Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais: The Trinity Festival Tour
Mas os tempos passaram, e graças a diversos promotores, entre eles Bob Geldof (famoso por organizar os festivais Live Aid, em 1985, e Live 8, em 2005), bem como o apelo emocional, o trio pesado foi reunido para fazer uma turnê mundial que arrecadará fundos para ajudar vítimas de atentados terroristas e também crianças necessitadas ligadas à grupos não governamentais com sustento da ONU.
Lee Dorman, baixista do Captain Beyond |
O show de abertura foi com nada mais nada menos que uma das melhores bandas do hard rock setentista. Geldof e os demais produtores trouxeram do limbo Rod Evans (vocais), Bobby Caldwell (bateria), Larry “Rhino” Reinhardt (guitarras) e Lee Dorman (baixo), e, depois de quase 30 anos, o Captain Beyond voltou à cena. Com uma apresentação impecável de pouco mais de 45 minutos, o grupo interpretou seu álbum de estreia, lançado em 1972. O espetacular Captain Beyond foi tocado na íntegra, e o Captain Beyon ainda fez uma bela revisão para um dos hinos da primeira formação do Deep Purple: “Hush”.
Ozzy Osbourne |
Iommi, Butler e Singer entraram no palco soberanamente, e, para surpresa geral, soltaram os acordes de “Trashed”, canção que abre o álbum Born Again, gravado pelo Black Sabbath em 1983, que conta com Gillan nos vocais. Depois, Ozzy assumiu o microfone, dividindo os vocais com Gillan em “Zero the Hero”. Lágrimas rolaram no estádio. A sequência do Black Sabbath contou com “War Pigs”, “Black Sabbath”, “Never Say Die”, “It’s Alright”, “Paranoid”, “Sabbath Bloody Sabbath”, “Sleeping Village”, “Wicked World”, “Children of the Grave” e “N.I.B.”. No final do show, Ozzy lembrou Ronnie James Dio, e dedicou a última canção daquela apresentação do Black Sabbath a ele. Assim, chamou ao palco Glenn Hughes, para então interpretarem uma arrepiante versão de “Heaven and Hell”.
David Coverdale |
Logo após, com todo seu carisma, Hughes disse: “Chegou a hora de reencontrar velhos amigos. Quanto tempo não subimos em um palco tão grande como esse. Nossa estreia foi praticamente assim. Ritchie, David, Ian, Jon, Don, por favor, venham cá”. Debaixo de uma enxurrada de aplausos, a Mark III do Deep Purple estava novamente reunida, com a adição de Don Airey, e a segunda parte da apresentação do grupo foi ainda melhor que a primeira.
Glenn Hughes |
O grupo começou com “Burn”, que fez tremer o último tijolo do estádio. Na sequência, vieram “You Fool No One”, “Stormbringer”, “Lady Double Dealer”, “A-200”, “Mistreated”, “Soldier of Fortune” e a linda homenagem a Tommy Bolin com “You Keep on Moving”. Blackmore esteve impecável, e os duelos com Airey e Lord mostravam que mesmo velhinho, o guitarrista manda ver. Mesmo assim, o músico não perdeu a pose dos setenta, e manteve-se todo o tempo no lado direito do palco, sem se quer chegar perto dos colegas de apresentação, a não ser naquele que talvez tenha sido O MOMENTO do show.
Ritchie Blackmore |
Com o Wembley Stadium em comoção, e em um dos raros momentos da história, Blackmore foi ao microfone de Hughes, e dedicou algumas palavras aos amigos Cozy Powell e Ronnie James Dio, considerado por ele o maior gênio da voz do heavy metal. Blackmore contou que a perda dos ex-companheiros de Rainbow ainda era sentida por ele, e como certamente ambos estavam observando aquela apresentação, uma pequena homenagem seria feita. Então, o guitarrista completou: “Paice, agora é com você“, e após uma contagem de “one, two, three, four”, Paice detonou a pancada introdução de “Stargazer”, uma das principais canções do Rainbow, onde Blackmore, Dio e Powell tocaram juntos, e que foi cantada por Hughes e Coverdale com uma perfeição cirúrgica. Para fechar a apresentação do Deep Purple, Rod Evans voltou ao palco, e ao lado de Coverdale, cantou “River Deep, Mountain High”.
