Na Caverna da Consultoria: Pablo Ribeiro

Na Caverna da Consultoria: Pablo Ribeiro

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Por Mairon Machado

A nossa entrevista de hoje traz a história de um cara que simplesmente criou a identidade visual do Consultoria do Rock. Pablo “Warhol” Ribeiro foi responsável por idealizar e criar as imagens que ajudaram nosso site a ser identificado nas redes sociais, bem como trouxe várias ideias de divulgação que ajudaram a alavancar o número de acessos e seguidores da Consultoria.

Apaixonado por Black Sabbath e rock das antigas, Pablo hoje é um dos colabores do Tinnitum, e vem mostrar sua história para os leitores. Acompanhe:


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1. Consultoria do Rock: Grande Pablo, que bom poder tê-lo nas páginas da Consultoria novamente. Vamos lá, conte-nos um pouco sobre a sua pessoa.
Pablo Ribeiro: Fala aí, mestre!
Bom, nasci em 1978, em Porto Alegre, terra do glorioso Sport Club Internacional, famosos Campeão de Tudo. Sou artista plástico por formação acadêmica, mas por opção segui a direção de arte e o design publicitário, que eu curto muito. Nas minhas raríssimas horas vagas tento dividir entre desenhos, colocar em dia a lista de leitura (tá difícil) e atualizar os ouvidos (idem). Ainda me disciplino pra dar uma merecida atenção à minha companheira (que se esforça pra entender o vício em música) e os amigos.

2. Como você conheceu a Consultoria do Rock?
Não recordo exatamente, em detalhes, mas lembro que pouco tempo antes eu tinha feito uma semestre na faculdade de jornalismo (em uma cadeira de Design, eletiva pra mim) em que conheci o Diogo. Mantivemos um certo contato depois daquilo, e – aí é que me falha a memória – em algum ponto lembro de ter ficado sabendo que ele escrevia para a CR, daí me ofereci para escrever alguma coisa, pois achei muito bacana a ideia.

3. Como foi sua entrada para o blog?
Escrevi – meio aos percalços, se fosse pra desenhar acho que sairia melhor – uma matéria sobre “Killers”, segundo disco do Iron Maiden. Gostei bastante da experiência, tanto que depois comecei a escrever cada vez mais, e acabei entrando pra turma.

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Algumas das novidades visuais que Pablo trouxe para o site
Algumas das novidades visuais que Pablo trouxe para o site

4. Quais as suas lembranças do início do blog, já que você foi um dos primeiros convidados a participar da Consultoria.

Lembro que a gurizada era gente boa pra caramba, que todo mundo se entendia (mesmo quando discordavam entre si). Acabei fazendo algumas amizades “virtuais” com caras que falo até hoje, e ganhei amigos na vida real, notadamente o senhor mesmo e seu excelentíssimo irmão Micael, que são elevadíssimos no meu conceito. O churrasco aquele de janeiro que o diga. Se bobear, até rola um parentesco, levando-se em consideração os sobrenomes.

5. Você foi responsável por dar uma cara nova ao blog, através da personalização de diversas imagens que criaram a identificação da Consultoria com os leitores. Como surgiram as inspirações para a construção das mesmas?
Eu queria ao dar uma cara própria a CR, desvincular o site não só de determinada banda, mas de nichos e subgêneros musicais específicos (mesmo que dentro do rock).

Daí parti para imagens que fossem icônicas e representativas para o rock – é claro – mas que também conversase esteticamente com o Blues, o Jazz… Com isso em mente, também achei interessante dar uma cara mais classicona pra CR, mas sem parecer datada, mantendo a elegância. Pesquisei, pensei, quebrei a cabeça e cheguei nos amplificadores, auto-falante cabos de guitarr/baixo. Embebi as imagens em tons de uísque e cheguei aonde eu queria para a estética geral. Depois, recorri a uma fonte que tivesse “peso” e “velocidade” pra dar movimento ao conceito todo, e assim nasceu a “cara” nova da CR. Fiquei bastante feliz com o resultado, e espero que tenha contribuido para atrair mais atenção ao projeto todo.

