Maravilhas do Mundo Prog: Gong – Prostitut Poem [1973]
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Magick Brother (1970) e Camembert Electrique (1971) são álbuns experimentais, contando com muitos convidados que exalam toda a efervescente cena psicodélica daquela época. Em Magick Brother, participam Earl Freeman (contrabaixo), Barre Phillips (contrabaixo), Dieter Gewissler (contrabaixo), Burton Greene (piano), Rachid Houari (bateria) e Tasmin Smyth (voz), além de Didier, Daevid e Gilli, enquanto em Camembert Electrique, estão presentes Didier, Daevid, Gilli, Christian Tritsch (baixo, guitarra) e Pip Pyle (bateria). Também pela BYG, Daevid gravou seu álbum solo, Bananamoon (1971), que conta com a participação dos membros do Gong bem como Maggie Bell nos vocais e Robert Wyatt na bateria.
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Família Gong “meditando” |
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Flying Teapot, a primeira parte de Radio Gnome |
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Daevid como um Pot Head Pixie |
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Gong ao vivo (Hyde Park, 1974) |
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Poster de show do Gong na Itália |
Um grande plano é revelado para Zero, que é o de dominar a Terra através da organização de um grande festival mundial de música, chamado Great Melting Feast of Freeks, onde então, Switch Doctor, um dos 32 Octave Doctors, que reside na Terra dentro da caverna de Banana Ananda, e que sabe da busca inicial de Zero pelo brinco por possuir informações do “quartel general dos Pot Heads”, chamado Invisible Opera Company of Tibet (C. O. I. T.), transmitindo todas as informações para o observatório do Planeta Gong através do Bananamoon Observatory, irá ativar um sistema que liberará o terceiro olho dos humanos, começando então uma nova era.
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You, o encerramento de Radio Gnome |
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A capa permitida de Angel’s Egg |
Finalmente consigo postar meu comentário nesta matéria fascinante. Eu já tinha feito há uns cinco anos uma matéria sobre esta mesma trilogia para a poeiraZine mas o Mairon abordou aspectos que a minha pesquisa na época não revelou. Aprendi um pouco mais sobre esta banda que eu gosto muito e quero dar os parabéns ao amigo do Baú (não aquele, claro), tanto pelo nível do texto quanto pela escolha do grupo. Curioso é que o Daevid e o seu amiguinho Robert Wyatt costumam recusar o rótulo de Canterbury para suas músicas, seja no Gong ou no Soft Machine. Mesmo assim, fãs, críticos e historiadores insistem em encabeçar as duas bandas em qualquer texto sobre essa escola. Será que esses dois não entendem nada de nada?
Grande Mister Master Gaspa, o Blogger anda com problemas em diversos setores, mas aos poucos vamos voltando a normalidade. Obrigado pelos elogios meu caro, e eu tenho a tua matéria na PZ como uma das referências para ter conhecido mais sobre a Canterbury Scene. Particularmente, eu não consigo ver o Gong como uma banda da Canterbury. Eles eram um grupo onde as "alucinações individuais" iam além do que o pessoal da canterbury fazia, e muitas vezes era loucura mesmo. Se pegar o Soft Machine por exemplo, parece que o q o Wyatt fazia, por mais insano que fosse, tinha um sentido, uma luz no fim do tunel onde eles sabiam onde iam chegar. O Hillage é outro forte representante dessa cena, mas fora do Gong. Daevid Allen, sincera e modestamente, não tinha calibre para estar na cena de canterbury por viajar além do normal, levando com ele a gilli smith e o didier, que eram quem realmente mandava no Gong. Depois que o Pierre Moerlen tomou conta, bom, dai sim, o Gong nao teve mais nada a ver com as viagens alucinadas de Allen, só q para Canterbury tb não serve. Camel, Caravan, Khan, Quiet Sun, e o próprio Soft Machine, acho que essas bandas representam o som de canterbury, com aquela pitada de jazz misturada com psicodelia e muita tecnica individual de seus musicos, e eu ou por falta de conhecimento ou por burrice mesmo, não consigo ver similaridade entre elas e o que o Gong de Daevid allen fazia.
Enfim, falar de Gong é como falar de Zappa, podemos discutir durante anos, mas concordamos que é uma das melhores bandas já surgidas na face da terra!
Abraço
Bom, Mairon, por mais malucão que o Allen seja, não concordo que ele não tivesse técnica (se é que eu entendi o que você escreveu aí em cima) para ser um digno representante da escola de Canterbury. Inclusive, provavelmente ele tenha sido o autor intelectual do “crime”, já que era mais velho que seus pares do Wilde Flowers. Também já era beatnic quando eles ainda usavam calças curtas, tocava em banda de jazz e deve ter sido uma espécie de ídolo desses garotos que depois virariam os monstros sagrados do Canterbury. O problema com os rótulos sempre é a limitação. Para quem ouve ou comenta, ele é ótimo porque deixa as coisas arrumadinhas em seus devidos lugares. Mas para o músico deve ser frustante. “Ah, o Daevid Allen é corintiano, daí é banguela, maloqueiro e sofredor.” Foda, né?
hahahaha, essa é boa "“Ah, o Daevid Allen é corintiano, daí é banguela, maloqueiro e sofredor.”
