Por Pablo Ribeiro
Simples: Worship Music é o melhor disco de thrash (e do metal em geral) de 2011! Então saia da frente do seu computador – iPad, iPhone ou qualquer geringonça moderna – e vá já comprar o seu!
Ah, sim, a resenha (sejamos um pouco mais eloquentes): Worship Music viu a luz do dia após uma conturbadíssima fase do Anthrax. Depois de uma reunião com a formação clássica da banda, que contava com o guitarrista Dan Spitz e o lendário vocalista Joey Belladonna, para uma turnê comemorativa, a ideia do núcleo fixo da banda – o baixista Frank Bello e os membros originais Charlie Benante (bateria) e o guitarrista Scott Ian – era voltar aos trabalhos com a formação da época com o cantor John Bush – então havia quase 15 anos com o Anthrax – e Rob Caggiano nas guitarras.
Por motivos até hoje não totalmente esclarecidos, Bush se recusou a voltar para o grupo, preferindo manter seu posto de vocalista no Armored Saint. Já com várias ideias avançadas para composições, os quatro americanos se viram em um beco sem saída – e sem vocalista. Até que chegaram ao nome do também americano Dan Nelson (das desconhecidas bandas Tomorrow’s Ghost e Black Gates) para o posto.
Dono de um timbre de voz situado entre o próprio John Bush e Phil Anselmo (Pantera, Down), Nelson parecia ser o cara ideal para o posto, e assim, o grupo começou o processo de composição. Por motivos também não muito bem explicados, Nelson e os outros integrantes do grupo (Bello, principalmente) se desentenderam, brigando feio, culminando em um belo pé na bunda de Nelson. Bush foi novamente procurado, e de novo disse “não”! Ian, Benante e Bello, então, voltaram-se para o óbvio: a tal “formação clássica” do Anthrax. Ou quase….
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Anthrax em 2011: Scott Ian, Frank Bello, Joey Belladona, Charlie Benante e Rob Caggiano |
Dan Spitz se recusou a voltar por questões de ordem pessoal, já Joey Belladonna aceitou de primeira a vaga. Com Caggiano no lugar de Spitz, o Anthrax estava pronto para retomar as composições – e posteriores gravações – de seu próximo disco… e que disco! Worship Music é uma paulada thrash como há muito não se via, e é sem dúvida um dos melhores discos do Anthrax em anos (e olha que os caras tiveram muitos acertos na carreira). Todas as características da banda estão aqui: os fantásticos leads de Scott Ian e a bateria absurdamente precisa de Benante continuam sendo a força matriz do grupo.
É impressionante o que esses dois tocam! Benante aliás, é um dos pais dos famigerados blast beats e, no thrash, seu domínio técnico pode ser comparado somente ao de Dave Lombardo (Slayer), outro monstro do estilo. Quanto a Ian, esse está mais rápido e preciso, gerando riffs e leads de guitarra destruidores, pulverizando o que estiver pela frente. Ainda assim, a cadência e o groove, diferencial do Anthrax quando comparado aos seus irmãos de estilo, estão lá, com toda força e peso costumeiros! Completam o time instrumental o também veterano Frank Bello, com seu baixo “gordo” e veloz, perfeitamente encaixado com Ian e Benante, e o já não tão novato Caggiano, que não fica atrás, preenchendo com maestria os espaços que lhe cabem.
Mas e Joey Belladonna? Muito se especulou sobre sua voz ter perdido a qualidade, ou sobre ele ter perdido o pique, tanto para cantar quanto na sua performance do palco. Afinal, desde sua saída do Anthrax no começo dos anos 90, Joey lançou três discos de estúdio e uma coletânea de sobras, e pouco se ouviu falar dele, ficando mesmo marcado como o “ex-cantor da melhor fase do Anthrax”.
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Caggiano e Belladona, ao vivo durante o festival The Big Four |
Aí é que está: Belladonna está com tudo no álbum. Destruindo tudo em cada uma das 14 músicas do disco, sem exceção. Todas elas excelentes, absurdas de tão boas! Não há como não se empolgar com torpedos como “Earth Is On Hell” (repare nos incríveis pedais duplos da bateria de Benante), “The Devil You Know” e “Fight ‘Em Till You Can’t” (essas duas saíram na forma de singles, antes do disco), “In The End”, “Judas Priest” (homenagem mais do que justa adivinhem a quem?) e “I’m Alive”.
Não ha propriamente destaques em um disco como esse, onde até os interlúdios – são três – e o cover (“New Noise” do Refused, a titulo de bônus) são uma maravilha! Sem dúvida o melhor disco do Anthrax em muitos anos… e olhe que os caras nunca fizeram um disco que sequer chegasse perto de ser chamado de “ruim”.
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Foto promocional de Worship Music |
Agora sim, não há mais desculpas! Levante daí e vá catar o seu. JÁ!!!
1. Worship
2. Earth On Hell
3. The Devil You Know
4. Fight ‘Em ‘Till You Can’t
5. I’m Alive
6. Hymn 1
7. In The End
8. The Giant
9. Hymn 2
10. Judas Priest
11. Crawl
12. The Constant
13. Revolution Screams
14. New Noise [Refused Cover – International Bonus Track]
15. Crawl [Orchestral Mix – Japan Bonus Track]
Ótima resenha. Só esqueceram de citar que John Bush tinha voltado novamente pra fazer alguns shows com o Anthrax e que Scott Ian é guitarrista base, então os "leads" citados na resenha são do Caggiano, que inclusive foi um dos produtores do disco.
Rodrigo, obrigado pelo elogio. Só um comentário: Ian assume ambas "posições" como guitarrista, principalmente na composição dos álbums. Em entrevistas recentes, antes do lançamento do disco, o mesmo deixou claro sua intenção de produzir riffs e leads (palavras do próprio) mais diretos e certeiros. Caggiano faz uma dupla perfeita com o careca, formando uma das duplas mais letais do gênero. Rodrigo, fique ligado no Blog, no dia 31 desse mês, tem um post comemorando o aniversário de Scott "NOT" Ian.
Grande abraço, e continue nos acompanhando.
Há um dizer por aí que defende que toda unanimidade é burra, mas, em se tratando de "Worship Music", não tenho dúvidas de que se trata facilmente de um dos melhores discos do ano, e não há burrice alguma nessa afirmação. O Anthrax está passando o esmeril com esse disco, e "Fight 'Em Til You Can't" e "In the End" já nasceram clássicas, facilmente estão entre as melhores músicas que ouvi em 2011.
Eu adoro o Anthrax, é facilmemte uma das minhas bandas favoritas, tenho tudo da banda, e fiquei empolgado com o retorno do Beladonna, que sempre foi o meu vocalista favorito da banda.
Finalmente peguei o disco nessa semana, e confesso que o disco nao me empolgou tanto. Pode ser que isso mude, mas por enquanto, o considero um bom disco, mas nao tao bom quanto os classicos pre-POT, ou mesmo quanto o SOWN ou WCFYA.
Ainda assim, há 3 músicas excepcionais, Fight Until You Can't, In The End e, a melhor de todas, The Devil You Know, que está entre as melhores composicoes da carreira da banda.
Mas, vou continuar ouvindo o disco, vai que ele me pega de jeito com mais tempo. Alguns discos, como o State Of Euphoria, te pegam de primeira, outros, como o Persistence Of Time, levam mais tempo…. Mas certamente o Worship Music está longe de coisas como oo Vol. 8, que nem ounvindo um milhao de vezes engrenou…