Podcast Grandes Nomes do Rock # 33: Dream Theater – Parte 2

Podcast Grandes Nomes do Rock # 33: Dream Theater – Parte 2



Por Mairon Machado

Esse mês, o Podcast Grandes Nomes do Rock continua com a história do Dream Theater, agora, a partir do álbum Six Degrees of Inner Turbulence, lançado em 2002, chegando aos dias atuais do grupo. Em duas horas de programa, conheceremos um pouco das canções do grupo nesse período, além de ouvir os clássicos gravados nos famosos Bootlegs em homenagem à grandes álbuns do rock, e também grupos contendo os membros atuais do Dream Theater em sua formação.

Com muito material composto e gravado, novamente o Dream Theater estava com um álbum duplo nas mãos, o qual desta vez teve o aceite da gravadora para sair nesse formato. Six Degrees of Inner Turbulence, lançado em 29 de janeiro de 2002 manteve, a linha de Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory, apresentando longas suítes no CD 1, tratando de temas como alcoolismo, perda de fé, morte e auto isolamento, enquanto que o CD 2 inteiro é dedicado para a longa faixa-título, com mais de 42 minutos de duração.
“Six Degrees of Inner Turbulence” é uma complicada experiência no mundo sonoro do Dream Theater. Dividida em oito partes, é mais uma canção do grupo a tratar sobre problemas mentais. Desta vez, temos seis pessoas que sofrem cada uma de: bipolaridade, estresse pós-traumático, esquizofrenia, depressão pós-parto, autismo e personalidade dissociativa, as quais são expressas através de diferentes estilos, como o folk, o jazz, a música clássica, e claro, o heavy metal e o progressivo. Outra canção que merece destaque é “The Glass Prison”, a primeira parte do que foi chamado de “Twelve Step Suite”, que conta como Portnoy conseguiu se re-habilitar do seu vício com o álcool. Esse foi o segundo Meta-album da carreira do Dream Theater.
Dream Theater 2001: John Myung, John Petrucci, James LaBrie, Mike Portnoy e Jordan Rudess
Mais uma vez, um álbum dos americanos era aclamado tanto por crítica quanto por fãs. Seguiu-se mais uma longa turnê, com a voz de LaBrie começando a dar indícios de melhoras, enquanto Portnoy passava a ditar o rumo do grupo com mais autoridade, chegando ao ponto de ameaçar despedir LaBrie se ele não cuidasse de sua voz. Nessa turnê, surge uma novidade: a apresentação na íntegra de um álbum de outra banda famosa. Nesse período, os álbuns que o grupo apresentava eram Master of Puppets (Metallica) e The Number of the Beast (Iron Maiden).
No ano seguinte, uma rápida turnê ao lado do Fates Warning e do Queensryche, e no dia 11 de novembro é lançando Train of Thought, que traz muitas influências do heavy metal, principalmente dos grupos que o Dream Theater estava “coverizando” no palco (Metallica e Iron Maiden), sendo com certeza o mais pesado disco do grupo. Esse se tornou outro grande sucesso de crítica, mas para os fãs que se acostumaram com o rock progressivo, o som pesado não pegou bem. Por outro lado, uma nova geração de fãs passou a seguir o grupo, voltados para o som pesado que o quinteto estava fazendo.
Dream Theater 2003: John Myung, Mike Portnoy, James LaBrie,  Jordan Rudess e John Petrucci
O grande destaque do álbum ficou para a faixa de abertura, que apresenta no seu início os últimos acordes de “Six Degrees of Inner Turbulence”, chamada “As I Am”. Além dela, “This Dying Soul” (a segunda parte da “Twelve Step Suite”) e “In the Name of God”, além da instrumental “Stream of Consciouness”, são as melhores canções das sete que preenchem o álbum.
Outra gigantesca turnê mundial aconteceu. Dessa vez, o grupo teve o privilégio de abrir para o Yes, uma das maiores influências da banda, durante a perna americana da mesma. Dessa turnê, surgiu o CD/DVD Live at Budokan, gravado em Tóquio e lançado em outubro de 2004. Aqui, os shows do Dream Theater tornam-se cada vez mais especiais, já que o grupo passa a criar set lists diferentes para cada apresentação.
Encerrada a turnê, voltam para os estúdios, e em 07 de junho de 2005, lançam o oitavo álbum, Octavarium, o qual deu novamente uma mudança no som do grupo, voltando para o progressivo, com destaque para a longa faixa-título, com seus 24 minutos de duração. Outros destaques vão para “These Walls” e a terceira parte da “Twelve-Step Suit”, aqui batizada de “The Root of All Evil”.
Dream Theater, ao vivo em 2005
Depois de ter conquistado os fãs do metal, a crítica acabou caindo em cima do álbum, e os próprios fãs não aceitaram muito bem o retorno ao progressivo. A ideia de construir canções trabalhadas com o sistema de oitavas, além do emprego de uma orquestra, não foi visto positivamente, e o disco acabou vendendo pouco em relação ao seu antecessor. Esse foi o último álbum do grupo com a gravadora Elektra.
O Dream Theater seguiu com as apresentações nos palcos, passando novamente pela América do Sul, com concorridos shows em São Paulo, onde em um show extra, apresentam o álbum Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory, na íntegra. Outros shows dessa turnê, como em Buenos Aires, viram o álbum ser interpretado em sua totalidade, enquanto que diversas cidades acabaram presenciando a execução completa do álbum The Dark Side of the Moon (Pink Floyd), porém interpretado pelo Dream Theater.
Em 2006, o álbum cover da vez a ser interpretado pelo grupo, foi Made in Japan, do Deep Purple. Comemorando os 20 anos de carreira, lançam a turnê Gigantour, ao lado de Megadeth, Fear Factory, Symphony X e Nevermore. Dessa Gigantour, diversos CDs foram gravados e lançados no formato Official Bootleg, através do fã-clube do grupo. Os bootlegs oficiais tornaram-se mais uma preciosidade para os fãs, que podem adquirir material de ótima qualidade através  dos lançamentos da Ytsejam Records. O último show da turnê, no Radio City Music Hall, foi registrado no CD/DVD Score, lançado em 2006 pela Rhino Records, sendo este o primeiro show do grupo a ter a companhia de uma orquestra.
Lançamentos da YtseJam Records

