War Room: Chowchilla – Arbo [2016]

War Room: Chowchilla – Arbo [2016]

Capa

Por Mairon Machado

Convidados: Alisson Caetano, André Kaminski e Ulisses Macedo

A Chowchilla é uma banda pelotense, criada em meados de 2012, inicialmente com o intuito de tocar covers. Após alguns ensaios o entrosamento geral entre Bruno Chaves (vocal e guitarra), Matheus Bastos (guitarra e backing vocals), Vinícius Werner (baixo) e Gabriel Soares (bateria e backing vocals) foi tão grande, que o próximo passo foi obrigatório, dar início a composições próprias. Com essa motivação, deram-se início, ensaio após ensaio, a criação e formatação de várias músicas com as mais diversas influências, como The Strokes, Pink Floyd e Led Zeppelin. Vamos ouvir seu álbum de estreia, Arbo, já com o baixista Fabrício Gonçalves, e disponível para download no seguinte link e traçar nossos comentários sobre o som dos gaúchos.


1. Arbo I

Ulisses: Começou da hora.

Mairon: Faixa instrumental levada pelo dedilhado da guitarra, com a presença de uma gaitinha de boca que dá uma cara bem distinta para o som, preparando para o que virá na sequência, através de um setentista solo de guitarra

Alisson: Já ouvi algo semelhantes, mas não lembro onde. bacana a introdução a lá western/psicodélica.


2. Volta

Alisson: Solo de guitarra maroto, apesar de o guitarrista não manjar muito do instrumento.

André: O guitarrista é fã de David Gilmour com toda certeza

Ulisses: Olha esse baixo! Curti.

Mairon: Um pouco de slide guitar e surgem os vocais. Acho esse estilo meio Engenheiros, e não gosto da produção vocal, bem sinceramente

André: Essa faixa não deveria estar aqui, tinha que estar lá na metade do disco.

Mairon: Duas introduções instrumentais logo na porta de entrada

Alisson: É questão de estilo e gosto pessoal, mas esse som não é pra mim. Vocal que não se impõe, instrumental ok, mas me lembra demais algo entre engenheiros do Havai e Los Hermanos com menos afetação.

Mairon: Não encontro nada de Los Hermanos aqui Alisson, mas sim um Engenheiros com pitadas setentistas

Ulisses: O vocal é meio chapado, mas o instrumental compensa.

Alisson: O vocal está completamente perdido na música. Definitivamente ele não canta bem.

Mairon: O vocalista é fraco mesmo Alisson

Alisson: Na verdade achei essa primeira faixa ruim por completo.

André: Até não acho fraco, mas não se destaca.

Mairon: A primeira não, a segunda né (“Volta”)

Alisson: Instrumental genérico, vocal fraquíssimo, sombra de Engenheiros e Los Hermanos (nos vocais) acima do normal.

Mairon: Cara, não tem NAAAAAAAAAAAADAAAAAAAAAA de Los Hermanos aí, mas Engenheiros sim

André: Umas aulas de canto resolveriam o problema, ou talvez cantar em uma tonalidade diferente

Alisson: Cara, é a impressão que EU tenho, quer que eu faça o que? To vendo o Marcelo Camelo cantando nessa música kkkkkkkk

Mairon: É que não aceito humilharem o LH tanto assim, ahahauahuahauahua

André: Por enquanto, meu instrumentista preferido tem sido o baixista. Com o baterista vindo logo atrás

Mairon: Ulisses, tá vivo rapaz?

Ulisses: Tô surfando aqui na slide e no baixo

Mairon: Hahahaahah

Ulisses: Consigo ignorar a ruindade do vocal de boas. Se o disco fosse instrumental eu acharia até melhor. Tá bem legal até agora.

Mairon: Engenheiros com pitadas setentistas, é isso que ouço. O batera é bom

Ulisses: O vocal não é nem ruim, ele só canta daquela típica maneira chapada que eu, particularmente, acho meio irritante.


3. Invariável

Ulisses: Quase ouvi “Money” agora por uma fração de segundos.

Mairon: Que tal é essa? Jazz bluesy para tirarmos o uísque do armário. Pena esse vocal chapado e sem fundamento, estraga a música.

Alisson: Tá piorando. O clima jazz parece fajuto, a produção não dá o tom cristalino necessário pra algo do estilo, os vocais, melhor nem falar mais neles.

Mairon: O baixista também é bom.

André: Botaram uns efeitos nos vocais. 90% das vezes que fazem isso em praticamente todas as bandas que curto acabo não apreciando.

Mairon: Idem André

Ulisses: Realmente, a produção não tá ajudando.

André: O baixista e o baterista são, de fato, ótimos instrumentistas. Estão carregando a banda nas costas.

Mairon: A ideia não é ruim, mas é mal produzida

Alisson: Tecnicamente não tô vendo essa qualidade toda, está me parecendo padrão demais, técnica que já vi em barzinhos com show ao vivo por aí.

