War Room: The Mushroom River Band – Simsalabim [2002]

War Room: The Mushroom River Band – Simsalabim [2002]
Por Micael Machado (Mica)
Convidados: Daniel Sicchierolli (DS), Fernando Bueno (FB) e Mairon Machado (MM)
Caros leitores, mais uma edição do War Room. Nesse episódio, ouviremos juntos o segundo lançamento da banda sueca de stoner rock The Mushroom River Band, intitulado Simsalabim!
Formado por Spice nos vocais, Anders Linusson na guitarra, Alexander “Saso” Sekulovski no baixo e Andreas Grafenauer na bateria, o grupo conseguiu respeito no underground com seu álbum de estreia, Music for the World Beyond (2000). O quarteto chamou a atenção pela sua qualidade e por contar com Spice, à época vocalista do Spiritual Beggars (grupo que deixou para se dedicar exclusivamente ao The Mushroom River Band). Este segundo disco, de 2002, ampliou a fama dos suecos, e os rapazes, inclusive, chegaram a ser banda de abertura para o Iron Maiden em uma turnê européia. Mas… Infelizmente, acabou sendo o canto do cisne deste excelente grupo.
Com vocês, a “Banda do Rio de Cogumelos”!
1. Simsalabim
DS: Música pesada. Começo interessante. Vocal rasgadão e bem dosado. Guitarras com solos dobrados. Tudo muito bem gravado. Música curta e direta!!!
Mica: A faixa já começa a toda velocidade mostrando o que o The Mushroom River Band tem a oferecer.
MM: Pesada. Com um riff simples e um solo curto que serve somente como ponte. Como início, não gostei do vocal, mas o instrumental parece ser bom.
FB: Com poucos segundos de música já me surpreendi. Com esse nome esperava algo totalmente viajante, progressivo ou psicodélico. Mas o que temos é uma porrada. Se eu tivesse lido a introdução antes teria uma pequena ideia do direcionamento musical do grupo. Com o vocal do Spiritual Beggars era de se esperar um stoner rock.
2. Bugs
Mica: A música é bem direta. Parece que a banda já quis dizer a que veio logo de cara. Muito bom e empolgante! O Spice está cantando diferente do que fazia no Spiritual Beggars. Está mais rasgado.
DS: A segunda vai na mesma linha. Gostei, realmente gostei. Não é nada do que eu esperava. Se o disco ficar inteiro nessa linha, talvez torne-se repetitivo. Mas até agora tudo muito bom. Me lembrou o novo projeto do Adrian Smith.
Mica: Daniel, não é tudo igual, não.
MM: Esperava outra coisa, mais na linha setentista. Velocidade, riffs simples demais e esse vocal que realmente não me agrada. Ainda estou tentando me adaptar ao som. O que consegui tirar de bom é alguma semelhança (muito pouca) com riffs do Black Sabbath. Esse vocal é muito ruim!
Mica: Essa semelhança com Black Sabbath toda banda stoner tem!
FB: Mantém a energia da primeira. Guitarra bem pesada. Baixo e bateria dando peso. Essa música está me lembrando uma do Wolfmother que não sei o nome. Gostei mesmo.
3. Make it Happen
DS: Continua com a pegada das primeiras. Se colocassem algo um pouco mais melódico, uma voz limpa intercalada, mais solos duplos eu iria elogiar mais. É muito bom, mas já estou começando a achar que será igual até o fim.
MM: As músicas são muito curtas. Não é ruim (tirando o vocal). Bem simples e sem atrativos maiores. Passa desapercebido por enquanto. Concordo com o Daniel. Está ficando repetitivo!
Mica: Acho esse som tipicamente stoner. Um dos estilos que eu mais curto! Daniel, isso que você pede não se adapta muito à linha da banda. Ou seja, não vai rolar!
FB: Não acho tão Black Sabbath. Os riffs são um pouco diferentes. Sei lá, não é uma música direcionada por riffs como o Sabbath era. São legais essas adições de frases de guitarras no meio das estrofes para não tornar monótono. Solo curto, mas eficiente. A voz é do tipo que praticamente todas as bandas de Stoner estão acostumadas a entregar.
4. Change It
Mica: Depois de três músicas bem diretas, a banda dá uma mudada no direcionamento, até para não ficar tudo igual! Acho essa mais trabalhada que as anteriores!
DS: Discordo! Até agora… tudo igual! Nada mudou. O vocal rasgado o tempo todo me cansa. Vocês falam do Black Sabbath e não vejo nada disso. NADA! Boa faixa, mas nada demais.
MM: Começo muito bom, depois vira a farinha do mesmo saco. Gostei do trecho com violões e do solo de guitarra. Definitivamente não é para mim. Apesar de eu gostar de um disco de stoner chamado Sucking the 70’s que inclusive fiz resenha aqui. E que vocal bem chato!
Mica: Esse trecho com violões é completamente diferente do que vinha antes!
FB: As músicas são curtas e coladas uma às outras. Seria difícil de distinguir uma faixa da outra se você não estiver prestando atenção, como estamos fazendo agora. Bem… Para quem falava que era tudo igual está aí uma passagem com guitarras acústicas. Só para dar um molho especial antes da entrada do solo, que é curto como os outros. Não gostei dessa voz no fim da música.
Mica: Mais rasgadaça e desesperada!
5. My Vote is Bank
DS: Voltou para a segunda faixa? Vou dar um copy/paste. É mais fácil.
Mica: Essa eu já acho mais Sabbath que as outras! E tem menos velocidade!
MM: Essa é a que tem mais variações até agora. O baterista toca bem. Não consigo ouvir o baixo e o vocal encheu o saco. Salvo o solo da guitarra dobrada e a bateria. É uma música regular. Se ouve, mas nada demais.
FB: Até agora a música mais variada do álbum. Nesse caso acho que uma voz mais limpa, como disse o Daniel, encaixaria mais com esse andamento mais lento. Muito pesado esse riff de passagem entre as estrofes. Fico imaginando isso em um show com um som potente e cristalino. Seria uma porrada! O solo mais melódico do disco até agora também.
Mica: Mais lenta, mas muito boa! A mais variada e a melhor até agora! Curto essas paradinhas mais para o fim!
6. Tree of No Hope
Mica: O refrão dessa é matador.
DS: Mais pesada, mais rasgada e mais do mesmo. O que começou legal agora se torna repetitivo. Reforço que não achei ruim, mas não compraria o CD. Refrão? Que refrão?
MM: Descobri por que não estou gostando dos vocais. Está me lembrando aquelas bandas “punks” dos anos 90 (Green Day, Linkin´ Park, …). O baixo aparece melhor. A guitarra sola legal. Boa música para agitar, principalmente no riffzão da ponte. Mas esse vocal é um saco!. “I hate you, you hate me”, esse é o refrão.
FB: Se eu ouvisse essa música de cara acharia que era uma banda de hardcore mais melódica, dessas americanas que fizeram bastante sucesso há um tempo atrás. Dá para notar efeito na voz.
MM: É… É bem isso Bueno. Captaste meu pensamento. Não soube explicar.

