Na Caverna da Consultoria: Micael Machado
Por Mairon Machado
O Na Caverna da Consultoria hoje viaja para o Rio grande do Sul, e irá presentar a vasta coletânea de histórias e discos de Micael “Mica Ramone” Machado. Um dos primeiros consultores convidados, Micael foi fundamental par consolidar a Consultoria, criando seções e também trazendo ao público uma série de reportagens que transmitiam para quem lesse os textos as ações caught in the act de vários grupos, o que propiciou a oportunidade de além de ter uma grande coleção de discos, também uma vasta coleção de fotos com os mais diferentes artistas.
Acompanhe essa bela história, como sempre, prepare o babador, e deixe seus comentários abaixo.
1. Consultoria do Rock: Grande Micael, meu e de todos um irmãozão, sem tirar nenhum “ão”. Vamos lá, conte-nos um pouco sobre a sua pessoa.
Micael Machado (MM): Olá a todos! Meu nome completo é Micael Melo Machado, nasci no interior do Rio Grande do Sul, em uma pequena cidade chamada Pedro Osório, e com dezenove anos vim morar e trabalhar na região metropolitana de Porto Alegre. Hoje estou com 41 anos, moro na capital gaúcha, torço para o Internacional de Porto Alegre e trabalho como projetista elétrico industrial na cidade de Sapucaia do Sul.
2. Como você conheceu a Consultoria do Rock?
MM: Logo no início, não recordo ao certo se através de você, Mairon, ou do Bueno, com quem eu já mantinha contato através das “redes sociais”. Eu sabia que vocês dois, o Daniel e o Diogo estavam tramando um novo projeto depois de saírem do site para onde escreviam antes, e, muito através de ti, fiquei sabendo dos “primeiros passos” da Consultoria.
3. Como foi sua entrada para o blog?
MM: Acho que foi algo natural. Eu também escrevia para o mesmo site de onde vocês vieram, e, bem, sendo seu irmão, foi algo que aconteceu sem nem pensarmos muito. No início, ainda tentei ficar escrevendo para os dois, remetendo ao Consultoria as matérias que o “dono” do outro site recusava. Mas logo ficou claro que era impossível seguir trabalhando com tal pessoa (que mudou totalmente o pensamento sobre o conteúdo do seu site em determinado momento), e que, no Consultoria, eu teria muito mais liberdade de escrever sobre o que eu quisesse e do jeito que eu quisesse, por isso, também saí de lá e me concentrei somente no Consultoria.
4. No blog, você virou um especialista em resenha de shows, assim como trouxe ideias de colunas como o Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais e o Discos Que Parece Que Só Eu Gosto. De onde surgiu a inspiração para as colunas.
MM: A primeira matéria minha que foi publicada no site foi o “discos que parece” sobre o Titanomaquia, dos Titãs. Era algo que o “dono” do site antigo havia recusado, pois disse que aquela matéria não daria repercussão, visto quase ninguém gostar daquele disco. Aí eu pensei: “pois é, este é daqueles discos que parece que só eu gosto”, e me dei conta de que havia outros discos que eu idolatrava, mas quase ninguém dava bola. Criei o titulo da coluna, fiz mais algumas na mesma linha, os outros redatores “compraram” a ideia, e a coisa deslanchou. Já o “notícias” veio de um fórum (já extinto) chamado “Ummagumma”. Eles tinham vários assuntos divididos por tópicos (quase sempre sobre o progressivo), e um dos tópicos era “crie sua manchete fictícia”, ou algo assim. Tinha muita coisa legal, várias ideias doidas que você lia e pensava: “puxa, que legal se isso fosse verdade”, e outras que você dizia: “ah não, isso não!”. E havia uma, curtinha, sobre a volta do Pink Floyd sem nenhum membro original, algo que mexeu com a minha imaginação. Quando o fórum “sumiu” da internet, eu pensei nessa manchete, “viajei” nos detalhes, e criei o texto que foi publicado, Logo depois veio a segunda, a terceira, e aí os outros redatores “entenderam” qual era o espírito da coluna, e passaram a criar suas próprias “notícias fictícias”. Hoje a coluna está meio “abandonada”, mas sempre foi uma das que eu mais gostei de ler e criar para o site, pois dá muitas asas à nossa imaginação. Inclusive, uma que eu sempre quis publicar foi a da criação da banda TDYK, que seria a abreviação de “The Devil You Know”, nome do último registro do Heaven And Hell (o “Black Sabbath com Dio”), e que traria exatamente Iommi, Butler e Appice ao lado de Jørn Lande, que se destacou cantando em um tributo ao Dio feito depois que ele faleceu. Essa ideia nunca foi adiante porque o Iommi ficou doente, depois o Sabbath voltou com o Ozzy e não saiu mais das manchetes, aí ficou inviável a criação desta banda imaginada por mim… E eu sempre pensei que, mesmo as notícias sendo fictícias, deveriam ser “possíveis” (tanto que algumas aconteceram mesmo, quase como imaginamos, visto a volta do Viper com o André Mattos ou os Mutantes se reunindo para executar os discos da fase progressiva em Minas Gerais e em São Paulo), por isso não fui adiante nessa ficção que criei. Quanto às resenhas de shows, foi algo que sempre gostei de fazer, pois me criei lendo revistas como a Bizz e a Rock Brigade, que sempre traziam resenhas de apresentações que aconteciam e às quais eu sonhava em ir, mas não tinha condições morando lá no interiorzão do RS. Eram sempre as primeiras matérias que eu lia na revista, junto com as resenhas dos discos que, pensava eu, nunca iria escutar (não havia internet naquela época, só para lembrar), então foi algo que me marcou, tornando assim algo natural querer escrever sobre os shows, quando passei a frequentá-los com maior frequência anos depois.
