Na Caverna da Consultoria: Diego Camargo

Na Caverna da Consultoria: Diego Camargo

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Por Mairon Machado

O Na Caverna da Consultoria viaja para a Europa, e direto das gélidas terras polonesas, somos apresentados à incrível coleção de Diego Camargo. O catarinense é fundador de um dos maiores de site especializado em rock progressivo no planeta, o Progshine, e trouxe aqui um pouco de sua história e de sua relação com a música, bem como do site que ele criou e curiosidades que passou na Europa e em outros países.


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Parte da coleção e pequenos amuletos

1. Consultoria do Rock: Grande Diego vai você? Bem vindo de volta às páginas da Consultora.Obrigado por compartilhar sua história conosco. Por favor, apresente-se para os leitores.

DC: Olá Mairon, olá pessoal. Em primeiro lugar um muito obrigado pelo convite, é sempre bom aparecer aqui nas páginas da Consultoria!

Me apresentar… sempre achei essa uma tarefa bem complexa (risos). Mas dizem que começar pelo começo é uma coisa boa e partindo desse princípio… Eu nasci em 28/05/1985 como Diego Ferreira Camargo, logo 31 anos nesse momento.  Sou do signo de Gêmeos – muitos dizem que isso influencia o caráter de uma pessoa; eu acredito, em partes.

Aniversário 1 ano
O bebê Diego

Lá nos tempos de antigamente eu sempre era considerado ‘esperto’ pra minha idade (até hoje me pergunto se isso era verdade, me sinto bem burro e cada dia mais, risos) e falante, como dizia meu falecido e querido avô: “fala mais que o homem da cobra”. Nunca entendi direito essa frase, mas marcou minha infância.

Nasci em Lages, Santa Catarina, mas sou um nômade. Já morei em 11 cidades, 3 estados e em 18 casas diferentes, talvez isso tenha alguma influência no meu jeito de ser; eu tenho certeza que sim. Desde o final de 2012 moro na Polônia, na cidade de Kalisz. Casado e feliz.

Música foi uma coisa que me chamou atenção desde pequeno, me lembro até hoje do piano de brinquedo, azul-bebê da Hering, que eu ganhei quando tinha 5, e lembro do meu irmão Daniel, que sempre ouviu muito BRock em casa; minhas lembranças mais antigas: Engenheiros Do Hawaii e Legião Urbana, as grandes portas pro universo musical.

Aos 11 comecei a escolher minhas próprias músicas e as bandas que eu mais gostava, copiava todas as letras de todos os discos que passavam pela minha mão – a mania de coleções que é antiga em mim. Imagine uma coleção: eu tive! Latas de bebida, tampa de garrafa, carteiras de cigarros, caixa de fósforos, moedas, cédulas, selos, Tazos, figurinhas do campeonato brasileiro, revistas em quadrinhos, times de futebol de botão… e a que é a mais forte e importante de
todas: LPS, CDs e DVDs.

Aos 12 descobri o Queen e minha vida deu uma guinada, queria ser como o Brian May, queria uma guitarra!

Aos 13 descobri Pink Floyd, mesmo sem saber que o The Wall ia me salvar e mudar minha vida.

Aos 14 ganhei meu primeiro violão e outra guinada, coleções de cifras e tablaturas.

Aos 15, morando em São Paulo, sabia tocar o The Wall todo no violão e já tinha traduzido ele inteiro (outra mania) pra tentar entender aquele disco. Também montei minha primeira banda, o Irvin. Toquei em algumas bandas e realmente achava que iria ser músico. Ledo engano! Não era bem isso, pelo menos não profissionalmente, De Volta Às Origens, 1985! e Nova Zelda foram algumas das bandas, dessa vez já como baixista, instrumento que toquei durante anos.

Em 2011 me mudei para Guaíba, Rio Grande do Sul e foi quando decidi que o meu flerte internético com a minha atual esposa ia virar coisa séria. Ainda morei um tempo em Gravataí (RS) antes de me mudar de vez para a Polônia. O que nos deixa na atualidade. Teria muito mais pra contar, mas ai a entrevista fica chata (risos).

2. Como você conheceu a Consultoria do Rock?
DC: A Consultoria eu conheci através de você (Mairon), mas realmente não consigo me lembrar direito se foi através de uma visita sua no Progshine ou algo assim. Realmente não me lembro direito. Foi mal pessoal (muitos risos).

O Famoso PIano Hering No FundoA Parede Desorganizada

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O pequeno flamenguista Diego, com o famoso pianinho Hering ao fundo (acima), a coleção pouco após a mudança para a Polônia (centro) e o aparelho de som que conforta os ouvidos (abaixo)

3. Como foi que você passou a colaborar com o site?
DC: Eu me lembro que no começo foi um lance de usar as resenhas e notícias que eu postava no Progshine na Consultoria. As notícias eu mesmo traduzia dos press releases que eu recebia em inglês, então era meio que uma exclusividade e eu achava legal que alguém mais estivesse usando os textos.