Após o show no Radio City Music Hall, o grupo decidiu entrar em férias, as primeiras em dez anos. Nesse período, assinam um contrato com a Roadrunner Records, uma afiliada da Atlantic Records, e na volta das férias, voltam para os estúdios, onde compõem e gravam Systematic Chaos. Lançado em junho de 2007, ele alcançou a décima nona posição na parada da Billboard. O grande destaque vai para a épica “In the Presence of Enemies”. A história dessa canção pode ser conferida na análise feita pelo colaborador Micael Machado para o Consultoria do Rock. Outras canções que merecem destaque são “Prophets of War” e “The Dark Eternal Night”, além das participações mais que especias de Joe Satriani, Steve Vai, Neal Morse e Jon Anderson, e de mais sete convidados, na canção “Repentance”, a quarta parte da “Twelve Step Suite”.

Systematic Chaos se tornou o álbum mais vendido do Dream Theater nos Estados Unidos, quando de seu lançamento, até aquele momento, conquistando a décima nona posição. Além da versão normal, esse álbum recebeu lançamentos especiais, sendo um deles com o formato 5.1 Surround e outro com um documentário de aproximadamente 20 minutos narrando a construção das canções do mesmo, intitulado Chaos in Progress: The Making of Systematic Chaos.
Sequência de imagens do livro Lifting Shadows

Nesse mesmo ano, saiu o livro Lifting Shadows, também lançado em um formato Box Set, contando a história do grupo desde seu início e trazendo muitas imagens raras. Seguiu-se uma bem sucedida turnê, batizada de Chaos in Motion Tour, que durou de junho de 2007 até junho de 2008, passando pela Europa, onde o grupo tocou em diversos festivais, e também nos Estados Unidos, onde o show do dia 30 de julho, em Salt Lake City, culminou com a proclamação do Dream Theater Day pelo governador do estado de Utah, Jon Huntsman Jr. O Dream Theater ainda tocou na Ásia, América do Sul e, pela primeira vez, na Austrália. No total, foram 115 shows em 35 países diferentes.

