R.E.M. anuncia o final de suas atividades
Por Micael Machado
Foi com imensa surpresa que, neste 21 de setembro, li o anúncio, no site oficial do grupo, do final das atividades do R.E.M. Uma das mais importantes e relevantes bandas da cena rocker atual, os membros do trio decidiram parar enquanto ainda estavam no auge, sem brigas nem advogados, conforme informaram.
Parece que foi ontem, mas já faz vinte anos que descobri este grupo de Athens, Georgia (EUA), através de “Losing My Religion”, que fez muito sucesso nas rádios em 1991. De lá para cá, vim a conhecer toda a discografia desta excelente banda, e cheguei inclusive a assistir a um show inesquecível deles na tour de Accelerate (2008), excelente álbum que retomava a sonoridade que apresentavam no princípio da carreira. Desde a primeira vez que ouvi sua música no rádio, tornei-me um fã inveterado de sua sonoridade imprevisível, variando entre o rock quase visceral a baladas quase etéreas! De Chronic Town (1982), o primeiro EP, ao recente Collapse Into Now, deste ano, a discografia do R.E.M. é cheia de pontos altos, e raras bolas foras. Embora eu confesse que os discos sem o baterista Bill Berry (forçado a sair do grupo a partir de Monster, de 1994, devido a um AVC) não me chamem tanto a atenção quanto aqueles registrados ainda pela gravadora independente IRS, é certo que o grupo sempre primou pela qualidade em seus lançamentos, agradando a fãs de diversos estilos musicais com sua sonoridade e qualidade musical, a qual, infelizmente, estará ausente dos estúdios daqui por diante.
Os membros do trio (Michael Stipe – voz, Mike Mills – baixo e teclados, e Peter Buck – guitarra) não anunciaram o que farão no futuro de suas carreiras, musicais ou não. É certo que agora será lançada aquela enxurrada de discos com sobras de estúdios, coletâneas e diversos álbuns ao vivo, como quase sempre acontece em casos assim, onde a gravadora aproveita para ganhar algum dinheiro em cima dos fãs do “finado” grupo. Mas tudo bem! Em se tratando de R.E.M., mesmo esses lançamentos oportunistas deverão ter qualidade, e ajudarão a afastar a saudade desta querida banda.
Já vimos muitas vezes grupos consagrados anunciarem seu fim e, após um período de descanso (maior ou menor), voltarem à ativa, firmes e fortes. Se este não for o caso do R.E.M., que pelos menos seus membros continuem nos brindando com belas melodias em suas carreiras solo ou em novos grupos. Afinal, talento para isso eles têm de sobra.
Everybody hurts, take comfort in your friends…
Triste pela notícia. O REM é um das poucas bandas pós-anos 80 que eu gosto, e passei a gostar mais ainda depois desse showzão que o Micael falou. O carisma de Michael Stipe, a personalidade de Peter Buck e o talento de Mike Mills serão ausências certas. Não creio nas enxurradas de lançamento, até pq a IRS já consegui sugar tudo o que tinha em versões DELUXE dos álbuns daquele período, ou nos próprios relançamentos em CD. A Warner talvez explore um pouco mais a imagem.
Enfim, mais uma grande banda que se vai, nos mostrando que o tempo passa, e quem não aproveita, acaba perdendo a oportunidade de adquirir mais momentos de felicidade em sua vida, algo que o REM me deu de sobras, e ainda ira dar através de albuns essenciais como Automatic for the People, Murmur ou Document.
Em tempo, Bill Berry saiu depois de New-Adventures in Hi-Fi, de 1996. Esse foi o último álbum a conter canções com ele na bateria