Consultoria Recomenda: EPs
Por Fernando Bueno
Participantes: Christiano Almeida, Alisson Caetano, Mairon Melo Machado, Ulisses Macedo, Marco Gaspari e Davi Pascale.
Tema proposto por Fernando Bueno
Pode parecer estranho e sem sentido falarmos de EPs hoje em dia. Muitos daqueles que se acostumaram a ouvir música da forma digital talvez não nem entenda sobre o que estamos falando. Quando a música digital surgiu era comum baixarmos uma a uma e isso acabou acostumando uma geração inteira a consumir apenas as músicas mais conhecidas e não se conectar com o lançamento como um todo.
Por isso, antes de começar gostaria de explicar um pouco de onde veio a denominação “EP” e sua relação com os outros tipos de lançamentos.
EP: abreviatura para Extended Play. Em vinil podia ser em 12” ou 10” com até 10 minutos de duração e 2 faixas de cada lado e tocados em 45 rpm. Os lançamentos em CD podem chegar a até 30 minutos, dependendo da intenção da banda e da duração das faixas.
LP: abreviatura de Long Play. São os lançamentos que conhecemos por álbuns, ou seja, os principais produtos que um artista pode lançar. O LP era quase que exclusivamente em 12” e tinha a capacidade de até 23-24 minutos de cada lado e eram tocados a 33 1/3 rpm. Já os CDs tem a capacidade de 80 minutos totais.
Singles: também conhecidos como compactos simples. Continham normalmente a música de trabalho da banda naquele momento no lado A mais uma faixa extra do Lado B. Esse lado B podia ser uma música que não tinha sido lançada em outras mídias, uma versão ao vivo, um cover, ou qualquer outra faixa que agregasse valor ao lançamento. Muitas vezes os fãs compravam o compacto por conta do lado B, já que a faixa do lado A já tinham no LP. Eram lançados em sua maioria em 7” no vinil (lá fora geralmente em 45 rpm, mas essa não era uma regra aqui no Brasil), mas também tem singles lançados em 10” e em 12”.
Engana-se quem acha que as bandas já não tem mais interesse nesse tipo de lançamento. Em 2011 o Metallica lançou Beyond Magnetic com material que não entrou em Death Magnetic. O Ghost é que melhor tem usado os EPs para engrandecer seu ainda curto repertório. Os EPs são utilizados para fechar ciclos dos álbuns lançados antes deles, em que teoricamente eles trocam de vocalista. O Skid Row desistiu de álbuns completos e lançou dois EPs nos anos de 2013 e 2014. Já a lendária dupla de guitarristas do Mercyful Fate fizeram um teste de sua nova banda, intitulada Denner / Shermann, com um ótimo EP chamado Satan´s Tomb de 2015, antes de lançar um full lenght, outro modo se se chamar os LPs. E os exemplos se multiplicam, basta pesquisar um pouquinho. Agora vamos lá para os escolhidos pelos participantes dessa edição do Consultoria Recomenda. Para o leitor, não deixe de comentar os lançamentos descritos aqui e também de recomendar algum EP que ache importante.
Big Elf – Closer to Doom (1996)
Recomendado por Christiano Almeida
Estréia do Bigelf, banda que transita entre o Stoner, Progressivo e Psicodelia. Closer to Doom é um EP de 6 faixas, lançado em 1996, e que mais tarde sairia com mais 4 faixas bônus em uma edição de relançamento. Certa vez, Mike Portnoy, ao falar da banda, disse que eram uma espécie de “Evil Beatles”. A descrição é perfeita: riffs densos de guitarra e órgão hammond acompanham belos arranjos vocais. A timbragem bastante orgânica, característica da década de 70, ajuda a criar a mistura perfeita entre peso e belas melodias, coisa cada vez mais raras de uns tempos pra cá. Esse EP marcou a chegada de uma das bandas mais interessantes das últimas décadas. Depois disso, ainda gravariam ótimos discos. Músicas como “Salvation”, “Crazy” e “Change” mostram que ainda existem ótimas bandas por aí. É só procurar.
Alisson Caetano: Não deviam existir tantas bandas de hard rock retrô durante os anos 90. As poucas que existiam ou eram muito ruins ou muito boas. Por se tratar de um projeto revisionista e sem pretenções artisticas inovativas, o único intuito aqui é divertir. E o disco realmente é divertido, desde que você goste de um som encorpado e psicodélico vindo direto da transição dos anos 60 para os anos 70, claro. A produção é outro ponto muito chamativo, pois é comum que bandas assim errem a mão em uma produção que não casa em nada com a proposta, o que não é o caso aqui. Timbres saturados, bateria alta e encorpada e certo tom psicodélico das bandas mais pesadas da primeira fase do rock progressivo (me remeteu um pouco aos dois primeiros discos do King Crimson). Em resumo, ótimo registro.
Mairon Melo Machado: Esse EP marcou época na década de 90. Com tantos lançamentos de diferentes estilos, o Bigelf chegou ao mundo trazendo uma sonoridade pesada, muito ligada ao Black Sabbath, mas com vocais Beatlenianos, onde “Salvation” é o melhor exemplo disso que eu quero dizer. Resultado final: EP excelente, que apresentou os americanos ao mundo através de pérolas como “Change” e “In The Void”, cujas audições são surpreendentes (as “cordas” na última é de chorar). O peso de “Frustration”, o mellotron na pancada “Crazy” e a estupidez musical da faixa-título complementam um disco regado pelo órgão preciso de Damon Fox, e que é sonzeira garantida na sua casa. Não me lembro por que nunca mais ouvi nada da banda, já que foi uma das grandes descobertas que fiz quando surgiu o .rar . Ótima indicação! Vale lembrar que existe uma edição com quatro bônus, cuja versão para “Theme One” (Van der Graaf Generator) é tão sensacional que se você não sair pulando pela casa, precisa fazer um tratamento de audição.
Fernando Bueno: Conheci o Bigelf depois de ler uma crítica na revista Classic Rock sobre o álbum Cheat the Gallows (2008). O review era tão favorável que até achei que era coisa da assessoria de imprensa da banda. Mas não, os caras tinham realmente gostado do material. Confesso que o álbum é legal, mas o fôlego das primeiras músicas não é o mesmo das faixas mais para o fim. Por isso que esse EP é legal. Quando parece que o fôlego vai acabar o disco acaba antes, claro que essa sensação só vai ser sentida por quem pegou a versão normal sem as faixas bônus. Destaque total para o teclado que dão um clima totalmente diferente para o som do Bigelf como se nota na regravação de “Theme One”, do Van der Graaf Generator, da versão extendida do EP. Porém parece que a banda não conseguiu confirmar a expectativa e deu uma sumida.