6. Além das imagens, você também criou as “tags” que circulavam pelas redes sociais. Lembre os leitores que não chegaram a conhecer esse período, como funcionavam as tags.
Bem, as tags surgiram da necessidade de se compartilhar visualmente a identidade da CR. Os textos em sua esmagadora maioria eram excelentes, e agora tinha toda a parte estética também. Mas estando na era da velocidade (vertiginosa) de informação, é inegável o fato de que as pessoas raramente param na frente de um computador para ler uma chamada puramente textual… Levando em consideração essa necessidade, tive a ideia de criar posts a serem publicados no FaceBook que, em uma moldura com a identidade da CR (que citei acima) havia – descrita em linhas econômicas – uma curiosidade relacionado à determinada banda/músico, uma foto do mesmo, e – se não me falha a memória – os endereços de FaceBook e Twitter da CR. A minha ideia é de que, dessa forma, quando alguém que seguisse a CR nas redes sociais se identificasse ou gostasse do artista em questão ou achasse relevante a informação contida, compartilharia a tal Tag, “espalhando” de forma exponencial a CR.

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Mais algumas das tags diversas criadas por Pablo

7. Qual a matéria que você mais gostou de ter feito para o site?
Qualquer uma relacionada ao Black Sabbath. Provavelmente aquela relacionada ao lançamento do disco 13.

8. Quais as principais alegrias e tristezas que você teve com a Consultoria?
Como citei antes, fiz umas amizades valiosas, e isso com certeza foi o que de mais importante que a CR me gerou. Foi um prazer – por exemplo – abrir as portas da minha casa pra ti e pro Micael, caras que considero amigos de verdade. E olha que não sou o mais acessíveis dos sujeitos. Conhecimento também é algo que eu valorizo muito, e interagindo – de uma forma ou de outra – com o pessoal que escrevia me apresentou músicas, bandas e artistas que eu até então desconhecia. Tinha (e ainda tem uma galera que escreve bem pra cacete, o que me puxou a melhorar meus textos… Como disse: conhecimento é sempre uma coisa positiva a se alimentar.

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Encontro de consultores gaúchos: Micael, Diogo, Pablo e Mairon

9. O que você caracteriza como principal característica do Consultoria do Rock, que o torna um diferencial nos demais sites de música?
Acho que de cara a principal diferença (que notei) foi o fato de que não se tratava simplesmente de um site de notícias. Isso e a dinâmica da coisa toda também achei muito bacana. Mesmo tudo bem “amarradinho” dentro da identidade da CR, rolava de ir lá o Mairon num dia e escrever um texto esmiuçando um clássico do Yes, e no dia seguinte ter uma resenha minha falando do disco novo do Napalm Death… E eram textos escritos por quem curtia realmente aquilo ali. Não era (creio eu) um lance burocrático, com um simples objetivo de noticiar. Era uma coisa de “pô, gostei disso aqui! Vou escrever lá pra mais gente saber que é legal pra caramba!”.

10. Depois de um tempo, você acabou saindo do blog. O que acabou acontecendo?
Bom, saí e segui outros rumos. É uma questão que não tem a mínima relevância hoje em dia. Mas em respeito à amizade que temos, vamos lá: A questão é que o blog claramente estava crescendo (e espero que continue assim) e eu, como profissional de comunicação, sabia como era importante toda a questão visual da coisa. Cheguei a pensar em diversos materiais para expandir a divulgação e o compartilhamento da CR. Eu era um colaborador, e como todos os outros, fazia por paixão e por acreditar na CR! Então pra mim era um prazer. Mas por algum motivo – que eu posso apenas supor, e suposições não têm valor nenhum – todo essa estratégia que planejei e cheguei a começar a colocar em prática, começou a incomodar (e não a todos, que fique claro), gerando situações bastante desagradáveis, antagônicas a pessoas adultas, até.
Como não aceitei abrir mão da minha integridade artística e do meu conhecimento técnico na área, a situação toda acabou se transformando em um “diz-que-me-diz” do qual eu não fiz a menor questão de participar.
Mas enfim: segue o baile! Assim como não tenho saco pra egocentrismo, também não faço a mínima questão de remoer o que passou.

