Parece que foi ontem (Parte 3): o punk matou mesmo o progressivo?
Por Marco Gaspari
Faz de conta que você está lendo isto em novembro de 1986.
The Clash |
Senão vejamos: em 1977, o ano imediatamente após o lançamento de “Anarchy in the UK”, que viu o Sex Pistols arrebatar o primeiro lugar nas paradas com o LP Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols e o Clash assinar um contrato milionário com a CBS e ver seu álbum de estreia emplacar um 12° lugar (só para citar duas bandas), vários grupos progressivos fizeram grandes turnês pela Inglaterra promovendo o lançamento de seus álbuns, todos Top 10 nas paradas britânicas: Pink Floyd com Animals, Yes com Going For The One e Genesis com Wind & Wuthering. Ainda nesse ano o Van der Graaf Generator lançou The Quiet Zone/The Pleasure Dome, o Gentle Giant lançou The Missing Piece, o Jethro Tull lançou Songs From the Wood (13° lugar na Inglaterra) e o ELP lançou os dois volumes de Works (o primeiro alcançou o 9° lugar).
Going For the One (Yes) |
Só que isso não estava nas páginas da imprensa musical londrina. Para ela, essas bandas jurássicas simplesmente não existiam mais, pois a vitória do proletariado punk sobre a burguesia progressiva foi esmagadora. O que os arautos da imprensa roqueira não previam é que antes mesmo do final da década o punk não mais se sustentasse nas suas propostas originais, passando a misturar seus três acordes com os mais variados ritmos (aquela coisa que os músicos progressivos chamavam de fusion, hehe…), e o Pink Floyd cometesse um dos álbuns de maior sucesso de todos os tempos: The Wall (1979).
The Wall (Pink Floyd) |
Os anos 80 também começaram de pernas para o ar. Caso contrário, como explicar o som do chamado pós-punk inglês: Siouxie & The Banshees cada vez mais parecida com o Curved Air, o Ultravox ressuscitando os primeiros anos do Roxy Music, o Cabaret Voltaire sampleando o Hawkwind, o Simple Minds sendo produzido por Steve Hillage, o Wire tocando uma música de 15 minutos em uma sessão do programa do radialista John Peel, e John Lydon, veja só, não escondendo mais sua admiração juvenil pelo Van der Graaf Generator e as bandas de krautrock. O rock progressivo, por outro lado, dava o ar de sua graça em todos os níveis: o Rock in Opposition do Henry Cow (depois Art Bears) influenciava várias bandas do underground inglês, o King Crimson voltava com tudo, lançando o primeiro álbum de sua trilogia colorida, e as paradas oficiais começaram a recepcionar as bandas de neo-prog como o Marillion, UK, IQ, Pendragon, Twelfth Night, After the Fire e Pallas. Havia espaço até mesmo para o surgimento de um supergrupo progressivo, o Asia, que juntou John Wetton, Geoffrey Downes, Steve Howe e Carl Palmer, todos eles Lázaros redivivos do progressivo setentista.
Script For A Jester’s Tear (Marillion) |
Pois é, neste mês fazem 10 anos que o punk matou o rock progressivo. A imprensa inglesa continua insistindo em enfatizar isso e ainda insistem em ignorar os grupos progressivos. E mesmo assim, sem nenhuma repercussão na mídia e mortinho da silva, o prog insiste em desmenti-la e continua respirando, aguardando pelo próximo meteoro, quem sabe um mais eficaz desta vez.
Muito bom!!! Excelente!!!
Valeu Filipe!!!
Vê se aparece mais aqui no blog.
Eu acho esse assunto muito interessante. Quando o marco me falou que estava pensando em escrever sobre isso fiquei enchendo o saco dele até sair…rs
Mas falem a verdade…não valeu a pena ficar cobrando ele?
Abraços e parabéns Marco!!!
Já tinha visto o Gaspari comentar essa storia em otros espaços – geralmente não muito receptivos, hehe – e achei MUITO legal ler isso na forma de um Parece Que Foi Ontem aqui na Consultoria. Parabéns, Marco, adorei o texto!!
Quanto ao assunto tratado, acho indiscutível o fato de que o punk abalou as estruturas do prog, que nunca mais chegou a alcançar o topo do sucesso, a menos que fizesse concessões no estilo, como é o caso do próprio The Wall e do neo-prog. Além disso, o estilo perdeu totalmente o respeito em meio à mídia especializada e até entre o público em geral.
Não posso concordar é que o punk foi "necessário" pra que o rock "voltasse às origens" ou pra que o progressivo repensasse a si próprio e fugisse dos excessos em que tava caindo. Primeiro pq tô me lixando pras raízes do rock – no sentido de uma tradição a ser seguida – e depois pq acho as bandas alemãs do início dos anos 70 às vezes muito mais punks que os medalhões do punk.
No mais, gostaria só de mencionar que meu album favorito do Renaissance é o Novella, de 77. Isso sem falar no Supertramp, os queridinhos do Gaspari. hehe
Juro que eu achei que o assunto desta matéria, apesar de já abordado de ene formas, por ene pessoas e em ene lugares, ainda rendesse caldo suficiente para atrair mais comentários. Mas como eu gosto muito do Diogo (que comentou no facebook), do Bueno e do Adriano, já me dou por feliz (sem esquecer de agradecer aos elogios do Filipe).
