Maravilhas do Mundo Prog: Dream Theater – Octavarium [2005]
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Mike Portnoy, Jordan Rudess, John Myung, James LaBrie e John Petrucci |
Dividida em cinco partes, é uma verdadeira maravilha progressiva perdida entre tantas composições grandes (mas não grandiosas) de um grupo de heavy metal, e que merece sim, apesar da rejeição dos mais xiitas, uma posição de destaque aqui nessa seção.
Escrita por Petrucci, “Someone Like Him” também pode ser interpretada (alguns membros do fã-clube fazem tal interpretação) como o pensamento de Petrucci, primeiro adorando seus ídolos da guitarra, mas não querendo ser um músico, e depois, mudando de opinião e tornando-se um ídolo como seus ídolos, sendo esta a primeira alusão ao fato de tudo termina onde começou, que é o significado básico da palavra Octavarium.
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John Petrucci |
Especificamente, a letra diz que o personagem acorda 30 anos de um sono profundo, e o médico que o cuida acredita que é possível fazer recuperar seus movimentos. Para isso, aplica uma alta dose de medicamentos, que acaba não dando o resultado esperado. O médico desespera-se, mas o próprio paciente o consola, dizendo não haver erro médico, e repentinamente, volta para o sono profundo (a segunda alusão ao fato de tudo termina onde começou).
O riff pesado e intrincado de baixo, guitarra e bateria, tendo o acompanhamento dos acordes saltitantes do sintetizador, trazem a voz de LaBrie construindo uma letra quase sem sentido, intercalando frases e citações à diversas canções, como “Day Tripper”, “Lucy in the Sky with Diamonds” e “Get Back” (Beatles), “Supper’s Ready” e “Cinema Show” (Genesis), “Show Me the Way” (Peter Frampton), “Careful with that Axe, Eugene” (Pink Floyd), “Breathe” (Pink Floyd), “Machine Messiah” (Yes), “Light My Fire” (The Doors), “Hey Hey My My” (Neil Young), “My Generation” (The Who) e “Pinhead” (Ramones), misturando o nome dessas canções através de suas palavras, assim como traz à tona os nomes de David Lee Roth e Tim “Ripper” Owens, formando os dois principais parágrafos de “Full Circle”, além do suposto refrão, onde Portnoy solta frases aleatórias, enquanto LaBrie as complementa com mais citações à Yes, Pink Floyd e The Doors (lembrando que Full Circle é o nome de um dos álbuns do grupo americano, já sem Jim Morrison nos vocais).
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Mike Portnoy |
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John Myung |
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Jordan Rudess |
O mais fantástico é que não só músicalmente ou liricamente “Octavarium” é maravilhosa. O Dream Theater trabalhou tão bem nessa suíte que até mesmo a cronometragem da mesma foi determinada depois que fizesse sentido com a proposta do álbum (o fato de o fim começar sempre no mesmo início), tendo vinte e quatro minutos cravados.
Algumas citações mais óbvias: a canção é a oitava do CD (octa) e com cinco movimentos, ao mesmo tempo que Octavarium é o oitavo CD do Dream Theater, um grupo formado por cinco membros. Outra citação interessante é que a canção possui três longas sessões instrumentais, em um total de oito distintas seções vocais-instrumentais, ou seja, 8 x 3 = 24 (a duração de “Octavarium”). Uma combinação com o número cinco aparece no nome da suíte, já que ele é constituído por cinco sílabas, com cinco consoantes e cinco vogais. Finalmente, o ciclo mais comum do ser humano é o dia, que possui vinte e quatro horas. Os números cinco e oito estão presentes no símbolo que aparece impresso no CD, batizado de Octavarium, o qual é um óctogono (figura de oito lados) com um pentagrama (cinco pontas) inserido nele.
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O símbolo Octavarium impresso no CD de mesmo nome |
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Algumas referências aos algarismos cinco e oito no encarte de Octavarium |
Boa resenha. Eles estavam inspiradíssimos quando fizeram essa música.
O resto do disco é bastante legal também. Eles fizeram cada música em um tom, repetindo a ideia do ciclo da escala musical que termina onde começou, e isso deu um clima muito único à obra.
Quanto à progressividade ou não do grupo, me parece que ela ficou meio de lado nos últimos discos, mas pra mim a fase de ouro deles é entre o "Images" e o "Scenes", quando essa influência era mais evidente. No "Falling", por exemplo, quase não há metal.
Correção: o instrumento do Rudess se chama "Continuum Fingerboard" ou "Haken Continuum"
Mairon…fiquei curioso… defina o que faz uma banda ser ou não progressiva ?
Boa pergunta Fábio. Progressivo basicamente é um rock sinfônico, onde além de técnica, talento e conjunto, é necessário melodias harmoniosas, que se unem para formar uma ideia, um conceito, uma história. Yes, VDGG, ELP, King Crimson, Pink Floyd, Genesis, Gentle Giant, entre tantos outros, eram soberanos nessa arte, muito por virem de uma formação voltada para o jazz.
Os músicos do Dream Theater são muito talentosos, com uma técnica excepcional, mas na hora do conjunto, de colocar melodias belas e conceituadas, pecam (no meu ponto de ver) pela junção de peso, distorções e outras características provenientes do heavy metal. Fora o fato de que as inspirações "clássicas" não existem, e a formação é muito mais virtuosa do que o esperado para um músico (e uma banda prog).
Espero ter conseguido me explicar e valeu a visita
Cara, seu texto ficou excelente, parabéns! Só acho que a proposta da banda realmente não é ser só progressivo. Nesse seu comentário mesmo vc meio q define o som deles. DT é um heavy metal com um toque de progressivo, acho q a intenção não é pra ser o contrário.
O último álbum, A Dramatic Turn Of Events, por exemplo, tem mto peso, mas tem seus toques de prog, um exemplo é Bridges In The Sky.
É foda, acho q tudo tem sua medida certa, as vezes eles acertam, as vezes não. Tipo, eu gosto mto de Pink Floyd, mas tem mta coisa deles q acho maçante!
Porém tudo é questão de momento. Gosto mto de Kansas, mas tenho fases de "Leftoverture" e fases de "Power".
Acho o Dream Theater uma puta banda, com muita música foda e realmente não entendo pq tanta gente fala tão mal.
Mas enfim, gosto é gosto! 😉
Gostei mto do site, favoritei aqui!
Um abraço!
Meu caro Bruno, obrigado pelos elogios, e concordo com você: o Dream Theater não pensava em ser só prog. Acompanhe-nos agora no nosso site
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estamos com muitas matérias novas por lá
Abraço
Hummm…entendi… por esse ponto de vista realmente tenho que concordar … alias, no geral, o subgenero metal progressivo carece destes tipos de melodias … talvez seja a característica deste tipo de som: composições com passagens muito técnicas e virtuosas, com enfase no peso