Podcast Grandes Nomes do Rock #36: Roger Waters

George Roger Waters nasceu em seis de setembro de 1943, em Great Bookham, Inglaterra. Quando tinha apenas cinco meses de vida, o pai de Waters foi assassinado durante a Segunda Guerra Mundial, em um fronte de batalha na cidade de Anzio, Itália, fato este ocorrido em 18 de fevereiro de 1944. Este fato levou a mãe de Waters a mudar-se de Great Bookham para Cambridge, junto com seus dois filhos, sendo Waters o mais novo.
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O pequeno Waters no colo de sua mãe |
Em Cambridge, Waters entra para a Morley Memorial Junior School, onde conclui o ensino fundamental, ingressando então na Cambridgeshire High School, para cumprir o ensino médio. Lá, ele conhece Roger “Syd” Barrett, o qual se torna seu principal amigo, junto de um garoto que estudava em outra escola da região, David Gilmour, um morador da cidade de Mill Road, que estudava na escola Perse School.
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Waters e Mason durante a Universidade |
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Sigma 6: Clive Metcalfe, Sheila Noble, Keith Noble, Roger Waters, Nick Mason e Vernon Thompson |
Com a ajuda de Mike Leonard, o tutor da Regent Street Polytechnic, a dupla Waters e Mason começou a aprender seus primeiros instrumentos no outono de 1963, e não demorou para formar o primeiro grupo, ao lado de Keith Noble (vocais), Sheila Noble (vocais), Vernon Thompson e Clive Metcalfe (baixo). Com Waters na guitarra, Mason na bateria, nascia o Sigma 6, que também era conhecido como Meggadeaths.
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Primeira formação do Pink Floyd: Rick Wright, Roger Waters, Nick Mason, Syd Barrett e Bob Klose |
Logo após o nome Pink Floyd ser fixado, Klose decidiu sair do grupo, e então, como um quarteto, em agosto de 1967 lançam The Piper at the Gates of Dawn, uma ótima resposta britânica à crescente onda psicodélica dos Estados Unidos. Canções como “Bike”, “Pow R. Toc H.”, “Take Up Thy Stethoscope and Walk” (primeira composição de Waters) e a longa “Interstellar Overdrive”, mostraram ao mundo que a Inglaterra também sabia trabalhar canções voltadas para o psicodelismo, e logo, o Pink Floyd passou a ser taxado como líder dessa nova geração inglesa.
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Waters, no auge do crescimento do Pink Floyd, em 1971 |
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Lindas pinturas com as capas de alguns dos principais discos do Pink Floyd |
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Rick Wright, David Gilmour, Roger Waters e Nick Mason. |
O álbum cabe bem na definição de ame-o ou odeie-o, e sua qualidade é discutida até hoje, mas o que ficou de fato é que este foi o último disco do Pink Floyd a contar com a participação de Waters, o qual seguiu em carreira solo, sempre travando briga com Gilmour e Mason pelos direitos do nome Pink Floyd, a qual foi encerrada em 1987, quando Gilmour e Mason ganharam os direitos e lançaram o contestado A Momentary Lapse of Reason (1987), seguido da grande turnê de divulgação que gerou o álbum ao vivo Delicate Sound of Thunder (1988).
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Roger Waters ao vivo em 1984 |
Inicialmente, o disco era para ter sido gravado pelo Pink Floyd. Após a turnê de Animals, Waters desenvolveu dois projetos em paralelo. Um deles era The Wall; o outro era The Pros and Cons of Hitch Hiking. A história narra a vida de um homem durante uma viagem de carro pela Europa central, sofrendo da chamada Crise de Meia-Vida, sonhando com um adultério cometido com uma caroneira que ele pegou durante sua viagem. Durante o sonho, ele encontra-se durante de outros fatos, principalmente medos e paranoias que aparecem no tal sonho entre as 04:30 da manhã e 05:12 da manhã de um dia em específico, sendo esse período tratado em tempo real no vinil e cassetes original (inclusive com um tempo compensatório para a mudança de lado da fita ou do vinil, o que acabou sendo perdido no formato do CD). No fim da história, o cidadão acorda e percebe que escolher a vida que vive, com monogamia e sem promiscuidades, é o jeito mais honesto de se viver, tendo amor e paz do que incertezas e rancores.
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A capa na versão proibida |
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O cachorro Reg, símbolo da turnê de The Pros and Cons of Hitch Hiking |
Durante a primeira parte da apresentação, canções do Pink Floyd eram executadas, e na segunda metade, The Pros and Cons of Hitch Hiking era interpretado na íntegra. Clapton acabou saindo da turnê após a primeira parte da mesma ter sido concluída, passando por Suécia, Holanda, Inglaterra, Suíça, França, Estados Unidos e Canadá.
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Eric Clapton e Roger Waters, durante turnê de The Pros and Cons of Hitch Hiking |
Dois anos depois, Waters contribuiu com algumas canções para a trilha do filme de desenhos animados When the Wind Blows, baseado no livro de mesmo nome, escrito por Raymond Briggs. A trilha chegou às lojas em 16 de maio de 1986, e Waters participa de duas canções: “Towers of Faith” e “Folded Flags”, tendo como banda de apoio a The Bleeding Heart Band, formada por John Gordon (baixo), Jay Stapley (guitarra), Matt Irving (teclados), Nick Glennie-Smith (piano), John Linwood (programações), Freddie Krac (bateria), Mel Collins (saxofone), Clare Torry (vocais) e Paul Carrack (teclados). Outros destaques deste álbum vão para a faixa-título (a qual conta com David Bowie nos vocais) e “The Brazilian”, gravada pelo Genesis, entre outros.
