Cinco Discos Para Conhecer: Dave Lombardo

Cinco Discos Para Conhecer: Dave Lombardo

Por Igor Miranda
Nascido em Havana (Cuba), Dave Lombardo construiu sua reputação como um dos maiores bateristas do Heavy Metal. Graças à sua coordenação impressionante e feeling para fazer algo mais que apenas espancar seu instrumento. Não à toa, é um dos músicos mais influentes da história do gênero. Esse caminho ao sucesso é o que tentaremos resumir em cinco discos. Há espaço para obras-primas e esquisitices. Mas o que se sobressai em qualquer situação é o talento ímpar.
Reign In Blood [1986]
A obra-prima da agressividade sonora. Os 29 minutos mais avassaladores da história da música. Várias definições poderiam ser dadas a Reign In Blood, mas ainda seriam pouco para resumir seu significado. De qualquer modo, o Slayer deu uma prova ao mundo de como se portar diante do primeiro contrato com uma grande gravadora. O temor de que aliviassem o som foi deixado totalmente de lado já nos primeiros segundos após o play. Para melhorar, ainda conseguiram despertar a ira de muita gente graças à capa e o conteúdo lírico. O mago Rick Rubin conseguiu a proeza de fazer a ‘sujeira’ soar de maneira cristalina. Do primeiro acorde de “Angel Of Death” até o apocalíptico encerramento de “Raining Blood” temos um verdadeiro massacre, sem deixar o ouvinte respirar. Dave Lombardo assombrava os aspirantes ao instrumento com sua técnica precisa, aliada a uma velocidade inimaginável para a época. É humanamente impossível citar algum momento como destaque. Estamos diante de um dos discos mais influentes da história. Brutalidade em seu mais puro estado!
Tom Araya (baixo, vocais); Kerry King (guitarras); Jeff Hanneman (guitarras); Dave Lombardo (bateria)
1. Angel Of Death
2. Piece By Piece
3. Necrophobic
5. Jesus Saves
6. Criminally Insane
7. Reborn
8. Epidemic
10. Raining Blood
Slayer – Seasons In The Abyss [1990]
Após redefinir os caminhos com Reign In Blood, o Slayer deu uma pequena pisada no freio e acrescentou melodias mais trabalhadas. O que não significa que diminuíram a pegada, é claro. O processo que começou em South Of Heaven atingiu seu esplendor em Seasons In The Abyss. Demonstrando invejável entrosamento, os músicos lançaram um trabalho rico em texturas, sem perder o espírito agressivo. A resposta do público foi a melhor possível, com o clipe da faixa-título atingindo boas execuções na MTV – inclusive na recém-inaugurada versão brazuca do canal. Aliás, essa seria a primeira produção do tipo realizada pelo quarteto. Mas ela não foi a única. Petardos certeiros como os hinos “War Ensemble” (abrindo o álbum como se fosse um verdadeiro pé na porta) e “Dead Skin Mask” estão entre as preferidas dos fãs até hoje. “Blood Red”, “Spirit In Black” e “Hallowed Point” estão entre os outros grandes momentos. Apesar do grande sucesso, com direito a disco de ouro nos Estados Unidos e Canadá, Seasons in the Abyss ficaria marcado como o último trabalho de estúdio da primeira passagem de Lombardo pelo Slayer. Uma maneira digna de fechar essa era de ouro. A tour rendeu o ao vivo Live: A Decade Of Aggression.
Tom Araya (baixo, vocais); Kerry King (guitarras); Jeff Hanneman (guitarras); Dave Lombardo (bateria)

