Steel Panther – Balls Out [2011]
Por Leonardo Castro
Dois anos depois do aclamado Feel the Steel (2009), a banda/paródia Steel Panther retorna com seu segundo álbum, intitulado Balls Out. Contudo, se em seu disco de estreia o grupo soava mais como uma sátira dos grupos clássicos do hair metal, com músicas que remetiam diretamente a nomes como Whitesnake (“Fat Girl”), Van Halen (“Eatin Ain’t Cheatin”) e Bon Jovi (“Party All Day”), neste novo lançamento a banda apresenta uma sonoridade mais própria, utilizando essas influências para forjar uma identidade, sem soar como uma cópia dos originais. Entretanto, um aspecto do grupo não mudou em nada: as letras, que continuam tão engraçadas quanto agressivas.
Após uma pequena introdução, o disco tem início com a rápida “Supersonic Sex Machine”, que tem um excelente trabalho de guitarra de Satchel, também conhecido como Russ Parish (ex-Fight e War & Peace). Na sequência, temos a power ballad “Just Like Tiger Woods”, cuja letra é uma ode ao legendário esportista e às suas aventuras fora do campo de golfe… “17 Girls in a Row” , que foi lançada como single nos EUA, segue a linha das músicas mais animadas do Firehouse, com um riff cadenciado e grudante. Já o single lançado na inglaterra, “If You Really Really Love Me”, alterna partes acústicas com um refrão mais pesado, com resultados nada originais, mas bem interessantes.
Ainda que o começo do disco seja bom, a partir de “It Won’t Suck Itself” a coisa melhora muito. Com participação de Nuno Bettencourt (Extreme) e Chad Kroeger (Nickelback), a música é uma das melhores do disco, e fica ainda melhor com a presença dos dois. Outros destaques são “Tomorrow Night” e “Gold Digging Whore”, que têm refrões sensacionais e as letras mais engraçadas do disco.
“I Like Drugs” tem aquela veia festiva do Kiss e do Poison, e certamente levantaria a plateia em qualquer show. Já “Critter” lembra o Dokken da fase Back For the Attack, e é outra música com um refrão inesquecível. O disco se encerra com “Weenie Ride”, conduzida ao piano e com uma melodia triste e melancólica, que contrasta totalmente com a letra, impublicável…
Por falar em letras, a forma e o conteúdo das mesmas não mudaram nem um pouco. Agressivas, machistas e, por isso mesmo, engraçadas, muitas vezes elas atravessam a linha do mau gosto, o que pode causar até uma certa repulsa aos menos bem humorados.
Contudo, se você é daqueles que gostam de hard rock e não liga para o que as bandas estão cantando, ou se aprecia esse tipo de humor mais direto e grosseiro, Balls Out é uma ótima opção, com suas músicas marcantes, ótima produção e refrões inesquecíveis.
Track list:
1. In the Future
2. Supersonic Sex Machine
3. Just Like Tiger Woods
4. 17 Girls in a Row
5. If You Really, Really Love Me
6. It Won’t Suck Itself
7. Tomorrow Night
8. Why Can’t You Trust Me
9. That’s What Girls Are For
10. Gold-Digging Whore
11. I Like Drugs
12. Critter
13. Let Me Cum In
14. Weenie Ride
Só pela capa já vale o disco …
A capa do CD é ótima, alias, hard rock dos anos 80 é cada coisa viu, é só olhar pra eles.
Apesar de constituir uma grande paródia, e das boas, o Steel Panther é melhor que muitas (diria que a grande maioria) das novas bandas de hard rock que estão aí e até mesmo que a maior parte das antigas que ainda estão na ativa. Musicalmente, o quarteto sobra, em especial o guitarrista Satchel. Quem o conhecia como Russ Parrish no Fight já deve ter uma ideia, mas ele está mandando ainda melhor. Como o Leonardo destacou, ouçam "Supersonic Sex Machine" e comprovem.
O pior é que, até no território lírico, mesmo em se tratando de uma banda paródia dos grandes nomes do hair metal oitentista e de seus exageros, o Steel Panther ganha da maioria do pessoal mais novo do gênero. Não preciso nem citar bandas ruins para justificar essa afirmação, posso pegar, por exemplo, o último disco do Crashdïet, "Generation Wild", do qual gosto, mas que é recheado de velhos clichês. Já as letras do Steel Panther, apesar de propositalmente carregadas no humor sexista, são criativas e honram a arte da sacanagem.