". Citei ela nesse trecho:
    No entanto, as primeiras faixas do álbum são relativamente fracas, se comparadas com ótimos momentos que surgirão ao longo do disco.
    Não que eu ache as primeiras faixas ruins, mas não são elas as que me fazem adorar esse disco.
    Quanto aos discos posteriores, também acho que não há "derrapagens" neles, e é por isso que eu prefiro os anos 90 aos anos 80 dos Stones!
    Legal que eu divulguei esses textos no orkut, e os fãs dos Stones me malharam pq eu chamei "Out of Control" e "Saint of Me" de descartáveis! Hahaha! Queriam que eu gostasse de tudo?!
    Do A Bigger Bang, vc não citou as faixas funkeadas, que são minhas preferidas, mas é isso: viva a discordância! xP
    Não pretendo encarar mais nenhuma discografia, muito menos uma de 3 partes! Hehe!
    Mas pretendo, sim, continuar contribuindo no que eu puder.
    Valeu!

  9. Excelente resenha. Eu não sou daqueles "fãs número 1" dos Stones, mas reconheço qualidade indiscutível em seus trabalhos, mesmo com alguns discos relativamente fracos, principalmente os dos anos 80 (Undercover e Dirty). Evitei comprar estes discos (final dos 70,80 e 90) mas esta resenha me fez mudar de ideia. Como não queria gastar muito, fui num site americano chamado http://www.secondspin.com, onde você compra CDs de segunda mão por preços mais que camaradas (em média US$ 4 a US$ 9), e de vez em quando lançam promoções com descontos e frete grátis, vale a pena, fica a dica. Acabei comprando 10 discos por cerca de US$ 60, uma pechincha.

  10. Opa, Rodrigo! Espero que minhas resenhas tenham sido úteis! E valeu pelo comentário!

    Pretendo colecionar ao menos todos os álbuns de estúdio dos Stones, mas, no caso de alguem que não seja fanático pela banda, acho que pelo menos o Tattoo You e o Voodoo Lounge merecem um lugarzinho certo na prateleira!

    Abraço.

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