Direto do Forno: Forbidden – Forbidden Evil (1988)

Direto do Forno: Forbidden – Forbidden Evil (1988)
Por Fernando Bueno

Todo mundo sabe que o thrash metal teve seu auge lá nos anos 80 com as bandas oriundas do estado da Califórnia nos Estados Unidos. Certamente o fato de ser novidade e apresentar, até então, o som mais extremo possível, agradou muitos jovens que extravasavam suas energias ao som de Metallica, Megadeth, Slayer e muitas outras bandas. De uns anos para cá vivemos uma bem vinda renovação do thrash metal, que passou quase a totalidade dos anos 90 e parte da primeira década do século 21 de certa forma sem direção.
Muitas bandas clássicas estão lançando álbuns que trazem a pegada dos anos 80 com um som atualizado e que vem fazendo a cabeça de muito headbanger saudosista e também atraindo uma nova geração. Para esses últimos a Shinigami Records está trazendo alguns discos clássicos de bandas que ajudaram a moldaram o estilo. Antes desse lançamento só tínhamos contato com esses discos pelo mp3 mesmo. Forbidden Evil é o debut do Forbidden, que acabou ficando em um segundo escalão do thrash, até por ter aparecido depois que as outras já tinham se estabelecido, e é facilmente considerado o melhor disco do grupo (tá bom!!! O segundo álbum, Twisted Into Form, também recebe esse mérito diversas vezes!!!).
Descobri a banda depois de um show do Slayer, no Monsters of Rock de 1994, e ter me impressionado com o baterista da época, Paul Bostaph. Fui atrás do que ele já tinha feito e cheguei ao Forbidden. Aqui ainda não aparece toda a técnica que ele mostrou na seqüência de sua carreira, mesmo assim faz um ótimo trabalho juntamente com o baixista Matt Camacho.
“Chalice of Blood” e “Through Eyes of Glass” são as minhas preferidas do álbum sendo que o refrão dessa última fica na cabeça logo na primeira audição. A passagem do meio da música mostra o que todo mundo já sabe: a influência da NWOBHM é enorme nas banda da Bay Area da época. Seu solo também é excelente e dá uma mostra da técnica apurada dos guitarristas Craig Locicero e Glen Alvelais. Aliás, como tinham excelentes instrumentistas nessa cena da Califórnia!
A faixa título talvez seja a mais bem acabada de todo álbum. Riffs rápidos, variações melódicas e a melhor performance vocal de Russ Anderson, que também arrasa em “Follow Me”. Essa faixa possui uma introdução com um dedilhado trabalhado e fecha o álbum fazendo você deixar o álbum tocar de novo. Outro destaque, principalmente pelo instrumental, é de “Feel No Pain”.
O Forbidden, antes de gravar esse álbum, chamava-se Forbidden Evil e tinha como  companheiro de Craig Locicero na guitarra Robb Flynn, hoje líder do Machine Head e lançando ótimos álbuns. Flynn é inclusive um dos compositores de três faixas do álbum incluindo a faixa título. Hoje em dia muito dos ouvintes da nova geração estão tomando conhecimento do Forbbiden por gostarem de Machine Head.

Não poderia deixar de comentar sobre a capa que tem uma imagem tão fortemente ligada à banda que em seu disco de reunião, Omega Wave, de 2010, há uma clara referência à ela. Nessa edição de Forbbiden Evil da Shinigami há quatro faixas bônus gravadas ao vivo em 23 de outubro de 1988, poucas semanas depois do lançamente do álbum, na casa de shows Trocadero, na Filadélfia. Ligeiramente mais rápidas as músicas mostram a energia que deveria existir nos shows de thrash metal da época. Se você não conhece o Forbbiden essa é uma excelente oportunidade de corrigir esse erro.

Track List:

1. Chalice of Blood

2. Off the Edge
3. Through Eyes of Glass
4. Forbidden Evil
5. March into Fire
6. Feel No Pain
7. As Good as Dead
8. Follow Me

9. Feel No Pain (Ao Vivo)
10. As Good as Dead (Ao Vivo)
11. Through Eyes of Glass (Ao Vivo)
12. Chalice of Blood (Ao Vivo)

Um comentário em “Direto do Forno: Forbidden – Forbidden Evil (1988)

  1. Ótima resenha! Forbidden Evil é um dos meus discos favoritos da cena da Bay Area e certamente eles foram um dos grupos que mais inovaram pelo estilo extremamente técnico de tocar,que os diferenciavam das demais bandas.

    Eu curto o álbum todo, mas March Into Fire é a minha preferida.

    Vale lembrar que o Robb Flyn participou também do Vio-lence, outra banda muito aclamada pelos thrashers.

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