Mais tarde surgiu o convite, se não me engano do Mairon também, pra fazer uma discografia comentada do Alan Parsons Project, uma banda que eu gosto muito, mas até hoje não sei como é que o Mairon sabia que eu gostava muito da banda e que conhecia a discografia de cabo-a-rabo (risos).

4. Você já tinha experiência em escrever anteriormente através do Progshine. De onde surgiu a ideia do blog Progshine?
DC: Em 2005 eu comprei meu primeiro computador e como costumo dizer… fudeu tudo! (risos) A música que antes era ‘colecionável’ agora podia ficar toda junta. Daí pra ter internet e descobrir que discos, que antes só existiam nas revistas, podiam ser ‘obtidos’, foi um pulo.

Como eu sempre fui curioso, ainda mais com música, e sempre tive muita coisa relacionada com música, resolvi, no final de 2005 montar um blog, essa era a primeira encarnação do Progshine. Inicialmente com downloads de discos
Progressivos e coisas que eu gostava. Só que eu notei que havia muita gente fazendo a mesma coisa e eu não queria ser ‘só mais um’; decidi que iria começar de novo e postar apenas discos de Rock Progressivo ou com essa influência (já que esse é meu estilo favorito), mas com um diferencial que eu nunca tinha visto em nenhum outro blog naquela época: resenhas dos discos. Comentários faixa-a-faixa sobre o que eu achava de todos aqueles discos estranhos que eu achava em sites russos (risos).

Pois bem, nascia o New Progshine nos primeiros meses de 2006; que durou 13 meses e alcançou um público por mim nunca imaginado. Arquivos que eu postei em 2006 ficaram no ar até cerca de 2012 e alguns ainda estão no ar. Também encontrei arquivos que eu upei (com o txt que eu costumava upar junto) no SoulSeek, ou seja, ainda estão na net, só pra vocês terem uma ideia.

Como muita gente começou a fazer o mesmo e resenhar discos e também como eu queria mais, em 2007 comecei a pensar no formato site, não só o blog. Após um tempo estudando, nascia em Fevereiro de 2008: o Progshine.com, ampliando ainda mais meus humildes planos. Aquele site era o mais completo sobre Rock Progressivo no Brasil, 90% as notícias que eu postava você não encontrava em Português. Foram quatro anos e ainda hoje não existe nenhum site sobre Rock Progressivo tão completo quanto era o Progshine.com.

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Com o grupo italiano The Watch (acima), um pouco mais da coleção (centro); caught in the act (abaixo)

6. Você chegou também a divulgar CDs para download no site. Teve problemas com isso posteriormente?
DC: Pois é, como eu expliquei, entre 2005 e 2006 eu colocava todos os discos que eu resenhava pra download também. Tive alguns problemas com o Blogger somente, nunca tive nada realmente grave. Até porque parei antes da caça às bruxas que ocorreu um tempo depois.

7. Como foi passar da linguagem em português para o inglês, e como está o progshine.net hoje em dia?

DC: Em 2012 quando eu me mudei para a Polônia eu já estava meio cansado do site em Português. Eu sempre achei que o Brasileiro tem uma mania de não dar valor. E o Progshine sofria várias críticas e ataques e eu simplesmente não conseguia parcerias com nada nem ninguém. Mais do que isso, eu simplesmente não encontrava outras pessoas interessadas em escrever pro Progshine, ouve alguns outros resenhistas, mas no geral eu fazia tudo sozinho e começou a ficar pesado. Quando me mudei resolvi que o Progshine.com tinha morrido e que eu faria tudo de novo, mas em inglês.

Ainda faço isso hoje em dia no Progshine.net mas não tenho mais o pique. Decidi que prefiro fazer as coisas que eu realmente quero, como ouvir mais música ou jogar video game do que gastar todo o meu tempo com o site.

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Um pouco mais da coleção (acima), no show do Yes (centro) e com a esposa diante do muro da turnê The Wall, de Roger Waters (abaixo)

8. Voltando para a Consultoria, você lembra de sua primeira matéria? A DC do Alan Parsons Project. Depois você fez uma série de matérias sobre o BRock. No geral, qual a matéria que você mais gostou de ter feito para o site?

DC: Cara, eu fiz pouquíssimas matérias pra Consultoria. Na verdade eu queria ter feito muito mais. Eu gosto do site e gosto de escrever também. Mas eu tenho um problema sério que quando eu ‘preciso’ fazer algo, eu simplesmente não faço. É um lado estranho da minha personalidade, se eu tenho uma ‘obrigação’ eu não sinto vontade de fazer. (Vide quanto tempo eu demorei pra responder essa entrevista, risos).

O lance do BRock tinha sido uma ideia fantástica, e quando eu apresentei pro Mairon ele também achou demais. Minha colaboração favorita, com certeza.