Até para não tornar o texto muito grande e repetitivo no formato “Parece que foi ontem”, limitei-me ao imbróglio inglês. E citei apenas algumas bandas. Não falei do Supertramp, mas ele é outro exemplo de grupo progressivo vendendo horrores em pleno punk. Também não citei outras bandas punks que tiveram seu auge na época porque seria chover no molhado. E procurei, também em função da agilidade do texto e clareza do raciocínio, não entrar no punk americano (Ramones) ou nos grupos progressivos que tiveram sucesso por lá na época (Kansas, Styx…)
Mas enfim, o que de certa forma este texto escancara é a manipulação da mídia e como é possível transformar mentiras em verdades absolutas. Vamos pegar, por exemplo, o disco Tales From Topographic Oceans, do Yes. Embora lançado em 1973 e, portanto, fora da época em que se concentra o texto, esse disco sempre foi o bode expiatório da saturação da estética progressiva. Ele foi condenado pela crítica em seu lançamento mais pela incompreensão de seu propósito do que pela qualidade de suas músicas ou desempenho de vendas. E quando se diz que o punk matou a pretensão desenfreada do prog é, principalmente, sobre esse disco que está se falando. A mídia até hoje mete o pau no Tales… e, no entanto, ele se transformou nos ouvidos de novos ouvintes, pouco a pouco, em um dos pontos altos, para muitos o maior, da tal estética prog.
Tales… já foi escutado e estudado de cabo a rabo. E chegou-se à conclusão de que o progressivo sinfônico, na realidade, só conhece um disco que faça justiça ao rótulo: este. Por que o Tales é uma sinfonia. Foi composto e executado como uma sinfonia. Só que ninguém entendeu ou aceitou na época. Agora, imaginem a dificuldade de um jornalista musical especializado em rock explicar para seus leitores roqueiros e não eruditos toda a complexidade, ambição sonora e beleza por trás do Tales… Quando o punk surgiu, ótimo para eles. Surgiu a oportunidade de apostar em algo mais arroz e feijão, mais chão, mais ligado a moda e comportamento, bem mais fácil de se explorar.
Essa, claro, é a minha opinião e não passa disso. Também não quer dizer que eu não goste ou admire o punk rock e toda a sua importância na história do rock. Mas serve para mostrar o quanto este assunto é fascinante e como ele poderia render.
Marco, escrevi outro texto falando mais ou menos da mesma coisa. Se chama: “O rock progressivo e o punk”, está lá no whiplash também. Mas, meu amigo, você conseguiu falar o que eu estava pensando de uma maneira bem melhor que eu consegui. No meu texto, fui muito “sangue nos olhos”. Você, foi bem mais racional, mais factual, enfim, me deu uma aula. Parabéns, mestre!
Hehe… agradeço suas palavras, Gustavo. Acabei de ler seu texto no Wiplash. Começo a achar que o problema, quando se aborda o progressivo X o punk rock, não é o sangue nos olhos de quem escreve, mas sim os olhos de sangue de quem lê. Abração, bom saber que você lê as matérias aqui da consultoria.
Falou e disse, Gaspa.
P.S.: "Falou e disse", expressão tão fora de moda quanto o prog.
Baita texto, Gaspa, assunto altamente relevante!
A imprensa até hoje tem essa mania de "matar" um estilo quando outro surge… o hair metal foi morto pelo grunge, que foi assassinado pelo nu metal, que perdeu lugar para os góticos de butique, que foram substituídos pelos emos… parece que dois estilos não podem ser grandes ao mesmo tempo dentro do rock… por que não? Algumas bandas realmente ficaram pelo caminho, mas outras de todos estes estilos ainda continuam por aí vendendo discos e fazendo turnês gigantescas…
O prog sobreviveu ao punk, e o usou para se reinventar também. Afinal, a trilogia colorida do King Crimson tinha muito da new wave, que de certa forma é herdeira do movimento punk. E o "90125" do Yes também não seria daquele jeito se a música não tivesse sido alterada pelo punk, e, a partir dela, outras possibilidades se abrissem além daquelas já definidas anteriormente… o pós punk e o pop eletrônico dos anos 80 devem muito à liberdade aos limites já impostos que o punk trouxe, mas poucos citam isso…
Acho que já ficou provado que existe lugar e ouvinte para todo tipo de música, desde as essenciais até as que não servem para nada. Enquanto os jurássicos grupos (não só do prog) estão "mortos e enterrados" pela mídia, a imprensa continua a eleger o "mito da semana", "a salvação do rock do mês", "o novo futuro da música", "a melhor banda de todos os tempos da última semana", etc, só para ver esses novos ídolos serem esquecidos depois de um ou dois discos. Bobo é quem ainda acredita que o passado merece ser deixado de lado e que os "novos bons sons" é que são a salvação…
Estou de acordo com tudo o que você escreveu, Maicon. A imprensa vive da novidade, dos fatos do dia-a-dia. Não é de se estranhar que a imprensa musical viva do hype. A única coisa a se estranhar (ou condenar) é essa faceta volúvel da mídia, que endeusa um hoje e amanhã não lhe dá o menor crédito. Enterra-o vivo.