Ulisses Macedo: Nunca havia ouvido falar dessa banda, mas a capa deste EP é uma ótima representação do som: homenagem aos anos 70 dos riffs sabbáthicos e órgãos Hammond, fazendo uma ponte sólida entre a psicodelia, o hard rock e o progressivo. O que é aquele final de “Salvation”, meu Deus do céu?! Vale o disquinho inteiro.
Diogo Bizotto: Ouço falar dessa banda californiana há pelo menos 15 anos, mas nunca havia escutado sequer um álbum seu. A primeira impressão que o grupo passou é a de que sua principal influência é o Uriah Heep, pois, além de progressiva, sua sonoridade é bem carregada no peso. Talvez por isso, também tive a impressão de que eles comeram com farinha a “trilogia aventureira” do Black Sabbath: Vol.4 (1972), Sabbath Bloody Sabbath (1973) e Sabotage (1975). “Salvation” (sonzaço) poderia estar facilmente em algum álbum lançado pelo Heep na primeira metade dos anos 1970, enquanto “Change” me carregou para a época em que o Sabbath viajava em canções como “Wheels of Confusion” e “The Writ”. Não sei como são os outros lançamentos da banda, mas gostei que neste as músicas são concisas e não se perdem em delongas, ao contrário do que fazem alguns grupos prog surgidos nos anos 1990, sem ter talento para tal. Conhecer seus limites é um mérito. Por esse e outros motivos, o Bigelf se destaca.
Marco Gaspari: Não sou íntimo da banda nem do movimento que ela integra, mas imagino que esse EP fez algum alarde quando foi lançado. É muito bom, hammond a granel e anos 70 total. Queria escrever mais, mas vocês vão ter que desculpar minha ignorância.
Davi Pascale: Não conhecia. Muito bom! Melhor álbum da lista disparado. Prog-rock não muito virtuose com altas influencias de Beatles, Black Sabbath, Deep Purple (ouça o teclado de “Salvation” que você irá me entender). Eu sei que nenhum desses 3 artistas são prog, mas a influencia deles é perceptível em diversos momentos. A pegada beatle, por exemplo, é sentida com força nos trabalhos vocais. Em “In The Void”, por exemplo, é descarado. Todas as músicas são boas. Trabalho muito bem feito. Altamente recomendado aos fãs de Spock´s Beard.
Deathspell Omega – Kénôse (2005)
Recomendado por Alisson Caetano
Apontar os responsáveis pela redefinição de parâmetros de um estilo musical é uma tarefa difícil e que o principal responsável por esta tarefa é apenas o tempo. O Deathspell Omega se enquadra como uma das referências no black metal por vários fatores. O clima de mistério e ocultismo envolvendo a banda e seus temas são um dos mais intrigantes e críveis possíveis. O total anonimato dos membros da banda e a escala quase metafísica com que temas como satanismo, existencialismo, filosofia e religião são abordados conferem um status artístico a toda sua obra recente. Suas intrincadas passagens instrumentais e técnica apurada nunca viram limites para buscar influências. De Mayhem a Gorguts (de onde o próprio Luc Lemay parece ter buscado inspiração para seus dois últimos trabalhos com o próprio Gorguts), o som do Deathspell Omega é dos mais fascinantes na atual música extrema. Nada se sabe sobre a situação da banda atualmente. O silêncio desde seu último lançamento oficial (Drought, EP de 2012) só intensifica o fascínio que a banda gera em seus apreciadores.
Mairon: Já tinha ouvido falar do Deathspell Omega, mas nunca tinha escutado. Esse EP de trinta e seis minutos e apenas três faixas longas não me agradou. As partes de música avant garde até que soaram interessantes (lembraram algo no estilo do Swans), mas no geral, achei pouca coisa para me entreter. Fora que os vocais guturais só não são mais terríveis que a velocidade da bateria, que é algo totalmente desconexo com a realidade.
Fernando: Mais longo que o habitual para um EP. Começou com aquele clima soturno e etéreo como algumas bandas de black metal estão se aventurando, mas depois a pancadaria toma conta. Não fiquei convencido se gostei ou não. Tenho que ouvir mais. Vi também que o Deathspell Omega utiliza bastante esse tipo de lançamento, mas certamente teriam problemas de duração de faixas se tivessem lançado Kénôse na época do vinil.
Christiano: Quando comecei a escutar, pensei que seria um álbum de post-rock instrumental, mas fui surpreendido com uma disparada Black Metal, seguida por passagens meio Stoner. Achei meio inusitado, mas interessante. O problema é a duração das faixas, que são muito longas. Isso torna a audição um pouco cansativa, principalmente nas passagens mais Black Metal.
Ulisses: Interessante a proposta de dividir o EP em três longas faixas, com uma progressão criativa e alguns momentos mais arrastados. Entretanto, o grosso do registro continua sendo o sempre rançudo black metal, com seus blasts beats insanos e guitarras abelhudas, o que não é muito do meu agrado. Ainda assim, do que já ouvi do estilo, Kénôse figura como um dos menos piores.
Diogo: Kénôse pode até ser comercializado como um EP, mas é mais longo que alguns dos meus álbuns favoritos. De qualquer maneira, é uma bela obra, encaixada naquele contexto mais “cerebral” do black metal, trabalhando temáticas líricas mais filosóficas e construindo uma sonoridade que acompanha essas reflexões. Não seria errado, inclusive, dizer que o Deathspell Omega representa uma vertente mais progressiva do black metal, gostem ou não disso. Certamente trata-se de uma banda que pretendo ouvir com muito mais atenção em um futuro próximo, pois, além de intrigante, sua musicalidade não perde a objetividade e é capaz de atrair um ouvinte mais “normal” de metal extremo. Penso que a avaliação dos meus colegas não será das melhores, mas não se deixe levar por quem não tem simpatia alguma com o estilo.
Marco: Black metal é de meda, né? Maior climão. Mas daí fui ler a respeito e a banda é francesa (ponto pra ela), mistura vanguarda (ponto pra ela) e progressivo (ponto pra ela). Isso aí, dou nota 3.