9. Como você vê as matérias colaborativas do site, como o Melhores de Todos os Tempos entre outras?

DC: Eu participei de dois Melhores De Todos Os Tempos, 1973 e 1996. Eu acho muito interessante, porque você tem diversas opiniões diferentes e ler essa Coluna é sempre um barato. Gosto de resenhas divididas também, acho que dá um charme e não ‘te obriga’ a aceitar a opinião de uma única pessoa. Ainda mais com resenha musical, todos sabemos que o meu disco favorito pode muito bem ser o seu ‘joga no lixo’. (risos)

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Box de DVDs dos Beatles (acima), parte da coleção do Iron Maiden (centro) e Metallica (abaixo)

10. O que você caracteriza como principal característica do Consultoria do Rock, que o torna um diferencial nos demais sites de música?

DC: As Discografias Comentadas são definitivamente um diferencial. Outros sites fazem, mas a consultoria sempre tem uns textos bacanas. Gosto das resenhas antigas também. Todo mundo resenha lançamento, eu mesmo nem leio mais resenha de lançamento. Mas resenhas de discos antigos são interessantes, porque o resenhista não vai tentar puxar o saco de ninguém e nem tentar ser ‘fashion’. Geralmente resenhas de discos antigos são mais honestas na minha opinião.

Gosto bastante do Cinco Discos Pra Conhecer também. E PQP, a ideia do Discos que Parece que Só Eu Gosto é excelente, porque eu me sinto do mesmo jeito. Vários dos meus discos favoritos são aqueles escrachados por todo mundo (muitos risos)

11. Depois de algum tempo, você acabou deixou de colaborar. O que aconteceu?

DC: Eu escrevi duas matérias sobre o BRock e percebi que não ia rolar, eu tenho pouco tempo livre nos meus dias, e quando eu tenho tempo, dou prioridade a outras coisas. E como eu não queria ferrar com o calendário do site e nem
deixar ninguém na mão, acabei desistindo. Foi foda porque me senti mal, apresentei a ideia e acabei ‘dando pra trás.

Mas ainda acho que a ideia é ótima e que as duas matérias que eu escrevi são bem legais.

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Um pequeno destaque para a coleção de k7s (acima e centro) e parte da coleção de CDs (abaixo)

12. Você mora no exterior há algum tempo. Como é a experiência de comprar discos em países diferentes, como México e Polônia?

DC: Pois é, já são 3 anos e meio fora do Brasil. A experiência no México foi única, mas também meio triste. O caso foi que eu fui ao México a trabalho e meu tempo de ‘compras’ foi basicamente uma tarde na Cidade do México. Não consegui realmente ir a sebos ou lojas mais especializadas. Tive que me contentar com uma ida no Shopping e numa loja de CDs muito bacana que encontrei perto do hotel. Infelizmente, mais uma vez, esses lugares só tinham música pop ou música internacional. E eu não fui ao México pra voltar pra casa com um CD do Metallica, se é que você me entende (risos). Queria comprar algo Mexicano, mas infelizmente meu conhecimento de Rock Mexicano é mínimo. Então acabei comprando 2 coletâneas de 3 CDs cada apenas com músicos Mexicanos e acabei comprando um CD pra minha mulher que eu acabo ouvindo tanto ou mais do que ela. E pasmem com o título, Juanes Acústicos (risos), versão com DVD. Nunca imaginei que a música do Juanes ficaria interessante no formato acústico.

Agora, a Polônia é uma outra história, eu simplesmente amo comprar discos aqui. Eu moro numa cidade pequena de cerca de 120 mil habitantes e mesmo assim eu tenho lojas como a gigante Media Markt (sem o E no Market mesmo) que tem uma seção imensa só pra música, incluindo uma seção inteira só pra LPs. O problema é que eu não compro essa ideia do novos lançamentos em LP. Acho fantástica a ideia de ter os LPs novamente como o centro do mundo musical, mas critico ferozmente os preços praticados e o status que isso atingiu.

Muita gente compra vinil hoje em dia pra postar foto no Instagram, sem nem ter uma vitrola, sem contar que por causa da moda o preço vai la pra cima. Por exemplo, um CD lançamento aqui na Polônia custa de 50 a 60 zloty, o que eu já considero MUITO caro (CDs de bandas Polonesas geralmente são bem mais baratos entre 30 e 40), e os LPs custam entre 150 e 200 zloty. Ai eu te pergunto, vou comprar o LP só pra dizer que eu tenho? Ainda mais que muitos dos lançamentos e relançamentos, nem mesmo são remasterizados das fitas originais, e muitas vezes a fonte é digital. Ai fica a pergunta, comprar LP pelo simples fato de ser moda? Quando eu compro LPs compro em lojas virtuais e pago ótimos preços por discos que geralmente são as versões Britânicas, Francesas ou especialmente, as Alemãs, que são ótimas. O último disco que eu comprei assim foi o Going For The One do Yes, versão original inglesa de 78 por 20 zloty.

