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Capa da caixa |
Por Mairon Machado
Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais é uma sessão da Consultoria do Rock onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais em algum momento de nossas estadas aqui na Terra. A intenção não é gerar polêmicas ou controvérsias sobre determinados fatos, mas apenas incitar a discussão sobre o que ocorreria se o mesmo fato chegasse a acontecer.
O ano de 2011 propiciou para os admiradores da música um achado único, até hoje praticamente desconhecido. Em fevereiro deste ano, na longíqua Seaford, na Inglaterra, foram encontradas duas fitas cassetes em um pequeno casebre, onde supostamente morou Monika Danneman. Monika foi a última namorada do deus negro da guitarra, Jimi Hendrix, e, ao que parece, foi a única pessoa a ter acesso a uma sessão até então desconhecida, registrada nessas fitas. Nada mais nada menos que um encontro entre dois gênios da música: Jimi Hendrix e Miles Davis.
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Uma das fitas encontradas na antiga casa de Monika |
Monika faleceu em 5 de abril de 1996. A casa onde morava até sua morte passou por diversos donos, até que o mais recente morador, um escocês de nome Donald McFlower Habigaill resolveu destruir o antigo porão. Foi nessa destruição que uma caixa com algumas cartas, pedaços de roupas, fotos e duas fitas cassete foram encontrados.
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McFlower Habigaill, o novo milionário |
As fitas, que estavam em ótimo estado de conservação, logo foram levadas a conhecimento da gravadora Legacy, responsável pelo relançamento de muito material de Hendrix nos últimos anos, que pagou a bagatela de 5 milhões de dólares pelo material. Cada uma das fitas contém 45 minutos de improvisos e arranjos para clássicos de Hendrix e Davis, apenas com os dois, em uma espécie de ensaio para a gravação que ambos pretendiam fazer juntos, logo após o encontro no Isle of Wight Festival de 1970.
Os boatos de que ambos haviam gravado algo juntos
rola pela internet e pela história desde 1969. Os dois
teriam agendado datas no Carnegie Hall para fazer alguns ensaios, mas isso não ocorreu devido à precoce morte de Hendrix em setembro de 1970. Mas agora ficou comprovado que, por algumas horas, os dois estiveram sob o mesmo teto, e produziram ali as canções que foram lançadas na mais nova caixa da Legacy, intitulada
And the Gods Made Love.
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Algumas fotos que constam do livro presente na caixa: Miles no enterro de Hendrix (no alto), Hendrix e Monika (no centro) e Hendrix no Hawaii (logo acima) |
Na caixa está um livro com diversas fotos, como a do próprio Miles no enterro de Hendrix e dos últimos dias de vida do guitarrista, duas palhetas, um imã de geladeira em formato de trompete, uma bandana com o desenho da capa e quatro CDs. Os dois primeiros CDs apresentam as fitas, na íntegra, em sua versão original. O terceiro CD traz uma mescla das duas fitas em uma versão remasterizada, adicionando também elementos como baixo e bateria, os quais foram tocados por Billy Cox (baixista que acompanhou Hendrix durante boa parte de sua carreira) e por Ginger Baker (Cream, Ginger Baker’s Airforce, Blind Faith). O último CD é uma caprichada recriação para as duas longas jams que estão nos lados A de cada fita, com uma big band formada por três trompetes, um sax-alto, um sax-tenor, um clarinete, uma tuba, bateria e baixo.
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Miles Davis |
Concentrando-se nas canções originais, apenas com guitarra, trompete e gemidos cantados por Miles, temos no CD 1 ensaios para “…And the Gods Made Love” (faixa que abre o excelente LP Electric Ladyland, de Jimi Hendrix, lançado em 1969), “1983… (A Merman I Should Turn to Be)” (outra de Electric Ladyland), além de “Jam 1” e “Jam 2”. O destaque fica para a excelente harmonia entre guitarra e trompete, principalmente nas jams, dois maravilhosos blues, sendo que “Jam 1” contém 20 minutos de embriagantes e ácidos improvisos, onde Hendrix e Miles parecem tentar provar um para o outro quem era mais talentoso com seu instrumento.
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Jimi tocando bateria |
O CD 2 é bem mais experimental. Miles e Hendrix misturam distorções e instrumentos, como violão, tabla e percussão (Hendrix) além de flugelhorn e piano (Miles Davis). Estão nele “Jam 3”, que é uma jazzística improvisação que poderia facilmente estar dentro de Bitches Brew, álbum de Miles, lançado em abril de 1970, fundindo de vez o jazz com o rock; “Mademoiselle Mabry (Miss Mabry)”, do álbum Filles de Kilimanjaro, lançado em 1969 por Miles e aqui registrada apenas com violão e piano; o blues de “Jam 4”, com flugelhorn e bateria; e a longa recriação para “Mood Indigo”, de Duke Ellington, com bateria, trompete, violão e guitarra.
Os outros dois CDs são complementos para uma audição emocionante, com um ótimo arranjo para as canções, arrancando, além de lágrimas, a sensação e a vontade de saber como ficariam essas jams em uma gravação oficial, algo que infelizmente não poderemos ouvir, já que tanto Hendrix quanto Miles, que faleceu em 28 de setembro de 1991, dez dias após a morte de Hendrix completar 21 anos, hoje estão presenteando os que estão no paraíso com muita improvisação, sabedoria e técnica.
Caralho! Esse seria o maior achado da História! Mais importante que quaisquer tumbas de faraós, manuscritos do Mar Morto, Santo Graal… "And the Gods Made Love", não poderia haver título melhor!
Depois do show de 5 horas do Asia e convidados essa é a notícia mais fantástica…O Mairon tá viajando hein!!! Hahahaha
Eu já tinham pensando em fazer uma "Notícias Fictícias…" com o Hendrix, mas junto com o ELP…
Essa do Hendrix com o Miles não é tão viagem assim, ou é? Pode ter rolado um pequeno ensaio, pow.
Queria ver tb Hendrix e Brian Jones. Keith no baixo, hehehe.
Não é tão viagem, até por isso acaba por deixar mais presente algo como um "e se…?", pois é algo que, acredito eu, poderia acontecer sim, e seria até certo ponto algo esperado. Sem dúvida seria no mínimo interessantíssimo.
hahahahahaha
Rapaz, ou isso ia sair algo divinamente bom ou hell'mente péssimo! A ponto dele chegar pra namorada e dizer: Esconda essa porra e nunca deixe ninguém encontrar tá ouvindo? hehehehehehe
Muito massa esse post, de verdade!
Puxa, e se o pior acontecesse? O Miles Davis já tava ficando chato pracete nessa época. O Jimi, um tremendo porralouca, poderia ficar viajando em sons experimentais – ia ficar insuportável!
Mas, cacetada, é emocionante pensar num encontro dos dois. E com Billy Cobham na batera, imagina só.
O Jimi, um tremendo porralouca, poderia ficar viajando em sons experimentais – ia ficar insuportável!
Melhor seria! Mas acho que não.. Acho que o Jimi tava buscando coisas diferentes com a música dele, inclusive se metendo mais no soul e no funk. Ia colar muito bem com o Miles.
Ia ser um troço lindo isso, com certeza!
Como eu gostaria que isso fosse verdade ehehehe…
Abraço!