5. Você é um dos consultores com o maior número de matérias para o site. Como é sua inspiração para escrever?
MM: Eu não quero parecer presunçoso ou algo assim, mas eu já li tanta matéria, tanta entrevista e tanta resenha de discos, shows, livros e filmes, que para mim é algo quase natural fazer as minhas próprias resenhas. Quando eu pego um disco para ouvir pela primeira vez (ou um DVD para assistir, ou um livro para ler), minha cabeça automaticamente já vai “montando” a resenha daquilo na minha mente, mesmo que eu nunca venha a colocar aquilo no papel (ou na internet, no caso). É sério, eu curto tanto essa coisa de “fazer resenha” que já vou pensando, à medida que vou acompanhando a mídia que estiver rolando, sobre o que eu poderia escrever a respeito daquilo, quais os aspectos positivos, os negativos, procuro alguma curiosidade na internet que poderia ser legal colocar no texto… Se a obra em questão causar um impacto em mim que eu “não consiga me segurar”, ou se eu julgar que o meu “texto imaginário” ficou com uma qualidade boa, aí saio correndo para rascunhar o que pensei em um papel qualquer, e depois passo aquilo para o computador e “acerto” as pontas soltas (as vezes faço isso meses depois, as vezes esqueço meus rascunhos e nunca mais mexo neles). Se eu não curtir tanto assim o que ouvi (ou li, ou assisti), aí aquele “texto imaginário” acaba ficando em um “canto perdido” da memória, onde por vezes nem eu tenho acesso, hahaha! Tem textos que ficam “incomodando” na mente por dias, tomando forma, os pedaços se juntando, até ficar prontos. Tem outros que “surgem” de repente, praticamente inteiros, é só escrever o que pensei. Como disse, não é questão de ser presunçoso ou de dizer que é algo “fácil” de fazer, acredito que é como alguém que trabalha há anos na mesma profissão, aquilo se torna quase automático para o profissional, não é necessário ele “pensar muito” para executar a tarefa dada. Eu não escrevo há tanto tempo assim, mas venho acompanhando as revistas e outras mídias desde a minha adolescência, então, acredito que este tempo todo como consumidor das resenhas e críticas feitas pelos outros acabou ajudando a facilitar as coisas quando chega a minha vez de fazer o mesmo com as obras de que gosto.
6. Você tem ideia de quantos shows já assistiu na vida? Quais os mais marcantes, positiva e negativamente?
MM: Para mim, é difícil colocar um número nos shows que eu vi, até porque, até pouco tempo atrás, eu ia a poucos por ano. Na década de 1990 e nos primeiros anos deste século, aconteciam dois ou três shows “grandes” em Porto Alegre ao longo de um ano. Tanto que é fácil eu citar os shows de bandas internacionais que vi nos anos 90, porque era um ou dois por ano, e acabou: Ramones em 1994, Toy Dolls e Deep Purple em 1995, Rainbow em 1996, Yes em 1998, Kiss e Metallica em 1999, Mötorhead em 2000, Dead Kennedys sem o Jello Biafra no Opinião em 2001, Roger Waters e Rush no Estádio Olímpico em 2002, e não fui a mais porque não teve outros, era isso aí e “se contentem”. Na segunda metade da década de 2000, eu passava por uma “pindaíba” financeira meio grande, daí perdi vários shows, tipo o festival Live N’ Louder (com Rage, NIghtwish e Scorpions, dentre outros), Therion (que na época que veio a Porto Alegre eu não conhecia, e hoje eu amo de paixão), Red Hot Chili Peppers, Aerosmith, Whitesnake, Judas Priest, ZZ Top, mas ainda consegui assistir alguns shows marcantes, como o Pearl Jam no Gigantinho em 2005, o Deep Purple com Hellacopters e Sepultura no mesmo local em 2003, Santana em 2006 no mesmo ginásio, Iron Maiden em 2008 (também no Gigantinho), Faith No More no Pepsi On Stage em 2009 (meu primeiro show neste local)… Aí, de 2010 para cá, a situação mudou bastante, tanto na quantidade de shows que começaram a vir para cá, quanto nas minhas possibilidades financeiras de comprar os ingressos. Foi quando eu comecei realmente a frequentar shows de forma mais assídua, e poder exercer com mais frequência esta atividade quase sempre prazerosa que é curtir um show de uma banda que você gosta. Como disse, não tenho um número certo de shows, mas, com certeza, de 2011 para cá devo ter assistido a mais de uma centena de bandas, e escrevi sobre boa parte delas para o Consultoria do Rock.
De shows marcantes, tenho vários: as duas apresentações do Roger Waters a que eu fui, visualmente, são insuperáveis. A primeira foi no Estádio Olímpico em 2002, como já citei acima, algo impressionante devido à enorme produção e à perfeição do som, e a segunda foi a da turnê de recriação do The Wall em 2012, sobre a qual fiz resenha inclusive. Teve o Rush no Rio de Janeiro em 2010, que me marcou muito por ter sido a primeira (e, até aqui, única) vez em que viajei exclusivamente para assistir a um show em outro estado, a Legião e os Ramones no Gigantinho em 1994 e os shows do REM e do Pearl Jam no Zequinha Stadium (sobre os quais também é possível ler resenhas no site), Jello Biafra e Glenn Hughes no Beco (um “muquifo” imundo onde assisti essas lendas a poucos passos de mim), Ian Anderson no Araújo Vianna interpretando o Thick As Brick na íntegra (meu disco favorito em todo o progressivo, show sobre o qual o Aronna escreveu para o site)… Enfim, muitas boas lembranças. Já as negativas são poucas, pois raramente vou a apresentações de grupos que não curto, por isso evito as “roubadas”. Mas teve uma da qual me arrependi amargamente: um show dos Racionais MC’s no Bar Opinião na turnê do Sobrevivendo no Inferno. Eu curto muito esse disco, aí, fui conferir os caras “ao vivo”. Eles entraram no palco às três da manhã, tocaram cinco músicas em meia hora, saíram de cena e foram embora… E o pessoal com aquela cara de “o que foi que aconteceu aqui?”. Achei muita falta de respeito com a galera que compareceu ao show, mas vá saber o que esse pessoal pensa, não é mesmo?