Mairon: Perto de tanta coisa que existe por aí, não é dos piores. Melhor que Malta …


4. Bardo

Ulisses: Que porra é esse andamento meio “O mamute pequenino”?

Mairon: Essa me lembra O Terno, mas beeeeeeeem piorado. Aliás, conhecem O Terno? Eu e o Marco Gaspari recomendo.

André: Essa faixa eu gostei mais. Sacana e com uma pegada maliciosa bem feita.

Alisson: Não sei o que raios foi esses grunhidos no começo da faixa, mas não soou tão medonho quando as harmonias vocais no meio da faixa. Brega, letra escrita pelo cara mala do DCE que nunca entrou na sala de aula na vida.

Ulisses: Eu, pelo contrário, não gostei da direção tomada nessa faixa, André.

Mairon: Hahauauahuahau. Essa do DCE foi ótima

Ulisses: Essa ponte foi bem feita.

André: Porque é bem diferente das anteriores. Acho que eles tem mais qualidade com essa pegada do que aquela coisa jazz/blues do início. Isso que não sou lá tão chegado a esse rock brasileiro “anos 2000”


5. Ligno

Alisson: Começou mal com o cara errando o tempo na bateria, mas relevemos esse deslize no hi-hat.

Mairon: Esse tempo aí é tão cara dura que parece que foi de propósito. Mas gostei da introdução

André: Por enquanto, padrãozona. Não incomoda, mas não cativa.

Mairon: A presença de um “Moog” chama a atenção. Ideia interessante, faixa viajante, mas nada que cative.

Alisson: Tava precisando de uma tecladeira pra arrematar na chatice.

Mairon: Desnecessárias essas viagens no final da música. Sem sentido para mim. Por enquanto, muito fraco o disco.

Alisson: Não sei exatamente qual o propósito da música, mas sério, 3 minutos com o pessoal batucando lixo no final da faixa?

Ulisses: Faixa descartável mesmo.

André: Concordo plenamente, noise chato pra caralho. Definitivamente a pior por enquanto.

Mairon: O que significa Ligno?

Alisson: isso não é noise.

Mairon: Definitivamente, não é noise, é sem noção e encheção de mídia

Contracapa
Contra-capa de Arbo

6. Circo

André: Só lembrando que noise = barulho

Alisson: Tá mais pra aleatoriedade ou dadaísmo. Noise é outra coisa. Chamar de noise é ofender o deus Lou Reed.

Mairon: Cara, essa é MUITO DCE. Até vejo algo de Los Hermanos nela, mas muito mal feito. Acabou o que se tinha de Engenheiros, e por incrível que parece, a coisa piorou …

Ulisses: Eu tô vendo Loser Manos agora, antes não tava não.

André: Mas é essa a ideia mesmo, Alisson

Alisson: Eu falei que isso tinha Los Hermanos desde o começo, mas vocês não me escutam…

Mairon: Olha o respeito com o Amarante.

Ulisses: Amaranthe pra mim é aquela banda com 3 vocais.

Alisson: Já estava sentindo o cheiro de cilada desde o princípio

Mairon: Ahahauhauaha

Ulisses: Pô, tá ficando genérico o negócio aqui. Quero o jazz de volta.

André: Sem chance essa faixa, rock universitário daqueles mais ensaboados.

Mairon: Cara, depois me xingam quando eu critico essas bandas novas. Por que colocam efeitos nas vozes?


7. Sizígia

Alisson: Eu queria poder ter algo pra descer o sarrafo nesse rockzinho safado, mas é tão “qualquer coisa essa faixa” que não tenho absolutamente nada a dizer.

Ulisses: Sei como é.

Mairon: O disco desceu ladeira abaixo, hein? Porra.

Alisson: Já tava no buraco desde a primeira faixa, pra mim.

Mairon: Falou tudo Ulisses.

Ulisses: Ah não, outra faixa de Ciências Sociais. Não acredito que parei meu J-Pop pra isso.

André: O que deu na banda? Começou até razoável para bem, com uns solos de guitarra até bons e depois caíram para esse rock universitário que pulula aos quatro cantos do país

Mairon: Será que eles fazem História e Sociologia na UFPel?

Alisson: Não escolhi Engenharia Mecânica em uma universidade exclusivamente de exatas pra continuarem me dando pra ouvir rock DCE da vida.

Mairon: Sinceramente, perda de tempo e de material humano. O baterista e o baixista podiam muito bem estar em outra barca. Essa é furada e sem bote salva-vidas

Ulisses: O Bernardo escapou dessa, hein. Cabra de sorte.

Mairon: HAUHAUAHUAHAUHAUAHAH. Boa Ulisses.

Alisson: kkkkkkkkk

Mairon: O pior que esse guitarrista acha que toca algo.

André: Banda brasileira, logo, esperem os conhecidos deles nos xingando nos comentários

Ulisses: Ah, o guitarrista é legalzinho, vai.


8. Ciclo

Ulisses: Se fossem estudantes de computação, eu até temeria um DDoS no site.