Mica: O curioso é que no Spiritual Beggars ele canta diferente, menos rasgado. Não sei porque ele fez essa interpretação aqui. Talvez para diferenciar as bandas!
7. Proud of Being Cool
Mica: A maior do disco, mas não necessariamente a melhor! Passagem pesada boa para um pula-pula!
MM: Não por que é a maior do disco, mas é definitivamente a melhor. Riff trabalhado, variações musicais e o vocal não tão rasgado. Essa eu gostei. Só podiam ter colocado mais solos, um wah-wahzão fervendo. O baterista não precisava inventar tanto. Mas gostei do solo.
DS: Repetitivo demais. Às vezes mais rápido, às vezes um pouco mais solado, mas é tudo igual. Uma quebrada no ritmo no meio, um solo legal, mas ainda não empolgou.
Mica: Essa parte mais cadenciada no refrão me lembra várias coisas do Sabbath! Solo bem melódico, diferente dos anteriores!
FB: Caramba!!! Agora não consigo dissociar a banda das hardcore que falei antes. Porém os riffs característicos de stoner voltaram, principalmente no refrão, que é mais arrastado que as estrofes. O fraseado do solo é bem interessante. Acho que um efeito menos carregado o tornaria mais agradável. Faltou no álbum uma variação na voz. Isso enriqueceria o disco como um todo.
Mica: E eu me perguntando a quais bandas de hardcore vocês se referem!
FB: Micael, não está vindo nenhum nome à minha cabeça agora.
8. Time-Laps
MM: Se o vocal estava ruim, conseguiram estragar com esses efeitos. Apesar das variações, está difícil. A parte final da música é um pouco melhor, mas não salva a mesma.
DS: IGUAL, não muda nada. Na verdade muda, é a pior até agora. Talvez seja a repetição, não sei. Não gostei!
FB: Não achei nada. Filler. Nem eles devem gostar dessa. Os efeitos no fim é para tentar torná-la diferente.
Mica: Essa tem umas variações, umas paradinhas. Não é TUDO sempre igual! Vocês estão malucos! 
9. The Big Sick Machine
DS: Pula!
Mica: Acho o Spice mais baixista que esse baixista. Pelo menos o trabalho dele no Beggars é melhor! Mas aqui o cara só quer cantar. E ainda o faz pior que no Beggars! 
MM: Instrumental bom pacas, perfeita para pular e fechar a roda punk. O vocal nesta soa melhor, apesar do refrãozinho sem graça e com pouca criatividade. O trecho central, que leva ao solo, é muito bom.
Mica: Ah… para! Essas paradinhas, vocês não acham legais?
MM: Bah, baita solo, muito legal o duelo com a harmônica. Essa valeu a pena.
FB: Melhorou. Voltou para as músicas mais legais do começo do álbum. Outra que ao vivo ficaria muito legal. Isso é um solo de gaita? Legal, surpreendeu.
Mica: Sabia que a harmônica ia surpreender vocês! É algo totalmente fora do esperado! Ainda mais em uma banda stoner.
DS: Harmônica é um alien?
10. Run, Run, Run
Mica: Não se assustem com o tempo. Essa música não tem doze minutos, mas sim um espaço em branco de uns oito minutos para uma “faixa escondida”. Na verdade, uma brincadeira de estúdio!
DS: Eu parei de prestar atenção no meio do disco. Um solinho dobrado que chama a atenção e só.
Mica: Nem as gaitas da anterior você curtiu, Daniel?
DS: Sinceramente? Nem percebi!
MM: Esse início é bem interessante. Principalmente pelo riff da guitarra e pelo seu solo, mas é só.