7. Você tem vontade de criar algo novo, mas que ainda acabou não acontecendo?
MM: Eu estou sempre tendo ideias, tenho inclusive rascunhada uma série de matérias para uma coluna nova inspirada em uma matéria que li no jornal Zero Hora. O problema é ter tempo e disposição para sentar na frente do computador e “tirar da cachola” os pensamentos que tenho, ainda mais com as constantes obrigações da vida diária (trabalho, coisas pessoais, etc).
8. Qual a matéria que você mais gostou de ter feito para o site?
MM: Poucas são as matérias que eu faço “por fazer”, geralmente coloco “alma e coração” em cada texto que escrevo. Eu gostei muito da repercussão que tiveram as matérias com a análise da letra de “In The Presence Of The Enemies”, do Dream Theater, ou as duas partes da matéria onde associei heavy metal ao satanismo, até porque era o início do então blog, e as coisas repercutiam de forma diferente, com comentários mais frequentes e, a meu ver, mais “apaixonados”. Mas, sem dúvida, pelo caráter pessoal e pelo que os artistas significam para mim, as que mais me marcaram foram as matérias lembrando o falecimento de Renato Russo e de Joey Ramone, além do texto relembrando o show da Legião Urbana no Gigantinho em 1994.
9. Quais as principais alegrias e tristezas que você teve nesses cinco anos de Consultoria do Rock (relacionado ao site)?
MM: Alegrias são muitas: conhecer, mesmo que virtualmente, várias pessoas que hoje considero como amigas, ler comentários de pessoas que você nem sabe que existe e que se identificam ou se emocionam com algo que você escreveu, conhecer e aprender cada vez mais sobre algo que gosto tanto, como é a música e seus vários estilos… Tristezas são poucas, mas ocorrem, como algumas discussões e ofensas desnecessárias ou por bobagens (a maioria acontecida “nas internas” do facebook), a saída em massa de vários redatores em um mesmo período (com alguns me acusando inclusive de ser o responsável por isso, por “não concordarem com a minha postura de querer escrever sobre bandas que não eram de rock”, algo que gerou uma discussão imensa na época), e, talvez a maior de todas, o fato de as matérias deixarem de ser diárias, embora hoje eu entenda que, mesmo a quantidade de redatores à época sendo grande, nem todos podiam dedicar o mesmo tempo ao site que eu e outros poucos dedicavam.
10. O que você caracteriza como principal característica do Consultoria do Rock, que o torna um diferencial nos demais sites de música?
MM: Não sou o primeiro a citar isso, mas, para mim, o principal diferencial é que todos aqui escrevem com paixão verdadeira sobre aquilo que gostam, e não por uma simples “obrigação profissional”. Mesmo que a gente não escreva das formas mais “corretas” segundo as normas “jornalísticas”, mesmo que quase sempre a isenção fique de lado e o caráter pessoal tome conta dos textos, mesmo que o resultado final fique com uma cara “amadora” perto de outros sites por aí (no sentido de que os sites “profissionais” por vezes querem parecer “sérios” demais, enquanto nossos textos são mais descontraídos), para mim é isto que torna tão interessante acompanhar o Consultoria do Rock: no site, você encontra informação séria, real e verdadeira (pois todos se preocupam muito em não escrever bobagens ou coisas que não possam ser comprovadas), mas tratada de forma mais “leve”, vista pela lente do fã, não do “profissional do jornalismo musical”. Esta “visão de fã” é que marca o diferencial do site para mim, pois você lê certas opiniões e comentários que a imprensa “séria” nunca iria publicar, tipo “esse disco é uma enorme bomba” ou “essa música marcou a minha infância, por isso é tão especial”. Isso é papo de fã, não de crítico, e são poucos sites com tantos redatores que se arriscam a publicar matérias deste tipo.
11. Dentro do Consultoria, você acabou tornando-se um dos pilares após a saída de alguns dos criadores do blog, e auxiliou na transformação do blog em site. Hoje, sua colaboração diminuiu um pouco perto de outras épocas. Quais os motivos?
MM: É que agora não há a necessidade de uma produção diária de conteúdo. Com o número de colaboradores que temos, é possível escrever uma ou duas matérias por mês, e mesmo assim o cronograma é cumprido. Com isso, passei a dedicar mais tempo a outras áreas da minha vida que estavam um pouco “abandonadas” por conta da dedicação ao site, e passei a “cumprir a meta” necessária, esperando que os outros também façam o mesmo, algo que, devido à dedicação e ao empenho de todos, vem acontecendo sempre, fazendo com que, por vezes, eu nem chegue a ter uma matéria publicada em um período maior do que um mês. Mas deixo claro que, se for necessário, estou sempre disposto a colaborar e contribuir, e, se o faço com frequência menor que em outros tempos, é porque outros consultores também aumentaram sua participação, fazendo com que meus textos possam ser um pouco mais “espaçados” entre si.