Davi: “Kénôse, Pt.1”: Depois de enrolar em uma sonolenta introdução de quase 5 minutos, os francesinhos rebeldes resolvem fazer barulho. Bateria com som de lata velha, vocal ininteligível, riffs mais manjados do que a introdução do Fantástico. Meu Deus, que troço horrível! “Kénôse, Pt.2”: Uma colagem de vários riffs do Slayer. Bateria continua com som de lata velha. O vocalista continua vomitando no microfone. Uma tortura… “Kenôse, Pt3”: O baterista não aguenta mais ouvir seu próprio instrumento, nem o cantor urrando, nem sua própria banda, e começa a tocar com pressa para ver se a musica termina logo. Não adianta, a tortura se estende por 9 minutos. Fujam disso!
Lady Gaga – A Very Gaga Holiday (2009)
Recomendado por Mairon Melo Machado
“O EP da discórdia”, assim ficou conhecido esse EP aqui na Consultoria. Tudo por culpa minha. Afinal, eu inventei de resenhar essa MARAVILHA musical e o pessoal não curtiu, levando a debandada de uma galera, e uma crise interna que durou alguns meses. Passados cinco anos, admiro ainda mais essa obra, e principalmente, Lady Gaga ganhou meu respeito. Apesar de achá-la medíocre no final dos anos 2000, quando ela enveredou para o jazz foi com uma naturalidade ímpar. É um álbum de Natal que advenho de um especial de Natal feito por Gaga, que faz uma interpretação fabulosa. De onde ela tira voz para mandar ver em “White Christmas” e “Orange Colored Sky”, clássicos tradicionais da música americana, é uma pulga atrás da orelha de Liza Minelli que só o tempo vem demonstrando de onde sai. O melhor fica para as versões jazzísticas que ela fez de suas canções, no caso a lindíssima “You And I”, apenas acompanhada do piano e do trompete, e deixando sua voz espalhar-se pelas caixas de som, e “The Edge of Glory”, essa só com o piano e totalmente diferente do que você possa esperar imaginar de uma cantora pop. Além disso, a banda que a acompanha é de uma simplicidade no nível das maiores bandas de jazz de New Jersey (piano, trompete, bateria, baixo e saxofone, quer coisa melhor). Deixei de desprezar o pop que ela fez, não virei colecionador da sua obra, mas afirmo sem titubear que se ela decidir seguir fazendo discos como o álbum ao lado de Tony Bennett (o espetacular Cheek to Cheek) ou esse EPzaço, Gaga se candidata a ser talvez a maior intérprete de jazz no século XXI.
Alisson: Não se deixem ludibriar por arranjos e clima sofisticados. Não há nada de especial ou sequer marcante nesse EP. Gaga sempre teve uma excelente voz, mas não é cantando elegantemente peças de jazz vocal que ela se tornará a próxima Nina Simone.
Fernando: Lady Gaga se aventurando pelo jazz. Nossa como ela é versátil!! Nessa época ela queria mesmo estar na mídia seja da forma que fosse. Até se vestindo de carne. Claro que ela tem uma bela voz, mas um disco de natal não consegue provar nada. Vocês acham mesmo que com a estrutura que ela tem para a carreira dela o disquinho teria alguma falha? Não consigo ver um pingo de naturalidade nisso. Fosse assim qualquer atriz global cantando “hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa” poderia ser uma artista de verdade. Entretanto, com esse comentário, vocês podem pensar que tenho algum tipo de birra com a moça. Pelo contrário… Acho genial seu nome artístico pegando emprestado o nome de uma faixa clássica do Queen, além de genial suas constantes referências à David Bowie. Só achei desnecessária e oportunista essa sua incursão ao jazz.
Christiano: Nesse EP de canções natalinas, fica claro que a moça consegue cantar sem o auxílio de milhares de efeitos na voz. Por outro lado, mesmo que tenha um bom desempenho técnico, os exageros e maneirismos, caraterísticos de boa parte das vocalistas da música pop atual, estragam tudo: é a maldita síndrome de Whitney Houston, que estabeleceu como padrão a exorbitância técnica e a afetação. A versão de “The Edgy Of Glory” chega a irritar de tanta gritaria desnecessária, lembrando as candidatas a programas de como The Voice, que confundem exagero com interpretação.
Ulisses: Confesso não ter ficado muito feliz ao ver o nome desta senhorita nas indicações. Entretanto, já nos primeiros segundos de “White Christmas” minha preocupação foi dissipada. Este é um EP ao vivo onde a loira manda versões jazzísticas de duas canções natalinas populares e mais duas de seu próprio repertório, sempre interagindo com a platéia num clima charmoso e intimista, e mandando muito bem na voz. Uma bela surpresa! Quem sabe eu até dê mais uma chance à sua discografia pop, mais tarde.
Diogo: Alvo de uma celeuma que resultou no afastamento de alguns membros da equipe de nosso site, este EP já é conhecido meu desde então. Sou da opinião de que Lady Gaga não precisava, desde essa época, lançar um disco “não pop” para provar seu valor a quem ainda duvidava de seu talento. Como era de se esperar para aqueles que já reconheciam seu valor, a moça se sai muito bem nas versões ao vivo para os clássicos populares “White Christmas” e “Orange Colored Sky”, e para suas melhores músicas até então, “You and I” e “The Edge of Glory”. Se o fato de inserir jazz na mistura empresta mais credibilidade à artista, bem, isso vai do pensamento de cada um, pois pra mim ela já não precisava provar nada. Na verdade, até penso que suas mais recentes tentativas de mostrar-se com mais seriedade estão tendo resultados negativos. Em se tratando de A Very Gaga Holiday, porém, só tenho elogios a fazer.
Marco: Lembro quando Lady Gaga chocava por chocar. Agora, ela chocou mesmo quando radicalizou naquela parceria com o Tony Bennett. A mulher canta muito e chutou a porta das nossas fantasias de gente grande. Uma mulher bonita, de voz aveludada, cantando standards é covardia. Realmente mata o velho.
