Discografias Comentadas: Overkill – Parte II

Discografias Comentadas: Overkill – Parte II
Bobby Blitz, D.D. Verni, Derek Taylor, Ron Lipnicki e Dave Linsk
 
Por Leonardo Castro
Em 1995, mais uma vez o Overkill passou por uma reformulação. Com a saída dos guitarristas Merrit Gant e Rob Cannavino, a banda recrutou os dois guitarristas do desconhecido grupo Ramrod: Joe Comeau, que já havia sido vocalista do Liege Lord, e Sebastian Marino, que havia tocado no Anvil. Com os dois, mais o baterista Tim Mallare e os dois membros fundadores Bobby “Blitz” Ellsworth (vocal) e D.D. Verni (baixo), a banda voltou à ativa com toda a força.
The Killing Kind [1996]
Com o lançamento deste disco, o Overkill passou dar uma ênfase maior ao groove e menos à velocidade, destacando ainda mais o baixista D.D. Verni, como a faixa de abertura, “The Battle”, deixa claro. Ainda assim, músicas como “Godlike” e “Certifiable” mostravam a faceta thrash da banda. O disco ainda tem a quase doom “Burn You Down to Ashes”, a balada “The Mourning After/Private Bleeding”, e fecha com a excelente “Cold Hard Fact”, que tem ótimos riffs e solos.
From the Underground and Below [1997]
Mantendo a mesma formação do disco anterior, o Overkill lançou o seu disco mais pesado e menos comercial. A produção de Colin Richardson e os backing vocals mais guturais de Joe Comeau certamente contribuíram para isto, assim como os riffs monstruosos e a sonoridade mais moderna. Apesar de menos refinadas do que nos lançamentos anteriores, as músicas do disco têm uma força e rispidez gritantes. Mais uma vez apostando no groove, o baixo de D.D. Verni brilha, mas a ausência de solos decepciona um pouco. As faixas de mais destaque são “It Lives”, “Long Time Dying”, que se tornaria frequente nos shows, e “Genocya”, todas com riffs inspirados e peso descomunal.
Necroshine [1999]
Terceiro lançamento seguido com a mesma formação, Necroshine segue a fórmula dos dois discos anteriores, repletos de groove e experimentação, mas com uma sonoridade ainda mais moderna. A faixa-título se tornou um clássico, mas há outras músicas interessantes, como “Let Us Prey” e “Stone Cold Jesus”. No geral, a sonoridade se afastava cada vez mais do som clássico da banda, mas na música “Black Line” a pegada thrash se faz presente. Ao fim da turnê deste disco Sebastian Marino deixou a banda, e logo em seguida Joe Comaeu saiu para se tornar o vocalista do Annihilator. E assim, mais uma fase da história da banda se encerrava.
Coverkill [1999]
Interessantíssima coletânea contendo todos os covers gravados pela banda até então, e que só eram encontrados em singles ou versões japonesas dos discos. Destaque para “Overkill” (Motorhead), “Space Truckin'” (Deep Purple), “Death Tone” (Manowar), “Never Say Die” (Black Sabbath) e “I’m Against It” (Ramones), tocada pela formação original com Bobby Gustafson e Rat Skates.
Bloodletting [2000]
Mais uma década, mais um guitarrista, mais uma formação. A banda gravou Bloodletting apenas com o guitarrista Dave Linsk, mas na turnê o guitarrista Derek “The Skull” Taylor também ingressou. Bloodletting mostra a banda misturando a pegada thrash do inicio da carreira com o groove dos discos mais recentes, e isso fica claro nas duas primeiras faixas, a quebrada “Thunderhead” e a direta “Bleed Me”. No geral, o disco apresenta um resultado melhor que o anterior, e “What I’m Missing”, “Death Comes Out To Play” e “Can’t Kill a Dead Man” são os seus melhores momentos. Na turnê deste disco a banda gravou seu primeiro DVD ao vivo, Wrecking Everything Live.
Killbox 13 [2003]
Apesar de vir de uma seqüência de bons álbuns, desde The Killing Kind o Overkill não lançava um disco tão marcante. Killbox 13, apesar de ainda ter muitas músicas com groove, dava uma ênfase maior ao thrash metal, obtendo excelentes resultados. “The One” poderia estar no Horrorscope, enquanto “The Sound Of Dying” é ainda mais direta e agressiva. “Struck Down” e “Unholy” são ainda mais old school, e lembram o estilo adotado em Taking Over. A performance de Dave Linsk também é digna de nota, repleta de riffs e solos inspirados. Um dos melhores discos da banda.
ReliXIV [2005]
Após o inspirado Killbox 13, o Overkill retornou com o mediano ReliXIV. Voltando a investir mais no groove, a banda gravou uma coleção de músicas pouco inspiradas e pouco marcantes. As exceções são a faixa de abertura, “Within Your Eyes”, e “Old School”, uma música totalmente punk que relembra o início da carreira da banda e os bares onde ela costumava tocar. 
Immortalis  [2007]
Apesar de apresentar uma melhoria em relação ao disco anterior, Immortalis também não chega a ter destaque na discografia do Overkill. Estreando o novo baterista Ron Lipnicki (ex-Hades), poucas músicas do disco chegam a empolgar. “Skull and Bones”, que teve a participação do vocalista do Lamb of God, tem bons riffs, assim como “Overkill V – The Brand”, que retoma a saga iniciada no primeiro disco. Mas o principal destaque é a inesperada “Walk Through Fire”, que tem uma pegada mais rock ‘n’ roll e é espetacular, lembrando um pouco o Exodus da fase Fabulous Disaster. Ainda assim, muito pouco para o poder de fogo do grupo
 
Ironbound [2010]
Depois de dois discos razoáveis, confesso que não esperava muito deste álbum quando seu lançamento foi anunciado. Entretanto, para a minha surpresa, o Overkill retornou com força total! Deixando o lado groove totalmente de lado, a banda apostou no thrash metal que a consagrou e obteve um resultado espetacular. Ironbound soa como a continuação de discos como Taking Over, The Years Of Decay e Horrorscope. Rápido, pesado, direto e agressivo. O trabalho de guitarras então, é um show à parte. A produção de Peter Tägtgren também é sensacional, deixando todos os instrumentos claros sem perder o peso e a sujeira. É até difícil apontar destaques, mas a faixa-título e “Bring Me the Night” poderiam estar facilmente em qualquer um dos discos clássicos, e a última até lembra “Hello From the Gutter”. Um dos melhores discos da banda e um dos melhores lançamentos de 2010.

2 comentários sobre “Discografias Comentadas: Overkill – Parte II

  1. Dessa fase conheço dois álbuns por inteiro, "Killbox 13" e "ReliXIV", sendo o primeiro nitidamente melhor. Já havia escutado algumas das músicas indicadas pelo Leonardo, como "Necroshine" e "Long Time Dying", muito boas canções. Acho ótimo que, mesmo atravessando uma época difícil nos anos 90, o Overkill se manteve fazendo música, enquanto outras bandas clássicas de thrash metal, como o Exodus, encerraram atividades.

    E que pedrada boa essa "Bring Me the Night", hein?

  2. Parabéns 13 anos depois da matéria! Já está dando para fazer uma parte III da discografia deles, hein!!!

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