Cinco Discos Para Conhecer: Hard Rock com Vocais Femininos

Cinco Discos Para Conhecer: Hard Rock com Vocais Femininos

Por João Renato Alves (Publicado originalmente no site Van do Halen)

Nada melhor que homenagear aquelas que sempre ajudaram a levar a bandeira do Rock adiante. Essa lista tem foco centrado no Hard Rock, embora  a marca feminina se faça presente em todas as vertentes. Vamos ao que interessa…

Heart – Heart [1985]
(por Igor Miranda)
O Heart já havia feito muito sucesso no fim dos anos 1970 e passava por uma época difícil antes do lançamento desse álbum. A formação, que já não contava mais com os originais Roger Fisher (desgastado por conta do relacionamento com a guitarrista Nancy Wilson) e Steve Fossen, conseguiu se estabilizar mesmo com vendas não muito boas e sem hits. No entanto, entre o fim de 1984 e o início de 1985, a banda das irmãs Ann e Nany Wilson viu o sol nascer mais radiante. O Heart assinou um contrato com a Capitol Records, consolidando uma proposta de mudança de som e visual que já era trabalhada antes. A partir disso, gravou aquele que é o maior sucesso comercial de sua carreira. Lançado em julho de 1985, o disco marcou a conclusão de uma transição iniciada nos primeiros anos da década de 1980. O grupo estava tentando soar mais pop e deixava as raízes calcadas na música folk. Private Audition foi o pontapé inicial. Apesar deste e seu sucessor terem falhado em vários pontos, o álbum que leva o nome da banda é até hoje o trabalho mais vendido da carreira. O play conquistou a primeira posição das paradas americanas, adquiriu cinco vezes disco de platina nos Estados Unidos e seis no Canadá. Emplacou, ainda, verdadeiros hits como “If Looks Could Kill”, “Never”, “What About Love” e “These Dreams”. Esta última atingindo o 1° lugar nas paradas americanas e as demais, o top 10.
Ann Wilson (vocals); Nancy Wilson (guitarras); Howard Leese (guitarras); Mark Andes (baixo) e Denny Carmassi (bateria)
1. If Looks Could Kill
2. What About Love
3. Never
4. These Dreams
5. The Wolf
7. Nobody Home
8. Nothin’ At All
9. What He Don’t Know
10. Shell Shock

Doro – Force Majeure [1989]

Após o grande sucesso de Triumph and Agony, que ganhou disco de ouro na Alemanha e entrou no Top 100 dos Estados Unidos, parecia que todo um novo mundo de possibilidades se abria para o Warlock. Mas a ganância falou mais alto com o ex-empresário do grupo iniciando uma batalha judicial pelos direitos sobre o nome. O resultado foi a saída de todos os músicos, deixando Doro Pesch à deriva. A cantora, entretanto, não se intimidou. A princípio, comprou a briga e tentou permanecer com a marca. Derrotada, decidiu não prosseguir com a disputa para poder se concentrar com maior força no que realmente interessava: a música. Sendo assim, rumou para os EUA novamente, junto com o baixista da última formação do Warlock, Tommy Henriksen. Lá, formaram uma nova banda com duas feras: o guitarrista Jon Levin (Dokken) e o renomado baterista Bobby Rondinelli (Rainbow, Black Sabbath). Para ajudar nos arranjos, também foi chamado o tecladista Claude Schnell (Dio). O produtor foi Joey Balin, que participou ativamente do processo de composição. Force Majeure não foge muito da proposta do último lançamento da antiga banda de Doro. Traz um Heavy Metal tradicional com pitadas de Hard Rock com tudo para agradar os adeptos. Aliás, na primeira prensagem do disco, havia um adesivo escrito “+ Warlock”.
Doro Pesch (vocals), Jon Levin (guitarras), Tommy Henriksen (baixo) e Bobby Rondinelli (bateria)
Convidado Especial
Claude Schnell (teclados)
2. Save My Soul
3. World Gone Wild
4. Misson of Mercy
6. Beyond the Trees
7. Hard Times
8. Hellraiser
9. I Am What I Am
11. Under the Gun
12. River of Tears
13. Bis Aufs Blut