O público estava alucinado. Muitos não sabiam para onde olhar. Depois de um intervalo de 40 minutos, as luzes se apagaram, e então, Page, Plant, Jones e Bonham (o filho), começaram as duas horas do show do Led Zeppelin com “Rock and Roll”. A partir de então, o grupo desfilou clássicos e mais clássicos: “Celebration Day”, “The Song Remains the Same”, “The Rain Song”, “Stairway to Heaven”, “Kashmir”, “Achilles Last Stand”, “Over the Hills and Far Away”, “We’re Gonna Grove”, “Whole Lotta Love”, “Dazed and Confused”, “Out on the Tiles”, “No Quarter”, “Since I’ve Been Loving You” e “Black Dog” foram cantadas em uníssono. O quarteto saiu do palco, voltando para o bis com mais duas canções: “All My Love” e “Thank You”, cantada por Plant, Coverdale e Ozzy.
Por fim, todos subiram ao palco e agradeceram aos fãs, que foram para casa depois da maratona de mais de seis horas de apresentação, a qual está saindo da Inglaterra em direçao à Itália. Depois, o The Trinity Festival passará por Alemanha, Espanha, França e Dinamarca, fazendo praticamente um show a cada duas semanas, tendo ainda quatro datas na Ásia (duas no Japão, uma na China e uma na Índia), duas na África do Sul, seis datas nos Estados Unidos, duas datas no Canadá e mais cinco datas na América do Sul (três no Brasil, uma na Argentina e uma no Chile), encerrando as 25 datas programadas justamente com uma apresentação na reabertura do Maracanã, programada para janeiro de 2013, e prometendo uma grande surpresa para a banda de abertura em cada local dos shows, inclusive no Brasil.
É de arrepiar…só de pensar Hughes e Ozzy no mesmo palco dividindo os vocais de um clássico e ainda por cima Ozzy e Gillan dividindo a pérola "Zero The Hero"…um ótimo set list do Sabbath inclusive, bem variado!
belo texto, Mairon!!!
Castanha, Mairon!.. nem nos meus tempos de provador profissional de chá de lírio tive alucinações tão legais. E se me permite uma colaboração, parece que para esse show de reabertura do Maraca está programada a montagem de uma tenda da Fundação Chico Xavier onde médiuns de plantão incorporarão Dio, Bonham, Bolin, Powell e outros possíveis finados para uma sessão de psicoautógrafos nos discos originais da bandas. Quem viver, verá!!!!
Texto muito bom, como sempre.
O Mairon já andou indo em elguma festinha de faculdade em Pelotas e acho que deram ácido pra ele, hein! Ozzy cantando "Zero the Hero"? Mas nem com teleprompter, hehehe…
Aliás, aproveito a oportunidade para fazer o questionamento: alguém mais aí não está lá muito empolgado com a possibilidade de uma reunião do Black Sabbath?
Belo texto… muita imaginação…
é uma pena que poderia ser até verdade… mas o Plant não quer, o Blackmore e o Gillan não se bicam e por ai vai…
parabéns pelo texto
Muito legal… Mas pessoalmente discordo da "banda de abertura"… Já ouvi diversas vezes os dois primeiros discos do Captain Beyond e não consigo ver nada de mais neles. Parece que, parafraseando uma seção do blog, é "a banda que parece que só eu que não gosto", hehehehehe…
Êta fuminho bão hein, Mairon?!!! hahuahuahuahuahua…do quarto parágrafo em diante não parei mais de rir!!!
Abraço!!
Ronaldo
Mairon…
O "Notícias Fictícias" é descrito assim: "é uma sessão da CdR onde apresentamos notícias fictícias, mas que poderiam se tornar reais"…
O que eu quero dizer é que tem que ser algo que PODERIA se tornar real…hahahaha
Isso aí nem em filme!!! hahaha
Gostei da escolha da banda de abertura…
O SET LIST DO SABBATH ME SURPREENDEU!!WICKED WORLD,ESSA MÚSICA ELES NÃO TOCAM DESDE O MEIO DOS ANOS 70!!!MINHA CANÇÃO FAVORITA DO SABBATH,JUNTO DE LORD OF THIS WORLD.
Legal que anos depois, o Sabbath se reuniu com o Ozzy, e o Hughes fez uma tour com as músicas da Mark III e IV. Falta o Zeppelin e o Captain Beyond