Entrevista Exclusiva: Tony Martin
Por Thiago Reis
* Fotos do facebook oficial do cantor
Hoje é dia de Na Caverna da Consultoria, mas nosso colaborador Thiago Reis conseguiu uma entrevista exclusivíssima com o ex-vocalista do Black Sabbath, Tony Martin. Em um papo descontraído, Martin conta como está sua carreira atualmente, além de relembrar momentos junto ao grupo de Tony Iommi. Acompanhe a entrevista, tanto em português quanto em inglês.
Entrevista em português
1) TR: Antes de tudo, obrigado pela oportunidade de nos conceder essa entrevista. Você recentemente fez dois projetos, o primeiro é a canção (e vídeo) “So Much More”, de Violet Janine, e o outro é a canção “The Casle of Imagination”, de Magnus Rosén. O que você pode nos dizer desses projetos?
TM: Eles são sessões muito diferentes … ambos de pessoas que eu conheço … mas a de Janine é uma canção que eu escrevi para o meu álbum solo Back Where I Belong há 25 anos, e eu não usei … e o Magnus Rosen foi um retorno de um favor para uma performance do Magnus em um show meu anos atrás. Muitas diferenças técnicas … amo elas e penso que foi muito legal poder usar minha voz de maneiras tão diferentes.
2) Não faz muito tempo que você também trabalhou com dois artistas diferentes, Lazy Bonet, com a canção e vídeo “Racing Heart”, e com Sebastien, com a canção “Lamb of God”, e também como convidado do Sebastien no Masters of Rock Festival. Como rolaram esses convites e o que você pensa sobre a chance de trabalhar com artistas mais jovens.
TM: Bem, eu faço UM MONTE de trabalhos com jovens artistas, é uma forma de dar algum retorno para a indústria … eles queriam alguém “famoso” para suas canções e eu podia dar alguma experiência … Mas para isto eu tive que trabalhar minha voz … existem muitas que eu não trabalhei, por que não funcionava de jeito nenhum …. Isso não significa que não sejam boas músicas, somente que não são trabalhos para MINHA voz.
3) Podemos conferir seu trabalho em vários projetos, mas aqueles que na minha opinião podemos realmente ver muito de Tony Martin são os projetos com Aldo Giuntini, os Giuntini Project II, III e IV, bem como o The Cage, com Dario Mollo (I, II e The Third Cage) e o trabalho auto-intitulado do Silver Horses. O que estes projetos têm de tão especial e único? Podemos pensar em novas colaborações de você com esses três?
TM: Não, estes eram projetos que você associa com o Black Sabbath. Pessoas tentaram copiar o trabalho que eu fiz com o Sabbath, e algumas vezes isto tornava-se realizada, mas não constantemente. Giuntini tem o mesmo tipo de voz que eu uso, mas a música é diferente. Cage é uma coisa mais melódica e experimental, tecnicamente brilhante. Silver Horses é o Zeppelin, um tipo de blues que eu não faço com frequência, mas ainda é minha voz … novamente, foi legal ter tido a oportunidade de explorar esses estilos … Somente o Silver Horses possa ser trabalhado mais. Eu não vejo os outros com essa situação … isto não é impossível … mas é muito distante.
4) Você tem um tipo de voz que ajusta-se ao heavy metal (Black Sabbath), hard rock melódico (The Cage), o estilo Zeppelin (Silver Horses) e agora um lado de sua voz que é “novo”: duetos com cantoras (Layla Milou, com a canção e vídeo “My Bloody Valentine”, e o Violet Janine Project). Qual lado da sua voz ainda não vimos? Qual é o segredo de tantas variações em sua carreira?
TM: Minha voz é MUITO versátil … e eu amo usar isto de todas as maneiras que eu puder … A MAIORIA das pessoas poderia se elas tivessem uma chance … mas você DEVE ter uma mente aberta E você deve ter conhecimento dos diferentes estilos para ser hábil a fazer este trabalho.