12. Seguindo nesse pensamento, por que você parou de fazer as resenhas de shows?
MM: Porque a internet é muito imediatista, as coisas acontecem muito rápido, em um ritmo que fica difícil para acompanhar quando você não pode se dedicar exclusivamente a escrever sobre música. Como disse antes, eu me criei lendo as resenhas de shows nas revistas que comprava, então eu lia, na edição de maio, sobre shows acontecidos nos meses de março ou abril anteriores. Na de setembro, eram os shows de julho e agosto, ou de antes ainda. Nunca vi problema em esperar dois ou três meses para ler a resenha de uma apresentação, pois não conhecia uma alternativa para isso, só as revistas traziam estas críticas (por vezes os jornais, mas eram poucas as resenhas que apareciam nestes). Mas, na internet, se você publicar uma resenha quatro ou cinco dias depois do show acontecer, ela já virou “notícia velha”, e não chama tanto a atenção do leitor. Assim, para atender à “demanda”, eu teria de chegar em casa vindo de um show, digamos, as duas da manhã, dormir até as seis, levantar para trabalhar, voltar para casa após o dia no escritório as sete, oito horas da noite, e redigir a resenha do show para publicar no outro dia (pouco mais de 24 horas depois da banda sair do palco). Fica muito puxado, pois no outro dia a rotina do trabalho acontece novamente, e, mesmo que você faça essa “correria”, ainda assim alguns irão julgar que já está “atrasada” em relação a quem procura por aquela matéria, pois muita gente quer ler sobre o show que acabou depois da meia noite já quando amanhece. Para isso, só se eu pudesse passar a madrugada escrevendo, e não tivesse de trabalhar no outro dia (algo que já cheguei a fazer para o site, inclusive, em um dos shows do Angra a que já fui), o que é algo que não acontece com muita frequência. Desta forma, decidi para um pouco com as resenhas, pois existem outros aspectos da minha vida aos quais também devo dar atenção, e escrever sobre um show é algo que demanda bastante tempo e esforço, e muitas vezes não traz o retorno que se pretende. Mas isso não significa que eu não possa escrever outros textos no futuro, tudo depende da situação…
13. Falando um pouco agora do lado prazeroso da música, que é o ouvir e colecionar. Quais são suas principais lembranças de quando começou a ouvir música?
MM: Eu ouço música desde sempre. Minha mãe conta que, com três anos, eu já cantava as músicas que ouvia em casa, ainda que cantasse tudo errado. Com uns nove, dez anos, vi surgir a Blitz na televisão, depois o estouro do rock nacional, e fui capturado por grupos como Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana e RPM. Para ouvir estas bandas, só havia o rádio, o qual me trouxe o pop dos anos 80 e músicas um pouco mais antigas. Depois descobri o punk rock, o heavy metal, o rock progressivo, e aí não parei mais.
14. Você gostou de rock desde o início ou foi em um determinado período de sua vida?
MM: Como disse acima, o primeiro gênero que me chamou a atenção foi o rock nacional. Existe uma rádio no RS chamada Atlântida, e, lá por 1986, eles fizeram um especial onde tocaram o Rádio Pirata ao Vivo do RPM inteiro. Eu gravei aquilo em fita cassete e ficava escutando seguidamente, tanto que costumo dizer que, se não fosse o RPM, talvez hoje eu poderia estar ouvindo sertanejo ou pop inofensivo de FM. A novela Hipertensão (de 1986) tinha na trilha sonora Titãs, Engenheiros do Hawaii, Heróis da Resistência, e também ajudou a me levar para esta “onda” que estava surgindo na época. Então, sim, quando passei a definir um gosto musical diferente do que os meus pais ouviam, foi o rock nacional quem primeiro me chamou a atenção, e, depois de “infectado” por ele, nunca mais que consegui abandonar o gênero.
15. Com quantos anos você comprou seu primeiro disco, e qual foi? Você ainda tem ele?
MM: Com doze anos, eu ganhei uma fita cassete com a trilha sonora internacional da citada novela Hipertensão, e, no mesmo ano, ganhei meu primeiro vinil, que foi uma coletânea chamada Overdoze, e tinha Camisa de Vênus, Ira!, Rita Lee, Ultraje A Rigor, Barão Vermelho, Cazuza, Leo Jaime e outros grupos de menor destaque para a história do rock nacional. A minha cópia “original” eu literalmente “gastei” de tanto escutar, e acabei trocando em um sebo anos depois. Hoje possuo outra cópia deste vinil, mas ainda tenho um exemplar dele na minha coleção!
16. A quantas anda sua coleção?
MM: Bom, para início de conversa, eu nunca me considerei um “colecionador”, pois nunca fiz certas loucuras que vejo outras pessoas por aí fazerem por causa de um disco. Eu procuro ter os discos das bandas que eu gosto, e, destas, ter as coleções da forma mais completa possível, inclusive colocando alguns bootlegs quando possível. O problema é que eu gosto de muitas bandas, aí a coleção vai ficando enorme… Mas eu não sou do tipo que coleciona trezentas cópias do mesmo disco porque são de edições diferentes ou de países obscuros, tendo uma cópia de cada disco para mim já está de excelente tamanho. Eu não sou a pessoa mais organizada do mundo em termos de registro da minha coleção (tanto que mais de uma vez eu comprei um exemplar de um disco ou DVD que eu já possuía mas não lembrava), mas acredito ter em torno de 500 vinis, um três mil CDs (talvez mais) e perto de 500 DVDs. Parece bastante, mas, perto de outras coleções que vejo por aí, tenho certeza que ainda é um nível “normal” de vício aquele que eu possuo, hahaha!
17. Qual a banda que você tem mais itens na sua coleção? Quantos itens)?
MM: Como disse acima, não sou o mais organizado em termos de registro. Mas as bandas que tenho mais itens são o Deep Purple (vários bootlegs, todos os oficias de estúdio e quase todos os ao vivo oficiais em CD ou DVD – cada dia sai um novo, fica difícil acompanhar) e o Pearl Jam, do qual tenho a discografia original de estúdio e vários daqueles ao vivo que vem em uma caixinha de papelão (alguns deles vendidos apenas no site da banda, como o do show de Porto Alegre em 2011, o qual eu tenho em CD duplo), além de alguns bootlegs. Sempre lembrando que trato sempre de itens originais, sem pirataria ou coisas baixadas de internet.
18. Que outras bandas / artistas tem destaque na sua coleção?
MM: Ih, se eu for começar a falar, não paro tão cedo. De coleções completas são vários artistas nacionais (como Legião, Titãs, Ultraje ou Engenheiros do Hawaii), grupos mais “obscuros” como Anekdoten, Transatlantic, Liquid Tension Experiment e Spiritual Beggars, grupos “consagrados” como Doors, Dream Theater, Iron Maiden (só os oficiais e um de cada, não faço as loucuras do Daniel ou do Bueno, por exemplo), Sepultura, Ratos de Porão, Soulfly, Ozzy Osbourne, Rush, King Crimson (toda a discografia de estúdio, mais vários itens do collectors club), Nightwish, Bruce Dickinson, Therion, The Cure, Sisters Of Mercy… Sei lá, a lista é enorme… Tem grupos que eu coleciono apenas parte da história (como o Marillion, da qual só curto a fase com o Fish, embora tenha alguns discos com o Steve Hogarth), outros que coleciono mas não quero ter certos discos (tipo o The Final Cut do Pink Floyd ou a fase Trevor Rabin do Yes)… Tem bandas que só gosto de um disco, outras que eu ganhei sem nem saber a origem da banda… É muita coisa mesmo!