Davi: EP com canções que foram parte do especial de TV A Very Gaga Thanksgiving. Aqui no Brasil, não temos muita tradição de artistas cantando canções natalinas. Uma pena que não exista esse costume por aqui. Existem álbuns bem interessantes criados por artistas internacionais. Elvis Presley e Sarah Brightman são dois exemplos de artistas que fizeram discos espetaculares dentro desse universo. Aqui, a estrela pop criou um álbum bem humorado, criando falas com o ouvinte, adicionando versos (“White Christmas”). Os arranjos não giram em torno daquele pop à la Madonna que a solidificou, mas sim com uma linguagem mais jazzistica (universo que se aventuraria alguns anos mais tarde, ao lado do Tony Bennett, no bom Cheek to Cheek). O resultado final é um álbum alegre e divertido. Embora seja mais conhecida por suas polêmicas, a moça sempre teve uma boa voz e entrega uma interpretação digna. Bacana…
Martyr – For the Universe (1985)
Recomendado por Fernando Bueno
Quando pensei nesse tema tinha alguns EPs em mente para citar. Curiosamente apenas um deles foi citado por outro participante, o do Queensrÿche. Mas tinha pensado no clássico do Mercyful Fate de 1982, no Flag of Hate do Kreator ou algum dos que o Destruction soltou em 1984. Isso sem esquecer do inesquecível Bestial Devastation do Sepultura. Escolhi o Martyr por ser uma banda de certa forma desconhecida e também por representar o som que estou ouvindo muito nesses últimos meses. Quem fizer uma busca pode encontrar esse disco como o primeiro álbum da banda holandesa. Inclusive ele foi relançado recentemente aqui no Brasil em uma edição caprichada em digipack. Porém ele é um EP que havia sido lançado em edição independente. Com o sucesso que teve e as lojas locais sempre pedindo mais cópias uma gravadora pequena se interessou e lançou daquele jeito mesmo. Por isso que a qualidade sonora não é de primeira, mas não é pior que a média dos lançamentos da época. Ótimas composições que não conseguiram passar para a eternidade com uma melhor qualidade. Quase como uma foto tremida da aurora boreal.
Alisson: Eu ouço muito disco que tenho de relevar a produção, mas tem horas que não tem como. Além das músicas serem ridiculamente ruins em um festival de clichês oitentistas sem fim, a produção é seguramente uma das coisas mais porcas que já ouvi na vida. Só servirá se você for um pesquisador dos sons pesados oitentistas, pois isso é merecidamente um Z-side do que de pior rolava no período.
Mairon: Speed Metal anos 80, feito por holandeses, mas na linha da NWOBHM, com o baixão espancando as caixas de som, riffs sujos e agressivos e muitos agudos vocais. Apesar da crueza da produção, gostei do que ouvi, principalmente a espetacular “The Awakening”, misturando elementos de violões com as guitarras, e “The Eybon”, com um exímio trabalho instrumental, principalmente das guitarras, e a presença mais que surpreendente de um moog (?!) fazendo um breve solo.
Christiano: Não conhecia esse Martyr. Típica banda underground de metal oitentista, fortemente influenciada por nomes como Iron Maiden e Mercyful Fate. Os timbres e imperfeições da gravação trazem aquele clima romântico/ingênuo tão característico dos anos iniciais da NWOBHM. Toda a banda soa bastante competente, principalmente o baixista, que sempre insere ótimos arranjos nas músicas. Ótima dica. Viajei no tempo escutando mais uma ótima banda daquela época.
Ulisses: Pensei que a banda fosse americana devido ao ano e ao som tipicamente USPM, mas na verdade é holandesa! Seja como for, é um ótimo representante dos primórdios do gênero, trazendo composições de qualidade acima da média. A presença forte do baixo também conta pontos a favor.
Diogo: Não escondo minha simpatia por bandas de heavy metal oitentistas com a maior pinta de terceiro (ou quarto) escalão, com suas limitações, mas que esbanjam garra e produzem um som raçudo. Esses holandeses não se encaixam tão bem assim nessa definição – falta uma voz melhor e uma produção menos atoscalhada –, mas chegam a dar uma empolgada em canções como “The Awakening”, “Four Walls”, “Black Sun” e a instrumental “The Eibon”. Não sei o que o grupo faria após o lançamento desse EP, mas espero que seu processo criativo tenha servido como um precioso amadurecimento. Há várias ideias boas, mas não tão bem executadas, o que é uma pena.
Marco: Essa fase dos grupos que tocavam a milhão por segundo nunca me agradou. Jamais entendi qual era a pressa. Ainda mais eu que sou do tempo em que o Mike Oldfield demorava mais de 30 minutos para apresentar o som do sino tubular. Gosto de calma. Mas entendo a rapaziada: eles tinham pressa. A minha dúvida é se eles eram precoces também lá no escurinho. Espero que não.
Davi: Heavy metal tradicional com fortíssimas influências de Iron Maiden e Judas Priest. A sonoridade é um pouco pobre. Meio abafado, bateria com som de bateria da Duracell. O baixo é bem na cara, mas falta um pouco de grave. Me lembra as gravações das bandas brasileiras dos anos 80. A banda é bem competente, embora não tenha curtido muito os vocais do Gerard. Os grandes destaques são mesmo os guitarristas e o baixo de Antoine com várias linhas à la Steve Harris. Foi interessante conhecer, mas não compraria. Nenhuma composição me chamou a atenção.
Megadeth – Hidden Treasures (1995)
Recomendado por Ulisses Macedo
Não havia nome melhor que pudesse ser dado a este EP, visto que reúne em um único play algumas raridades que o Megadeth registrou para trilhas sonoras de “filmes B” ou coletâneas e tributos. Escondidas aqui estão algumas das composições mais interessantes e subestimadas do Tio Mustaine e sua trupe, e que inclusive mereciam um resgate para o setlist dos shows, especialmente a vitriólica “99 Ways to Die” e o petardo “Diadems” (composta nas sessões de Youthanasia; é um absurdo que não tenha entrado no álbum de ‘94). Além delas, temos os covers de Alice Cooper (“No More Mr. Nice Guy”; estréia de Nick Menza após a dissolução da formação de So Far, So Good… So What!, tendo sido gravada em formato de power trio), Black Sabbath (“Paranoid”) e Sex Pistols (“Problems”) convivendo com os ótimos riffs de “Go to Hell” e da Youthanasiana “Angry Again”.
Alisson: Fan service digno. Alguns covers legais, como “No More Mr. Nice Guy” (até pela semelhança entre as vozes do Mustaine com a do Alice Cooper) e a versão urgente de “Paranoid”. O restante não me diz tanta coisa. Na verdade fora o Peace Sells e o Rust In Peace, Megadeth nunca me disse muita coisa, então fica complicado argumentar nesse caso.