Mica: Essa volta a velocidade do começo, meio que fechando o disco com uma afirmação “é isso o que somos, e gostamos!”
FB: Tão porrada quanto a primeira faixa e isso se deve à marcação da bateria. A voz dele nessa música, principalmente no refrão, sem muito drive quanto nas outras, mostra que se ele tivesse usado essa linha nas outras músicas ficaria bom. Fechou o álbum de forma melhor do que se tivesse fechado com algumas das músicas intermediárias do do disco. E o Daniel nem sabe o que é gaita.
MM: O final desta é bem setentista. Wah wah pegando firme. Mas sinceramente, não compraria o disco.
Mica: Esse final é muito bom mesmo!
Hidden Track
FB: Nunca pensei que teria que comentar ronco (risos). Oito minutos de silêncio para isso. Não sei a intenção de fazer isso, mas sei lá.

Mica: Não sei quem é esse dormindo e roncando pacas, mas ganhou de mim! E olha que não é fácil! Acho que, ou era para fazer uma brincadeira, ou era para deixar todo mundo muito puto! Nunca entendi essa também! Mas acho engraçado!
MM: Desperdício de mídia. Sinceramente!
DS: Esse ronco seria o meu comentário sobre um disco do YES.
Comentários Finais
DS: Começou bem, na verdade. Esperava algo totalmente diferente, mas não gostei do disco. Como disse durante toda a audição… É um disco pesado, vocal rasgado e repetitivo ao extremo. Jamais compraria algo assim!
MM: Não é meu estilo. O vocal não agrada e poucos são os momentos que eu realmente curti. Se mudassem o estilo da voz, a mixagem da bateria, talvez soasse melhor. Não compraria o disco.
FB: Bem, valeu pela surpresa. Como disse esperava algo totalmente diferente de uma banda chamada Banda do Rio de Cogumelos. De stoner conheço outros exemplo muitos melhores. O próprio Spiritual Beggars é uma banda muito superior. Ele saiu da banda para se dedicar à ela. Sugiro que se dedique um pouco mais. 
Mica: Acredito que vocês não estejam muito acostumados com stoner. O estilo é mais direto assim mesmo! Eu curto bastante, por isso já não espero tantas variações! Acho este um dos melhores álbuns do estilo que já ouvi. Uma das melhores bandas ao lado do Spiritual Beggars, do Orange Goblin e do Monster Magnet! Pelo menos não o esculacharam como fizeram com o pobre do UFO 2! E Bueno, ele se deu mal. O grupo acabou logo na sequência e o Spiritual Beggars explodiu depois.
FB: Só agora que vi que o álbum é de 2002. Então o cara saiu do Spiritual Beggars e se ferrou.
Mica: Depois teve outra banda. Agora está em carreira solo. E o Beggars arrebentando!
MM: Bom gurizada… É isso! Até uma próxima. Valeu pelo disco Micael. Mais um aprendizado para nós.
Mica: Até mais! Abraços!
FB: Valeu pessoal. Até a próxima.
DS: Abrasssssssss

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