Em 2008, sai a primeira coletânea oficial, Greatest Hit (… and 21 Other Pretty Cool Songs), que além de clássicos do grupo, contém três re-mixes de canções do álbum Images and Words, cinco versões editadas de canções já lançadas anteriormente e uma faixa inédita, e o grupo volta novamente a excursionar, agora com a Progressive Nation 2008, a qual passou apenas por cidades onde o grupo ainda não havia tocado, ou onde não tocavam há algum tempo.
Em setembro daquele ano, chegou às lojas o DVD Chaos in Motion 2007 – 2008, com canções registradas em várias cidades por onde a Chaos in Motion Tour passou. Esse DVD saiu em dois formatos: um na versão normal, dupla, e outra na versão dupla mais três CDs. Ambos os formatos chegaram para os fãs ainda em 2008.
A versão DELUXE de Black Clouds & Silver Linings
Depois de um breve descanso, o grupo concentra-se no décimo álbum de estúdio. Black Clouds & Silver Linings chegou às lojas em 23 de junho de 2009, e foi lançado tanto em CD quanto em vinil, além de uma edição especial com três CDs, sendo um deles apenas com covers, intitulado Uncovered 2008 / 2009, coverizando canções como “Stargazer” (Rainbow), um medley para canções do Queen, “Odyssey (Dixie Dregs), “Take Your Fingers from My Hair” (Zebra), “Lark’s Tongues in Aspic Part II” (King Crimson) e “To Tame A Land” (Iron Maiden). O terceiro CD apresenta apenas versões instrumentais para as canções do álbum.
Porém, a versão cobiçada pelos fãs é a apetitosa DELUXE COLLECTORS, a qual é uma edição em formato Box Set, embalada em folhas de prata em uma caixa de veludo negro, trazendo os 3 CDs, um LP de 180 gr, um DVD com o áudio isolado de cada instrumento para cada canção, um litógrafo da capa do álbum autografado por Hugh Syme (artista que desenvolveu a arte do mesmo) e um mouse pad. Além disso, os que adquiriram essa versão no formato Pre-Order (antes do lançamento), também puderam baixar semanalmente as canções que ainda estavam sendo gravadas. Dentre as 14 mil cópias lançadas, 100 traziam um ingresso de prata para o fã e um convidado encontrar os membros da banda durante um jantar.
Esse se tornou o álbum mais bem sucedido da carreira do Dream Theater, chegando na sexta posição na Billboard quando de seu lançamento, e vendendo mais de 40 mil cópias apenas na primeira semana no país. O álbum apresenta canções que relatam problemas pessoais vividos pelos integrantes do Dream Theater, principalmente Portnoy, que escreveu “The Best of Times” em homenagem à seu pai, falecido de câncer, assim como “A Nightmare to Remember” narra um acidente de carro no qual o baterista esteve envolvido, entre outros temas. O grande destaque porém ficou com “Wither”, que recebeu um single contando com uma versão alternativa somente com voz e piano, uma versão com John Petrucci nos vocais e também uma versão de “The Best of Times”, com Portnoy nos vocais. “A Rite of Passage” é outra canção desse álbum que merece a atenção dos fãs.

Single de “A Rite of Passage”
Com Black Clouds & Silver Linings, Petrucci foi indicado como o segundo melhor guitarrista da história do heavy metal pelo escritor Joel McIver, em seu livro The 100 Greatest Metal Guitarists, semanas após o álbum. A Progressive Nation Tour veio na sequência, agora, ao lado de grupos como Opeth, Unexpect e Bigelf. Na perna americana, Zappa Plays Zappa, Bigelf e Scale the Summit foram responsáveis por abrir os shows. O grupo lançou um vídeo promocional para “Wither” em novembro de 2009, e ao término da Progressive Nation Tour, gravou a canção “Raw Dog”, a qual fez parte do EP God of War: Blood & Metal, o qual é trilha sonora do jogo de mesmo nome. Essa canção foi o último registro de Portnoy, que decidiu afastar-se dos trabalhos com o Dream Theater.
Após mais uma grande turnê, que passou por Austrália, América do Sul, América do Norte e Europa, em setembro de 2010, mesmo mês que John Myung recebeu o prêmio de melhor baixista de todos os tempos, Portnoy anunciou seu afastamento do Dream Theater, alegando problemas pessoais, principalmente cansaço e pouco tempo para viver com sua família. Na verdade, Portnoy propôs uma pausa no grupo, mas os demais membros não concordaram, e então, o baterista decidiu seguir seu próprio rumo, indo gravar com o grupo Avenged Sevenfold.