Lee Aaron – Bodyrock [1989]
Após um começo variando entre o Hard e o Heavy, Karen Lynn Greening se estabeleceu de vez na primeira opção em seu quinto disco. Bodyrock reúne todas as qualidades e clichês que se espera de um álbum do gênero. O destaque principal, obviamente, vai para a poderosa voz de Lee, uma das melhores já surgidas no estilo. Duas faixas emplacaram: as excelentes “Hands On” e “Whatcha Do To My Body”. Essa última é seu maior sucesso comercial, tendo permanecido no setlist de suas apresentações até quando a cantora se aventurou pelo Jazz. Bodyrock recebeu dois troféus no Juno Awards, premiação mais importante da música canadense. Foi escolhido “Melhor Álbum de Rock” e faturou a estatueta mais importante da noite, a de “Álbum do Ano”. O clipe de “Hands On” também marcou presença vencendo na categoria de “Melhor Vídeo”. Após uma série de mudanças, Lee Aaron parece estar retornando às boas, fazendo shows e participando de vários festivais mundo afora como o Sweden Rock Festival desse ano, para o qual já está confirmada. Os fãs agradecem.
Lee Aaron (vocals), John Albani (guitarras) e Scott Humphrey (baixo, bateria)
02. Yesterday
03. Gotta Thing for You
04. Rock Candy
05. Tough Girls Don’t Cry
06. Sweet Talk
07. Rock the Hard Way
08. Shame
09. Whatcha Do to My Body
10. Hands On
11. Rebel Angel
12. How Deep
Robin Beck – Trouble Or Nothin’ [1989]
Definitivamente 1989 foi especial para as moças. E uma das mais belas vozes surgidas não poderia ficar de fora da lista. A atual “senhora James Christian” juntou-se a Desmond Child, uma banda repleta de músicos do mais alto calibre e ainda contou com a colaboração de Paul Stanley para disponibilizar um dos grandes álbuns da virada de década. O som une peso e melodia na medida certa, através de composições altamente inspiradas. Destaque para a abertura com “Hide Your Heart”. Sim, a própria, que seria gravada pelo KISS em Hot In The Shade. Essa canção, aliás, poderia ter um disco próprio só com as diferentes versões que foram feitas por gente como Ace Frehley, Molly Hatchet e Bonnie Tyler. Aqui temos uma de suas melhores interpretações. São vários pontos altos. “First Time” merece ser citada, pois atingiu um público ainda maior quando se tornou trilha de uma campanha publicitária da Coca-Cola.
Robin Beck (vocals), Guy Mann Dude (guitarras), Steve Lukather (guitarras), Hugh McDonald (baixo), Greg Mangiafico (teclados), Bobby Chouinard (bateria)
1. Hide Your Heart
2. Don’t Lose Any Sleep
3. If You Were a Woman (And I Was a Man)
4. Hold Back the Night
6. In a Crazy World Like This
7. Tears in the Rain
8. A Heart For You
9. Sleeping With the Enemy
10. First Time

 Sass Jordan – Rats [1994]

Rats é o terceiro lançamento de sua carreira e conta com a participação de algumas feras como Richie Kotzen, Stevie Salas, Brian Tichy e George Clinton. Sim, o tiozão dá as caras em “Ugly”! Um exemplar Hard Rock em sua face mais crua com influências setentistas e acento sulista, combinando muito bem com a voz potente de Jordan. Influências de cantoras como Janis Joplin (a quem ela intepretou no musical da Broadway de 2003, Love Janis) e Maggie Bell são facilmente percebidas. Impulsionado pelo sucesso de “High Road Easy”, o álbum obteve grande repercussão atingindo vendas satisfatórias e fazendo com que Sass fosse convidada a excursionar como atração de abertura de artistas como Aerosmith, Whitesnake e Steve Perry. Mas não era só essa música que valia a pena no disco. O início com a agitada “Damaged”, a dramática “Pissin’ Down” (interpretação fora de série!), a rocker “I’m Not”, a curta acústica “Breakin’” e a de clima ‘on the road’ “Give” também merecem seus destaques.
Sass Jordan (vocals), Stevie Salas (guitarras), Carmine Rojas (baixo), Brian Tichy (bateria)
Convidados Especiais
Richie Kotzen (backing vocals), George Clinton (vocals em 7), Rei Atsumi (Hammond, Mellotron), Tai Bergman (percussão), Kimmie Wood (harmonica)
1. Damaged
2. Slave
3. Pissin’ Me Down
4. High Road Easy
5. Sun’s Gonna Rise
6. Head
7. Ugly
8. I’m Not
9. Honey
10. Wish
11. Breakin’
12. Give


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