Por Igor Miranda (Publicado originalmente no site Van do Halen)
Apesar do Hard Rock europeu ser essencialmente melódico, as produções norueguesas contam com um diferencial: o peso. Confira os cinco discos recomendados para conhecer a cena norueguesa, que nunca recebeu tanto destaque quanto a sueca ou a norte-americana, mas não perde em qualidade.
TNT – Tell No Tales [1987]
Formado por noruegueses – com exceção do vocalista norte-americano Tony Harnell –, o TNT tinha conquistado sucesso considerável na Escandinávia. Mas eles queriam mais. Assinaram com a PolyGram Records para uma distribuição mundial de seu novo disco (já estavam no cast da gravadora mas apenas em âmbito nacional) e lançaram o fenomenal Tell No Tales em 1987.
O sucesso foi inevitável, todavia algumas modificações no som em relação ao passado eram imprescindíveis. Alguns elementos Heavy apresentados nos antecessores foram mantidos, mas, no geral, a farofa predomina. O Hard n’ Heavy coeso, melódico e muito bem tocado do TNT é único. Dádiva não apenas do instrumental potente, marcado por uma boa cozinha e excepcionais linhas de guitarra, mas também da voz incrível de Tony Harnell, um dos melhores vocalistas do estilo sem sombra de dúvidas. Tell No Tales é viciante.
01. Everyone’s A Star
03. As Far As The Eye Can See
04. Sapphire (Instrumental)
05. Child’s Play
06. Smooth Syncopation (Instrumental)
08. Desperate Night
09. Northern Lights
10. Incipits (Instrumental)
Formação: Tony Harnell (vocal); Ronni Le Tekrø (guitarra, violão, backing vocals); Morty Black (baixo, backing vocals); Morten “Diesel” Dahl (bateria, percussão)
Músicos adicionais:
Håkon Iversen (backing vocals); Baard Svensen (teclados); Bjørn Nessjø (teclados); Carlos Waadeland (teclados)
Sha-Boom – Let’s Party [1990]
(por Marcelo Vieira @mvmeanstreet)
Lançado em 1990, dois anos após o debut R.O.C.K., Let’s Party é a prova maior do potencial que o Sha-Boom tinha. Novamente as influências da música pop da década de 80 se fazem presentes assegurando a originalidade do quarteto. E antes que os xingamentos comecem, saibam que é quarteto sim, pois naquela altura do campeonato o guitarrista John Sanhd já havia se desligado do grupo. Vale a ressalva de que o baterista Øystein “Bobby” Andersen assume, sob o pseudônimo Sporty, as baquetas do Wig Wam.
A
faixa-título já abre o
play no maior clima de festa. Na seqüência “
The Wild Ones” mantém o nível lá no alto com um refrão que fica na cabeça. Mais adiante a balada “I Don’t Wanna Say Goodnight” garante o momento mais mela-cueca. Mas é da metade para o final que estão os pontos mais altos: “
X-Ray Specs“, que é a minha favorita, com direito a um solo de arrepiar; os hinos “Don’t Stop” e “Rock This City”; e o hit “
Werewolf“, com direito a um videoclipe que eu acho que é o único oficial da banda. E vamos festejar, pooorra!!!
01. Let’s Party
02. The Wild Ones
03. Desperado
04. I Don’t Wanna Say Goodnight
05. Get Wild
06. X-Ray Specs
07. Don’t Stop
08. Lost In a Feeling
09. Wish I Had a Gun
10. Werewolf
11. Stay
12. Rock This City
Formação: Dag Finn (vocal); Hasse Lind (guitarra, teclados); Peo Tyren (baixo); Bobby Andersen (bateria)
Perfect Crime – Blonde On Blonde [1990]
O debut desse quarteto, composto pela bela vocalista Bente Smaavik, pelo guitarrista Jimmy Iversen, pelo baixista Steinar Eikum (ex-TNT) e pelo batera Willy Bendiksen (membro fixo do Jorn) foi lançado em 1989. A banda atendia pelo nome de Blonde On Blonde, mas por questões contratuais, no disco seguinte, teve que mudar para Perfect Crime. Por boas questões contratuais, afinal, o conjunto foi contratado pela EMI Records da Noruega e contou com a produção de Bernie Marsden (ex-Whitesnake) para o novo registro.
