Discografias Comentadas: Deep Purple – Parte II [1984 – 2011 ]
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Por Micael Machado
Diversas coletâneas e alguns álbuns ao vivo foram lançados nesse período, mantendo o nome do Deep Purple vivo. Destes itens, merece destaque a compilação Powerhouse (que contém músicas até então inéditas) Do lado ao vivo, não poderíamos deixar de citar o magistral Live In London (com a MK III) e o sublime In Concert, com gravações da MK II para a BBC feitas em 1970 e 1972.
Por volta de 1982, o retorno da MK II já era dado como certo nos meios musicais, tanto que Gillan havia desfeito sua Ian Gillan Band para se dedicar
ao renascido Deep Purple. Porém, as obrigações contratuais de Blackmore e Glover com o Rainbow, e de Lord com o Whitesnake (Paice já estava tocando
na banda de Gary Moore nessa época), atrasaram a volta da banda, o que deu tempo para Gillan entrar para o Black Sabbath, gravando o excelente (e ainda hoje subestimado) Born Again e fazendo a turnê de promoção do mesmo.
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Mark II em 1984: Ritchie Blackmore, Ian Gillan, Ian Paice (acima), Jon Lord e Roger Glover (abaixo) |
Em 1984, nada mais impedia o quinteto de se reunir, e a MK II estava de volta para mais uma vez colocar o mundo inteiro a seus pés! Será mesmo?
Perfect Strangers [1984]
The House Of Blue Light [1987]
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Mark V: Ritchie Blackmore, Ian Paice, Joe Lynn Turner, Jon Lord e Roger Glover |
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Mark II em 1993: Roger Glover, Ritchie Blackmore, Jon Lord, Ian Gillan e Ian Paice |
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Mark VI: Ian Gillan, Ian Paice, Joe Satriani, Roger Glover e Jon Lord |
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Mark VII: Steve Morse, Roger Glover, Jon Lord, Ian Gillan e Ian Paice |
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Mark VIII: Ian Paice, Roger Glover, Ian Gillan, Don Airey e Steve Morse |
Para o lugar de Lord, foi escolhido o experiente Don Airey, que tocou praticamente com todo mundo que importa no mundo do rock, sendo que podemos citar Black Sabbath, Rainbow, Whitesnake, Ozzy Osbourne (é dele a intro de “Mr. Crowley”, do primeiro disco da Blizzard Of Ozz), Jethro Tull, Gary Moore, Collosseum II e uma infinidade de outros grupos. O músico foi muito bem aceito pelos fãs (até por seu passado de certa forma ligado ao Purple pelas participações no Rainbow e Whitesnake), e, com ele, estava formada a MK VIII do Deep Purple, que permanece junta até hoje.
Já tratei deste álbum aqui no blog quando do lançamento da sua Tour Edition no Brasil pela Hellion Records. Um disco superior aos anteriores com Morse (exceto, claro, Purpendicular), apesar de manter o mesmo estilo destes. Don Airey aparece mais solto, colocando seu estilo nas composições ao invés de apenas emular Jon Lord, como em passagens do disco anterior. Boas canções como a faixa título, “Money Talks“, “Clearly Quite Absurd” e “Kiss Tomorrow Goodbye” convivem lado a lado com outras que, se não chegam a empolgar o ouvinte, passam longe de ser uma decepção. A Tour Edition mencionada merece destaque em relação à versão normal, não só pelas faixas extras, mas também pelas versões ao vivo que comparecem no segundo CD. Longe de ser um clássico na carreira da banda, Rapture of the Deep é um belo álbum, que, aparentemente, encerra a carreira do Deep Purple no que diz respeito a gravações de estúdio.
Recentemente, membros do grupo deram declarações de que não veem sentido em lançar um novo disco de estúdio, devido ao pouco retorno que este formato dá aos artistas e gravadoras hoje em dia. O grupo segue em uma incessante turnê, tendo inclusive passado recentemente pelo Brasil mais uma vez, novamente com bastante sucesso. Até quando o Púrpura Profundo seguirá na estrada, só o tempo dirá, mas com certeza milhares de fãs continuarão acompanhando esta verdadeira lenda do rock ao longo do seu caminho.