Cacete, eu odeio essa mania que eu tenho de chamar você de Maicon, Micael. Vou começar a chamar seu irmão de Mirael pra compensar, hehe… Me desculpe, amigo.
Sem problemas, Gaspa! Na verdade, achei que era uma brincadeira devido a uma "piada interna" do pessoal do blog…
Na primeira vez que li esse artigo, não tive como conter a emoção, por isso só agora estou me manifestando mais propriamente, deixando de lado o calor do momento. O Marco conseguiu traduzir com muita simplicidade, se atendo tão somente a fatos indiscutíveis, algo que tenho em mente há muito tempo, mas que ainda não havia expressado tão bem. Talvez o principal motivo para que eu tenha energias para ajudar a tocar esse blog é justamente combater essa imprensa musical nociva, formada por pessoas com ganas de querer ser agentes da história vendendo mentiras em busca de notoriedade e tentando comprar a credibilidade dos setores tidos como mais intelectuais, ao invés de deixar que a MÚSICA dite seus próprios rumos e se adapte conforme os tempos passam, sem essa bobagem de, de tempos em tempos, instituir a morte e o nascimento de gêneros, alçando certos artistas a salvadores do rock como se este precisasse ser salvo. É como se o historiador quisesse criar sua própria história ao invés de relatá-la, sua função primordial.
Apoiado, Maicon e Bizotto! KEKE
“…imprensa musical nociva, formada por pessoas com ganas de querer ser agentes da história vendendo mentiras em busca de notoriedade e tentando comprar a credibilidade dos setores tidos como mais intelectuais, ao invés de deixar que a MÚSICA dite seus próprios rumos e se adapte conforme os tempos passam…”
Interessante, né Diogo?
Será que o DINHEIRO poderia tomar seus próprios rumos sem os Bancos? Será que o POVO poderia tomar seus próprios rumos sem o Governo. Neste caso, o do Governo, eles se defendem dizendo que impedem a anarquia. No rock, ao contrário, a Anarquia é que foi patrocinada pela Imprensa, hehe…
Já que a arte é, por princípio, uma forma de anarquia, sacudindo de quando em vez os padrões vigentes, o punk fez um grande serviço ao rock. E, por tabela, a imprensa que lhe deu notoriedade e
uma relevância que, sem ela, talvez o punk não tivesse alcançado jamais.
O que não se sustenta é essa coisa de que o punk matou o progressivo.
Acho q dessa vez vou apanhar. Primeiramente, parabéns por mais uma genial matéria, que em apesar de discordar em quase tudo, é muito relevante para atiçar os comentários de extremo bom gosto que apareceram aqui. E o mais legal é que diferente de outro blog de baixo escalão, que tem mais de um milhão de acessos pq o dono faz F5 varias vezes ao dia através de um programinha que existe na internet que é uma barbada de instalar, e utiliza-se de fontes duvidosas para gerar polemicas e alavancar seu status de grande jornalista ao meu tempo que comprova sua imparcialidade e falta de caráter ofendendo aos leitores, o Marco expressou-se muito bem com fatos reais, mas acabou deixando muitos fatos mais evidentes de fora, talvez pelo tamanho proposital do texto.
Mas quero começar esse comentário longo já detonando. O Punk NUNCA matou o PROGRESSIVO. Nunca mesmo. O progressivo viveu um auge sensacional entre 1977 e 1981. Vou pegar três bandas que ilustrarão o início da minha defesa: Yes, ELP e Pink Floyd.
Em 1977, essas eram AS BANDAS de rock progressivo. Os caras tinham vendido muito, tinham tocado muito, tinham todo o sucesso do mundo. Pois ali, o Yes lançou Going for the One, O ELP estava com os Works e o Pink Floyd estava com o Animals. As turnês desses três discos foram monstruosamente gigantes, lotando estádios em toda a europa e américa do norte. Não sei precisar o ano, mas o Yes lotou cinco datas seguidas no Wembley Arena, acho q em 1978 coisa q nenhuma banda punk conseguiu na vida. A turnê do Animals, avassaladora, repleta de efeitos especiais, girou os Estados Unidos sendo a mais lucrativa do Floyd até então. E o ELP, com a impáfia da orquestra e os gastos enormes, quase faliu, mas fez um alvoroço total.