19. Como você organiza sua coleção?
MM: No momento, não está assim tão organizada, pois eu joguei tudo em um corredor para rearrumar a coleção e eles “foram ficando” por ali… Mas, normalmente: bandas em ordem alfabética, e, dentro das bandas, os discos em ordem de lançamento. Penso que assim fica mais fácil de localizar “o disco” que eu busco na hora de escutar, dentre tantos itens que possuo.
20. Além de discos, você também faz coleção de algum outro material?
MM: Eu sou um consumidor quase voraz de livros (não só sobre música, mas de autores como André Vianco, Dan Brown, JRR Tolkien ou Paulo Coelho), e possuo quase todos os títulos lançados por estes autores. Gosto muito de comprar revistas sobre música, mesmo com a facilidade que a internet traz hoje em dia para quem quer se informar sobre o assunto. Hoje compro regularmente apenas a Roadie Crew e a Poeira Zine, mas por anos comprava todos os meses a Bizz (depois Showbizz) e a Rock Brigade, as quais foram fundamentais na minha formação musical quando mais novo.
21. O que todo mundo gosta e você não consegue gostar? O que só você gosta?
MM: O que só eu gosto é muito difícil de citar, pois não curto muitas bandas “incomuns”, a maioria é bem conhecida mesmo. Já do que todo mundo gosta e eu não suporto, é fácil apontar: Beatles! Acho que, por causa de uns fãs “fanáticos” demais pela banda, acabei pegando birra do Fab Four, e, embora respeite muito o grupo, não consigo ouvir os rapazes de Liverpool e ter o mesmo prazer que tenho com outras bandas “menores” que existem por aí.
22. Há algum item bizarro ou diferente na sua coleção, que quando algum amigo vai visitar pergunta “O que isso faz aqui”?
MM: Talvez o já citado Sobrevivendo No Inferno dos Racionais, que é o único disco de rap que possuo, Ou o vinil de estreia do Enigma, MCMXC a.D., que deve ser o único item “new age” que possuo. Isso, claro, se o suposto amigo não se assustar com alguns itens de música clássica ou de violonistas como Paco de Lucia, mas estes não são tão “incomuns” assim…
23. Já fez alguma loucura por algum disco de sua coleção? Ou para assistir algum artista em especial?
MM: Nada que outros já não tenham feito. Viajar, chegar muito cedo na fila e esperar horas até o show começar, usar o dinheiro da janta (ou almoço) para pegar um disco raro e depois comer sanduíche ou bolachinhas recheadas com o troco, “estourar” o cartão em uma promoção on line e passar meses pagando a dívida… são coisas que qualquer outro fã já fez, não é nada especial. Não me considero “fanático” a ponto de pagar pequenas fortunas por um disco, ou fazer longas viagens de avião para assistir um artista, como muitos (aqui do site mesmo) estão dispostos a fazer. Acho que sou mais “mão de vaca” neste quesito…
24. Qual o item mais raro de sua coleção?
MM: Hoje em dia, com a internet, nada mais é raro. Eu tenho alguns itens importados que, pelo preço, dificilmente conseguiria de novo, como os box sets ou algumas edições especiais, mas nada que seja “exclusivo” ou valha alguma pequena fortuna. Só para atiçar os fãs do Iron Maiden (tipo nosso “chefe”, o Fernando Bueno), posso citar o vinil do primeiro Rock In Rio (com o Eddie vestido com a camiseta do Flamengo na capa), ume edição feita pelo fã clube paulista que reúne alguns “lados B” da Donzela, e um CD duplo ao vivo com parte do show de Donnington (aquele que saiu em vinil triplo), e que vem em uma caixa plástica coberta por um veludo negro (o antigo dono tratou muito mal do disco, e quase não se consegue ler o selo, por isso até hoje não sei ao certo o nome do mesmo, só sei que foi feito na Itália). Mas, de resto, tirando os itens que citei antes, nada tão especial assim.
25. Qual o artista que você já assistiu ao vivo mais vezes? Quantas foram?
MM: Possivelmente foi o Humberto Gessinger, até porque ele é daqui de Porto Alegre! Vi os Engenheiros umas cinco vezes, e três outras o Gessinger em carreira solo. Titãs eu devo ter visto cinco ou seis vezes, assim como Los Hermanos e Raimundos, que vi com e sem o Rodolfo nos vocais, e os Paralamas do Sucesso, que assisti pelo menos quatro vezes. De bandas internacionais, acredito ser o Nightwish, que assisti duas vezes com a Tarja, e duas com a Floor. Vi a banda holandesa Focus três vezes (cada uma com um guitarrista diferente), Deep Purple, Pearl Jam, Zakk Wylde e Dream Theater também, Ozzy duas vezes solo e uma com o Black Sabbath…