Eu prefiro muito mais comprar CDs, compro CDs clássicos ou até raridades por no máximo 20 zl a peça, tanto faz, na loja ou em sites especializados. Minha última aquisição foi o Thick As A Brick, re-edição de 97 com Bônus por… 20
zl. No Brasil eu nunca nem tinha visto esse CD pra vender. Mas muitos outros. Todo mês eu separo uma grana pra ir até a loja de CDs (risos)

13. Que outros países você também já teve a oportunidade de visitar, e consequentemente, dar aquela garimpada?

DC: Infelizmente não muitos. Fui à Berlim em 2013, mas foi uma viagem rápida e com grana curta. Passei em uma loja e depois de 2 minutos decidi que não era uma boa ideia. Pra que me torturar com algo que não posso comprar? (risos) Passei em Paris e Amsterdam também. Mas infelizmente não pude garimpar.

Mas estou planejando férias com a mulher pra Agosto, provavelmente Itália, e dessa vez vou fazer questão de trazer algo bacana de lá (risos).

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Coleção em geral

14. Quais as dicas que você pode dar para aqueles que querem buscar preciosidades em países diferentes (melhores locais, etc).

DC: Aqui nessa região da Europa (e também na França) é muito comum feiras, que diferentemente do Brasil, não vendem só alimentos. É bem comum que as pessoas vão pras feiras pra vender coisas usadas. E discos estão entre os produtos. Em cidades grandes essas feiras são lindas. Aqui onde eu moro infelizmente a feira é ruim no quesito música. Acabei comprando uns discos legais das vezes que eu fui mas não há tanta opção. Outra coisa é sempre pesquisar por sebos antes de ir viajar, saber onde eles estão. Assim você consegue visitar pelo menos uma loja especializada, mesmo que o tempo seja pouco.

15. Você chegou a assistir muitos shows por aí?

DC: Muitos não. A Polônia é um país que recebe todos os grandes shows que passam pela Europa. Geralmente toda grande turnê que passa pela Alemanha passa pela Polônia. Mas no meu caso é complicado, pois como eu mencionei, moro numa cidade pequena e por aqui os shows não passam. As cidades em que os shows acontecem são Poznań, Gdańsk, Wrocław e a capital Warszawa e, infelizmente, todas são bem distante, pelo menos 3 horas de carro da mais próxima. Isso faz com que os shows fiquem bem caros.

Mas mesmo assim os shows que assisti valeram muito a pena e eu destaco dois que foram os mais especiais: o primeiro foi o do Roger Waters na turnê The Wall que como eu disse, o The Wall é um disco especial pra mim e o show foi absolutamente imperdível e impecável. O segundo foi o show do Yes na turnê onde eles tocaram na íntegra os discos The Yes Album, Close To The Edge e Going For The One. Foi especial porque menos de um ano depois o Chris Squire faleceu e foi a última vez que eles tocaram na Polônia com ele.

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Coleção em geral

16. Já falamos sobre seu site e sua experiência no exterior, mas agora vamos falar um pouco sobre o que o levou para a Consultoria. Como foi a sua formação musical?

DC: Ah, boa pergunta. Minha formação musical acho que foi parecida como a de muitos outros amantes da música mas ao mesmo tempo considero um pouco inusitada.

Uma das memórias mais antigas que eu tenho de música, como eu já mencionei, foi o piano de brinquedo da Hering que eu ganhei quando eu tinha 4 ou 5 anos. Minha mãe me conta, morrendo de rir, que a música que eu ‘tocava’ sem parar era “Secretária De Sucesso” da dupla Jean e Júnior (muitos risos). Mas o que me chamou a atenção verdadeiramente, pela primeira vez, para a música foi influência do meu irmão, com 3 discos em específico: V da Legião Urbana, Jesus Não Tem Dentes No País Dos Banguelas e o debut do Heróis Da Resistência. Eu me lembro como se fosse hoje que a vitrola ficava no quarto do meu irmão quando morávamos em Porto União (SC) e eu entrava escondido no quarto e colocava pra tocar “Todo Mundo Quer Amor“, para uma criança de 6 anos escutar aquela letra com tantos ‘palavrões’ era surreal. Meus pais também tinham discos que eu ouvia, curtia muito o Silvio Brito, por exemplo.

Quando eu tinha 10 o meu pai comprou nosso primeiro ‘3 em 1’ e eu me encantei com as fitas K7, gravava tudo que podia e comprava todas as fitas piratas que eu podia (risos). Me lembro que as primeiras fitas que eu comprei com o meu dinheiro foram os Mamonas Assassinas, Os Nativos (banda de música tradicional do Sul), Tiririca (dêem um desconto pra uma criança de 10 anos de idade, risos) e um dos discos que começou meu amor por Engenheiros Do Hawaii e ainda um dos meus favoritos, Simples De Coração.

