I Wanna Go Back: House of Lords [1988]
Gregg Giuffria |
Com a formação estabilizada com Giuffria, James Christian e Chuck Wright, além do guitarrista Lanny Cordola e do novo baterista, o experiente Ken Mary, que já havia tocado inclusive com Alice Cooper, a nova banda foi batizada como House of Lords, também a “pedido” de Gene Simmons. O primeiro álbum, auto-intitulado, foi lançado em 1988 e obteve boa repercussão no concorrido cenário da época, onde diversos grupos de existência efêmera pipocavam a todo momento.
O hit (apesar de tímido) do álbum é “I Wanna Be Loved”, co-escrita pelo então guitarrista do Asia, o suíço Mandy Meyer, junto com Steve Johnstad, um veterano vocalista que já havia tocado com diversas bandas, e que até hoje alega não ter recebido a devida compensação por seu trabalho. Musicalmente, a canção é um grande destaque, dando total ênfase ao belo trabalho de guitarra executado por Cordola, especialmente em seu marcante solo introdutório. Como em praticamente todos os refrões encontrados no álbum, a presença de backing vocals é forte. “Edge of Your Life” traz os teclados de Giuffria em primeiro plano durante toda sua extensão, mas especialmente na bela introdução. O bom desempenho de Christian, demonstrando sua extensão vocal, dá a tônica dessa canção que, apesar de não ter sido lançada como single, possuía potencial para tal. O lado mais heavy metal do álbum dá as caras pela primeira vez na maliciosa “Lookin’ For Strange”, aberta com um veloz solo de guitarra e conduzida por um andamento acelerado de Ken Mary, mas demonstrando um swing atípico para músicas desse gênero.
A escolha para o segundo single do álbum recaiu sobre a power ballad “Love Don’t Lie”, cover do guitarrista e vocalista Stan Bush, que na época havia conquistado certa notoriedade por colocar algumas canções suas em diversas trilhas sonoras cinematográficas. A versão original, apesar de muito boa, conseguiu ser superada pelo House of Lords, que, mantendo as melodias originais, adicionou peso e uma nova dinâmica à música, com mais ênfase na guitarra e linhas de bateria mais presentes, além da maior dramaticidade emprestada por James Christian. Infelizmente a faixa não chegou a constar de nenhuma lista da Billboard, fato quase incompreensível ao observar a quantidade de músicas do mesmo gênero muito piores que galgaram as posições mais elevadas das paradas.
James Christian, Lanny Cordola, Gregg Giuffria, Ken Mary e Chuck Wright |
Outra que mostra a faceta heavy do disco é “Slip of the Tongue”, composta em parceria com Rick Nielsen, guitarrista do Cheap Trick. Repleta de pirotecnias guitarrísicas, traz mais uma vez o trabalho de Lanny Cordola em evidência. “Hearts of the World”, mais do que em qualquer outra faixa do álbum, traz a presença de backing vocals em seu refrão. Falando no assunto, uma curiosidade encontrada no álbum é o fato de Jeff Scott Soto, o vocalista multi-bandas e presente nos mais diversos projetos (Talisman, Yngwie Malmsteen, Axel Rudi Pell, Journey, Takara…), estar executando aqui uma de suas primeiras de diversas participações como vocalista de apoio. Aberta com teclados imitando instrumentos de sopro, “Under Blue Skies” é conduzida por uma boa levada de baixo e bateria e pontuada pelas intervenções de Giuffria, incluindo um pequeno solo de teclado. Trata-se de uma faixa que, se trabalhada melhor, poderia tomar os contornos de um pequeno épico.
“Call My Name” abre com a bateria de Ken Mary e mostra-se uma música com grande possibilidade de interação com o público em concertos. Uma produção menos polida (assinada por Gregg Giuffria e Andy Johns) poderia adicionar uma crueza bem vinda à essa faixa. O encerramento do disco se dá com “Jealous Heart”, com Lanny Cordola demonstrando seu talento ao violão, abruptamente interrompido pelos teclados e pela voz de James Christian, que não tarda e traz um refrão melódico e apropriado à finalização do álbum.
House of Lords pode não ter sido tão bem sucedido quanto se esperava, muito menos seus sucessores, mas deixou marcas indeléveis nos apreciadores da faceta mais melódica do hard rock, trazendo um line-up extremamente competente, incluindo um dos tecladistas mais importantes do gênero e revelando um ótimo vocalista, que futuramente tomaria as rédeas do grupo, especialmente nos tempos mais recentes, onde James Christian é o único remanescente da formação original do grupo. Se você se identificou com as descrições presentes neste artigo e ainda não conhece o álbum, fica a recomendação: House of Lords tem tudo para lhe conquistar.
Track list:
1. Pleasure Palace
2. I Wanna Be Loved
3. Edge of Your Life
4. Lookin’ For Strange
5. Love Don’t Lie
6. Slip of the Tongue
7. Hearts of the World
8. Under Blue Skies
9. Call My Name
10. Jealous Heart
Essa é uma das bandas para a qual o termo "injustiçada" foi cunhado. Uma das melhores bandas do Hard rock , assim como o Giuffria , sem obter sucesso algum , seu debut é obrigatório na discografia de quem se diz fã de hard rock
Esse disco do House Of Lords é sensacional. Tambem gosto muito dos dois seguintes, e dos mais recentes, do World Upside Down e do Come To MY Kingdom, mas esse primeiro é insuperavel.
Tudo se encaixa a perfeicao, as guitarras, os teclados e a voz maravilhosa do James Christian.
Recomendado até para quem não é muito chegado a AOR, porque há tambem bastante peso.
Só os cabelos já me afastaram de uma possivel audição. Passo!
É, vá ouvir os lixos que você gosta , como Legião Urbana a maior piada pseudo intelectual da história da música brasileira.