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Waters e Clapton |
Musicalmente, os principais destaques vão para “Radio Waves”, “Me or Him” e “The Tide is Turning (After Live Aid)”. A banda de apoio de Waters nesse disco conta com Graham Broad (bacteria), Mel Collins (saxophone), Andy Fairweather Low (guitarras), Ian Ritchie (piano, teclados, programação), Jay Stapley (guitarras), John Phirkell (trompete), Peter Thoms (trombone) e vários convidados especiais), destacando novamente Clare Torry.
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O pessoal de apoio do Waters na turnê de Radio K.A.O.S. |
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Cena de The Wall Live in Berlin |
O disco apresenta ao mundo a desilusão de Waters com a sociedade ocidental, criticando principalmente a televisão e a mídia de massa. O álbum foi inspirado no livro Amusing Ourselves to Death, do crítico de televisão Neil Postman. Durante a história, um macaco muda canais de televisão aleatoriamente, passando por mensagens políticas e sociais, além de criticar veemente a Primeira Guerra do Golfo. Tudo isso entre samplers e efeitos sonoros, que inclusive chegaram a ser lançadas em um a edição especial MasterSound.
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Waters, eterno ativista |

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Matéria sobre o show de Roger Waters em São Paulo (acima); Ingresso do show em Porto Alegre (abaixo) |
Ainda em 2002, no dia 13 de maio, foi lançada a coletânea Flickering Flame: The Solo Years Volume I, junto da caixa The Roger Waters Collection. Essa coletânea traz como novidade a cover par “Knocking on Heaven’s Door” (BoB Dylan), retirada da trilha sonora do filme The Dybbuk of the Holy Apple Field, de 1998). Além desta canção, temos “Lost Boys Calling” (outra inédita, cuja versão final aparece na trilha sonora do filme The Legend of 1900, de 1999) e “Flickering Flame” na versão de estúdio como inéditas, além de uma canção de The Pros and Cons of Hitch Hiking (“5:05 AM Every Stranger’s Eyes”), três canções de Radio K.A.O.S. (“The Tide is Tuning”, “Who Needs Information” e Radio Waves”), uma da trilha de When the Wind Blows (“Towers of Faith”), duas de Amused to Death (“Too Much Rope” e “Three Wishes”) e duas de In the Flesh Live (“Perfect Sense part I & II” e “Each Small Candle”).
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Waters executando uma de suas paixões, o Críquete |
Em julho de 2004, Waters lançou pela internet duas novas canções: “To Kill the Child” (inspirada na invasão do Iraque) e “Leaving Beirut” (inspirada em suas viagens ao Oriente Médio quando adolescente). No ano seguinte, em 26 de setembro, lançou a ópera Ça Ira, divida em três atos traduzidos dos livretos de Étienne e Nadine Roda-Gils, baseados na Revolução Francesa. Ça Ira alcançou a quinta posição dos álbuns de música clássica mais vendidos nos Estados Unidos.
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Reunião de David Gilmour, Roger Waters, Nick Mason e Rick Wright no Live 8 |
Apesar de todas as especulações, a volta do Pink Floyd não aconteceu, devido principalmente as divergências musicais de Gilmour e Waters ainda existirem. De qualquer forma, o encontro inspirou Waters a lançar a turnê The Dark Side of the Moon Live, na qual, o show era dividido em duas partes: a primeira com clássicos do Pink Floyd e da carreira solo de Waters, e a segunda interpretando o álbum The Dark Side of the Moon em sua totalidade.
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Palco da The Dark Side of the Moon Live |
Em 2007, a canção “Hello (I Love You)” foi lançada na trilha do filme The Last Mimzy, sendo também lançada em um single nas versões material (em CD) e para download. Em 2008, Waters participou do California’s Coachella Festival (abril) e também esteve para ser a principal atração do Live Earth, em Mumbai, Índia (dezembro), festival que foi cancelado devido aos ataques terroristas naquele país.
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Waters diante do muro que está passando pelo Brasil |
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Discos solos de Roger Waters |
Encerramento:”Atrás da Verde Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu” [do álbum Sambas de Enredo das Escolas de Samba do Rio de Janeiro Grupo Especial, Carnaval 94 – 1994 (G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira)]
Roger Waters SEU LIMDO!
Momentary Lapse of Reason (1987, nao em 1977), abraços!
Correto, 1977 foi o ano do Animals, a visão de Roger Waters sobre o mundo político que foi o disco que me iniciou na obra do Pink Floyd.
Rogers Waters, grande compositor. Mas um eterno mala, chatérrimo! Como aliás são todos os esquerdistas ativistas que “lutam por um mundo melhor e sem preconceitos”. Cara chato!!!
“Anônimo de volta”
Eu não acho o Roger Waters “um cara chato e um eterno mala”.
Quem merece este apelido pra mim é o Caetano Veloso!
Waters pode ser tudo isso que você citou, mas que ele é um puta gênio da música,
isso ele é sem dúvidas e com sobras.
Esse cara é talentoso, mas é incrível como ele ficou com a cara do Otávio Mesquita.