Com o primeiro disco
Com o primeiro disco

Dois anos mais tarde, em 1997, mais um acontecimento, um amigo do meu irmão queria se livrar dos LPs antigos que ele tinha e deu tudo pro meu irmão, mais de 100 LPs. Aquilo virou uma obsessão minha. Muitos dos meus discos favoritos vieram de lá, como o Communiqué do Dire Straits, o já mencionado The Wall e o primeiro disco solo do Freddie Mercury, Mr Bad Guy. Esse disco não é ótimo mas abriu portas, porque eu costumava ir em uma locadora de video game (daquelas que você pagava por hora pra jogar, lembram?) e conversa vai e conversa vem com o dono eu falei do disco, ele pediu emprestado e quando me devolveu disse: esse cara cantava na melhor banda do mundo, o Queen. Ouve eles, você vai gostar! Mas na época não tinha como eu simplesmente ‘ouvir’ eles, isso era antes do boom da internet. O engraçado é que um tempo depois eu estava na casa dos meus primos e de repente eu ouço a música mais fantástica sair do quarto do meu primo mais velho, era “Bohemian Rhapsody”, eu finalmente ouvia o Queen (risos). Na próxima semana apareci na casa deles com uma fita de 90 min pra gravar as duas coletâneas que ele tinha (Greatest Hits I & II). Mudança radical, Queen passou a ser minha banda favorita e eu queria ser o Brian May.

Mas o que me transformou de verdade, o que me trouxe para o Rock Progressivo, foi o Pink Floyd. Em 1998 eu estudava com um cara mais velho, eu tinha 13 e ele 17, era um cara gente boa pra caramba que se chamava Antonielli (os pais eram Italianos), mas era daqueles caras que não gostavam da escola e tinha repetido vários anos. Um belo dia ele, que sempre falava comigo por causa da música mas não falava com ninguém mais na sala (risos), me pediu um favor, tirou da mochila o Animals do Pink Floyd e disse, “se eu te emprestar esse CD pra você ouvir, você traduz uma música pra mim? Quero fazer uma camiseta com a letra nas costas.” Eu disse que sim, naquela época onde eu morava você nunca via um CD do Pink Floyd em loja nenhuma, e eu queria conhecer mas não tinha como. Levei pra casa e até hoje eu me lembro de tirar o CD da mochila e me perguntar “que CD estranho, só tem 5 músicas, é CD demo?’ (muitos risos). Botei pra tocar e não entendi nada, não gostei, música de 17 minutos? Tô fora! Traduzi a música (“Dogs”) o melhor que eu pude e devolvi o CD achando que Pink Floyd não era bom e que Queen era melhor.

Um ano mais tarde as coisas já estavam completamente diferentes em Julho de 1999 me mudei de SC para SP. Odiava o lugar, odiava a escola. Como não tinha amigos e nada pra fazer na nova cidade comecei a ouvir os discos antigos e quando vi o The Wall pensei que se tanta gente falava que era bom tinha que ser bom. Ouvi uma vez, nada, duas vezes, nada. Mas ao mesmo tempo não parava de ouvir, quando percebi já estava viciado no disco. Com o tempo aprendi todas as letras, como tocar as músicas no violão, tudo. E o disco abriu as portas pra tudo que eu consegui encontrar de Prog, Renaissance, Gentle Giant, Yes, Jethro Tull. etc

Foi mais ou menos por aí, mas pqp escrevi um livro. (risos)

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Coleção em geral

17. Com quantos anos você comprou seu primeiro disco, e qual foi? Você ainda tem ele?

DC: Como eu disse antes, meus primeiros discos foram fitas K7, o primeiro que eu realmente comprei com meu dinheiro foi o Simples De Coração dos Engenheiros do Hawaii. Tive essa fita até uns anos atrás, mas quando vim pra Polônia tive que escolher o que trazer e deixei algumas coisas guardadas na casa de uma tia em SC. Para o meu azar 2 anos atrás entraram na casa e roubaram quase tudo. Perdi muitas coisas que tinham um valor sentimental pra mim.

Agora, LP, o primeiro que eu comprei foi Os Vips, A Volta Ao Vivo. E ainda tenho a bolacha 🙂

Em CD, o primeiro que eu comprei pra valer, sem contar CDs piratas ou CDs de 1,99 foi o Live Magic do Queen. Com certeza ainda tenho ele.

18. Quantos discos você tem?

DC: Hoje em dia eu tenho cerca de 1000 CDs, 100 LPs, 40 K7s e cerca de 200 DVDs. Já tive cerca de 500 LPs, mas como eu disse, tive que deixar coisa pra trás quando me mudei aqui pra Polônia.

