Por Thiago Reis
O tão esperado dia chegou. Aporta hoje nas prateleiras o décimo primeiro álbum de estúdio do Dream Theater. Cercado de muita expectativa e acontecimentos no último ano, que envolveram a saída de Mike Portnoy (bateria), a realização de um documentário sobre a seleção de seu substituto, que culminou na escolha de Mike Mangini, consumindo quase um ano. Mas com o disco já nas lojas, vamos à análise das músicas que o compõem.
Começamos com “
On the Backs of Angels”, faixa de abertura do álbum e a primeira a ser disponibilizada no site YouTube. Aqui mesmo no Consultoria do Rock, o nosso companheiro Micael fez uma ótima resenha sobre a música e você pode ler esse artigo
aqui. A análise foi tão bem feita que partirei para a segunda música, “Build me Up, Break me Down”.
Na segunda faixa do play, encontramos fortes influências do último disco solo de James LaBrie, chamado Static Impulse (2010). Nesse lançamento estão presentes algumas influências de música eletrônica, e o que vemos na introdução de “Build me Up, Break me Down” é a utilização por parte de Jordan Rudess de alguns desses elementos. Além disso, encontramos efeitos característicos na voz de LaBrie e um refrão pegajoso, que realmente fica na cabeça. Instrumentalmente, o destaque vai para o riff de John Petrucci, logo após o refrão.
Uma das melhores canções do álbum, “Lost Not Forgotten” apresenta uma linda introdução de Jordan Rudess, com um timbre maravilhoso, coisa que não ouvíamos desde álbuns como Scenes From a Memory (1999) e Six Degrees of Inner Turbulence (2002). Logo depois dessa introdução, entra um riff magnífico, com uma aura épica, e uma atmosfera diferente toma conta da música, que muda de andamento diversas vezes, com destaque para Mike Mangini. O riff para a entrada do vocal também é digno de nota e vemos um LaBrie bem à vontade nas notas que escolhe para cantar as letras. As mudanças de andamento continuam no refrão, que mesmo sendo quebrado, possui algumas características que o fazem ficar na cabeça. “Lost Not Forgotten” é uma música que tem tudo para agradar os fãs da banda e figurar nos set lists da futura turnê, que tem inicio no dia 24 deste mês, em San Franscisco, EUA.
Seguimos com “This Is the Life”, uma faixa mais emocional. Créditos a Jordan Rudess e James LaBrie, que nos proporcionam uma linda introdução, além da ótima letra, diga-se de passagem. John Petrucci dá sua contribuição com um solo esplêndido e passa logo a bola para Jordan, que nos brinda com um efeito de teclado que encaixa perfeitamente com o clima da canção. Além disso, temos mais um solo de destaque de John Petrucci, mostrando feeling e bom gosto para escolher cada nota em sua guitarra.
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Mike Mangini, Jordan Rudess, James LaBrie, John Myung e John Petrucci |
A próxima é “Bridges in the Sky”, cujo título anterior ao lançamento era “The Shaman’s Trance”. Vemos o porquê disso logo de cara, já que em sua introdução ouve-se uma espécie de rugido de um índio xamã. Atrelado a isso encontramos um ótimo efeito por parte de Jordan Rudess para complementar a introdução e partirmos para o tema em si, um riff bem pesado, característico do Dream Theater dos últimos anos. O vocal é bem cadenciado, do jeito que o ritmo da música pede. A partir dos cinco minutos, temos uma grande participação de Mike Mangini, realmente digno de destaque. A sessão instrumental a partir dos oito minutos remete a algumas coisas já feitas no álbum Scenes From a Memory, o que é um elogio, já que a principal característica deste disco é a volta de alguns aspectos esquecidos nos dois últimos lançamentos. “Bridges in the Sky” é uma das melhores do CD e tem potencial para virar um clássico, mas só com o tempo poderemos comprovar esse fato. Certamente os fãs gostarão de vê-la no set list dos próximos shows.