26. Com tantos shows e tantos discos, certamente há várias histórias curiosas em sua “carreira de colecionador.
MM: Em termos de shows, há histórias boas e ruins a contar. De um lado, poder encontrar alguns ídolos e conversar de igual para igual com eles, ou apenas tirar um foto e agradecer pela importância que tiveram na minha vida, como aconteceu com Thijs van Leer, do Focus, Rick Wakeman, um dos maiores tecladistas de todos os tempos, Ian Anderson, do Jethro Tull, Marky Ramone e CJ Ramone, dos Ramones, Glenn Hughes (um dos músicos mais simpáticos com quem já tive o prazer de conversar), Billy Graziadei, do Biohazard, todos os membros do Viper (quando da turnê de reunião com André Matos), o pessoal dos Inocentes e dos Replicantes (duas bandas que eu ouvi muito na adolescência, e continuo ouvindo ainda hoje), Humberto Gessinger, dentre outros. Já do lado ruim, não dá para deixar de citar o show do Iron Maiden no Gigantinho que comentei antes, não pela apresentação em si, mas pela bagunça da organização, que superlotou o local e tornou tudo insuportável. Antes do início do show, eu me desidratei tanto que fiquei a ponto de desmaiar, e acabei indo parar no ambulatório, onde fiquei por um tempo tentando me recuperar e bebendo a pouca água que havia disponível, pois parece que o local não estava preparado para tanta gente que acabou indo para lá. Com isso, perdi o show da Lauren Harris, que fez a abertura da noite, e acabei ficando em um local péssimo para assistir à apresentação do Iron, apesar de ter chegado relativamente cedo ao local.
Já com relação à compra de discos, tem uma história que eu gosto de contar para ver a que ponto de ridículo se chega por causa do vício no vinil… Em 1993, não existia o Real, eram as famosas “URVs” que comandavam os preços. Os discos importados eram cobrados em dólar, que tinha um valor num dia e o dobro no outro (quem viveu a época deve lembrar disso…). Cheguei numa loja de Porto Alegre pela primeira vez e encontrei o Animal Boy dos Ramones em vinil, lacrado, importado (acho que ainda hoje este disco não saiu em vinil nacional), por 9 dólares, o que, na época, era muito dinheiro. Naqueles tempos, os únicos discos do Ramones que se podiam comprar nacionais eram o Rocket To Russia, o Road To Ruin e o Mondo Bizarro, o resto só importado… Então aquele disco era um achado, mas estava além do que eu podia pagar. Então fiz uma proposta ao vendedor: eu pagava o valor de 5 dólares, ele reservava o disco para mim, e eu voltaria no mês seguinte e pagaria os outros 4 dólares pelo valor que estivesse na época… Ele falou que não, que aquilo venderia fácil, e eu fiquei insistindo… Era a primeira vez que comprava com ele, não nos conhecíamos até então… Fiquei mais ou menos uns 30 minutos incomodando, fazendo comparações, dizendo que ele não tinha nada a perder, quase implorando para ele aceitar a proposta, até que ele se encheu e topou. Paguei o valor dos 5 dólares e saí porta a fora. Mas, no caminho para a condução, fui pensando coisas como “esse cara vai vender o disco para outro e pegar a minha grana” e “daqui a um mês, 4 dólares vai ser o valor de 9 hoje”, além de outras paranoias nessa linha… Então, fui no banco, “meti a mão” na poupança que tinha e peguei o valor dos 4 dólares que faltavam. Voltei na loja e falei “olha, mudei de ideia, tá aqui os outros 4 dólares, vou levar o disco hoje”. Aí o cara não se aguentou: “pô, tu me incomodou mais de meia hora para quê se tu tinhas o dinheiro para pagar?”, e todos que estavam na loja e tinham acompanhado a negociação começaram a rir de eu ser tão Zé Ruela… Mas vai explicar para os caras que eu NÃO TINHA aquela grana, que tinha “assaltado o porquinho” e ia ficar até o próximo pagamento “a zero” de grana por causa daquele disco? Ficava difícil, né? Mas o importante é que comprei o vinil, que está comigo até hoje. E vale dizer que poucas vezes vi depois disso um Animal Boy em vinil para vender em condições tão boas quanto o meu…
27. Cite cinco itens que, se você tivesse que vender sua coleção, não venderia de jeito nenhum.
MM: Ah, são aqueles importados que citei antes. Possivelmente não os compraria de novo, e nem os venderia pelo valor que realmente valem, então, melhor manter comigo mesmo, hahaha! Posso citar:
1) Road to Red – King Crimson ;
2) Join The Dots – The Cure;
3) “Coffin Box” – Misfits;
4) Peel Slowly And See – Velvet Underground
5) 25th Anniversary Box Set – Jethro Tull
28. Onde você adquire itens para sua coleção atualmente?
MM: Basicamente, nas promoções das grandes lojas virtuais, e alguma coisa na Amazon da Inglaterra, mas a libra está muito cara, e os correios, infelizmente, seguidamente “esquecem” de entregar algumas encomendas, então tem de ser algo que realmente valha o risco do extravio ou da taxação dos impostos (uma sacanagem muito grande que o nosso governo faz com quem coleciona discos e DVDs). Além disso, sempre se acha algo nas lojas de usados, basta ter paciência de procurar (algo que tenho tido cada vez menos, diga-se de passagem).
29. Quais os dez melhores discos da década de 60?
MM: Só dez? Vou esquecer muita coisa, mas vá lá… Vou listar em ordem alfabética, para não me criar problemas… Lembrando que a década de 60 vai até 1970, e sem colocar álbuns ao vivo ou coletâneas:
Are You Experienced – Jimi Hendrix
Black Sabbath – Black Sabbath
Disraeli Gears – Cream
Electric Ladyland – Jimi Hendrix
In Rock – Deep Purple
Led Zeppelin II – Led Zeppelin
The Doors – The Doors
The Piper at the Gates of Dawn – Pink Floyd
The Velvet Underground and Nico – The Velvet Underground
Tommy – The Who
30. Quais os dez melhores discos da década de 70?
MM: Isso é tarefa impossível. Vou citar os dez que me lembrar primeiro, e lamento pelos que esqueci (mesmos critérios da lista acima):
A Night at the Opera – Queen
Burn – Deep Purple
Layla and Other Assorted Love Songs – Derek & The Dominos
Led Zeppelin IV – Led Zeppelin
London Calling – The Clash
Machine Head – Deep Purple
Permanent Waves – Rush
Red – King Crimson
Secos e Molhados – Secos e Molhados (primeiro disco)
Thick As A Brick – Jethro Tull
31. Quais os dez melhores discos da década de 80?
MM: O mesmo que eu disse da década de 70 se aplica aqui:
Appetite for Destruction – Guns N’ Roses
Disintegration – The Cure
Dois – Legião Urbana
Doolittle – Pixies
Fresh Fruit for Rotting Vegetables – Dead Kennedys
Master Of Puppets – Metallica
The Real Thing – Faith No More
Seventh Son Of A Seventh Son – Iron Maiden (vou colocar só para não apanhar do Bueno, hahaha!)