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Raríssimo LP triplo do Black Sabbath, com o show do Hammersmith Odeon

11. Como está sua participação com o site Tinnitum?

Eu devia até ter vergonha de falar em “participação” já que no meio dessa minha vida sempre cheia de coisa pra fazer, acabo não conseguindo fazer quase nada (e “quase” é até superlativo) para o Tinnitum. O mérito até aqui tem que ir todo pra equipe abnegada que tem levado o site com tesão e competência imensuráveis. Minha parte até aqui – por enquanto – foi bolar e desenvolver a identidade visual do Tinnitum (sempre com as ideias que vinham do pessoal) e escrever a Discografia Selecionada do Motörhead.
Tenho várias ideias rascunhadas pra desenvolver mais o projeto e contribuir pro crescimento do negócio todo. Além de escrever mais também.
Devo conseguir tocar isso em frente muito em breve. Antes que o Bruno me coloque no olho da rua, espero! Aguardem novidades!

12. Na Consultoria, você destacou-se além das imagens, pelas resenhas de boxes. É o item que você mais gosta de colecionar?
Com certeza! Se não me levasse à falência, eu compraria qualquer material nesse formato que saísse das bandas que eu gosto!

13. Isso nos faz então falar um pouco agora do lado prazeroso da música, que é o ouvir e colecionar. Quais são suas principais lembranças de quando começou a ouvir música?
Pra ser sincero, meus primeiro contato com o Rock não foi exatamente “musical”. Lembro de ir acompanhando minha mãe à um supermercado de uma grande avenida aqui de porto alegre, no meio dos anos 80 e dar de cara com os dois primeiros discos do Iron Maiden em uma gôndola. Aquela porra daquela capa do Killers ficou cravada na minha cabeça por um tempão. Depois disso, ainda nos 80’s, visitando a casa de uns primos lembro de ter visto a capa de dois discos que também ficaram marcadas: Creatures of the Night do Kiss e Never Mind the Bollocks… dos Sex Pistols. Esses dois acabei comprando minhas próprias cópias no começo dos anos 90. Já o Iron Maiden fui curtir bem depois. E a princípio só tinha saco pra ouvir os dois primeiros álbuns. Depois que eu fui gostar de outras coisas dos caras.

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Várias edições do álbum de estreia do Black Sabbath

14. Você gostou de rock desde o início ou foi em um determinado período de sua vida?
Em casa meu pai e minha mãe eram fãs de Beatles e Paul McCartney, lembro de rolar os sons dos caras por lá, e de ver as capas das fitinhas K7 de Help, Rubber Soul e outros, então isso já estava meio que enraizado na minha personalidade, acho.
De qualquer forma, comecei a entrar fundo no mundo do rock no comecinho da adolescência, daí nunca mais parei…

15. Com quantos anos você comprou seu primeiro disco, e qual foi? Você ainda tem ele?
Aí tu me pegou! Não vou lembrar com certeza que disco comprei, mas lembro de ir todo o sábado de manhã nas lojas de discos, como a saudosa Megaforce, no centro de Porto Alegre, e os poucos CDs ainda não ameaçavam o reinado dos inúmeros LPs. Outrra lembrança que tenho, é de que em uma determinada vitrine havia – entre outros lançamentos, na época – o … And Justice for All do Metallica, lançado em 1989. Então devemos estar falando em 1990, provavelmente. Mas o primeiro disco que comprei, não lembro, infelizmente.

16. Você acompanhou a transição do vinil para o CD. Chegou a se desfazer de algo que nunca mais conseguiu adquirir novamente e se arrependeu depois?
Sim, peguei bem essa transição aí, mas não aconteceu de me desfazer de algum LP e depois me arrepender. Se me desfiz de algum, não era alguma coisa que eu gostasse a ponto de me arrepender. Agora, aconteceu de comprar algum disco originalmente em CD, e anos depois comprar em LP, por querer tem o bolachão mesmo (caso do tal primeiro Black Sabbath) ou por causa de alguma particularidade inexistente no CD da época (como a capa com zíper de Sticky Fingers, dos Stones).

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Coleção do Black Sabbath em vinil

17. A quantas anda sua coleção?
Outra pergunta que não vou saber responder! Mas sem muito receio de errar, diria que um total de 1.000, 1.100 ítens.