Os pontos positivos continuam com “Outcry”, que é uma clássica faixa do Dream Theater, com clima característico, mudanças de ritmo a todo momento e instrumental desafiador, que tem tudo para acertar em cheio o público, tanto o antigo quanto o novo. Até os elementos eletrônicas no começo da música, impressos por Jordan Rudess, ficaram bem. Enfim, um tipo de canção que apenas o Dream Theater sabe fazer.
Um momento mais intimista é o que se sucede com a faixa “Far From Heaven”, com total destaque para James LaBrie, que imprime muita emoção em sua interpretação. Tudo isso acompanhado pelo belo piano de Jordan Rudess, que escolheu muito bem os timbres para essa faixa. Uma bela introdução para o que está por vir, a excelente “Breaking All Illusions”. Aliás, essa junção nos remete à dobradinha clássica “Wait for Sleep/Learning to Live” do álbum
Images and Words (1992). “Breaking All Illusions” é mais uma música com características puramente Dream Theater, e com um fato a ser comemorado por todos: sua letra é de autoria de John Myung, que dessa vez participou muito mais do processo de composição do álbum, inclusive escrevendo a letra da oitava faixa, algo que não acontecia desde 1999, com “Fatal Tragedy”, de
Scenes From a Memory. A música traz emoção, técnica, bons vocais, uma dinâmica única que nos faz ouvi-la diversas vezes para que entendamos o que se passa, além de passagens instrumentais bem únicas. John Petrucci está no auge, mostrando feeling, escolha acertada de timbres, alternando do mais limpo ao mais agressivo com uma maestria que lhe é habitual.
Última faixa, “Beneath the Surface” nos reserva ainda mais emoção e um momento no qual a estrela de James LaBrie brilha mais uma vez. Com uma participação maior de Petrucci e do teclado de Jordan, temos mais uma bela música, que encerra o álbum com chave de ouro. de maneira totalmente diferente do que o Dream Theater tem feito desde Falling Into Infinity (1997), com canções de encerramento com uma duração maior que 11 minutos. Mesmo assim, essa pequena obra de arte de cinco minutos e meio merece toda a atenção dos fãs. Uma abordagem diferente, mas que agradou. Portanto, ponto positivo para o Dream Theater.
Em A Dramatic Turn of Events encontramos feeling, técnica, a escolha certa do que o vocal pode fazer em uma harmonia e o balanço que há muito não se via. Mostra também que o Dream Theater está mais vivo do que nunca, preparado para mais desafios com essa nova formação, já que a capacidade dos integrantes é inquestionável.
Gostei e dei nota 9 na minha resenha. Na minha opinião, é um dos melhores da carreira da banda.
A banda se supera cada vez mais…está no meu Top 3 por enquanto…atrás apenas de Images e Scenes…
Grande disco!!!
Bom…
Eu acho os últimos discos fracos, com apenas uma ou outra música mais legal. Escutei apenas uma música desse novo e ela não me chamou muito a atenção. Mas só vou ouvir depois que comprar o CD…rs
Se estiver no nível do Six Degrees já tá bom.
mui bom ,thiago*-*
Ficou ótimo o post, Sorensson 😉
Botou boas colocações, o importante é fazer a junção entre o conteúdo tecnico, sua opinição sem perder o lado emoção e isso vc fez muito bem continue assim….
valeu pelos comentários…marco, svensson e paola!!
e ao bueno…vai valer cada centavo essa aquisição hhehehe…vc vai gostar…
Como já vem fazendo ha alguns meses, mas uma ótima resenha do nosso amigo Thiago. Parabéns pelo conteúdo técnico e pessoal do texto, sempre muito informativo e detalhado. Ainda não ouvi o disco mais já estou resolvendo isso, rsrs.
Assim que ouvir venho aqui expressar minha opinião pessoal sobre o álbum… Abração!
P.S.: Ao ler a parte "a excelente “Breaking All Illusions”. Aliás, essa junção nos remete à dobradinha clássica “Wait for Sleep/Learning to Live” do álbum Images and Words (1992)" eu estava ouvindo coincidentemente o Live in Bonn, adivinha qual musica que começou a tocar aqui no meu player? ../