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Rock progressivo faz parte da vida de Diego: Coleção do Orgia Pravednikov (acima) e parte da coleção do Pink Floyd e Yes (centro e abaixo)

19. Qual o artista que predomina na sua coleção?
DC: Queen, Rush, Kansas, Engenheiros do Hawaii, Edyta Bartosiewicz e Kasia Kowalska são as bandas/artistas que eu tenho mais disco. Mas eu nunca foquei um artista em específico, do tipo “vou completar a coleção de fulano”. Como eu expliquei, eu compro CDs de uma maneira diferente. Apesar de ser uma coleção eu não me considero um colecionador de discos. Um colecionador vai atrás de raridades, muitas vezes paga valores altos em discos, eu não faço isso. Eu prefiro comprar 10 discos de artistas que eu não conheço (e assim conhecer mais música) do que comprar um disco raro pelo mesmo valor.

20. Você coleciona apenas discos?

DC: Hoje em dia eu coleciono também tampinhas de garrafa de cerveja (um hobby que eu acho um barato), selos e moedas e cédulas. Mas nada disso com muito afinco, é mais um hobby que eu tenho e quando encontro novos ítens é sempre um barato.

21. Como você organiza sua coleção?

DC: Eu organizo meus discos de forma ‘organizadamente aleatória’ (risos). Na estante eu primeiro tenho os CDs de Rock Progressivo (em ordem alfabética), depois os discos Brasileiros (alfabética também), aí os artistas de Rock Internacional (alfabética) e por último coletâneas, música clássica e discos de Jazz e Fusion. As fitas e os LPs, por serem poucos, seguem só a ordem alfabética mesmo. Os DVDs são uma bagunça, porque pra falar a verdade eu não ligo tanto pra DVDs. A coisa que eu mais gosto em DVDs musicais são Documentários. Sou apaixonado por documentários de música. A minha série preferida é a Classic Albuns, tenho 17 DVDs da série.

Outra curiosidade é que eu coloco, em baixo de cada CD, dentro da caixinha plástica, um pedaço de papel macio, geralmente papel higiênico mesmo (risos), cansei de ter cds riscados porque o cd soltou da caixinha sem eu ver, ou por que um dos dentes de plástico estava quebrado. As vezes acontece também de o CD ficar ‘solto’ mesmo com os dentes de plástico no lugar. Com um papel por baixo deles os CDs nunca riscam.

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Coleção em geral (acima e abaixo) e parte da coleção do Rush (centro)

22. Você certamente pegou a transição do vinil para o CD. Arrecadou muitas barbadas naquela época, que hoje são consideradas raridades, ou pelo contrário, se desfez dos vinis e se arrepende até hoje?

DC: Como eu disse, eu sempre tive LPs em casa, mas quando eu era criança na segunda metade dos anos 90 o LP já não existia mais nas lojas brasileiras, só em sebos. Eu era um rato de sebo, quando me mudei pro Centro de SP em 2002 costumava ir todo sábado ali nos arredores da Galeria do Rock (na própria Galeria nunca comprava LP, excessivamente caro) e sempre comprava muito Vinil por 50 centavos cada nos sebos do prédio Edifício Duque de Caxias na Avenida São João, não sei se existe mais.

Lembro muito bem que todo mundo costumava dizer que era sem noção eu comprar vinil. É por isso que eu vejo a volta do vinil com um certo desafeto. É ótimo que o vinil tenha voltado, mas eu vejo hoje em dia mais como um sinal de moda, de querer mostrar pra todo mundo que você também tem vinil, do que pela música mesmo. Hoje em dia eu compro LP só de vez em quando, prefiro muito mais o CD.

Arrependimento eu tenho, mas não foi porque me desfiz dos meus discos, eu TIVE que me desfazer. Quando vim pra Polônia trouxe todos os CDs, mas tive que deixar os LPs com a minha irmã. Quando fui de férias pro Brasil ano passado trouxe de volta uns 50, os que eram mais importantes pra mim e os títulos brasileiros (que aqui na Europa são basicamente impossíveis de se encontrar). Mas não dá pra trazer tudo, custa um valor alto demais e não vale a pena. Muitos deles eu tenho em CD hoje em dia também, e como eu disse, não sou colecionador, se eu tenho em CD e o remaster é bom, não vou atrás do LP.

Engraçado isso também. Por exemplo, um título que no Brasil todo mundo tem e custa 2 reais no Sebo (como um disco dos Paralamas ou Titãs) aqui na Europa eu não encontro, então é mais raro do que sei lá, meu Trilogy do ELP versão original Americana. Essas coisas a gente só percebe depois que perde (risos)

23. Você frequentou muitos shows? Tem uma noção de quantos já foi?

DC: Não, nunca frequentei muitos shows. Sempre morei fora do eixo de cidades grandes e quando morava em SP trabalhava no horário da madrugada (das 23 as 06) o que tornava meus dias praticamente inúteis, muita gente pensa que trabalhando assim tem-se tempo durante o dia. Ledo engano. Mas é verdade também que eu não gosto muito de shows. Vou só quando é algo que quero ver muito e hoje em dia, todas as minhas bandas favoritas não existem mais, então não esquento muito com show.

