Cinco discos para conhecer: Sharlee D’Angelo

Cinco discos para conhecer: Sharlee D’Angelo

Por Micael Machado

O baixista sueco Sharlee D”Angelo (nascido Charles Petter Andreason em 27 de Abril de 1973) tem uma carreira de mais de vinte anos no mundo do heavy metal. Embora nunca tenha sido um líder nos grupos por onde passou, colocou seus serviços á disposição de muitas bandas importantes e reconhecidas no cenário mundial. Conheça agora cinco delas, e os discos que recomendamos a vocês.

Mercyful Fate – Time [1994]

O segundo disco após a volta do Mercyful Fate com o álbum In The Shadows (1993) marcou a estreia de Sharlee no grupo, ao lado dos fundadores King Diamond (na banda solo de quem o baixista chegou a tocar entre 1990 e 1993, porém sem registrar nenhum disco) e da dupla de guitarristas Hank Shermann e Michael Denner (com Snowy Shaw na bateria). As faixas “Nightmare Be Thy Name” e “Witches’ Dance” ganharam vídeos de divulgação (sendo a segunda a música que me apresentou ao grupo, através do saudoso programa Fúria Metal, da MTV), mas não se pode deixar de citar “Angel of Light”, “Lady in Black”, a variada “Castillo del Mortes” e a primeira parte de “The Mad Arab” (que ganharia uma continuação no disco seguinte, Into the Unknown, de 1996) dentre os destaques. Seguindo o estilo iniciado pelos clássicos discos da década de 80, porém sem o mesmo brilho e destaque daqueles, Time foi bem aceito pelos fãs de longa data do MF, e era o disco da turnê de divulgação que trouxe o grupo ao Brasil (ao lado da banda solo de King Diamond) pela primeira vez, em 1996, onde se apresentaram no festival Monsters Of Rock em São Paulo, além de realizarem outras quatro apresentações no país. Sharlee se apresenta como um baixista seguro, dando peso às composições, porém, como era esperado, tendo menos destaque que os três membros principais do grupo, mas conseguindo que seu instrumento apareça bem na mixagem final, com várias linhas interessantes, como em “My Demon” ou “The Preacher”.
King Diamond (vocais, teclados); Hank Shermann (guitarra); Michael Denner (guitarra); Sharlee D’Angelo (baixo); Snowy Shaw (bateria).
1. Nightmare Be Thy Name

2. Angel of Light
3. Witches’ Dance
4. The Mad Arab
5. My Demon
6. Time
7. The Preacher
8. Lady in Black
9. Mirror
10. The Afterlife
11. Castillo del Mortes

Sinergy – Beware the Heavens [1999] 

Contando com a cantora e tecladista Kimberly Goss (que havia excursionado com o Therion e o Dimmu Borgir anos antes), o guitarrista Jesper Strömblad (que depois assumiria o posto de baterista e guitarrista no In Flames e de baterista no Hammerfall) e o guitarrista Alexi Laiho (líder e frontman do Children Of Bodom, mas à época ainda bastante desconhecido), além de Sharlee e do baterista Ronny Milianowicz, este álbum de estreia do quinteto finlandês (com alguns músicos suecos) traz uma mistura de death metal melódico com gothic metal que deve agradar aos fãs de grupos como After Forever, Lacuna Coil ou Nightwish, além, é claro, dos fãs do COB, pois Laiho mantém aqui o mesmo estilo que adota em seu grupo principal, com riffs e solos inspiradíssimos, em melodias quase sempre velozes e grudantes, além das suas famosas “alavancadas” e do excelente entrosamento com Jesper Strömblad, outro grande guitarrista que também tem uma bela performance no álbum. Como seria de se esperar, os holofotes estão mais sobre Kimberly, Jesper e Alexi, mas Sharlee, apesar de trabalhar mais como um membro de apoio, consegue se destacar em canções como “The Fourth World“, “The Warrior Princess” (baseada na série Xena, The Warrior Princess), “Swarmed” e na curta instrumental “Pulsation“.
Kimberly Goss (vocais, teclados); Alexi Laiho (guitarra); Jesper Strömblad (guitarra); Sharlee D’Angelo (baixo); Ronny Milianowicz (bateria).
1. Venomous Vixens
2. The Fourth World
3. Born Unto Fire and Passion
4. The Warrior Princess
5. Beware the Heavens
6. Razorblade Salvation
7. Swarmed
8. Pulsation
9. Virtual Future

Witchery – Symphony for the Devil [2001]

