Conan – Revengeance [2016]
Por Alisson Caetano
Estampar o nome de um personagem fictício bárbaro poderia, na pior das hipóteses, soar cômico — aprendemos isso com o Manowar –. Não é o que ocorre com o Conan que, tal qual o personagem fantástico de Robert Howard, mostra-se implacável, imponente e grandioso em seu novo disco.
Revengeance é a quarta empreitada dos ingleses pelo lado bárbaro do sludge/stoner. Banhado em quilos e quilos de guitarras distorcidas, temas mitológicos e zero solos, seria como se, com efeito, Conan O Bárbaro resolvesse encostar sua espada para montar uma banda de metal.
O disco abre sem concessões com “Throne of Fire”. Sem muitas novidades, apresenta a faceta mais urgente do Conan em variações de tempo extremamente carismáticas — claro, aos já habituados. “Tunderhoof” traz os primeiros momentos de cadência e destaque absoluto para a incrível habilidade de Rich Lewis no posto de baterista, um dos diferencias do trio londrino.
A partir de “Wrath Gauntlet”, o disco começa a apresentar seus atrativos mais apetitosos. A própria “Wrath Gauntlet” vai fundo no sludge mais primal e asqueroso possível em uma longa passagem instrumental. “Revengeance“, justamente a que nomeia o trabalho, é a que mais destoa do restante do conteúdo. A faixa abre pulsante e acelerada em um andamento que chega a beirar o thrash metal, para logo em seguida, mostrar seu lado épico em um refrão cheio de fúria interpretativa.
Alguns toques sutis de High on Fire podem ser notados em “Every Man is an Enemy”, faixa construída em sua maioria por riffs cíclicos, que só tem seu ritmo quebrados após a metade da sua duração, em um dos momentos mais belamente arrastados do trabalho inteiro. “Earthenguard”, faixa que põe fim ao registro, é quase uma homenagem aos reis do stoner metal, Sleep, e sua pedra fundamental, “Dopesmoker”.
Provando o lado imponente de seu nome, Conan demonstra em Revengeance que é uma das maiores forças do estilo na atualidade. Registro conciso, de instrumental impecável e com atrativos a serem desbravados por seus fãs, é uma espécie de alívio para o metal neste começo de ano.
Tracklist:
- Throne of Fire
- Thunderhoof
- Wrath Gauntlet
- Revengeance
- Every Man is an Enemy
- Earthenguard
Lineup:
John Davis – guitarra; vocal
Chris Fielding – baixo; vocal
Rich Lewis – bateria
Conan de Conan, O Bárbaro?
Provavel. O tema das letras da banda gira em torno de coisas medievais e épicos.
Sei não… pode ser também aquele apresentador de talk show americano.
Esses caras metálicos têm fixação em homens musculosos, barbados e bárbaros…chama Seu Freud pra explicar!
Kkkkkkkk.
Dei uma ouvida no youtube. Sonoridade muito boa.
Ouvi uma vez o CD e é tão lento e pesadão que me lembrou um elefante andando pelo deserto. Não gostei dessa primeira audição….
Eu ainda não ouvi esse, mas ouvi o Blood Eagle na época (2014) e também não gostei não.
O intuito da banda é causar essa sensação mesmo. Também não surpreende muito não ter gostado tendo em vista suas preferências musicais.