Eu vi no máximo uns 50 shows na minha vida.

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Parte da coleção do Queen  e Kansas (acima), da coleção Classic Albums (centro) e alguns livros (abaixo)

24. Conte-nos uma história curiosa que envolva um artista ou algum autor de livro que você tenha conhecido.

Na verdade eu tenho várias histórias. Foram poucos shows, mas por causa do Progshine eu acabei conhecendo muita gente e conversando com muita gente.

Lembro de ver o Som Nosso De Cada Dia no CCSP em 2009 e levar meu Snegs (versão original de 74) pra ser autografado pelo Pedrão e pelo Manito. O Pedrão olhou pra mim e disse: “bicho, onde você conseguiu esse aqui, é a versão original de 74!” (risos).

Lembro também do Terreno Baldio em 2009 num show no teatro de uma escola, bem pequeno, mas lotado até a rua.

Lembro do show do Shaman em 2006 no Kazebre, abriu o Dr Sin (um dos melhores shows que eu já vi) e quando o Shaman, que todo mundo queria ver, começou foi um desastre, show sem emoção, lento no andamento, um tempo gigante entre uma música e outra. Disse pro meu amigo que tinha algo errado e dito e feito uns poucos meses depois a banda tinha anunciado que ia se separar.

Falando nisso encontrei o Andria Busic no banco Bradesco da Avenida Barão de Limeira em SP e também bati papo com o cara, super gente boa.

Bati um papo com o Billy Sherwood quando ele veio fazer coletiva de imprensa em 2010 quando tocou com a Banda Do Sol.

O Fabio Golfetti do Violeta De Outono sempre foi um cara super gente boa. Encontrei o Gabriel, baixista do Violeta, na fila do show do Som Nosso, batemos um papo.

Entrevistei via Skype o Jonas Reingold do Flower Kings e Karmakanic. Não é o mesmo mas entrevistei muita gente por e-mail. Roine Stolt, Neal Morse, Jon Anderson, etc.

Vi o Rush em 2010 no Morumbi antes da derrocada do vocal do Geddy Lee.

Vi duas vezes os Engenheiros, inclusive foi meu primeiro show em 1995.

25. Musicalmente, o que todo mundo gosta e você não consegue gostar? O que só você gosta?

DC: Putz, acredito que a primeira coisa que me vem na cabeça é o Porcupine Tree/Steven Wilson. O mundo Prog baba o ovo do cara, ele é gênio. Pra mim ele não passa do cara mais Zé-Mais-Ou-Menos do mundo todo. Ruim que até dói.

Coisas que só eu gosto? Muita. Meus discos favoritos tendem a ser aqueles que ninguém gosta.

Meu disco favorito do Pink Floyd é o The Final Cut. Meu disco favorito do Queen é o II. Meu disco favorito do Zeppelin é o Presence. E assim por diante. Agora artistas que só eu gosto? Impossível, são muitos. (risos)

Edyta BartosiewiczKasia Kowalska

Rock Polones
Artistas poloneses: Edyta Bartosiewicz (acima), Kasia Kowalska (centro) e rock da Polônia em geral

26. Quais os dez melhores discos da década de 60?

DC: Eu gosto de listas. Na verdade eu adoro. Mas eu, sozinho, não consigo fazer essas coisas. Perdi dois dias organizando as listas por década e em nenhuma das listas eu consegui colocar menos de 30 discos no Top 10 e menos de 20 em ‘menções honrosas’. Logo decidi por deixar essas listas em branco e quem tiver interesse pode ver os meus disco cinco estrelas no meu perfil do Rate Your Music.

https://rateyourmusic.com/~progshine

27. Pulamos essas então, e vamos para os dez discos que você levaria para uma ilha deserta.

DC: Não consegui fazer uma lista top10 por década, você acha que eu consigo fazer uma lista top10 de todos os tempos? (muitos risos)

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Engenheiros LPs
Rock gaúcho na coleção: Apocalipse (acima) e Engenheiros do Hawaii (abaixo e centro)

28. Hauhauhauhauaha. Bom, há um fim para a sua coleção?

DC: Sim tem. Mas como eu disse, não me considero um colecionador, então acredito que sempre vou comprar discos. Sempre vai ter algo que eu queria, ou que acabou de ser lançado. E eu tenho esperança de deixar um belo paredão de discos pros meus filhos um dia (risos).

29. Alguma coisa mais que gostaria de passar para nossos leitores?

DC: Cara, continuem lendo! Continuem interessados por música, de todos os tipos. Continuem comprando (quando puderem) os discos dos seus artistas favoritos mas não caiam no golpe do novos e caríssimos lançamentos em LP. Quando puderem vão ver os shows de artistas pequenos também, não só as bandas gigantes que já estão montadas na grana. E acima de tudo, keep on rocking, mas com respeito. Acho que isso é o mais importante no final das contas.