Mairon: Tinha uma banda aqui no RS, TNT, que fazia algo parecido com isso, mas era bom pelo menos. Ainda bem que faltam só duas músicas. Por que os caras foram para essa linha? O início não era dos piores

Alisson: Eu raramente presto atenção em letras de músicas. Quando são em português, prestar atenção nelas é algo inevitável. Soma na equação instrumental ruim de doer, mudanças de andamento forçadas, mas incluídas ali pra dar aparência de qualidade composicional e técnica, e umas letras chinfrins e primárias. Tem aí a fórmula do desastre.


9. Persisto

Mairon: Cara, que vocal horrível.

Alisson: De novo, letras risíveis. Não vou me queixar novamente da não-qualidade da composições, pois novamente me faltam palavras para me queixar disso.

André: “Foi até o parque comer uma maçã, foi até a ponte mas não se jogou”. Tipo, não entendi a ideia aqui.

Mairon: Que pena que foi até a ponte e não se jogou. Podem se jogar agora. Linguagem metafísica do amor é brabo hein? Só o Caetano é capaz de gostar disso.

Ulisses: kkkkkkk

Alisson: Não tem lógica, André, a ideia é parecer que é complexo e filosófico.

Mairon: Mas no fim não tem sentido nenhum mesmo

Ulisses: “Não tem lógica, André, a ideia é parecer que é complexo e filosófico.”

Mairon: ALISSON RESUMINDO AS CIÊNCIAS HUMANAS

Alisson: Cara, eu sou mito demais Emoticon pacman

Ulisses: Eu sei porque sou de humanas.

Mairon: Mitou cara. Aqui vale aqueles óculos memes para ti Alisson: “Turn down for what”


10. Arbo II

Alisson: Tá acabando, pessoal, força.

Mairon: Só por não ouvir a voz do cidadão, já é uma das melhores do disco. Mesmo assim, que porcaria bem grande.

Alisson: Acabou, né? Já posso deletar qualquer resquício disso da minha vida?

Alisson: Pra não dizer que o saldo foi horroroso: esse encerramento chupado do Hawkwind não é dos piores.

Ulisses: Caralho, Mairon, esse final aí quebrou as pernas hein.

chowchilla.jpg
Chowchilla ao vivo

Comentários Finais

Alisson: Obrigado, Mairon, pela experiência de ter ouvido o pior disco do ano, disparado. E olha que a concorrência foi ferrênha, mas esse passou a frente com honras ao mérito. Se não fossemos amigos, juro que ficaria de mal eternamente com o senhor.

Ulisses: Meu comentário final é aquele lá de cima: “não acredito que parei meu J-Pop pra isso”. O disco teve um início legal pacas e depois foi só decepção.

Alisson: Pelo menos dei altas risadas com os comentários.

Mairon: Uma banda que está iniciando seus trabalhos, e tem muuuuuuuuuuuuuuuuito o que melhorar. A indicação de boa banda que chegou até a mim não me foi realmente apresentada na prática. Acredito que algumas ideias são interessantes, mas não tem como eu conseguir apreciar mais esse trabalho além de uma audição de fundo enquanto assisto a um filme de comédia adolescente americana, já que o som serve de trilha para as piadas tão irrisórias e sem graça quanto os pastelões americanos

André: A banda começou de médio para bom, com algumas influências do jazz/blues e até alguns bons solos de guitarra que soariam de alguém que é fã de David Gilmour. Porém, o disco desceu plenamente a ladeira ao qual se focaram naqueles rocks básicos universitários aos quais estamos cansados de ouvir. Meus elogios ao baixista e ao baterista, que me soaram como bons músicos. Ao guitarrista e vocalista, vale aí um toque para se aperfeiçoarem mais. Quanto as composições, difícil conseguir alguma relevância dentro do cenário nacional, infelizmente. Porém, eu creio que é bom não elogiarmos algo que definitivamente não é bom apenas por ser brasileiro.

Alisson: O som é risível mesmo.

Ulisses: Eu vi criatividade, só que a linha sonora que eles escolheram seguir é de cair as orelhas…

Mairon: Auhauhauahuaau.

Ulisses: Mas é sério, eu gostei de vários momentos na parte instrumental.

André: Mas enfim senhores, preciso grindar aqui minhas unidades no Fire Emblem: Fates ou vou morrer de abstinência.

Alisson: Bom, vou voltar a ouvir o novo da Beyoncé agora.

Mairon: Abraços.

Ulisses: Valeu.

17 comentários sobre “War Room: Chowchilla – Arbo [2016]

  1. Esse war room pelo Alisson ter citado o grande Lou Reed e mostrado pro André que noise não é barulho. Obs: TNT é classico do rock grande do Sul.

    1. Mas ele é grande:

      – uma grande tortura
      – um grande disco, quase uma hora
      – uma grande bosta
      – uma grande perca de tempo

        1. Agora está explicado: o Metal Music Machine é homônimo do Mairon Melo Machado. E vice-versa.

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