Mike Mangini, Jordan Rudess, James LaBrie, John Myung e John Petrucci
Porém, o baterista, que ganhou 23 prêmios de melhor baterista eleito pela revista Modern Drummer, e foi o mais jovem baterista a ser nomeado para a Calçada da Fama da bateria, não foi bem sucedido na sua ideia, e tentou voltar ao Dream Theater, mas já era tarde. O quarteto restante já estava em busca de um novo baterista, e não iria voltar atrás na decisão. Depois de diversas audições para encontrar um novo baterista, a expectativa entre os fãs crescia cada vez mais. Em abril de 2011, o documentário The Spirit Carries On apresentava o processo de busca pelo novo baterista aos fãs. No total, sete músicos estavam sendo testados pelo Dream Theater: Marco Minnemann, Virgil Donati, Thomas Lang, Derek Roddy, Aquiles Priester, Peter Wildoer e Mike Mangini. No final daquele mês, finalmente o nome do novo baterista era revelado: Mike Mangini.
Ao mesmo tempo em que buscavam o novo baterista, o grupo já gravava o material para seu próximo álbum. No dia 09 de junho de 2011, foi disponibilizada on-line a primeira canção gravada para o novo álbum, “On the Back Angels”, que já agradou os fãs logo na primeira audição. Finalmente, no último dia 13 de setembro, A Dramatic Turn of Events chegou às lojas, alcançando a oitava posição em vendas logo na primeira semana de vendas.

Versão Box Set de A Dramatic Turn of Events

Imprensa especializada e fãs têm admirado o trabalho de A Dramatic Turn of Events, apesar da difícil assimilação nas primeiras audições. A estreia de Mangini foi bem recebida, e apesar da incerteza que pairava sobre sua capacidade de conseguir substituir Mike Portnoy, o baterista conseguiu executar a façanha com muito talento. Os principais destaques ficam por conta das canções “On the Back Angels”, “This is the Life” e a longa “Breaking All Illusions”.

O grupo voltou aos palcos, onde está em turnê com a A Dramatic Turn of Events Tour, trazendo aos fãs aquilo que eles esperam de um show do Dream Theater: perfeição, talento, virtuosismo, improvisações e grandes canções.
Discografia do Dream Theater, de 2002 até 2011
Track list Podcast # 32: Dream Theater – Parte 1
Bloco 01
Abertura: “Pull Me Under” [do álbum Images and Words – 1992]
“Another Won” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“The Ytse Jam” [do Álbum Once in a Livetime – 1998]
“A Change of Seasons” [do EP A Change of Seasons – 1995]
“Beyond This Life” [do álbum Metropolis Pt 2: Scenes from a Memory – 1999]
Bloco 02
Abertura: “Metropolis Pt. 1” [do álbum Live at the Marquee – 1993]
“YYZ” [do bootleg Live in São Paulo – 2010 (Rush)]
“The Camera Eye” [do bootleg Live at Molson Amphiteatre, Toronto – 2009]
“Time” [do bootleg Breaking all Illusions – 2003 ]
“Great Gig in the Sky” [do álbum The Dark Side of the Moon – 1973 (Pink Floyd)]
“Achilles Last Stand” [do álbum Presence – 1976 (Led Zeppelin)]
Bloco 03
Abertura: “Hell’s Kitchen” [do álbum Falling into Infinity – 1996]
“I’m About to Faint Song” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“Mosquitos in Harmony Song” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“John Thinks He’s randy Song” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“John Thinks He’s Yngwie Song” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“Mike Thinks He’s Dee Dee Ramone Introducing a Song Song” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“Gnos Sdrawkcab” [do álbum The Majesty Demos 1985 / 1986 – 2003]
“Sweetheart” [do álbum Franke & The Knockouts – 1981 (Franke & The Knockouts)]
“We All Need Some Light” [do álbum SMPT:e – 2000 (Transatlantic)]
“False Start” [do álbum Blood – 2009 (OSI)]
“Little Secret [do álbum 2 – 2011 (Black Country Communion)]

Encerramento: “Scene Nine – Finally Free” [do álbum Metropolis Pt 2: Scenes from a Memory – 1999]

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