Eu parei de me interessar pelo Purple no álbum Who do we think we are, que também não achava nenhuma maravilha. E mesmo após ler este ótimo texto do Micael, não tenho a menor intenção de redescobrir a banda. Aconteceu o mesmo com o Sabbath após Sabotage e tantos outros grupos da época. Acho que de repente, lá pelos 20 anos, fiquei velho, careta e preconceituoso. Vejo muito roqueiro vetusto como eu dizer a mesma coisa: que bom mesmo era o Sabbath com o Ozzy, o Purple com o Gillan, que o rock deu tudo o que tinha que dar até 74, essas bobagens… A verdade, pelo menos a minha, é que a emoção que o rock causa na gente aos 16, 17 anos, jamais será superada, daí a preferência pelos álbuns que ouvíamos naquela época. Não que a gente deixe de descobrir coisas tão boas ou melhores depois. Mas daí a gente é um adulto babaca, cheio de responsa. A intuição foi embora e aquela magia já não é a mesma. Agora, dá licença que eu vou cortar os pulsos, hehe…
Se vc parou ai mano vc perdeu verdadeiras obras dessa arte chamada música… O disco que veio depois dele então chamado Burn… Meu Deus que disco 🤘🏻
Marco, sei que estás de brincadeira, mas recomendo que não cortes os pulsos, pois seria uma enorme perda para nós, que ficaríamos sem um grande amigo e alguém com enorme conhecimento musical, capaz de nos instruir por anos e anos… ainda mais por um motivo tão fútil como não achar mais prazer na música atual… meu irmão Mairon tem menos de 30 anos e também não se encanta mais com grupos novos há tempos… mas vive descobrindo coisas obscuras do final dos 60 e início dos 70, e vai vivendo feliz com essas "novidades"…
Não sei se é o fato de termos virado "adultos babacas, cheios de responsa", ou se é a música atual que não tem mais a qualidade e aquele ar de novidade da música dos seventies. Afinal, seja o que for que surja hoje em dia, se pode comparar a isso ou aquilo, dificilmente é algo original. Naquela época não havia comparação, a não ser entre as próprias bandas, e como comparar, por exemplo, Led, Purple e Sabbath, tão diferentes musicalmente apesar de jogadas no mesmo balaio do hard rock? Mesmo as bandas que chamam a atenção neste 2011 são meras "requentações" de algo feito entre 35 a 50 anos atrás… e muitos preferem a coisa "original" do que a cópia requentada, certo?
E os poucos sobreviventes, como o Purple, mudaram seu estilo, adaptaram-se a exigências da idade, do mercado ou das próprias limitações físicas, e acabaram perdendo um pouco da originalidade do início… ou então entraram em um processo semi-automático de auto-cópia, como o Motorhead e o AC/DC, sem ousar muito além do que já fizeram antes… Então, a novidade e a sensação de "conhecer algo diferente" se perde entre tantas recriações do mesmo tema… aí fica difícil se identificar com os novos "bons sons" do mundo da música…
Viva a música gravada entre 1967 e 1977… época dourada do rock mundial!
Bom, vamos por partes:
Primeiro, viva a música gravada entre 67 e 77… época dourada do rock mundial!!!
Segundo, eu estava me referindo às bandas de grande longevidade, como Purple, Sabbath, Rolling Stones… que ainda fazem a cabeça de muito garoto que está descobrindo o rock agora e eles conseguem se emocionar com os discos que essas bandas gravaram há pouco, coisa que não acontece mais comigo.
Mas não tenho preconceitos em relação às bandas novas. O que eu tenho é preguiça de acompanhá-las e mantenho certo ar blasé de achar que elas não estão criando nenhuma novidade. O que é injusto. Todas as bandas partiram de alguma referência. A diferença é que nas bandas novas a referência é muito maior devido ao aumento de opções ao longo dos anos.
O rock é um saco sem fundo de oportunidades. Somos capazes de descobrir todos os dias pelo menos uma banda boa que não conhecíamos. Seja ela dos 50, 60, 70 e por aí vai. Eu só acho (repito, é uma opinião minha e respeito todas as outras) que é possível e até saudável você ouvir de tudo, mas concentrar seu interesse maior em uma determinada época.
É como coleção de selos. Ou você procura um tema e forma uma coleção temática de respeito ou está apenas juntando selos aleatoriamente.
Eu tenho alguns temas de interesse no rock e é nisso que eu concentro minha atenção e o pouco tempo que tenho para isso. E não estou falando apenas de rock dos anos 60/70. Tem coisas mais novas e mais velhas, tem outros gêneros também. Não vou trocar isso pela audição acurada do Perpendicular, do Purple, por exemplo. E para ser sincero, acho que o Purple também está cagando e andando para a minha opinião sobre seus discos. Então estamos quites.