Mairon: EP de covers e canções inéditas da banda de Dave Mustaine, que é bastante endeusado pelos fãs da trupe do ruivo. Nos covers, versões padrões em comparação aos originais, os quais são Alice Cooper (“No More Mr. Nice Guy”), Sex Pistols (“Problems”) e Black Sabbath (“Paranoid”). Na parte de inédita, destaque para a velocidade de “Breakpoint”, concebida para a trilha sonora do filme dos irmão Mario, o belíssimo trabalho de guitarras em “Go to Hell” e a sensacional mescla de guitarras e violão em “99 Ways to Die” e na épica “Diadems”, uma das melhores faixas do Megadeth pós-anos 80. Só “Angry Hell” para mim fica aquém das demais. EP mais do mesmo de um dos principais grupos de thrash metal, ou seja, não tem como ser ruim.
Christiano: Ótimo EP da melhor fase do Megadeth, composto de alguns covers e músicas que não saíram nos discos oficiais. Faixas como “Go to Hell”, “Breakpoint” e “Angry Again” mostram que a formação clássica, com Marty Friedman e Nick Menza, foi uma das melhores coisas da geração dos Big Four. As versões para clássicos como “No More Mr. Nice Guy” e “Paranoid” são outros exemplos do poder de fogo de uma banda em seu auge. Ótima dica.
Fernando: Um EP um pouquinho mais longo que o normal também, mas o conteúdo entrega o que promete. Os principais desses tesouros aqui são os dois covers matadores para Alice Cooper e Black Sabbath e “Angry Again” que tinha saído em uma trilha sonora. As outras faixas, apesar de estarem um pouco abaixo dessas três ainda assim são ótimas como “99 Ways to Die” e “Diadems”. Para quem gosta de Megadeth é altamente recomendável, mesmo que não seja colecionador de material do grupo.
Diogo: Não tenho como emitir outra coisa que não sejam elogios a este EP. Além de compilar boas músicas de uma banda que estava em seu auge, fez um favor aos fãs, que não precisariam comprar os discos em que tais faixas haviam sido lançadas originalmente. Entre covers e autorais, há muito equilíbrio. Não sei como foi pra vocês, mas, entre meus conhecidos de infância e adolescência, o cover de “Paranoid” era um sucesso, e arrisco dizer que eu curto mais a versão do Megadeth que a original. “Problems”, então, é minha favorita do Sex Pistols e casou muitíssimo bem com o jeitão irritado de Dave Mustaine. Entre as originais, gosto muito das óbvias “Angry Again”, maior sucesso entre as contidas no EP, e de “99 Ways to Die”, mas também tenho certa predileção por “Breakpoint”, que parece uma sobra de Rust in Peace (1990), e isso não é negativo! Hidden Treasures é uma escolha óbvia, mas muito boa.
Marco: O que importa aqui, os Hidden ou os Treasures? São tesouros porque valiosos, é isso? Não achei tanto assim. Nem a tão aclamada versão de “Paranoid” (juro que a banda de escola do meu filho tocava essa música tão bem quanto). Mas se o EP vale por revelar o que estava oculto nos lados B e sei lá onde mais, daí sim. “Diadems”, por exemplo, é bem bacana e não merece ficar escondida.
Davi: EP bem bacana da trupe de Dave Mustaine. Esse álbum, na real, é uma compilação de faixas que haviam sido lançadas em trilhas sonoras e tributos. As versões de “Problems” (Sex Pistols), “Paranoid” (Black Sabbath) e “No More Mr Nice Guy” (Alice Cooper) ficaram bem legais. “99 Ways To Die”, “Go To Hell” e o hit “Angry Again” são verdadeiras pérolas. O ponto baixo fica por conta de “Breakpoint” e “Diadems”. Não chegam a serem vergonhosas, mas são sem sal.
Queensrÿche – Queensrÿche (1983)
Recomendado por Diogo Bizotto
O primeiro lançamento do Queensrÿche não tem tanto a ver com a sonoridade única que a banda desenvolveria a curto prazo, estabelecendo seu nome na história da música pesada, mas deixou uma marca indelével que até hoje desperta a nostalgia dos fãs. Não à toa, “Queen of the Reich” e “The Lady Wore Black” sempre foram e continuam sendo músicas aguardadas com ansiedade durante os shows. Esta última, inclusive, já aponta a sonoridade mais trabalhada que o grupo desenvolveria a partir do primeiro full-lenght, The Warning (1984): um heavy metal de evidentes tendências progressivas, mas ainda assim conservando elementos que o identificam com o gênero mais pesado do espectro musical. Não é errado dizer que, além de inspirar-se nas bandas da NWOBHM, o Queensrÿche compartilhava similaridades com outras formações norte-americanas que também estavam surgindo com força no underground, como Savatage, Fates Warning, Manowar, Virgin Steele e Armored Saint. Impossível se dizer um fã de heavy metal e não se empolgar com o instrumental caprichadíssimo de “Queen of the Reich” e “Nightrider”, assim como os vocais agudos e límpidos de Geoff Tate, que se tornariam referência no estilo. “Blinded” também é uma boa música, mas no meio de outras tão magníficas, acaba ficando um pouco esquecida.
Alisson: Muita influência de Iron Maiden em arranjos bem tocados, produção devidamente acertada e canções sem muita identidade própria e força para fazer com que me lembrasse de algo depois dos 18 minutos de disco.
Mairon: Taí uma banda que eu aprendi a não suportar, e que aqui me deu um tapa de luva de pelica na cara. Os caras eram metal no início, tu vê só. Apesar do Geoff Tate naquela época já emular Bruce Dickinson, o resultado foi bem interessante no contexto geral, destacando “Queen of the Reich”, com um ótimo trabalho de guitarras gêmeas (não imaginava que iria ouvir algo do estilo em uma música do Queensrÿche, honestamente), e a introdução matadora de “Blinded”, sendo que o peso de “Nightraider” não faz feio no contexto geral. E como é legal ver o Judas fazendo escola em “The Lady Wore Black”. A banda ganhou mais respeito comigo, e até vou voltar os ouvidos para essa fase inicial da banda, pois o que ouvi aqui é um excelente EP, mas pena que a banda não seguiu nessa linha depois.