18. Qual a banda que você tem mais itens na sua coleção? Quantos itens?
Black Sabbath, sem dúvida. São todos os discos em LP e CD, sendo que vários em versões alternativas. Só o primeiro (auto-intitulado) tenho cinco versões diferentes.
Quanto à memorabília, eu evito adquirir, já que do contrário seria mais uma enorme fonte de dor de cabeça e de gasto. Daí teria que optar entre um item e outro, e provavelmente eu entraria em parafuso!

19. Que outras bandas / artistas tem destaque na sua coleção?
The Beatles, Paul McCartney, Jimi Hendrix, Judas Priest, Kiss e Metallica.

A rara versão original de Cross Purposes Live, do Black Sabbath
A rara versão original de Cross Purposes Live, do Black Sabbath

20. Como você organiza sua coleção?
Admito: No momento a coisa toda tá um caos, sem seguir nenhuma ordem específica. Mas por incrível que pareça, eu consigo saber onde está cada coisa. E mais: Sei se alguém mexeu. Mas tenho plena consciência de que já fui muito mais minucioso, organizado e cuidadoso com a ordem da coleção.

21. O que todo mundo gosta e você não consegue gostar? O que só você gosta?
Tem esse grupo nova que tem uma galera que paga um pau federal, mas eu acho completamente sem graça e até meio idiota, que é o tal Ghost. Não acho problema toda essa jogada de marketing que promove a banda, pelo contrário. Mas o som é muito sem graça e derivativo. E ainda forçam a barra na cara de pau!
Mas é só minha opinião, claro. Também não tenho mais paciência pra escutar qualquer coisa do Iron Maiden pós 2000.
Já no caso do “só eu gosto”, acho demais o violonista cigano Django Reinhardt. Gosto muito do trabalho dele, e acho que ele merecia ser mais reconhecido. Também adoro o som do violinista Niccolò Paganini, que vale a pena ser escutado pela influência que exerceu em diversos guitarristas modernos.

22. Poxa, eu também adoro o Django e o Paganini. Você gosta de outros violonistas, como Andrés Segóvia, John Williams, Julian Bream, Kazuhito Yamashta, e outros da geração de grandes nomes do violão das décads de 60 e 70?
Django é impressionante! Descobri o trabalho dele lendo uma entrevista em que Tony Iommi (Black Sabbath) citava o violonista belga como uma de suas maiores influências.
O que pouca gente sabe, é que Reinhardt, nos ultimos anos de vida, trocou o violão por uma guitarra elétrica. Paganini devia entrar na cartilha do pessoal que é fã dos guitarristas “shredders” O violino do italiano exerceu uma baita influência nos arpejos dos Malmsteens da vida.
Conheço pouco de Williams, mas desse pouco, gosto bastante. Me manda umas dicas de onde me aprofundar na carreira do cara. E de outros também… Admito que meu conhecimento ainda é restrito nesse assunto.

The Beatles, ou White Album, em sua versão completa
The Beatles, ou White Album, em sua versão completa

23. Há algum item bizarro ou diferente na sua coleção, que quando algum amigo vai visitar pergunta “O que isso faz aqui”?
Acho que não. De uns tempos pra cá eu tenho restringido bastante a compra de novos itens, e os que já não ouvia ou estavam jogados, juntado pó, tratei de passar adiante.

24. Já fez alguma loucura por algum disco de sua coleção? Ou para assistir algum artista em especial?
Não. Nada que qualquer aficionado sério por música – ou determinado artista – não faça… Tive a sorte de poder ver a grande maioria de meus artistas favoritos ao vivo, sem muitos percalços, e quanto à coleção de discos, admito que já gastei mais do que deveria em certos momentos para adquirir uma edição mais difícil de algum disco em especial.

25. Qual o item mais raro de sua coleção?
Não sei se são os mais raros de toda a coleção, mas cito dois álbuns do Black Sabbath: O primeiro disco – auto-intitulado – na prensagem original EM LP, com a famosa capa gatefold, e Live At Hammersmith Odeon, na rara versão em LP triplo, com a gravação de faixas selecionadas em três shows do grupo contando com Ronnie James Dio nos vocais, entre 1981 e 1982.

