Direto do Forno: Psychotic Eyes – I Only Smile Behind The Mask [2011]
Por Leonardo Castro
Quatro anos após o autointitulado álbum de estreia, o Psychotic Eyes retorna com um novo lançamento, I Only Smile Behind the Mask. Produzido por Jean François Dagenais, guitarrista do Kataklysm, o disco mostra a banda em ótima forma, investindo em uma mistura de death e thrash metal extremamente técnica e empolgante, lembrando a sonoridade da fase final do grande Death, principalmente dos álbums Symbolic (1995) e The Sound Of Perseverance (1998), com uma pitada mais melódica da cena de Gotemburgo, além de uma pegada thrash metal que remete ao esquecido Sacrifice, do Canadá.
Gravado pelos membros originais Alexandre Tamarossi (bateria) e Dimitri Brandi (guiatarra e vocal), com o auxílio do experiente baixista Rodrigo Nunes (ex-Drowned e Eminence), o disco tem ínicio com a excelente ”Throwing Into Chaos”, dona de um riff sensacional e um belíssimo trabalho de bateria, que remete diretamente ao Death, com uma pegada bem thrash e diversas mudanças de andamento. Os vocais, mais gritados que urrados, lembram o de Rob Urbinati, do Sacrifice, principalmente no álbum Apocalypse Inside (1993). Os solos de guitarra também são destaque, criativos e marcantes.
A pegada thrash metal continua no primeiro riff da faixa seguinte, “Welcome Fatality”. Mas depois do riff inicial, a música tem um andamento que lembra os bons tempos dos primeiros trabalhos do In Flames, com ótimas passagens de guitarra. “Dying Grief” também remete à cena de Gotemburgo, com belos riffs de guitarra e passagens mais melódicas e melancólicas. O lado mais pesado e agressivo aparece novamente na faixa título do álbum, que também é um dos destaques do disco, assim como “The Humachine”, que tem um trabalho espetacular de bateria e um solo excelente, e também lembra a fase mais técnica do Death, com riffs e levadas bem quebrados. Já “Life” e “The Girl”, as músicas mais lentas do disco, têm o clima épico que o Dark Tranquillity atingiu em músicas como “Lethe”, do The Gallery (1995).
Em resumo, I Only Smile Behind the Mask mostra um Psychotic Eyes maduro, com um som que deixa claro de onde as influências da banda vêm, mas que ao mesmo tempo é repleto de atitude e identidade. Também é impossível não citar o cuidado que a banda teve com as letras, fugindo do óbvio e abordando temas bastante interessantes, além de contar com a participação de Adriano Villa, poeta responsável pelas letras do projeto Hamlet, na faixa “Throwing Into Chaos”.
A banda optou por não prensar I Only Smile Behind The Mask em mídia física, deixando o álbum disponível para download em seu site oficial, www.psychoticeyesbrazil.blogspot.com. Mas se por um lado isso facilita o acesso de mais fãs à música da banda, por outro deixa os colecionadores, como nós da Consultoria, frustrados por não podermos ter um trabalho tão legal literalmente “em mãos”. Extremamente recomendado para os fãs do estilo e das bandas citadas.
Track list:
1. Throwing Into Chaos
2. Welcome Fatality
3. Dying Grief
4. Life
5. I Only Smile Behind the Mask
6. The Humachine
7. The Girl
Psychotic Eyes é "A" banda. Por remeter ao saudoso Death muitas vezes, acaba por preencher o espaço deixado pelo saudoso Chuck.
Nesse álbum, mais técnico que o anterior auto-demonimado, a garra, o "punch", aliam-se ao bom gosto musical e com certeza, vão quebrar muitos pescoços por aí. Baixe (uma atitude louvável da banda em disponibilizar gratuitamente o álbum) e não deixe pedra sobre pedra.
Parabéns aos músicos e a esse blog muito bom.
Marcos Ripp
Malandro… com essa descrição, ainda mais com as associações à melhor banda que já existiu neste planeta, o glorioso Death, é certo que vou correr atrás hoje mesmo…