Por Mairon Machado
Em 1988, o grupo americano R. E. M. lançou seu sexto álbum,
Green, o qual foi o primeiro pela gravadora Warner Bros. Para comemorar a façanha, o grupo lançou uma tiragem limitada do álbum, com a capa diferente. Essa tiragem hoje é raríssima, mas foi o pontapé inicial para que a partir de então, todos os álbuns do R. E. M. (com exceção do último,
Collapse Into Now, de 2011), recebessem uma edição especial (lá fora) para os verdadeiros fãs, em formatos as vezes não tão convencionais.
Essa série de postagens, divida em quatro partes, irá apresentar exatamente estas edições especias, apresentando para o fã do grupo um material que irá ser um verdadeiro tesouro na sua coleção, e também para despertar o interesse para essa grande banda dos anos 80 e 90 (e por que não, dos anos 2000) naqueles que conhecem uma ou duas canções do grupo.
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As três Edições Especiais que estreiam a série |
Em cada postagem, trataremos de três álbuns em edições especiais, seguindo a ordem cronológica de lançamentos dos mesmos (incluindo álbuns ao vivo e a coletânea The Best of R. E. M. 1988-2003 (2003).
Começamos então pelo álbum
Out of Time. Lançado pelo grupo em 1991, foi o maior sucesso comercial do quarteto, à época formado por Michael Stipe (vocais), Peter Buck (guitarras, mandolim, violões), Mike Mills (baixo, acordeão, piano, teclados e vocais) e Bill Berry (bateria, congas, percussão). Nele está contida “Losing My Religion”, canção que até o gato da vizinha conhece e sai cantando pela rua. O álbum vendeu mais de dez milhões de cópias em todo o mundo, sendo primeiro lugar em vendas em oito países (inclusive o Brasil). Com certeza, você alguma vez na vida ou pegou esse CD/LP/k7 em mãos ou possui o mesmo na sua prateleira até os dias de hoje.
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Out of Time: The Portfolio Edition |
Sua Edição Especial (somente em CD) é quase tão rara quanto a versão de
Green, apesar de ter saído em uma tiragem maior. Para começar, a capa do CD é uma espécie de pacote para enviar cartas, como os usados antigamente por carteiros nos Estados Unidos, todo em preto com o símbolo do álbum (na versão original) em destaque numa cor mais clara, além das pontas deste diário ser amarradas por fitas que envolvem o conteúdo do mesmo.
Ao abrir o diário, o fã depara-se com um envelope, o qual contém dez cartões postais, um deles com o nome das canções e a ordem das mesmas. O CD, impresso em cor de madeira, está inserido em um papel especial, tipo seda, e ainda existe um adesivo preto com o nome das canções, o que qual serve como “contra-capa” do mesmo.
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O material contido na Edição Especial de Out of Time |
Achar essa versão por um preço abaixo de 20 dólares é uma missão quase impossível (se tudo estiver intacto), e aos curiosos, não há nenhuma canção extra ou vídeo, apenas as canções originais do LP (o que predomina na maioria dos lançamentos especiais que iremos tratar aqui).
No ano seguinte, o quarteto lançou
Automatic for the People, outro grande sucesso em vendas, que também vendeu mais de dez milhões de cópias em todo o mundo, mas não conquistou tantas primeiras posições como seu antecessor (
Automatic for the People ficou em primeiro apenas no Reino Unido e na Nova Zelândia). Uma das canções mais conhecidas do álbum é a linda “Everybody Hurts”, responsável pela famosa frase: “Quem nunca chorou com ‘Everybody Hurts’ é por que não tem sentimentos”. Além disso, temos a participação mais que especial de John Paul Jones (Ex-Led Zeppelin) fazendo os arranjos para a citada “Everybody Hurts’, “Drive”, “Nightswimming” e “The Sidewinder Sleeps Tonite”.
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Automatic for the People: The Wooden Box Edition |
A Edição Especial é uma arte só. Ela foi batizada de The Wooden Box Edition, e é isso mesmo, uma caixa de madeira. O CD está contido dentro de uma caixa de madeira, como uma caixa de guardar quinquilharias, inclusive com uma tampa especial para abrir o mesmo.
Além do CD, o fã encontra dezesseis gravuras em papel de seda. Cada gravura contém uma frase de alguma canção do álbum, ou então, apresenta os liner-notes de Automatic for the People. O CD segue o mesmo do original, totalmente amarelo, e está inserido em um envelope para CDs, feito com papel reciclável. Com muita sorte você encontra essa versão intacta por menos de dez dólares
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O material contido na Edição Especial de Automatic for the People |
O último CD que apresentaremos nessa primeira parte é
Monster, que foi lançado pelo quarteto em 1994. Outro grande sucesso de vendas (superando a marca de dez milhões de cópias vendidas ao redor do mundo), conquistou a primeira posição em nove países (Brasil inclusive), e é nele que estão clássicos como “What’s the Frequency, Kenneth?”, “Strange Currencies” e “Bang and Blame”.
Para muitos fãs, é o último grande disco do grupo, com muitas guitarras pesadas e arranjos mais simples, destoando bastante da grandiosidade das composições dos dois álbuns anteriores. Foi a partir dele que os americanos voltaram a excursionar regularmente, o que não era feito desde a época de Green.
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Monster: Limited Edition Version |
Sua Edição Especial, chamada apenas de Limited Edition Version, vem em formato de livro, bastante caprichado. Com cinquenta e duas páginas, o livro tem imagens diversas, como desenhos, imagens aleatórias e fotos dos integrantes do R. E. M. (ainda como quarteto com Stipe, Mills, Buck e Berry), sendo a capa em papel laminado, muito bonito, somente com o corpo do urso que está na capa da versão original apenas com o seu rosto.
O CD está inserido no livro, protegido por um envelope com a abertura no formato de estrela. Essa versão é mais fácil de ser encontrada nos sites internacionais, com o preço variando entre 5 e 20 dólares.
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O livro da Edição Especial de Monster |
Na semana que vem, veremos como são as Edições Especiais de mais três álbuns do grupo: New Adventures in Hi-Fi (1996), Up (1999) e Reveal (2001).