The Joshua Tree – U2
Trio – Trio
32. Quais os dez melhores discos da década de 90?
MM: Uma década já mais fraquinha, mas com bastante coisa boa, que também ficou de fora. Cito:
Chaos AD – Sepultura
Counterparts – Rush
Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory – Dream Theater
Nevermind – Nirvana
Out of Time – R.E.M.
Raimundos – Raimundos
Ten – Pearl Jam
Theli – Therion
Use Your Illusion II – Guns N’ Roses
Vemod – Anekdoten
33. Quais os dez melhores discos dos anos 2000 (de 2001 até agora)?
MM: Esta já tive de dar uma pesquisada, mas não foi difícil achar mais de dez discos:
Black Clouds & Silver Linings – Dream Theater
Black Gives Way to Blue – Alice in Chains
Century Child – Nightwish
Hate Crew Deathroll – Children of Bodom
Gothic Kabbalah – Therion
Gravity – Anekdoten
On Fire – Spiritual Beggars
The Focusing Blur – Vintersorg
The Puppet Master – King Diamond
Wolfmother – Wolfmother
34. Cite dez discos que você levaria para uma ilha deserta.
MM: Nunca entendi por qual motivo alguém levaria dez discos para uma ilha deserta, mas, se eu fosse fazê-lo, seriam coletâneas ou discos ao vivo, que normalmente possuem o melhor dos trabalhos de cada artista. Sendo assim, acho que levaria:
The Fillmore Concerts – Allman Brothers (edição expandida do Live At Fillmore East)
Greatest Hits – The Cure (a edição com dois CDs e um DVD, de preferência)
Ramonesmania – Ramones
Yessongs – Yes
Road to Red – King Crimson
Live Gothic – Therion
Música para Acampamentos – Legião Urbana
Flight 666 – Iron Maiden
25th Anniversary Box Set – Jethro Tull
Live at Budokan – Dream Theater
35. Cite dez itens que deveria ter nessa ilha deserta para completar o prazer de estar com esses dez discos.
MM: Eletricidade;
Internet;
Computador;
Uma TV de muitas e muitas polegadas;
(com essas quatro coisas, acabou a necessidade daqueles dez discos acima)
Um bom aparelho de som;
Um grande número de livros interessantes;
Um estoque ilimitado de alimentos não perecíveis (tipo aquele que o Cidadão Zero possui na base do Polo Norte na série Z Nation);
Um fogão e apetrechos para preparar estes alimentos;
Geladeira;
Uma cama confortável.
(também não quero mais nada, hein?)
36. Há um fim para a sua coleção?
MM: Acredito que não. Mesmo que todas as bandas que eu goste parem de lançar discos, sempre surgirão novos grupos, projetos de antigos ídolos… Só se pararem de lançar discos em formato físico, como já foi cogitado. Aí, talvez um dia eu consiga ter tudo o que eu desejo possuir…
37. Alguma coisa mais que gostaria de passar para nossos leitores?
MM: Obrigado a quem teve paciência de ler tudo isso que escrevi aqui, aqueles que acompanham e comentam nas matérias que escrevo (tornando-as, sempre, mais interessantes e abrangentes), e a todos que participam da existência do site, seja escrevendo, lendo, comentando ou divulgando o mesmo. O Consultoria do Rock é de todos nós, e, com a ajuda de todos, ainda iremos conquistar o mundo e virar referência em termos de música no nosso Brasil varonil!
Duas coisas apenas:
O Micael é grande porque, de outra forma, não haveria espaço para esse coração enorme.
e
Se existe o deus rock, ele enviou um anjo para a Terra. O nome dele é Micael.
Obrigado pelas gentis e comoventes palavras, Marco! Fiquei sensibilizado aqui!
Muito bom o papo, deu pra perceber que o Micael é um cara dedicado mesmo. Uma coisa comum que quase todos comentaram em suas entrevistas foi a transição do “outro site” para a Consultoria. Um dia que queria ler a história do que de fato aconteceu 🙂
Marcel, se eu não estiver enganado, quando sair o “na caverna” do Mairon alguns podres irão aparecer! Aguarde!
Uso a frase da Copélia nesse momento …
Só para registro, gostaria de deixar claro que, graças à minha total falta de organização e por um lapso de dedicação, o Mairon teve de usar algumas imagens antigas da minha coleção de discos. Muitas dessas aí já estão maiores do que isso, mas não consegui “renovar” as imagens a tempo de serem publicadas aqui!
Manda aí Micael, e publicamos novamente. Acredito que vai melhorar ainda mais a entrevista
Valeu pela atualização das fotos, Mairon! Agora sim, depois que te enviei as novas, as imagens estão um pouco mais condizentes com a realidade dos fatos!
Muito legal a entrevista, Micael, parabéns pelo ecletismo e pela coleção! e tb por ter visto tanta gente ao vivo…um disco que temos em comum apareceu em nossas fotos – Five bridges, do The Nice…abraço!!!
Valeu, Ronaldo! Com certeza temos mais discos em comum, o que foi publicado é só uma parte do que eu tenho, e nem é a maior parte, te garanto…
faltou as fotos da coleçao do therion, banda que gosto mto tb . de resto parabens pela coleçao e pelas historias divertidas como a do animal boy do ramones … hahahahahahaha
Pô, Sergio, faltou mesmo! Vou mandar pro Mairon, aí fazemos uma versão “atualizada” das fotos!
Também estou bem curioso pra saber sobre essa transição. Li todas as entrevistas e só tá aumentando a curiosidade.