Na real, a técnica que eu me refiro é o fato de fazer uma música "certinha" (para os padrões do Gong). Eu não tenho contato com a carreira solo do Daevid, e claro, ele foi um precursores da Canterbury, só que particularmente no Gong, ele não tinha aquela visão centrada da cena de canterbury (eu acho), pois as musicas eram praticamente feitas em um improviso sem fim. Tem um bootleg de 75 se nao me engano, onde eles fazem uma versão de meia hora de you never blow your trip forever, sendo que uns 20 minutos é só a gilli cantando you are I or I am you …
É disso que eu falo. A loucura do Daevid Allen no Gong vai muito além da loucura de Canterbury, mas eu ainda sou guri nesse assunto, então, concordo que minha visão não seja a correta (alias, alguem tem algo do Khan ao vivo para me conseguir??)
Fico imaginando o que seria da carreira do Daevid se ele não fosse obrigado a ficar em Paris (e ter conhecido a Gilli e o Didier). Duvido que ele se sentisse a vontade com a guinada que o Soft Machine deu do Soft 3 em diante. Foi o caso do Kevin Ayers, que também debandou na época em prol de um pop mais vanguardeiro. E Deus abençoe o Kevin Ayers, seu trabalho é maravilhoso. Conheço algumas coisas do David Allen solo. Tem um disco que eu gosto muito que ele gravou em uma de suas escapadas para a Espanha, com o grupo Euterpe. Flerta com o folk e o étnico, mas de um jeito bem DA. Como sou fã dessas estripulias sonoras, também me senti no direito de rotulá-las. Chamo de rock jiló. Porque eu gosto, mas para a maioria das pessoas que eu conheço simplesmente não desce, hehe…
E, Mairon, tem pouco de achar que a sua visão ou a minha é a que está correta. A ignorância é justamente achar que sabe das coisas.
gaspa, tu podes me recomendar algo do Euterpe e da fase solo do Daevid para ouvir? Eu tb curto essas estripulias, e sera um prazer entrar nesse mundo desconhecido (para mim) do Daevid.
Quanto ao SM, eu penso q se o Daevid tivesse entrado na Inglaterra, o grupo nao teria mudado sua concepção musical tao cedo, mas acredito que o Daevid cairia fora mesmo assim, seja por causa das drogas, por causa do estilo ou outras cositas mas
E quem toca mais? Kevin Ayers ou Steve Hillage?
Bananamour é uma joia de interessante
Putz… ta difícil postar por aqui. Escrevi uma resposta enorme e na hora de enviar, foi recusada e eu a perdi. Mas vamos novamente:
Dessa fase espanhola pós-Gong do Allen, tenho dois CDs:
“Now is the happiest time of your life” – Um disco maravilhoso e variado. Tem guitarra flamenca, tablas tocadas pelo Sam Gopal e vários gonguerismos. (acho que é de 77)
“Good Morning” – esse é o disco com o Euterpe e é de 76 (tenho um LP do Euterpe sem o Allen mas não achei no meio da minha bagunça, por isso vou ficar devendo o nome)
Em 77 o Allen produziu um disco muito legal para o cantor catalão Pau Riba chamado “Licors”. Os rotuladores de plantão logo chamaram o Pau Riba de o Daevid Allem espanhol. Apesar de um certo parentesco sonoro, é uma tremenda injustiça, pois a discografia do Riba é grande e de muita personalidade.
Tem muita coisa do Allen mais recente, anos 90 em diante. Tenho “The Magick Brother live at the Witchwood 1991” e “Daevid Allen’s University of Errors: Uglymusic.4.Monica”.
E se quiser ampliar ainda mais seus horizontes canterburianos, procure ouvir os discos de um músico chamado “Todd Dillingham”
Quanto a um possível tira teima entre o Kevin Ayers e o Hillage, não me arrisco de jeito nenhum. Me inclua fora dessa, hehe…
Francis Bacon WTF! Muito louco o Gong.. Eu adoro algumas coisas do Flying Teapot, preciso ouvir tudo deles e com mais carinho. Depois parece que ficaram mais fusion, né? Essa música me lembra muito um disco do Goldfrapp, que tb flerta com essas músicas de cabaret.
Me esclareceu muito sobre a mitologia Gong esse post. Assim como todo o blog ta de parabéns.
O Gong com certeza é a banda mais "maluca" da "santa trindade" da cena de Canterbury. Só pra constar as outras duas bandas seriam o Soft Machine e o Caravan.