Fernando: Tá aí um EP que realmente foi importante para uma banda. Essa coleção de 4 músicas mostrou a banda para o mundo. Quatro faixas matadoras em que destacam “The Lady Wore Black” e acima de todas “Queen of the Reich”. Geoff Tate é de longe o destaque da banda, mas seu instrumental, apesar de muita influencia da NWOBHM, já tinha um refinamento bem maior que as bandas da época.
Christiano: O primeiro EP do Queensrÿche, gravado em 1983, já mostrava uma banda extremamente competente e criativa. Não por acaso, conseguiram estabelecer uma carreira de respeito, pelo menos até Promised Land, seu último grande disco. O cuidado com as composições, os arranjos vocais e a execução, já presentes nesse EP, diferenciam o Queensrÿche da grande maioria das bandas de metal que iniciavam suas carreiras naquela época. Desde a abertura, com “Queen Of The Reich”, passando por “Blinded” e até semi-balada “Lady Whore Black”, temos uma das mais belas estréias em forma de EP. Clássico.
Ulisses: Embora sem a mesma pompa de álbuns como Rage for Order (1986) ou Operation: Mindcrime (1988), a estréia do Queensrÿche os colocou no mapa como legítimos representantes do heavy metal americano tradicional, onde os riffs e solos precisos de Chris DeGarmos e Michael Wilton e o domínio vocal de Geoff Tate não deixaram pedra sobre pedra. E isso sem passar dos 20 minutos!
Marco: Acho o Queensrÿche ótimo e esse EP só confirma isso. Tremenda estreia. Só fico um pouco nervoso é com o gogó do Geoff Tate. Parece que vai sair pela boca. Fico aflito que em um daqueles agudos o sininho da garganta dele vá bater na parede e eu tenha que levar o disco correndo pro pronto socorro. Ainda não aconteceu, mas vai saber…
Davi: Clássico! Estreia em altíssimo nível com Geoff Tate demonstrando já ter um ótimo domínio vocal. “Queen Of The Reich” e “The Lady Wore Black” são clássicos absolutos. “Nightrider”, “Blinded” e “Prophecy” também são espetaculares. Minha fase preferida do Queensrÿche ainda é a do Operation Mindcrime / Empire, mas não tem como criticar esse EP, nem o Warning. Trabalhos divertidíssimos que apostavam em uma sonoridade mais direta (aliás, sinto uma influencia de Maiden em algumas passagens de guitarra e baixo nesses primeiros discos). Trabalho simplesmente excelente. E olha que esse era apenas o primeiro capítulo dessa história…
The Dukes of Stratosphear – 25 O´Clock (1985)
Recomendado por Marco Gaspari
Já escrevi sobre este disco na CR, mas o UOL sumiu com o texto. Daí que vou indicá-lo novamente porque não conheço nenhum outro EP que tenha salvado a carreira de uma banda acima da média. E o XTC entre 1977 e 1982 era justamente isso: uma banda inglesa acima da média, com músicos brilhantes e um Andy Partridge beirando a genialidade. Bom, pra resumir, o XTC a partir daí passou a vender muito pouco, estava cheio de problemas em 1984 e a Virgin queria chutá-lo de seu catálogo. Foi então que Andy Partridge cismou de criar uma banda nos moldes da psicodelia dos anos 60. Era uma afronta total ao som que uma banda pop fazia na metade dos anos 80. E foi assim que no primeiro de abril de 1985, em pleno Dia da Mentira, surgiu o EP (6 músicas) do The Dukes of Stratosphear, que vendeu 100 mil cópias só no lançamento, praticamente 3 vezes mais que os últimos discos do XTC. E foi essa sonoridade que acabou influenciando a nova fase do XTC e colocou uma grande banda inglesa de volta aos trilhos.
Alisson: Imagine todo maneirismo e sonoridade mais característica para um disco de rock psicodélico sessentista possível. É exatamente tudo isso que você vai encontrar nesse disco aqui. Se você gosta do estilo, não será problema algum. Exatamente por soar comum e previsível demais, os 28 minutos de duração acabaram por demorar além da conta para terminar. O psicodélico é um estilo que possibilita infinitas explorações. Mas quando mal feito, resulta em um som batido e chato de ouvir por mais que alguns minutos (caso desse exemplar aqui).
Mairon: O grupo XTC transformou-se no The Dukes of Stratosphear, e inspirado pela cena lisérgica da Londres sixties, criou um álbum viajante em plenos anos 80. Há canções mais “amenas”, como What in the World” e “Your Gold Dress”, que misturam um ritmo post-punk com um pouco de psicodelia (principalmente por conta das guitarras), mas por outro lado, “Bike Ride to the Moon” é Syd Barrett puro, e deve ter feito o eterno fundador do Pink Floyd pular da cama e saltitar pela casa com pastilhas de LSD, enquanto “My Love Explodes” nos mostre um lado mais The Animals em seus dias de lisergia. O grande destaque para esse curtinho EP (pouco menos de trinta minutos) é a deliciosa faixa-título, com citações ao Big-Ben e uma inegável afetação cerebral que te deixa salivando pela sala com tanta dose de cogumelos ácidos que saem das caixas de som, e “The Mole from the Ministry”, canção que poderia ter estado em disco como Sgt. Pepper’s ou Their Satanic … que não iria fazer feio de jeito nenhum. Que sonzeira que ouvi desse disco, um marco de psicodelia que deve ter furado as mentes dos jovens da geração coca-cola. Ótima recomendação.
Christiano: Não sabia que o The Dukes of Stratosphear era uma espécie de pseudônimo do XTC, uma grande banda surgida no final da década de 70 e que gravou discos muito interessantes nos anos 80. Tive uma agradável surpresa ao escutar esse 25 O´Clock, um disco de psicodelia sessentista gravado vinte anos mais tarde: é como se eu estivesse conhecendo um medalhão dos tempos do Love e The Zombies. Pra mim, o melhor disco da lista.
Fernando: Lembro-me de colocar uma matéria do Marco dessa banda e também de ter ouvido na época da publicação. Não lembro se ouvi exatamente esse lançamento ou o álbum, mas não sei porque não ouvi mais. Parece alguma coisa que saiu das sessões da gravação de The Piper At the Gates of Dawn, mas é surpreendentemente dos anos 80. Conferi várias vezes esse ano, pois pra mim era certo que seria dos anos 60. Muito bom. Pena que é um EP, pois podia ser mais longo.
Ulisses: É até difícil de acreditar que um disco de rock psicódelico legal com esse surgiu das mentes dos membros do dispensável XTC.