Em 1979 veio o The Wall, o Love Beach e no ano seguinte o Drama. Falar sobre The Wall é chover no molhado. Segundo disco mais vendido do Floyd, etc etc. Love Beach foi a raiz do AOR, que vendeu mais nos anos 80 do que qualquer disco do Exploited (so o Asia acho que vendeu mais que todos os discos do Ramones e do Sex Pistols juntos). E o Drama foi muito bem sucedido comercialmente, e a crítica também gostou do disco. O problema foram os shows, onde o bicho pegava na comparação das vozes do Trevor Horn e do Anderson
segue …
Bom, ainda em 77 o Genesis foi a primeira banda de rock progressivo a fazer uma turnê realmente mundial, vindo na américa do sul. Em 78, lançaram and then there were three, o mais bem sucedido disco comercialmente falando da carreira da banda até então, e que gerou duvidas sobre se o som a seguir realmetne o progressivo, ou a adaptação ao pop
E ai está, não foi o punk, foi o Pop quem matou o progressivo. Realmente o progressivo morreu, e sobrou os filhos do progressivo (Marillion é o exemplo citado, mas eu discordo totalmente). Querem botar a culpa em alguem pela morte do progressivo, coloca no John Travolta e no Bee Gees. O Bee Gees mudou o cenário musical. As roupas, os cabelos chupinhados pela galera farofa, o estilo inconfundível de compor canções melosas que batessem na alma do ouvinte com facilidade, auxiliados por um filme de sucesso gigantesco, com o Travolta coçando o saco na frente de milhões de adolescentes que saiam de uma sociedade conservadora para uma liberal, isso matou o progressivo, levando junto para a UTI outros estilos como o hard setentista pegado e o jazz. Bandas como o Led Zeppelin já estavam vendendo-se ao pop (o que é o In Through the Outdoor? qqer coisa menos Led Zeppelin). Era mais fácil agradar a nova geração que queria curtir e não entender a música. O fim da guerra do Vietnã também deve (eu digo deve pq não vivi aquele período) ter influenciado nisso. Afinal, as canções de protesto da psicodelia americana ficaram marcadas como sinônimo de guerra do vietnã (basta ver a parte da guerra no filme Forrest Gump que isso fica evidente) e claro, toda a influência da psicodelia ao desenvolvimento do progressivo acabou causando semelhanças que, para os novos jovens, lembrava a guerra, e eles não queriam a guerra, queriam liberdade de expressão, simplicidade, sei la, qqer coisa q não lembrasse a guerra. E as longas faixas progressivas lembravam isso
ainda segue, e marco, não me bate por favor …
o auge AUGE do progressivo foi entre 71 e 74. Todo mundo flertou com o progressivo. Desde os Stones até o Caetano Veloso. Só que ele morreu em 82, quando veio o Asia, que cravou a estaca e disse: "aqui nasce o AOR de vez, e morre o progressivo". Quando o Yes voltou em 1983 com o 90125, aquilo era um estilo pop, novo, que até o U2 fazia. Óbvio que tinha influências do old prog, mas não é prog. Demorou mais de 12 anos para o Yes voltar a fazer prog (as faixas de estúdio dos Keys). O pink floyd com o AMLOR, que que é? qqer coisa menos prog. Gentle Giant, Genesis, VDGG, tinham perdido a ideologia, e o King Crimson, balela pura, usaram da revolução alemã (viva o krautrock) e adaptaram varios estilos para dizer que ainda eram prog. Por favor …
Outra banda que ajudou e muito para matar o progressivo (não gosto desa frase, mas ok) foi o ABBA. Só em 1976, Arrival (o quarto ou quinto disco deles, não lembro) ficou em primeiro lugar dos mais vendidos em 10 países (!). O seguinte, The Album, ficou sete semanas seguidas na primeira posição em vendas no Reino Unido dos proggers e dos punks em 1978, e foi o primeiro em 8 países. O fraco Voulez-Vous de 79 atingiu a primeira posição em 11 países diferentes (!!). E o que é ABBA? Pop puro e bom (pior que é bom)
Em 1986, tanto o punk quanto o progressivo estavam enterradinhos, enquanto o pop eletrônico mandava, e mandou até meados de 90 e poucos, quando uma nova geração passou a venerar o grunge, e a lembrar do passado, tentando fazer coisas novas, a ter ídolos como a bunecra biba loca do Marilyn Mason.
Só que o coraçãodo "Jason sexta-feira 13" prog ainda batia, e voltou com força no fim dos anos 90, assim como vários outros estilos. E o pop virou brega. Isso indica a constante revolução musical, como as eras que a Terra possui, que em algum período torna algo mais relevante ue outro, e depois, o outro é mais relevante que o lago, e por ai vai
me estendi, mas não terminei. Agora vou criticar os comentários (ai como eu to bandido hj, haehauheau)
O Mairon ficou bravo. E, apesar disso, acha que eu é que vou bater nele.
Seu primeiro comentário só acrescentou ao texto. A seqüência (o segundo) foi um trabalho digno de um episódio do CSI: temos uma vítima (o prog), um assassino confesso (o punk), mas colhendo algumas evidências na cena do crime e examinando seu DNA chegamos à conclusão de que existe outro suspeito: o pop (ou disco music).
A coisa por aqui ta ficando boa… Vamos ver até aonde vai…
A camiseta de Joõzinho Podre "I hate Pink Floyd" foi tão importante para o sucesso do punk quanto, digamos, a "música".
Bom, depois de afirmar que o POP matou o PROG e o PUNK, vamos por partes:
Fernando, obrigado por insistir com o mestre siri por esse grande texto;
Groucho, Supertramp, Styx, Kansas, Boston, Chicago entre outros acabaram vendendo o lado prog para quem??? O POP!!!