Contando com três ex-membros do Satanic Slaughter (o vocalista Toxine, o guitarrista Patrik Jensen, também do The Haunted, e o baterista Martin “Axe” Axenrot, também do Opeth, que fez sua estreia neste registro), o Witchery se caracterizou por praticar um death metal com muitas pitadas de thrash, além de um toque de humor negro em suas letras. Este seu terceiro disco foi muito bem aceito pelos fãs, com excelentes composições como a instrumental “Bone Mill“, a porrada “Wicked” e a cadenciada “Inquisition“, onde Sharlee tem um destaque maior para seu instrumento. O baixista chegou inclusive a escrever (ao lado de Toxine) as letras para duas canções, “Enshrined” e “The One Within”, justamente as que encerram o álbum (sendo que em algumas versões existem faixas bônus depois destas músicas). O grupo já lançou dois discos depois deste, sendo o mais recente o chamado Witchkrieg, de 2010, que marcou a estreia do vocalista Legion, ex-Marduk.
Toxine (vocais); Patrik Jensen (guitarra base); Rickard “Richard Corpse” Rimfält (guitarra solo); Sharlee D’Angelo (baixo); Martin “Axe” Axenrot (bateria).
1. The Storm
2. Unholy Wars
3. Inquisition
4. Omens
5. Bone Mill
6. None Buried Deeper
7. Wicked
8. Called For By Death
9. Hearse Of The Pharoahs
10. Shallow Grave
11. Enshrined
12. The One Within

Anthems of Rebellion – Arch Enemy [2003] 

O segundo álbum com Angela Gossow (quinto da carreira) acabou se tornando um dos favoritos dos fãs do Arch Enemy, em muito graças a petardos como a porradaria de “Silent Wars” e “Dead Eyes See No Future“, ou às mais cadenciadas “We Will Rise” (com uma profusão de teclados incomum no som do grupo) ou “Instinct” (onde Sharlee tem um destaque maior para seu baixo). “Despicable Heroes” tem muito peso, e riffs que lembram a música “Sepulnation” do Sepultura, sendo que as guitarras em “Dehumanization” despejam riffs bastante técnicos, do tipo que só os irmãos Amott sabem fazer (aliás, é importante citar a técnica dos músicos em seus instrumentos, fazendo com que se destaquem coletivamente como um dos melhores grupos do metal atual – ao menos, na parte instrumental, pois sempre tive minhas restrições aos vocais de Angela). Uma curiosidade é que este é o único disco da banda a contar com algumas linhas de vocais limpos (executados por Christopher), na citada “Dehumanization” e na interessante “End of the Line”. O grupo seguiria em uma escala ascendente, arrebanhando mais fãs a cada lançamento, e se tornando um dos grandes nomes do metal mundial, sempre com Sharlee segurando os graves com competência.

Angela Gossow (vocais); Michael Amott (guitarra); Christopher Amott (guitarra); Per Wiberg (teclados); Sharlee D’Angelo (baixo); Daniel Erlandsson (bateria)

1. Tear Down the Walls
2. Silent Wars
3. We Will Rise
4. Dead Eyes See No Future
5. Instinct
6. Leader of the Rats
7. Exist to Exit
8. Marching on a Dead End Road
9. Despicable Heroes
10. End of the Line
11. Dehumanization
12. Anthem
13. Saints and Sinners

Spiritual Beggars – Return to Zero [2010]

Este grupo sueco de stoner rock tem como líder o guitarrista Michael Amott, também “dono” do Arch Enemy. Sharlee passou a integrar a banda no disco anterior, Demons, mas este Return To Zero marca a excelente discografia do Spiritual Beggars por ser o primeiro registro com o vocalista Apollo Papathanasio (também do Firewind), e por um certo abandono das melodias baseadas em Black Sabbath e Deep Purple em favor de um hard rock mais parecido com o praticado pelo Rainbow ou o Uriah Heep setentistas. Para quem não conhece os anteriores, é um álbum que convence logo de cara, mas, para quem acompanhava o grupo há mais tempo (como é o meu caso), ficou uma sensação de estranhamento no ar, que o tempo se encarregou de desfazer. Os maiores destaques ficam com as faixas “We are Free“, “Coming Home” e a abertura com “Lost in Yesterday“, onde Sharlee tem um destaque maior, assim como em “Concrete Horizon” e “A New Dawn Rising”, outra excelente composição. Um registro diferente dentro da discografia do baixista, mas um dos mais interessantes.
Apollo Papathanasio (vocais); Michael Amott (guitarra); Per Wiberg (teclados); Sharlee D’Angelo (baixo); Ludwig Witt (bateria).
1. Return to Zero (Intro)
2. Lost in Yesterday
3. Star Born
4. The Chaos of Rebirth
5. We are Free
6. Spirit of the Wind
7. Coming Home
8. Concrete Horizon
9. A New Dawn Rising
10. Believe in Me
11. Dead Weight
12. The Road Less Travelled
13. Time to Live

Sharlee também tocou com o IllWill, Dismember e The Night Flight Orchestra, e segue em turnês ao lado do Arch Enemy e do Spiritual Beggars, além de ainda ser considerado membro oficial do Mercyful Fate e do Witchery, embora as bandas estejam em recesso. Para conferir sua atuação ao vivo, os mais recomendáveis são os DVDs ao lado do Arch Enemy, onde sua insana performance pode ser apreciada com toda a qualidade dos vídeos atuais.

3 comentários sobre “Cinco discos para conhecer: Sharlee D’Angelo

  1. Bueno, o Soen não é com o Steve DiGiorgio ao invés do Sharlee? Será que não te confundistes?

    Alíás, o DiGiorgio era uma das minhas opções para este cinco discos. Fica a dica para um próximo!

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