1. War Ensemble
2. Blood Red
3. Spirit In Black
4. Expendable Youth
5. Dead Skin Mask
6. Hallowed Point
7. Skeletons Of Society
8. Temptation
9. Born In Fire
10. Seasons In The Abyss
Grip Inc. – Power Of Inner Strenght [1995]
Groove Metal. Com o passar do tempo, essa expressão se tornou um verdadeiro palavrão entre os mais conservadores. Quando Dave Lombardo deu início ao Grip Inc junto com o amigo, guitarrista e produtor Waldemar Sorychta, o gênero ainda não tinha virado carne de vaca. Os mais radicais tiveram certa dificuldade para assimilar no começo. No final das contas, o bom gosto vence a resistência. Alguns momentos lembram a banda anterior do baterista, até porque ele era um elemento muito importante em sua sonoridade. Mas isso não impede que o grupo alcance uma personalidade própria. Lançado pela Metal Blade Records, Power Of Inner Strenght é uma grande estreia. O saudoso vocalista Gus Chambers adiciona um tempero extra à fórmula com seu registro denso e poderoso. Jason Viebrooks serve como um belo complemento para a versatilidade de Lombardo, formando uma cozinha matadora. Aliás, esse elemento é decisivo em faixas como “Hostage To Heaven” e no single “Ostracized”. “Guilty Of Innocence” funciona como um atestado definitivo sobre quem é o maior condutor de ritmo do Thrash Metal. A resposta foi bem interessante, ainda mais se tratando de um momento em que o estilo não estava tão em alta… 
Gus Chambers (vocals), Waldemar Sorychta (guitarras), Jason Viebrooks (baixo), Dave Lombardo (bateria)
1. Toque de Muerto
2. Savage Seas (Retribution)
3. Hostage to Heaven
4. Monster Among Us
5. Guilty of Innocence
6. Innate Affliction
7. Colors of Death
8. Ostracized
10. Heretic War Chant
11. The Longest Hate
Fantômas – Fantômas [1999]
Uma loucura que só poderia ter saído da mente genial de Mike Patton. Goste ou não da música do cara, não dá para negar que se trata de um dos músicos mais inventivos de todos os tempos. Aqui, ele protagoniza uma barulheira das boas, que pode soar desconexa para muitos. A proposta era mesmo de confundir ouvidos não acostumados à aventuras sonoras. Para essa verdadeira aventura, Mike convocou o guitarrista Buzz Osborne (The Melvins) e o baixista Trevor Dunn (Mr. Bungle). Na bateria, a opção era Igor Cavalera, que gentilmente recusou e indicou Dave Lombardo para a vaga. O primeiro trabalho ficou conhecido como Amenaza Al Mundo devido ao fato de a capa ser o cartaz espanhol do filme francês Fantômas se déchaîne. Mas o nome oficial é o da banda mesmo. Ao invés de títulos, as faixas são páginas. Sim, na estrutura de um livro. A exceção fica para a número treze, que está rasgada, ou seja, ficou como “Untitled”, graças à eterna mística do número como azarento (ideia da qual Zagalo não é adepto, é claro). Quem for escutar esse trabalho esperando algo ‘certinho’ não entenderá nada. Sendo assim, Patton terá alcançado seu objetivo principal. Uma coisa não dá para negar… É deveras criativo o negócio por aqui!!!
Mike Patton (vocals, samples), Buzz Osborne (guitarras), Trevor Dunn (baixo), Dave Lombardo (bateria)
1. Book 1: Page 1
2. Book 1: Page 2
3. Book 1: Page 3
4. Book 1: Page 4
5. Book 1: Page 5
7. Book 1: Page 7
8. Book 1: Page 8
9. Book 1: Page 9
10. Book 1: Page 10
11. Book 1: Page 11
12. Book 1: Page 12
13. Untitled
14. Book 1: Page 14
15. Book 1: Page 15
16. Book 1: Page 16
17. Book 1: Page 17
18. Book 1: Page 18
19. Book 1: Page 19
20. Book 1: Page 20
21. Book 1: Page 21
22. Book 1: Page 22
23. Book 1: Page 23
25. Book 1: Page 25
26. Book 1: Page 26
27. Book 1: Page 27
28. Book 1: Page 28
29. Book 1: Page 29
30. Book 1: Page 30
Testament – The Gathering [1999]
Depois de um approach com o Death Metal em Demonic, o Testament resgatou muitos elementos de sua sonoridade naquele que é um dos melhores álbuns de sua história. Em The Gathering, Chuck Billy reuniu uma verdadeira constelação do Thrash Metal, com o retorno do guitarrista James Murphy e uma das cozinhas mais animalescas da história do estilo, reunindo nada menos que Steve DiGiorgio e Dave Lombardo. Com esse timaço, o resultado não poderia ser menos que primoroso, colocando o grupo na linha de frente de um estilo que não vivia seus melhores momentos. As composições também colaboraram. Cacetadas certeiras como “D.N.R. (Do Not Resuscitate)”, “Eyes Of Wrath”, “True Believer” e “3 Days In Darkness” são de causar torcicolo nos headbangers mais alucinados. As influências mais extremas continuavam presentes, mas a base de sustentação era totalmente enraizada no que a banda fez de melhor na carreira. A produção ficou por conta de Andy Sneap (até então, um iniciante no serviço).
Chuck Billy (vocals), Eric Peterson (guitarras), James Murphy (guitarras), Steve DiGiorgio (baixo), Dave Lombardo (bateria)
1. D.N.R. (Do Not Resuscitate)
2. Down for Life
3. Eyes of Wrath
4. True Believer
5. 3 Days in Darkness
6. Legions of the Dead
7. Careful What You Wish For
8. Riding the Snake
9. Allegiance
10. Sewn Shut Eyes
11. Fall of Sipledome

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