Marco
"Embora lançado em 1973 e, portanto, fora da época em que se concentra o texto, esse disco sempre foi o bode expiatório da saturação da estética progressiva. Ele foi condenado pela crítica em seu lançamento mais pela incompreensão de seu propósito do que pela qualidade de suas músicas ou desempenho de vendas. E quando se diz que o punk matou a pretensão desenfreada do prog é, principalmente, sobre esse disco que está se falando. A mídia até hoje mete o pau no Tales… e, no entanto, ele se transformou nos ouvidos de novos ouvintes, pouco a pouco, em um dos pontos altos, para muitos o maior, da tal estética prog.
Tales… já foi escutado e estudado de cabo a rabo. E chegou-se à conclusão de que o progressivo sinfônico, na realidade, só conhece um disco que faça justiça ao rótulo: este. Por que o Tales é uma sinfonia. Foi composto e executado como uma sinfonia. Só que ninguém entendeu ou aceitou na época. Agora, imaginem a dificuldade de um jornalista musical especializado em rock explicar para seus leitores roqueiros e não eruditos toda a complexidade, ambição sonora e beleza por trás do Tales… Quando o punk surgiu, ótimo para eles. Surgiu a oportunidade de apostar em algo mais arroz e feijão, mais chão, mais ligado a moda e comportamento, bem mais fácil de se explorar."
Discordo fortemente, mas muito por não ter nascido na época e ter conhecimento só de documentarios e livros que li. O Tales até aonde eu sei foi idolatrado. Foi o mais vendido disco do Yes na história (depois superado pelo 90125) e todo mundo adorava ele. Hoje, a imprensa malha o disco por ser longo, insosso, todas as qualidades que tu defendesse muito bem, mas não consigo vislumbrar o pessoal malhando o disco em 73. Mas claro, eu não vivi aquela época, e só posso defender a minha opinião pelos depoimentos do Anderson, Howe e do Wako, esse sim, que sempre malhou o disco (mas na hora de tocar Revealing Science of God em 1996 e Ritual em 2004, estava bem emocionado).
O Tales é a OBRA PRIMA do progressivo, e daí que gente como os donos do tal blog que eu citei no inicio adoram pegar o disco para exemplificar e criticar quem gosta do estilo, sendo a tal ovelha negra que bem citasse. Mas isso é por que as pessoas não entendem uma peça tão complexa, bela e definitiva quanto Tales. Se pegar o disco Close to The Edge, ele é outra obra-prima, mas tem divisões. O Tales é uma canção de 80 minutos divididas em quatro suítes muito parecidas, sempre girando naquele tema principal, e não é qqer ser que aguenta ouvir os 80 minutos sem ter uma preparação. psicológica para isso. Falar mal do Tales é não gostar de progressivo inglês, isso é fato.
Maicon,
"O prog sobreviveu ao punk, e o usou para se reinventar também. Afinal, a trilogia colorida do King Crimson tinha muito da new wave, que de certa forma é herdeira do movimento punk. E o "90125" do Yes também não seria daquele jeito se a música não tivesse sido alterada pelo punk, e, a partir dela, outras possibilidades se abrissem além daquelas já definidas anteriormente… o pós punk e o pop eletrônico dos anos 80 devem muito à liberdade aos limites já impostos que o punk trouxe, mas poucos citam isso…"
Também discordo fortemente. O punk influenciou a gurizada a montar banda, e ponto final. Se o Sid Vicious fingi tocar baixo, pega menininha e faz sucesso, pq eu não posso ter uma banda tb??? O 90125 é obra gerada totalmente pelo Rabin. É só ouvir o primeiro disco solo do Rabin (de 1977) para ver as semelhanças. Não há nada de revolução punk ali, e sim, uma amenização sonora que estava sendo requisitada pela nova geração.
Diogo,você é um gênio,"O Marco conseguiu traduzir com muita simplicidade, se atendo tão somente a fatos indiscutíveis, algo que tenho em mente há muito tempo, mas que ainda não havia expressado tão bem".São fatos como esses que tornam as coisas mais repugnantes em outros blogs do país.
Ja vou terminar ..
OLha como são as coisas, os dois primeiros discos do Weather Report são jazz de alto nível. Depois veio aquele fusion World Music que nada mais era do que um pop misturado com samba. O Santana tava fazendo algo parecido, mas ninguém fala disso. Ouvir Zebop e Xangó no início da década de 80 é apenas sentir a evolução pop que o grupo tinha começado em Amigos, Festival e principalmente no Inner Secrets. Os três foram ouro nos EUA, e os três são o que mesmo?? Pop do mais baixo escalão!!
Era um novo mundo, uma nova geração pós-Nixon que não queria mais viver aquele sentimento de faça o que quiseres pois é tudo da lei (vica raulzito). Essa nova geração precisava de coisas novas, e dai, acabou-se o hard pesado cheio de improvisos (qual banda fez isso depois de 77? O hard setentista morreu por causa do punk??? NADA A VER), acabou-se as suites progressivas, acabou-se os temas regados de marcação do jazz (somente keith jarret sobreviveu a linhagem que ele estabeleceu para si mesmo, mas em compensaão, olha o que virou chick corea, al di meola e até o john mclaughlin, isso para não citar as vergonhas que o Billy Cobham ou o Buddy Rich cometeram), e vão me dizer que o Jazz morreu por causa do PUNK. AAAAAAAA, fala sério.