5) Falando agora sobre sua carreira solo, você lançou um álbum solo em 1992 (Back Where I Belong) e um em 2005 (Scream). O terceiro é um trabalho em progresso. Você também tem planos de com o novo álbum escrever e lançar um livro sobre a sua careira. O que você pode nos contar sobre esses novos lançamentos?
TM: Nada hahahaha!!! … Eu pretendo lançar meu terceiro álbum solo, mas estou sempre ocupado com outras coisas, e então isto fica em segundo plano … É algo para se ver mais a diante.
6) Em 2012 você fez um único show em sua cidade Natal, Birmingham, com Dario Mollo nas guitarras, Magnus Rosen no baixo, Geoff Nicholls nos teclados e Danny Needham na bateria. Você pretende iniciar uma nova turnê com essa grande formação quando seu novo álbum for lançado?
TM: Eu tenho a intenção de ver como a Tony Martin Band poderia parecer … foi um grande trabalho e a idéia era lançar um vídeo, mas infelizmente, a parte sonora fracassou, a máquina digital que nós usamos não funcionou e ficamos apenas com o som das câmeras na sala, e aquele som é uma merda!! Estamos trabalhando para tentar melhorar o som e ver se podemos recuperar isso, mas por enquanto isso deve permanecer engavetado.
7) Falando sobre seu período no Sabbath e sua versatilidade, você foi um dos únicos que cantou material das fases Ozzy, Dio e Hughes, além do seu próprio material. O único que eu não encontrei é material da fase Gillan com sua voz. Como você se sente por ser o único que cantou tantas fases? Existe alguma canção da sua fase, ou de outra, que você gostaria de ter cantado com o Sabbath mas não teve a oportunidade?
TM: É um sinal da versatilidade da minha voz que me tornava capaz de cantar aquelas canções … As do Gillan nunca foram uma opção por alguma razão … não tenho idéia de por que Iommi não escolhia nada daquela fase, mas se ele quisesse fazer alguma ao vivo, eu iria ter tentado.
8) Outro fato legal é que você é o único cantor, junto do Ozzy, que cantou “Changes” ao vivo, e eu penso que você fez um trabalho incrível. Você se lembra das noites que você tocou esta canção (show da turnê asiática de Forbidden), como a reação da plateia, etc?
TM: Bem, SIM, eu lembro por que o Iommi tocou PIANO!!!!! …. Incrível!! … Foi ótimo cantar, e a reação da platéia foi muito legal.
9) Você recentemente disse em sua página do facebook que se você tivesse uma chance no futuro, você gostaria de trabalhar com o álbum Forbidden. O que você mudaria no material original?
TM: Bem, eu posso apenas ouvir melodias melhores para a voz e algumas das letras não são muito Tony Martin. Eu imagino que pelo menos três canções iriam ficar melhores.
10) Finalmente, você é um artista com grandes fatos acoplados. Trabalhou com Sabbath, Giuntini, Dario Mollo, Rondinello, Rolf Munkes e muitos mais. O que você pensa que ainda não fez para a música mundial? Quais são as expectativas para Tony Martin em um futuro próximo?
TM: Eu apenas quero seguir a vida … e iria AMAR por ter minha voz trabalhando AO VIVO novamente … é diferente do que trabalhar em estúdio, e minhas técnicas necessitam serem trabalhadas. Mas minha voz ainda funciona ainda também para casos de ensaios e técnicas, eu acho … De qualquer forma isto tem sido satisfatório …
11) Obrigado novamente por esta entrevista, e por favor, envie uma mensagem para seus fãs no Brasil.
TM: Olá à todos, e obrigado por seu apoio. Espero que gostem do meu trabalho tanto quanto eu gosto de fazê-lo.
English interview
1) TR: First of all thanks for the opportunity to interview you. You recently did two projects, the first one is the song (and video) So Much More by Violet Janine and the other one is the song The Castle of Imagination by Magnus Rosén. What can you tell us about these two projects?