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A versão original de Live Sh*t Binge & Purge, do Metallica

26. Quantos shows você já assistiu? Qual o artista que você já assistiu ao vivo mais vezes? Quantas foram?
Vários. Perdi a conta… De Rosa Tattooada e Matanza a Paul McCartney e Rolling Stones, passando por Metallica, Anthrax, The Cult e uma porrada de outros, assisti de tudo um pouco. Ozzy e Judas priest vi três vezes cada um, Kiss foram dois. Pelo que me lembro, os outros todos assisti uma vez cada.

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Palhetas criadas por Pablo

321321_355953261171172_1999468320_n 27. Cite cinco itens que, se você tivesse que vender sua coleção, não venderia de jeito nenhum.
Esses dois LPs do Black Sabbath, o box de Singles 7″ do Kiss (Casablanca Singles), o White Album dos Beatles e o box Live Shit: Binge & Purge do Metallica, na versão original, com 3 VHS, 3 CDs, Livro, Adesivo/Pass e Stêncil. Esse último um dos itens que mais gosto de toda a coleção!

28. Onde você adquire itens para sua coleção atualmente?
Geralmente no eBay e em menor escala no Mercado Livre. Mas meu lugar de “garimpo” in loco é a Boca do Disco, no centro de POA.

29. Loja do Grande Getúlio. Você certamente deve ter alguma história curiosa ou engraçada envolvendo compra de discos, principalmente sendo você um cliente desse ícone das lojas portoalegrenses. Compartilhe conosco alguma delas.
Qualquer um que tenha o mínimo interesse em música decente tem que conhecer a loja do cara.
Getúlio é tão lendário quanto as histórias que protagoniza, ou os termos que usa para definir determinado artista e/ou banda. Eric Clapton? Um enganador! Keith Richards (e o resto dos Rolling Stones)? Peidorreiro! E esses “elogios” se estendem à uma infinidade de artista, muitos deles de qualidade supostamente inquestionável (ou nem tanto).
Já presenciei – in loco – algumas histórias bem peculiares do Getúlio. Vou citar uma, em especial: Certa vez, estava eu dentro da loja, totalmente imerso em minha busca por algum disco digno de levar meu dinheiro… De repente, um sujeito que passava na calçada parou na frente da porta da loja e – em tom alto – pergunta: “ô tio, que que tem de Surf Music aí?” Getúlio olha para o sujeito, faz uma de suas breves pausas e responde: “Surf Music só no Havaí!”. O cara fica paralisado por um momento, antes de continuar andando com a expressão de quem havia tomado uma tijolada na cara.
Essa é apenas uma das histórias do famoso Getúlio, e quem passar por POA tem a obrigação de conhecer a loja do cara. Com certeza vai sair satisfeito com os negócios fechados com essa lenda!
Mas aviso de antemão: Pense bem antes de elogiar algum possível “enganador” ou “peidorreiro”: Tu pode ouvir uma resposta não muito diplomática.

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Coleção em vinil de Jimi Hendrix

30. Quais os dez melhores discos da década de 60?
Sem ordem específica:
Revolver e The Beatles (o disco branco) (The Beatles)
Are You Experienced?, Axis: Bold As Love e Electric Ladyland (Jimi Hendrix Experience)
Beggars Banquet e Let It Bleed (Rolling Stones)
A Love Supreme (John Coltrane)
Pet Sounds (Beach Boys)
The Stooges (The Stooges)

31. Quais os dez melhores discos da década de 70?
Sem ordem específica:
Band on the Run (Paul McCartney and the Wings)
Black Sabbath (auto-intitulado), Paranoid e Master of Reality (Black Sabbath)
Overkill (Motorhead)
Kiss (auto-intitulado)
Raw Power (The Stooges)
The Ramones (The Ramones)
Never Mind The Bollocks… Here’s The Sex Pistols (Sex Pistols)
Sad Wings Of Destiny (Judas Priest)

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Algumas das primeiras tags criadas por Pablo

32. Quais os dez melhores discos da década de 80?

Sem ordem específica:
Screaming For Vengeance e Defenders Of Faith (Judas Priest)
Ride The Lightning (Metallica)
Reign In Blood (Slayer)
Killers (Iron Maiden)
Shout At The Devil (Motley Crue)
Blizzard of Ozz (Ozzy Osbourne)
Fresh Fruit For Rotting Vegetables (Dead Kennedys)
Creatures Of The Night (Kiss)
Heaven And Hell (Black Sabbath)