Enfim, paro por aqui (por enquanto) pq preciso voltar para minhas contas de física, mas no geral, adorei a ideia desse texto, e quero continuar brigando. Estou expressando a minha opinião, e olha q nem comecei a falar de novos bons sons. Daqui a pouco eu volto com as minhas fontes diretamente ligadas ao Max Roach e ao Miles Davis para afirmar que o Coltrane só saiu da banda do Miles pq no contrato original ele ia receber 10% do dinheiro, e ele queria se vanglorear e ganhar mais do que os outros musicos. Só que ele já tinha assinado o contrato (minha fonte me disse isso), e agora, o Coltrane só não tem que fazer omelete para os netos pq já morreu, mas tb não faz falta, pq existem muitos novos bons sons na década atual melhores que coltrane, e que fazem musica que são totalmente inspiradas na obra do coltrane …
Pena q nao tenho um link pra passar pra vcs verem isso
Bom, em 73 eu tinha 18 anos. 22 em 77 e 24 em 79 (ano em que casei). Lembro-me que o Tales… dividia opiniões entre os ouvintes. Os fãs do Yes (e de uma boa herva) adoravam o disco. Os não tão fãs (meu caso) achavam o disco meio chato (apesar da herva). Os não fãs do Yes (ou da herva) preferiam gastar seu dinheiro com o Led, o Purple, o Sabbath ou um bom conhaque. E, claro, não me recordo de ter jogado fora qualquer ítem da minha coleção de discos jurássicos por causa do punk. Nem ter cortado moicano o meu cabelo. Mas que a imprensa ficou confusa na hora de esmiuçar o Tales, isso ficou…
Mas é claro que ficou Marco, e ainda fica. Hoje, 40 anos depois do disco, eu que já ouvi ele no minimo 360 vezes (sério, teve um ano, 1998, que eu ouvi o Tales todos os dias, sem falta) não consigo explicar. Ele é muito difícil, a letra dele é inteligente demais para ser compreendida por meros protozoários jornalísticos que querem causar polêmica e falar mal da Tati Quebra-Barraco. O Tales é uma obra-prima!
Se for analizar o que é o Tales detalhe por detalhe, dá umas 4 semanas de revistas.
Em outros (outros mesmos) parâmetros, é o mesmo fato que aconteceu para tentar explicar o que era o Walking Into Clarksdale do Jimmy Page e Robert Plant. Metade do mundo detestou, 25% achou uma bosta, mas como era ex-Led tinha q gostar, e os outros 25% nunca tinham ouvido falar da dupla. Só que tudo que era jornal e revista da época tentava achar algo que pudesse entender no disco, e ali se concentrava para tacar elogios (inovações orientais, o resgate da voz aguda de plant, qqer coisa)
Só que o Walking into clarksdale é outro disco complexo, influente e inovador, que ninguém percebe o quão bonito é na primeira audição.
Outro disco que aconteceu a mesma coisa foi o Psicoacústica, que eu citei na primeira parte do Os Sete PEcados Capitais. Eu lembro direitinho da quebração de prato da mídia com o Ira!, com todo mundo criticando o disco, e os fãs jogando o Scandurra para os leões. Mas hoje, o psicoacústica, apesra de dificil intepreteçao do que é aquela obra grandiosa, é venerado
sei lá, acho q me espichei
Marco, será que os fãs da herva e não fãs do Yes preferiam gastar dinheiro em sabbath, led e purple pq era justamente isso que era mais fácil de se adquirir, ou o prog chegava com a mesma facilidade que o hard setentista (eu digo em termos de quantidade, tipo, o kraut alemão, os primeiros VDGG e Gentle Giant, PFM, essas coisas pintavam no Brasil com a mesma facilidade que os Machine Head, Paranoid e Houses of the Holy da vida?
Do VdGG (1ª gestação) sairam por aqui o Pawn Hearts e o Aerosol. Gentle Giant sairam (que eu me lembro) o Acquiring de Taste e o Three Friends e mais alguns da fase posterior. PFM lançou o ao vivo, the world became the world e mais algum… Saíram discos kraut por aqui que são verdadeiras raridades até no original… como saíram vários discos de bandas prog obscuras… Só que a quantidade era pouca (acho que por questões contratuais, tipo pra lançar um Led a distribuidora internacional empurrava os encalhes). Mas não há muito do que se reclamar. Tem discos que saíram por aqui (e na Argentina, por exemplo) que não saíram em lugar nenhum fora o país de origem. Quanto à facilidade, lógico que não. Muitas vezes a gente só ia encontrar o disco em algum encalhe anos depois e daí é que ficava sabendo.