TM: They are very different sessions … both of them are people I know … but the Janine one is a song that I wrote for the “Back where I belong” solo album 25 years ago and wasn’t used … and the Magnus Rosen one was a return favour for Magnus performance at a TM show a few years ago. Very different techniques ….. Loved both of them though and It is great to be able to use my voice in so many ways.
2) Not so long ago you also worked with two different artists, Lazy Bonet with the song and video Racing Heart and with Sebastien with the song Lamb of God and also a guest appearance with Sebastien in the Masters of Rock Festival. What can you tell us about these guest appearences and the chance to work with younger artists?
TM: Well I do a LOT of work with younger artists, its a way of giving something BACK to the industry … they get somebody “famous” on their songs and I can give some experience to them … But it HAS to work for my voice … there are just as many that I DONT work with because it doesn’t work …. Doesn’t mean they are not good songs, only that it doesn’t work for MY voice.
3) We can see you in several projects, but the ones in my opinion that we can really see a lot of Tony Martin are Giuntini Project with Aldo Giuntini (II, III and IV), The Cage with Dario Mollo (I, II and The Third Cage) and Silver Horses (self titled). What these projects have that they are so special and unique? We can see another collaborations between you and these three?
TM: No, those are the projects that you associate with Black Sabbath. People try to copy the work that I did with Sabbath and sometimes it comes alive but not very often. Giuntini has the same kind of voice I used but the music is different. CAGE has a much more melodic and experimental thing, technically brilliant. Silver Horses is Zeppelin, blues type stuff that I don’t do very often but it is still my voice…. again it is great to be able to explore these styles.. Only Silver Horses may work more. I don’t see the others making more…. its not impossible.. but it is distant.
4) You have a kind of voice that fits into heavy metal (Black Sabbath), melodic hard rock (The Cage), zeppelin style (Silver Horses) and now a side of your voice that is “new”: duets with female singers (Layla Milou with the song and video My Bloody Valantine and the Violet Janine Project). What side of your voice we didn’t saw? What’s the secret of so much variety in your carreer?
TM: My voice is VERY versatile …. and I love to use it in as many ways as I can … MOST people could if they had the chance… but you MUST have an open mind AND you must have knowledge of the different styles to be able to make it work.
5) Talking about your solo carreer, you released a solo album in 1992 (Back Where I Belong) and 2005 (Scream). The third one is a work in progress. Also with this new album you have plans to write and release a book about your carreer. What can you tell us about these new releases?
TM: Nothing hahahaha!!! … I do intend to release the 3rd solo album but I am always tied up with other things and it usually takes second place…. Something to look forward to.
6) In 2012 you did a very unique show in your home town, Birmingham, with Dario Mollo on guitars, Magnus Rosen on bass, Geoff Nicholls on keys and Danny Needham on drums. Do you intend to start a new tour with this great line up when your new album comes out?
TM: It was an attempt to see what a TM band could look like …. it worked great and the idea was to release the video but unfortunately the sound part of it failed, the digital machine that we used didn’t work so all we have is the sound off the cameras in the room and that sounds shit.!! …. we are working to try and enhance the sound to see if we can recover it but until then it must remain unreleased.
7) Talking about Sabbath and your versatility, you were the only one who sang material from ozzy, dio, hughes and your own material. The only one that is missed here is the gillan material. How you feel to be the only one who sang so much material back in the day? There are a song from your era or another one that you wished to play but didn’t have the chance?
TM: It is a sign of my versatile voice that I was able to sing all those songs … the Gillan stuff never was an option for some reason … no Idea why Iommi chose to miss those out but I would have tried it if they wanted to do it.
8) Another cool fact is that you were the only singer beside Ozzy who sang “Changes” live and I think you did an amazing job on this one. Do you remember the nights you played this song (Asian dates of the Forbidden Tour), the reaction of the crowd, etc?
TM: Well YES I remember because Iommi played PIANO!!!!!! …. Awesome!! … Great to sing and very cool reaction from the crowd.
9) You recently said on your facebook page that if you have the chance in the future, you would like to work on the Forbidden album. What you would change in the original material?
TM: Well I can just hear BETTER melodies for the voice and some of the lyrics were not very TM. So I can hear maybe three of the songs better.