33. Quais os dez melhores discos da década de 90?
Sem ordem específica:
Arise e Roots (Sepultura)
Soulfly (Soulfly)
Slave to the Grind (Skid Row)
Ten (Pearl Jam)
Revenge (Kiss)
Painkiller (Judas Priest)
Images and Words (Dream Theater)
Pride And Glory (Pride And Glory)
Dusk… And Her Embrace (Cradle Of Filth)

34. Quais os dez melhores discos dos anos 2000 (de 2001 até agora)?
Sem ordem específica:
Prophecy (Soulfly)
Leviathan (Mastodon)
The End Of Heartache (Killswitch Engage)
Electric Arguments (Fireman)
All Hope Is Gone (Slipknot)
Run Devil Run (Paul McCartney)
The Blessed Hellride e Hangover Music Vol. VI (Black Label Society)
13 (Black Sabbath)
Crosseyed Heart (Keith Richards)

35. Cite dez discos que você levaria para uma ilha deserta.
De novo, sem ordem específica:
Are You Experienced? (Jimi Hendrix Experience)
The Beatles (The Beatles)
Band On The Run (Paul McCartney and Wings)
Sticky Fingers (The Rolling Stones)
Black Sabbath (Black Sabbath)
Kiss (Kiss)
Screaming For Vengeance (Judas Priest)
Killers (Iron Maiden)
Ride The Lightning (Metallica)
Overkill – Motörhead

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Imagens que marcaram a mudança do visual do blog, e foram criadas pela mente brilhante de Pablo

36. Cite dez itens que deveria ter nessa ilha deserta para completar o prazer de estar com esses dez discos.

Um toca discos antigão (da primeira metade da década de 70), Vodka Wyborowa ou Stolichnaya, limão, carne vermelha, coca-cola, papel, lápis e nanquim, pincel e tinta.

37. Como sua família vê a sua coleção de discos?
São tranquilos. Como disse, na casa dos meus pais sempre teve a música boa dos Beatles, minha mãe acha até bacana. Meu pai é falecido, mas acredito que nunca se importou com a coleção sempre crescente. Minha companheira é filha de um Beatlemaníaco (que inclusive já teve até uma banda de sons afins), e também é fã do Fab 4, Stones e várias outras bandas… então, embora ela não seja uma colecionadora, curte um monte de música em comum comigo, e me acompanha nos shows que rolam por aqui. Não tenho do que reclamar da relação da minha família com meu “vício”. Até por que não deixo de cumprir meus compromissos pra comprar disco…

38. Há um fim para a sua coleção?
De uns tempos pra cá tenho pensado cada vez mais nisso. Já pensei – algumas vezes – em me desfazer dos itens que não escuto tanto, ou não tenho tanto carinho, mas acabo desistindo da ideia, por certo receio de me arrepender. Mas admito que já fui mais apaixonado e xiita em relação aos meus discos.
Posso dizer que não sei onde minha vida vai me levar daqui pra frente, então é aquela coisa de “nunca-diga-nunca”, mas por enquanto, meus disquinhos ainda vão ficar mais um tempo aqui nas minhas prateleiras. Até quando, aí é uma questão sem resposta!

39. Ficou alguma pendência com a Consultoria, ou com algum colega em especial?
Pendência? Não da minha parte, pelo menos! Mesmo depois que deixei a CR ainda mantenho contato com os caras com quem tive mais afinidade, e alguns outros troquei alguma ideia aqui e ali. Tenho a certeza que agi corretamente com as pessoas e tentei fazer o melhor que pude o tempo que contribui para o blog. Então não teria nenhum motivo pra deixar nada em aberto ou mal-resolvido. Até por que não guardo rancor de nada na minha vida. Ou resolvo de uma vez, ou – se nem vale a pena – simplesmente esqueço e deixo pra lá. e se, por outro lado, alguém se sentiu ofendido ou prejudicado, aí realmente é uma questão que deve ser resolvida de lá pra cá. É simples: a vida segue. É bom não perder o trem!

40. Alguma coisa mais que gostaria de passar para nossos leitores?
Jabá: Acompanhem o Tinnitum! Hehehehehe. Falando sério: sigam a gente lá. A equipe é dedicada e tem “sangue nos olhos”, sempre com o radar ligado no que tá acontecendo em todos os genêros de música boa!