Outra coisa. Acho tudo muito bonito e os argumentos muito interessantes. Mas continuo achando que ninguém matou o prog. O "verdadeiro" prog (aquele que não foi contaminado por obrigações de venda e adequação à realidade de mercado) no máximo mudou de endereço. Basta ver que as coisas mais interessantes e puristas do estilo, nos anos 80, vieram dos países da europa oriental, mais atrasada em termos de influências e menos comprometida com a ditadura do mercado). Mesmo aqui no Brasil apareceram alguns bons discos quando esse estilo já estava capengando lá fora.
Pois é, então. Era muito mais fácil encontrar os álbuns da santissima trindade do que ser um indiana jones e achar o tesouro perdido. Isso eu penso que influencia (até hoje) na gurizada curtir mais o hard do que o prog
Claro Marco, eu inclusive defendi isso quando do meu texto sobre o quaterna requíem. O Marcus Valle fez um trabalho prog muito bom no Sagrado. Mas convenhamos, apesar de muito bom, não é o prog setentista. O Brasil revelou muitas bandas prog boas, só que numa fase onde a lambada tomava conta.
Digamos que o prog não morreu, mas ficou em coma durante uns 18 anos, no mínimo, sobrevivendo com ajuda de aparelhos e vez ou outra abrindo os olhos …
Você tocou em outro assunto que eu penso bastante: o prog setentista. Ora, o prog oitentista, noventista, do novo milênio, jamais será setentista. São períodos diferentes, décadas de evolução do rock, novas influências e avanços tecnológicos. Eu cresci ouvindo o progressivo dos anos 70 e ele, de certa forma, me basta. Criou raízes nos meus ouvidos e criou também um preconceito idiota e sem noção em relação ao que veio depois. Talvez os músicos dos anos 70 souberam envelhecer melhor do que eu, cortaram amarras e se adaptaram às novas facetas do mercado até por uma questão de sobrevivência. Eu, como nunca vivi de música, me tornei aquela viúva que fica esperando (e rezado para) que de algum lugar saia pelo menos uma pensãozinha, hehe…
Até que enfim alguém neste planeta reconhece o valor do MUITO BOM Walking to Clarksdale !!!!
Perfeito Marco, mas por exemplo, ouvir os novos álbuns das velhas bandass (VDGG, YES, PFM) ainda motiva a encontrar algo de setentista. Eu acho o Magnification um baita disco. Claro q o avanço das tecnologias mudam tudo (tipo, ouvir o moog ou o harpsichord do wako hj em dia parece piada e da vontade d rir), só que o hard aind aexiste. Um exemplo que eu não gosto, mas é um bom retrato do prog setentista adaptado é o anekdoten. O problema q vejo é que hj o prog virou prog metal. Dream Theater, transtlantic, essas bandas ai, acabram com a parte sinfonica, e fizeram algo q nao é prog de verdade, mas a mídia chama de prog
Eu lembro que em 94 95 a bizz fez uma reportagem sobre o grupo ORB dizendo que era a volta do prog pq eles faziam canções com mais de 60 minutos. O som é eletronico puro, nao tem nada de prog
O mais engraçado é que mesmo assim, nós podemo s dizer que ainda existem bandas progs pelo mundo, similares ou genericas as dos anos 70, mas e quanto ao punk, existe alguma banda similar ao The Clash??? (Nem vou citar o slade do inicio de carreira ou o MC5)
Fábio, o WITC é fantástico!!
Mairon
Não acho que o Transatlantic deva ser colocado nesse balaio que vc citou aí. Eu o considero progressivo sim e ele não tem nada de metal. Inclusive ele foi montado pelo Portnoy com essa idéia mesmo e sem vinculos como prog metal. O Flower Kings é outra que acho na mesma linha. Essas bandas trazem toda as características do prog setentistas…
Bom, a minha caverna prog é quentinha e eu já eliminei todos os problemas de umidade. Não me faz falta nenhuma os novos baluartes do rock progressivo. E nem as novidades que os velhos ainda insistem em lançar (tirando o VdGG, claro). Gosto de sentir, no entanto, algumas características novas quando ouço o neo progressivo, mas de forma alguma eles conseguem me arrebatar 100%, pelo menos até agora. Acho que a banda do gênero que eu mais gostei nas últimas décadas foi o Porcupine Tree ( o Anekdoten eu também gostei do primeiro CD que eu ouvi). Mas o que mais me entusiasmou mesmo nesses revivals que aparecem de quando em vez foi o paislay underground dos anos 80. Lá a coisa bateu e ficou, mas nesse caso estamos falando de psicodelia. Eu não me arrisco muito a falar de bandas novas porque sou bastante limitado. Acho que eu não teria vez naquele outro blog que você já se referiu. Mas que fique claro que o problema é meu e dessa minha velha mania de buscar as obscuridades sejam elas de que ano forem. Quanto ao eletrônico, não sendo essas músicas de pista, geralmente me agrada muito.
O Mairon surtou… concordo com algumas coisas que ele escreveu, mas terei de comentar certas opiniões dele, só que agora não tenho como…
Acho que além do Anekdoten e do Flower Kings o Anglagard também mereceria ser citado dentre os "novos nomes" do prog, embora seja doas anos 90 ainda. E o Transatlantic não tem nada de metal, é progzão na veia, mas, como o mano não gosta do Portnoy nem do MArillion, ele não curte a banda também… fazer o quê?