Blonde On Blonde tem o poder de cativar qualquer fã de Hard Rock melódico. A influência do AOR nas composições tornam a voz de Smaavik ainda mais agradável e presencial, até mesmo para aqueles não muito apegados a vocais femininos no Rock – como eu. O instrumental é digno do gênero e a boa produção de Marsden reflete na qualidade do play, principalmente se comparado ao antecessor. Um discão que, infelizmente, foi esquecido pelas vendas modestas na fria Noruega.
01. Into The Water
02. No One Like You
03. One Of These Days
04. Love Me Or Leave Me
05. Perfect Crime
06. Liar
07. Am I Right
08. Lying Eyes
09. Key In The Door
10. Stripped To The Bone
Formação: Bente Smaavik (vocal); Jimmy Iversen (guitarra); Steinar Eikum (baixo); Willy Bendiksen (bateria)
Vagabond – Vagabond [1994]
O Vagabond alia duas histórias de sucesso na cena norueguesa. A banda foi formada por Ronni Le Tekrø e Morty Black, respectivamente guitarrista e baixista do TNT, que estava na geladeira. O ex-Stage Dolls, Steinar Krokstad, assumiu as baquetas; o integrante de turnê do TNT, Dag Stokke, tomou conta dos teclados; e o futuro Masterplan, Jørn Lande – ainda desconhecido –, se tornou o vocalista.
Auto-intitulado, o debut do quinteto traz a competência de músicos experientes e, por sorte, uma voz que ainda tinha personalidade própria. Nos trabalhos mais atuais de sua carreira solo, Lande tenta imitar nomes do passado como David Coverdale e Ronnie James Dio, mas aqui a sua identidade vocal é o toque diferencial no instrumental competente apresentado. O Hard Rock distinto do Vagabond foge dos clichês e é altamente recomendado.
01. Thunderblunder
02. Key To The Rainbow
03. Do You Like It?
04. Gold In The Air
05. I Believe In Wonders
06. Silent Woman Sheila
07. Automatic
08. Let Go, Let Go
09. Mrs. Hippie Blues
10. We Bring The Sun To You
11. Better Ask Yourself
12. Kick Big Pigs
13. Everybody’s Healing
Formação: Jørn Lande (vocal); Ronni Le Tekrø (guitarra); Morty Black (baixo); Steinar Krokstad (bateria); Dag Stokke (teclados)
Wig Wam – Wig Wamania [2006]
O segundo play do Wig Wam, Wig Wamania foi lançado pela Voices Music & Entertainment, uma das gravadoras mais importantes da Noruega, e ainda ganhou uma versão japonesa distribuída pela King Records. Além de ter tido uma boa repercussão, por conta da melhor distribuição de cópias, o disco apresenta uma evolução sonora em comparação ao seu antecessor, pois, ao meu ver, conta com composições mais consistentes.
A primeira impressão que se tem ao ouvir Wig Wamania é a de que só pode ser uma gravação perdida dos anos 1980, pois não há banda em atividade no momento que soe tão oitentista quanto esses caras. O disco está recheado de refrões grudentos e cantados em coro, letras repletas daqueles adoráveis clichês, riffs de guitarra cortantes e todos os elementos que constituem um bom álbum do gênero. Simplesmente sensacional.
01. Wig Wamania
02. Rock My Ride
03. Slave To Your Love
04. Gonna Get You Someday
05. Bygone Zone
06. Daredevil Heat
07. Kill My Rock N’ Roll
08. The Riddle
09. At The End Of The Day
10. A R ‘N’ R Girl Like You
11. Can’t Get Her (Out Of My Bed)
12. Breaking All The Rules
Formação: Glam (vocal); Teeny (guitarra, backing vocals); Flash (baixo, backing vocals); Sporty (bateria, backing vocals)
|
Sempre interessante |
Só uma correção: esse texto é de minha autoria, com exceção de "Let’s Party", do Sha-Boom.
Valeu!
Igor Miranda (Silver)
http://www.vandohalen.com.br
Correção feita Silver, obrigado