41. Muito obrigado, e saiba que as portas da Consultoria estarão sempre abertas para você.
Muito obrigado pelo espaço, meu chapa. Foi uma verdadeira HONRA responder essa entrevista, sendo tu o portador das questões. A churrasqueira aqui tá sempre pronta a receber teus préstimos de assador, hein? Na próxima a lasanha é comigo.
Um dia quem sabe, as coisas mudam e a CR cruza novamente meu caminho, em outras circunstâncias. “Nunca diga nunca”.
No mais, sigamos em frente, que sempre tem espaço pra quem faz por merecer!

18 comentários sobre “Na Caverna da Consultoria: Pablo Ribeiro

  1. Grande Pablito! Um dos caras mais gente finas que a Consultoria do Rock já colocou na minha vida, e um dos sujeitos que mais me orgulho de chamar de amigo!

    A coleção do Pablo pode não ser “gigante” que nem a de outros colaboradores do site, mas, quando vi a mesma “in loco”, me impressionei com a quantidade de raridades de o cara possui, desde vinis do Hendrix que eu nem sabia que existiam a box sets de cair o queixo, além de um item em particular que me causou uma puta inveja, e que ele não citou na entrevista, que é o “Live Scenes from New York” do Dream Theater com a capa original das torres pegando fogo (entreguei o ouro, Pablo! Agora vais ter de confessar que curtes esses “peidorreiros enganadores” do DT, hahaha!).

    No mais, o site nunca teria sido o mesmo sem a contribuição do Pablo, principalmente na parte visual, mas em muitas coisas “das internas” ligadas à organização e estruturação do mesmo, que ele ajudou a criar ou melhorar com seu conhecimento e dedicação!

    Mais uma grande entrevista, e mais uma figuraça que aparece em nossas páginas! Parabéns aos envolvidos, e um grande abraço, Pablo!

  2. Quando comecei a trocar ideia com o Pablo por causa do Tinnitum, achei que ele fosse meio chato (sem motivo aparente, eu só acho as coisas kkkk), mas foi só a gente trocar mais umas ideias que descobri um cara gente fina pra caramba (como também o restante da galera aqui do site). Entrevista foda, e legal conhecer um pouco mais do meu companheiro se trampo.

      1. Como assim defeito, Alisson? Ser colorado é pré-requisito para quem é do Rio Grande do Sul escrever para o site, primeira pergunta da entrevista de emprego, com caráter eliminatório…

  3. Sempre achei que fui um dos responsáveis pela saída do Pablo da CR. Sou um veío chato pra caralho e estressei à beça com aquela história dos mini anúncios que eu queria fazer e o Pablo brilhantemente leiautou. Venho então humildemente implorar: Volta, Pablo! Dou metade do meu bônus de Natal pra você e tenho milhas acumuladas em nome da CR pra ir até Santa Rita do Passa Quatro. No mais, outra ótima entrevista.

  4. Mais uma boa entrevista, particularmente bem legais os trabalhos gráficos que ele fez. E uma coleção de mais de 1000 itens é pequena? Rapaz, começo a fica com vergonha da minha! 🙂

  5. Lindíssima coleção do Sabbath, deu uma inveja aqui!

    O senhor é um que espero que a Consultoria cruze novamente o seu caminho!

  6. excelente entrevista e uma puta coleçao com itens de babar,qdo for se desfazer de algo, sou o primeiro da fila hein ? parabens ao pablo e todos envolvidos e que venham mais entrevistas .

  7. Taí mais um cara que tive o prazer de conhecer pessoalmente. Gente boa pacas, com um gosto refinado para a música e além de tudo, um cara extremamente honesto. Uma pena ter saído do site, pois seus textos sobre os boxes eram sempre um atrativo para colecionadores. Espero que um dia retornes para colaborar com a gente. Abração meu caro.

  8. Belos designes, ótimas listas por década, principalmente as de 60 e 70, excelente papo. Parabéns, Pablo, parabéns, Mairon.

  9. muito legal!! Pablo é o cara quando o assunto é a imagem do finado blog! Tenho as palhetas até hoje… inclusive o CD igual ao que vc fez…

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