Diogo: Psicodelia sessentista em plenos anos 1980? Tive que conferir se o ano de lançamento deste EP realmente batia com aquele que haviam informado, pois a sonoridade e a identidade visual não poderia ser mais distinta daquilo que estava em evidência em 1985. Da mesma maneira que meu gosto pela psicodelia é bem seletivo – alternâncias entre amor e repulsa são bem comuns –, minhas reações a 25 O’Clock também são variadas, mas admito que a maior parte delas é positiva. “My Love Explodes”, por exemplo, e sua pegada mais garageira, é bem legal. A faixa que dá nome ao EP, assim como “The Mole From the Ministry”, também são mostras de que, apesar do deslocamento temporal, os caras sabiam muito bem o que estavam fazendo.
Davi: Conheço um pouco do XTC, mas não conhecia esse projeto paralelo deles. Achei muito bom. Tentam – e conseguem – recriar a sonoridade psicodélica dos anos 60. Bastante influencia de Beatles, de Pink Floyd fase Piper At The Gates of Dawn. Trabalho realmente muito bem feito. Arranjos bem elaborados, composições fortes. Foi um dos que mais gostei dessa lista. Faixas preferidas: “What In The World”, “Your Gold Dress” e “The Mole From The Ministry”.
Wander Taffo – Wander Taffo (1989)
Recomendado por Davi Pascale
Foi através do LP Rosa Branca, da banda Taffo, que tomei conhecimento dos irmãos Busic. O saudoso guitarrista Wander Taffo – na minha opinião, um dos melhores guitarristas que já tivemos no Brasil – já conhecia por conta de seus trabalhos com o (ótimo) grupo Rádio Táxi. Não demorou muito e fui atrás desse LP. Muitas das características de Rosa Branca já apareciam por aqui. Ou seja, aquele hard rock com acento pop gostoso de se ouvir e as letras em português, na maior parte do tempo. Andria não havia assumido ainda os vocais em definitivo. O cantor principal aqui era o Wander. O rapaz nunca teve um grande alcance, mas fez um trabalho vocal bem satisfatório nesse disco. O instrumental, conforme de se esperar, é extremamente bem desenvolvido. E o repertório é fortíssimo. “Meu Punhal”, com a participação especial do Lobão, já começa o vinil com tudo e sempre foi uma das minhas favoritas. Mas vale prestar atenção também na versão mais roqueira de “Luna Caliente” e nas ótimas “Não Esquece de Mim”, “Nightchild” e “Pra Dizer Adeus”. Discaço!
Alisson: Beleza, um Van Halen genérico. Era tudo o que eu realmente precisava pra minha semana ficar ainda mais dolorosa.
Mairon: O guitarrista Wander Taffo (que passou pelo Secos & Molhados e criou o grupo Taffo) mostra aqui um álbum inspirado pelos grandes guitarristas da década de 80 (Joe Satriani, Malmsteen, Steve Vai …). É um disco meia-boca, onde esperava muito mais virtuosidades em canções instrumentais e menos faixas com canções com vocal. A participação de Lobão em “Meu Punhal” é o momento mais interessante do disco, ao lado de “Nightchild”, um hardão na linha Skid Row que não tem o que colocar defeito, com Taffo cantando em inglês e mandando ver na virtuosidade. Mas, apesar disso e de Taffo ser um baita guitarrista (basta ouvir a introdução de “Luna Caliente”), a quadrada bateria oitentista traz um ar datado que não conseguiu me agradar nessa audição, seja na chatinha “Nossos Erros”, onde apenas o solo final de Taffo se escapa, ou em “Balões de Gás”, cujos sintetizadores em demasia são de chorar. Para aumentar a dificuldade auditiva, a voz de Taffo cantando em português não é das melhores. Aguentar a nostalgia oitentista de “Não Esquece de Mim” e “Pra Dizer Adeus” foi brabo (que refrãozinhos simplório, por favor). Se fosse só instrumental, ou cantado em inglês, acho que seria um EP bem melhor. Para não deixar a dica, dentre os EPs nacionais, a trilha do filme O Motel, feita por Zé Rodrix, é zilhões de vezes melhor do que isso que nos foi apresentado, e facilmente, um Top 5 entre os melhores EPs já paridos aqui em nosso país.
Christiano: Bom disco de Hard Rock/Hair Metal com letras em português. Todos os clichês da época dão as caras por aqui: bateria com timbres escandalosos, ótimas solos de guitarra e aquele velho clima festeiro. Todo o álbum conta com participações especiais de gente como Lobão (que divide os vocais em “Meu Punhal”), Todd Griffin e os irmãos Busic. Infelizmente, mesmo trazendo boas performances instrumentais, os vocais em português parecem não se encaixar nesse tipo de música. Vale como registro histórico.
Fernando: A exemplo do disco do Martyr que citei aí em cima, esse do Taffo parece-me que também é considerado um álbum completo dele, não? Achei o som muito alinhado ao som do rock brasileiro dos anos 90 apenas com um peso maior e um trabalho mais interessante das guitarras, o que era de se esperar, já que Wander Taffo sempre foi conhecido por ser um exímio músico. Não sabia que o “golpista” Lobão participava do disco. Eu reconheci a voz dele de cara e só daí que fui ver a ficha técnica. Gostei bastante de “Nossos Erros”. “Não Esquece de Mim” parece um lado do RPM. A voz em “Pra Dizer Adeus” é a melhor do álbum. Tivesse “Nightchild” em algum disco de alguma banda californiana da época faria um baita sucesso. Preciso adquirir esse disco até por conta da presença dos irmãos Busic.
Ulisses: Estréia da carreira solo do conhecido guitarrista Wander Taffo, trazendo algo entre o AOR e o hard ‘n heavy, com a presença dos irmãos Busic na cozinha e várias participações especiais. É um EPzinho agradável, com umas debulhadas bem das boas (“Nightchild”) apesar de não ser voltado ao virtuosismo, o que deve torná-lo interessante para os fãs de BRock. Destaque para a performance instrumental do grupo em “Balões de Gás”.