Parabéns mais uma vez, entrevista, entrevistado e coleção.
Obrigado, Dimas! Um dia essa história talvez apareça direito por aqui, mas eu não confiaria muito nisso, não!
Alguns pontos: 1- tb nao gosto dos beatles
2 – sugiro um WAR ROOM para lavarmos a roupa suja… Desde os tempos do blog que abre e fecha toda semana até os tempos da resenha da Lady Gaga… kkkkkkk… Mairon usará luvas em maio para essa discussão acalorada!
3- vendi esse disco do maiden com a camisa do flamengo esses dias. O bueno perdeu a chance, como sempre faz por querer comprar as coisas à preço de banana!
4 – continuo vendendo a coleção, quem quiser, tamos ae…. (propaganda não autorizada)
Seria um “war room verbal”… verdades seriam ditas, ou não… E, se quer fazer propaganda não autorizada aqui, vai ter de me pagar porcentagem dos lucros, hahaha!
ninguem ne le isso Mica… mas o WAR ROOM seria legal… digitando mesmo… cada um contanto o que lembra das brigas… eu ia rir muito…. kkkkkkkkkkkkkkkk Vamos fechar o blog… agora abre o blog de novo… fecha o blog que “metaleiro” é tudo ignorante…agora escreve sobre maiden que dá “acesso”… e fecha o blog de novo!!! hauhauhauahuahuahua
e não gosto de ramones tb… kkkkkkkkkkkkkkkk
Eu só lembro de “não pode publicar, isso não é rock”, “vou sair do grupo”, “vou fechar o blog”, “vocês não conhecem nada de música”, coisas bacanas desse naipe aí!
Podcast…
Muito legal essa matéria.
Um cara que tem as coleções do Engenheiros do Hawaii e do Anekdoten merece todo o respeito do mundo. Vi que não sou o único maluco a gostar de coisas tão díspares.
Pois é, Christiano, mas nem são tão díspares assim, afinal o Humberto Gessinger sempre sonhou em fazer dos Engenheiros uma banda prog (pelo menos é o que eu acho – lembra de quando chamavam os Engenheiros de “Rush Brasileiro”? Então…).
Obrigado pelo apoio!
Uma Curiosidade minha , o Mairon é fã da Madonna , até ta devendo uma discografia comentada dela ! E o Micael tbm é fã ? Abraço !
Eu curti as músicas da Madonna que tocaram no rádio nos anos 80, ainda guardo boas memórias com algumas delas. Mas nunca fui fã dela como artista, tanto que não tenho sequer um disco dela em casa… As coisas que ela fez de “Erotica” para cá nunca dei muita bola, e nem conheço as coisas mais “obscuras” dos primeiros discos… Mas sempre gosto de ouvir alguns dos hits iniciais, como “La Isla Bonita”, “Like A Prayer”, “Papa Don’t Preach”, “Holyday” ou “Like A Virgin”.
Gostei muito da entrevista. Parabéns pelo ecletismo Micael. Ver a capa do primeiro lançamento do REM foi comovente. Considero uma das bandas mais injusticadas pela Consultoria, seguida pelo The Smiths.
Obrigado, Antônio! Mas tem várias matérias do REM aqui no site, é só dar uma procurada (poderia ter mais, eu concordo, mas tem algumas)… já Smiths, aí a coisa é complicada mesmo… eu. por exemplo, nunca consegui curtir muito o som do grupo, apesar do estilo de bandas similares me agradar bastante… e acho que os demais consultores também não vão muito com a cara de Morrisey e seus comparsas, aí fica difícil!
O Micael é fã do genérico.
O Legião Urbana seria o genérico? Se for, é mesmo o meu grupo nacional favorito!
Pensei que a Legião fosse a versão genérica do Joy Division…no caso, um genérico bem melhor do que o original…mas não tomem isso como um elogio…hehehehehehe
Se nos basearmos apenas em algumas músicas, a Legião seria um “genérico” de qualquer banda do pós-punk inglês do começo dos anos 80. Se nos basearmos em outras, a Legião não tem absolutamente nada a ver com o pós-punk… ou seja, valorizem mais a banda, ela é bem mais do seus rasos ouvidos escutam (treta, treta!).
Sou fã do Legião. Sou fã dos Smiths. Sou fã do Joy Division. Sou fã do pós-punk. E sou também um grande mentiroso.
Não teve jeito, quando vi lá o esboço da matéria feita pelo Mairon antes de publicá-la com as fotos, estruturação e tal, eu já tinha lido tudo bem antes de entrar no ar. E agora reli de novo.
Curioso como o Micão responde as perguntas de uma maneira que um assunto puxa o outro e a gente fica cada vez mais curioso e continua lendo para ver no que a ideia vai chegar. hahahahaha
Como sempre, é o sujeito mais bem relacionado da Consultoria, com fotos e encontros com diversas personalidades do rock. O nosso embaixador!
Grande entrevista, Micão! Todos nós o amamos!
Pô, valeu André, mas, como diria aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo: “nem tanto, mestre, nem tanto!”. Grato pelo apoio!
Só consegui ler agora!! Parabén Micael!!
Inveja dupla pelas duas fotos com o Wakeman…
Valeu, “patrão”! Quando Wacko vier ao Brasil de novo, se quiser vir a Porto Alegre encontrar com ele, o convite está feito!
Bela entrevista e mais um consultor super boa praça que nos abre a porta de sua coleção…desta vez uma coleção bem eclética e bem informada. Parabéns, Micael.
Obrigado, Eudes! O “bem informado” eu deixo por sua conta, mas agradeço igual!
Pô, achei que só eu ia na onda dos EngHaw. Bacana de ver que não 🙂
Valeu, Diego! Muita gente por aqui curte EngHaw, o pessoal só não escreve muito sobre eles!
Deveríamos mudar isso. Quem sabe eu até me ofereça pra umazinha especial sobre EngHaw hehehe 😀
No que depender de mim, fique à vontade para escrever um texto sobre eles, Diego!