10) Finally, you are an artist with great things accomplished. You worked with Sabbath, Giuntini, Dario Mollo, Rondinelli, Rolf Munkes, and many many more. What you think you haven’t done yet in the music world? What are the expectations for Tony Martin in the near future?
TM: I just want to keep going … and I would LOVE to get my LIVE voice working again .. its a different voice to studio work and my technique needs working on, But my voice still works so its just a case of rehearsals and technique I guess … Anyway it has been a pleasure …
11) Thanks again for this interview, please send a message for your fans in Brazil.
TM: Hi to everyone there … and thanks for your support .. glad you enjoy my work as much as I enjoy doing it.
Excelente! Parabéns pela entrevista! Tomara que a história que o Tony Iommi andou dizendo, que pretende após a turnê de despedida do Sabbath revisitar o período do Tony Martin e talvez gravar algumas novas músicas. Acho que o Tony Martin merece um desfecho melhor pra história dele no Sabbath.
Muito obrigado!! Eu tb espero que essa parceria saia logo mais!!
Cara, como o Tony Martin está velho!!!!!!
Parabéns Thiago, por realizares o teu sonho de entrevistar o Martin. Admiro os discos dele com o Sabbath, e uma pena que ainda hoje sejam menosprezados. Mas vejo que nos últimos anos, Headless Cross e TYR (pelo menos esses dois) tem ganho admiradores, não sei se por conta da morte do Cozy Powell – que também arrebenta nos dois – mas enfim, um dia terão seu reconhecimento feito.
Cara, muito bom!!! Valeu pela edição, pelas fotos, ficou show Mairon. E eu tb espero que saia a parceria martin/iommi em breve hehe
Grande Thiago, ótima entrevista. Gosto muito do trabalho dele no The Cage e nos discos do Sabbath. Ótimo vocalista e que agora vem recebendo um tanto mais de atenção por velhos fãs do Sabbath.
The Cage é bom demais, André!! Recomendo os Giuntini e o Silver Horses tb, aliás tem muito projeto bom!
Acho o Tony Martin um cantor subestimado. O Headless Cross é um dos meus discos favoritos do Sabbath.
Os discos com ele são ótimos; eu particularmente gosto mais do Tyr e do Cross Purposes.
Foi bom terem me lembrado do The Cage, faz anos que não ouço.
Headless Cross pra mim é supremo!!! E dos projetos os que mais gosto são giuntini 4, the third cage, the cage e raven ride do empire, além dos trabalhos solo
Aquela batera no início de Headless Cross é animal! O Cozy Powell era um monstro.
Muito legal, Thiago.
obrigado Marco!!!
Só digo uma coisa: isso aqui está ficando profissional! Parabéns a todos os que fazem o site e, especial, aos que batalharam a entrevista. Um belo gol!
Muito obrigado, Eudes. Esperamos trazer mais entrevistas em breve para o site. Abração
Faltou uma pergunta pra ele Thiago. Seria algo mais ou menos assim: “do you know that I´m you biggest and most faitfull fan in the whole world?”.
Faltou mesmo Bueno, rsrssr
Thiago Reis parabéns!!!!! Gostei da entrevista, e só um fanzaço mesmo saberia fazer estas perguntas, abordando praticamente toda a carreira do TM! Eu perguntaria só mais uma coisa: não teria nenhuma música extra “hidden somewhere” do Headless Cross?????? 🙂 Parabéns de novo!!! abss
Verdade, Marcelo! Agora só quando lançar o Headless Cross deluxe edition que saberemos essa resposta hehe. abração
Yea his live voice has sucked the past ten years. That’s why it was rerecorded for the Sebastien Headless cross live track. Compare the audience film to the proshot clip. It’s so much different.
Thank you for you comment, my friend. Thiago will answer to you briefly.
I saw the two versions of the Headless Cross performance with Sebastien…his fighting to get his live voice in form. I hope that this day comes. I think if he plays with Iommi again, with a lot of training and rehearsals he will get better. Cheers!