Mas o que eu quis dizer com a afirmação "E o "90125" do Yes também não seria daquele jeito se a música não tivesse sido alterada pelo punk, e, a partir dela, outras possibilidades se abrissem além daquelas já definidas anteriormente… o pós punk e o pop eletrônico dos anos 80 devem muito à liberdade aos limites já impostos que o punk trouxe, mas poucos citam isso…" é que o punk ajudou a quebrar os paradigmas estabelecidos (isso é blues, isso é rock, isso é prog, isso é soul, etc) e o pessoal, podendo fazer o som que quisesse (ou que tivesse habilidade musical para fazer), acabou criando coisas novas, usando sim algo que já existia, mas não dá para pensar num Joy Division ou um Systers Of Mercy na década de 70… e, se não fosse pela liberdade do "faça você mesmo" que o punk trouxe, todo esse estilo new wave/gothic do começo da década de 80 não existiria… nem muito do pop atual!
Eu acho assim, Micael (acertei o nome agora, hehe…): mais importante do que concordar ou discordar do que foi comentado por aqui é se sentir à vontade para emitir uma opinião, sem que (pelo menos até agora) alguém trollasse e lhe chamasse de idiota, coisa bem comum nestes espaços virtuais. Eu não concordo (depois de refletir um pouco a respeito) com algumas coisas que foram escritas por aqui e já não me sinto seguro inclusive das minhas próprias opiniões, pois neste momento talvez as expressasse de outra forma. Mas e daí, ninguém aqui está escrevendo uma tese. O que me deixa feliz é ver que finalmente um tópico meu é enriquecido com tantas colaborações. Quanto aos paradigmas estabelecidos que o punk quebrou, até nisso tenho minhas dúvidas, pois o punk e o garage dos anos 60 também foram construídos sobre uma molecada que mal sabia tocar um instrumento. E muitos desses moleques explodiram depois, nos anos 70, seja no hard ou até no progressivo. A verdade é que a gente se ilude com determinados movimentos, achando que os músicos são os agentes da revolução. Nem sempre. Se você olhar mais a fundo, vai ver que sempre existe um promotor esperto ou um produtor influente pondo lenha na mídia para alimentar um movimento (o punk inglês foi assim, depois que Malcolm McLaren aprendeu certas coisinhas nos EUA). E esse negócio de se criar coisas novas em cima de coisas que já existiam, geralmente é assim mesmo, pois criar algo absolutamente novo é pedir para, depois de 20 anos, ser taxado de uma pessoa à frente do seu tempo. É sempre muito menos arriscado você pegar algo já digerido pelo público e acrescentar alguns elementos novos do que servir uma gororoba que ele vai considerar exótica demais para seu gosto. No fundo, tudo é revival, requentado e apresentado em pratos novos. Até mesmo o punk, que requentou “o bom e velho rock’n’roll”.
"se não fosse pela liberdade do "faça você mesmo" que o punk trouxe, todo esse estilo new wave/gothic do começo da década de 80 não existiria… nem muito do pop atual!"
Naaaaaaaaaaaaaaaaada a ver. Se fosse assim, o Raul Seixas foi o responsável pelo fim do progressivo e o nascimento do punk. ele que criou A Lei do faça o que quiseres, em 1971, quando o punk nem no saco estava
"ele que criou A Lei do faça o que quiseres, em 1971"… ué, ele não copiou isso do Crowley?
Discordo do Maicon. KEKE
Tati Quebra-Barraco é a rainha do Do It Yourself!
Progressivo cometeu suicidio, todos fãs de prog sabem disto…
Punk foi uma modinha.
è mais divulgado na mídia pelos mesmo motivo que o indie é..
è simples é comercial
Metal e Hard sofrem uma exclusão tbm
A disco matou o progressivo, punk tem nada a ver com isso…
Cresci lendo que progressivo era insurportavel e um inferno por ter mais de 5 minutos…
Escutei punk, tds musicas monotomas e iguas…
Eh, acho que musica com formula não eh para mim..
Nessa época eu mal sabia andar, mas a sensação que eu tenho é que quem "matou" o progressivo foram os anos 80… não um estilo musical, mas o espírito espalhafatoso da época. Um documentário que eu assisti dizia que esse espírito era um tipo de escapismo da indústria do entretenimento dos EUA para ajudar a população a esquecer o fiasco no Vietnã.
Bom, eu continuo insistindo numa coisa: ninguém matou o progressivo porque ele não morreu. Está vivo até hoje, e bem vivo nas duas últimas décadas. Mas como todo movimento, teve seu início, tempos áureos e declínio. Quanto ao escapismo que o Daniel se referiu, não sei se entendi bem. O Vietnã era coisa dos americanos e lá o progressivo nunca teve a dimensão européia. Aliás, já li em vários lugares que foi justamente esse, digamos, escapismo que afastou os americanos do prog. Eles realmente tinham coisas mais beligerantes com o que se preocupar. Sei lá, acho que temos aqui um ótimo tema para pesquisar, refletir e (sei lá) escrever a respeito.