Tches
Primeiramente, quero aqui complementar a primeira parte. Eu realmente desconsidero essa fase de 84 para ca do Purple. O melhor disco deles nesseperiodo é o Slavesand Masters, simplesmente pq é uma copia do que era o Rainbow no final da carreira. O Gillan, depois de ter cantado mito no Born Again, nunca mais foi o mesmo. O Paice se tornou um baterista simples. O Glover nunca evoluiu. A saida do Lord e a entrada do Airey até deu umacara nova, mas nada comparavel ao que foi a banda um dia. E o Morse é um mala sem alça. Aquelas escalas dees são tão manjadas que nem ele aguenta tocar mais. Muito, mas muito chato de ouvir sempre a mesma coisa…
Quanto ao fato de ouvir coisa nova, eu tento ouvir de tudo. Adoro progressivo, hard setentista e jazz. Eses são os meu estilos e o que eu corro atrás. Claro, sempre tem um que outro estilo que atrai, mas a maioria do material que eu tenho fica entre os três. Ja ouvi muita banda nova, e tem muita banda boa (esse ano mesmo, a Massahara surpreendeu positivamente). Agora, dessas bandas antigas, é dificil pegar um disco novo e dizer "que disco bom". O Yes tem feito isso. Magnification é otimo, e o Fly From Here é uma perfeita sequência do Drama. Os stones, apesar dos pesares, manteram-se na media, mas a criatividade diminuiu, assim como o AC/DC e o Motorhead citados pelo micael. O Próprio Rush, a vergonha do ano, parece q desisitu do albm novo.
A desculpa do Purple de "nao render mais dinheiro" pode ser influencia em fazerem discos sem criatividade, mas sinceramente, os discos nao vendem pq as musicas nao sao boas. É um circulo vicioso: um sem vontade de tocar por que nao tem dinheiro, outro sem dinheiro e não dando vontade de tocar.
Em compensação, descobrir grupos como Bodkin, Silberbart, Mu, Beggar Opera, Ekseption, Trace, Veludo Azul, Almendra, e por ai vai, isso ainda me atrai. Parece q os anos 70 tinham uma magia maior. Nao importava o dinheiro. Era botar para fora a raiva do mundo, a raiva contra a guerra do vietnã, a ditadura, os hippies, a guerra espacial, …, e isso era feito diretamente na musica. Hoje, o rock em geral virou um dramalhão sem criatividade. Dai, quando o Judas lança uma obra-prima como Nostradamus, o disco é queimado em praça publica, e o grupo acaba em uma turne dedespedida sem o seu maior guitarrista. Uma pena, pois eu ainda tinha esperanças de ouvir uma sequencia para o Nostradamus, o melhor disco do Priest desde o Painkiller.
Outra banda q nao da para aturar mais é o Iron Maiden. O Final Frontier é bom, mas sinceramente, é mais do mesmo. Desde os tempos de Seventh Son que o Iron se prendeu em uma base formada por Em C D, e dali, solos, o Dickinson cantando cada vez pior, e musicas longas e que sao legais deouvir uma ou duas vezes.
E por ai vai, vou ouvir quicksilver messenger service e os tres primeiros poco q eu ganho mais.
Sugestão de domingo: Chicago Transity Authority (os tres primeiros álbuns)
Mairon
Não gostar do que o Maiden faz atualmente é até compreensivel, mas falar q o Dickinson tá cantando cada vez pior é um absurdo.
Os primeiro discos do Chicago me arrepiam até hoje. Adoro brass bands. Mas se alguém tiver curiosidade de saber no que consiste meu gosto musical, pode começar por aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=79415805&tid=5525281920944914013
Isso explica melhor do que qualquer coisa que eu possa ficar escrevendo por aqui.
Fernando, eu não consigo ouvir mais o Bruce cantando. Eu acho q ele nao canta bem faz horas. Hoje em dia, eu prefiro ouvir o Virtual XI do que o Brave New World, com certeza. Pelo menos o Blaze ainda consegue cantar alguma coisa.
Parabéns Mica e Mairon! excelente post… a explanação sobre a carreira do grupo foi fantástica! só não concordo com os comentários do Slaves and Masters! Treta Treta Treta! rsrsrs e obrigado por mencionar a minha resenha sobre o álbum! mais uma vez, parabéns!
abraços
gostei muito da discografia…
muito bem feita e muito bem escrita..
tb acho q o DP era iuncrivelmente melhor de 70 a 76,,,,
não gosto da mark I e acho q mark IV fraquissima ao vivo….
mas o disco do mark IV é legal…
ouvi esse disco ao vivo lançado, "phoenix rising" do mark IV e achei muito ruim, o bolin nem conmseguia tocar de tão chapado q o cara tava..
tb gosto de alguns discos do DP depois da reunião, mas os de 70 e 75 são otimos..
Muito bom o post, amo o Deep, banda foda, só discordo quando você diz que Wasted Sunsets foi a pior coisa feita por eles até então, pois eu acho a música muito foda, uma linda melodia e com solos perfeitos, mas é isso ai, vlw !
Olá
Vcs pretendem fazer o Test Drive do último e provável disco de despedida da banda, inFinite? (Acho que essa seria a matéria mais ideal pra perguntar)
Ótima sugestão Raphael, vamos lançar a ideia ao pessoal aqui.
Boa!!