CopernicusRiversideTransatlantic

Big Big Train
Coleção dos grupos Copernicus, Riverside, Transatlantic e Big Big Train

30. Muito obrigado, e saiba que as portas da Consultoria estarão sempre abertas para você

DC: Muito obrigado pelo convite Mairon, como sempre. Espero que eu consiga num futuro próximo, quem sabe, colaborar com a Consultoria um pouco mais 🙂

Um abraço e muito som pra todo mundo!

21 comentários sobre “Na Caverna da Consultoria: Diego Camargo

  1. Esse é um dos caras mais ecléticos que eu conheço aqui da Consultoria. Parabéns pela matéria.

  2. Gostei da entrevista. E daquela camisa rubro-negra! Que coisa linda! Acho que todos têm uma história de quando “descobriu” esse ou aquele artista. Lembro-me, entre outras lembranças, de como descobri o Renaissance: quando uma amiga me emprestou “Ashes are burning”. E de como descobri Rory Gallagher: um colega de trabalho me perguntou se eu o conhecia. Na época, só tinha ouvido falar. Aí ele me mostrou “I’m not awake yet”, do segundo disco de Rory. Pirei! As histórias do Diego, acredito, são um pouco parecidas com a história de cada um de nós.

    1. Ah o Flamengo tb foi herança do meu irmão mais velho. Se bem que não acompanho o time há anos. Mas ainda torço.

      E, realmente, lendo a minha própria entrevista notei que muitas histórias são parecidas com outras que eu li nas outras entrevistas da Caverna 🙂

    2. A banda que mais me marcou no formato “descobri” foi o Yes, com o vídeo da turnê do Union, Round Around the Eighty Dates, apresentado pelo programa Hollywood Rock In Concert, da Bandeirantes

  3. Lindíssima coleção do Apocalypse, banda infelizmente pouquíssimo valorizada.

    Aliás, qual a sua opinião sobre aquele vinil Eve do Alan Parsons Project? Acho o disco mais legal deles.

    1. André, eu acho ele fraco, mas não a ponto de ser ruim. O problema é que ele veio ‘ensanduichado’ entre o Pyramid (que eu acho fantástico) e o The Turn of a Friendly Card que também é essencial.

      Ai ele ficou meio ‘assim’. Mas eu acho que tem várias faixas matadoras no disco.

      1. Mas convenhamos, o melhor APP é o Tales of Mystery and Imagination, seguido pelo Pyramid e o I Robot

  4. Grande Diego
    Lembro-me que fiquei super feliz quando ele passou a participar de nosso esforço aqui na Consultoria. O nome dele já me era conhecido virtualmente pois participava diariamente das várias comunidades conhecidas de rock progressivo em que eles sempre comentava, conhecia seu site de arquivos, que usei bastante, e depois fui leitor do progshine. Assim ele era um nome que todos conheciam e fiquei feliz em ter ele na nossa equipe. Nos fez sentir importantes….rs

    Abraços Diego e me responda uma coisa. Curiosidade mesmo! Como é encarada a banda Behemoth aí na Polônia? Não é da sua praia, mas acredito que eles são conhecidos por aí…

    Abraços

    1. Pô Fernando, fico lisongeado cara. Mas não sou tudo isso não hahaha

      Cara, o Behemoth aqui até que nunca ouviu Rock na vida conhece. Tipo tiozinho de 50 anos. Os pais da minha mulher falam no Nergal como se ele fosse um pop star rs. Mas na real, ele é, aqui ele sai em revista de fofoca, aparece em programa de tv estilo Ana Maria Braga e namorava com uma cantora pop estilo Shakira da vida rs

      Eu não curto muito Black Metal, mas o The Satanist é do caralho, até comprei o CD. O único disco Black na coleção rs

        1. Mais ou menos isso hahaha

          Então cara, não rola muita não, eu pelo menos não ouvi falar de nenhuma séria. O pessoal daqui é muito religioso mas também respeita muito o vizinho. Isso é bem diferente do lance do Brasil rs

          PS. Tenho várias pautas que eu mandei pro Mairon pra serem publicadas 😀

  5. Essas entrevistas com os colaboradores são sempre o maior barato. Me amarro em saber um pouco de suas trajetórias e visões de mundo. Ajudam a abrir ainda mais nossos horizontes.

  6. show a entrevista, meus pais sao descendentes de poloneses e falam o idioma, aquelas fita k7 saíram oficialmente mesmo lá ? de resto, parabens pela entrevista .

    1. Então Sergio. Metade daquelas fitas saíram oficialmente, a outra metade é ‘quase-oficial’ se é que você me entende, rs

      Existiam aqui na Polônia selos que eram especializados em piratear K7, hoje em dia elas tem certo valor na mão de colecionadores. Claro que no Brazil também tinha muita fita pirata, eu tive muita. A diferença é que aqui essas fitas tem número de catálogo, créditos do disco (em alguns casos) e endereço do selo. Mas a qualidade do áudio não é boa não rs

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