Diogo: Gostei da citação a esse grande guitarrista paulistano. Sua estreia solo pega mais pesado que seus trabalhos anteriores e mostra a capacidade que tinha nas seis cordas em boas músicas como “Meu Punhal” e “Pra Dizer Adeus”. Não sou grande fã dos seus vocais e acho que o álbum ganha quando há participações especiais tomando conta do microfone, mas isso não chega a comprometer. Da mesma maneira, não acho que o disco ganharia muito com os vocais do baixista Andria Busic, que também não são muito do meu agrado. O grande destaque do álbum é mesmo Taffo e sua guitarra, que destila riffs marcantes, como em “Nossos Erros” e “Nightchild”, e também constrói pop rocks agradáveis, como “Não Esquece de Mim”. O ponto mais fraco mesmo são alguns arranjos extremamente datados, colocando teclados e instrumentos de sopro em evidência, mas, no geral, gostei da indicação.
Marco: Wander Taffo era um ano mais velho do que eu. Bom, e daí?, dirão vocês, mas acontece que no começo dos anos 70 eu cansei de ir a domingueiras no Círculo Militar que, como o próprio nome diz, é um clube de milicos aqui de São Paulo. Uma das bandas que animava esses bailinhos que reuniam a fina flor da pleiboizada paulistana era o Memphis, cujo guitarrista de 17 ou 18 aninhos na época era o Wander Taffo. Entenderam agora? Eu vi ele surgindo e só fui ligar o nome à pessoa quando começou o bochicho do lançamento desse disco de 1989. Como eu sou bairrista, tudo que teve a mão do Taffo é ótimo.
Sério que houve treta braba por causa do EP da Gaga? Que merda hein. *esconde resenhas de Kyary Pamyu Pamyu*
No geral, me senti como o Fernando no começo do texto: pensando em Mercyful Fate, Ghost, etc., mas achei ótimo o fato de que, em geral, as indicações fugiram do óbvio – menos a minha. Jurava que ia rolar um Deliver Us (do Warlord)!
Estou verdadeiramente PERPLECTO com o comentário do Mairon para minha indicação. E depois do Marco também tecer eleogios à banda, acho que vou acender uma vela em agradecimento, só não sei a quem.
Ahuahuahauhauhau. Fazer o que. Quando o negócio é de fundamento, é isso que resta. Baita disco mesmo, assim como o comentário do Marco para tal
Na verdade o que acontece hoje em dia é o contrario do que o Fernando citou no texto. Cada vez mais bandas novas apostam mais em lançamentos de EPs do que em lps, tanto no metal quanto no rap/hip hop.
O formato é mais econômico, demanda menos tempo para as bandas comporem faixas e são mais objetivos em apresentar um conceito amarrado. O Down vem fazendo isso, bem como o Death Grips aposta muito nos EPs para lançar faixas com conceito musical diferente dos LPs.
É mais gritante ainda no underground, onde bandas lançam EPs gratuitamente em plataformas como o bandcamp e o soundcloud, caso do Deathspell omega, que vai lançar um EP no fim do ano (aeee!!!) e da rapper Noname, que liberou um no meio desse ano.
Na verdade meu comentário se refere mais ao formato físico mesmo. Hoje que os downloads são mais fáceis as pessoas baixas discos e discografias inteiras, mas quando o mp3 surgiu essas pessoas se satisfaziam só com músicas isoladas mesmo.
MAs no fim da introdução eu comento que várias bandas ainda utilizam o formato…
Sobre as banda estarem lançando mais EPs, não posso afirmar. Mas uma coisa tem acontecido com mais frequência: os artistas têm gravado discos mais curtos, e isso é muito bom. Na transição do vinil para o CD, o povo começou a querer aproveitar todo o espaço disponível na mídia, aí, faixas que antes seriam limadas na versão final dos discos começaram a entrar. Hoje em dia essa moda já não faz mais sentido. O que eu acho ótimo.
Sobre as bandas…
Sei não, muita banda e artista que eu acompanho atualmente lança discos com mais de 1 hora de duração. Swans chega a ser vergonhoso, pq os discos batem duas horas de duração fácil. O hip hop também, é muito fácil achar discos com mais de 15, 16 músicas e quase 1 hora e pouco de duração. Acho que isso se manteve estável também.
Isso mesmo que eu penso Christiano!
os 90 trouxeram uma infinidade de discos com mais de uma hora de duração ABARROTADOS de fillers (Load/Reload alguém mais, hein hein).
Se tem uma coisa que eu não suporto e que me faz perder interesse em disco é quando tem mais de 50 minutos.
Está provado científicamente (pela Progshine Researching) que a mente humana consegue focar 100% nos 40-45 minutos. Mais que isso a mente divaga. Façam testes, sentem em suas poltronas com um disco com mais de 60 minutos que você ainda não ouviu, e me digam se vocês conseguiram focam 100%, mesmo com encarte na mão… A maioria sabe que isso não rola.
Fico feliz de verdade, vendo que muitas e muitas bandas voltaram a gravar discos na base dos 45 minutos (taí pelo menos uma coisa boa que a volta do vinil fez). Que continue assim.
E se todos pararmos pra pensar, todos os clássicos da música mundial mal tem 40 minutos. Antigamente a maioria das bandas sabia que não tinha espaço pra filler em disco não. Com a coisa do CD era na base do ‘ah, não tá 100%, mas já gravamos mesmo…’
Se o disco for ruim, não importa o tamanho, ele vai fazer você dispersar. Pega um disco ruim de 30 minutos e VC se perde. Agora olha o Swans Are Dead. O disco todo tem quase 3 horas e meia e eu mergulho fundo nele toda vez. Conclusão: duração de disco não tem muito a ver não.
Pra quem é fã não.
Vide DT lançado disco duplo e fã dizendo ser a melhor coisa do mundo.
Eu digo o mesmo de vários discos, tipo The Wall. Mas a verdade é uma só, tempo tem a ver sim. Faz esse teste com discos que vc não ama… Discos normais, discos que vc vai ouvir pela primeira vez e depois me diz se o resultado é o mesmo.
Disco de crossover thrash de menos de 30 minutos eu já tô bocejando lá para os 15 minutos. O The Wall é duplo e eu sempre presto atenção em toda a plenitude. Continuo afirmando: tempo não tem influência. A única coisa que influencia é a qualidade geral do trabalho e ponto.
The Wall me dispersa…rsrsrs
Gente…. Peloamordedeus, onde estão O Concreto Já Rachou, da Plebe Rude, e Deliver US, do Warlord? 2 dos melhores pés de todos os tempos… Sem falar no Haunting The Chapel….
Tão ai, disponível pro pessoal ouvir e pra comprar também 🙂
boa
Outro dia fui com amigos a uma pizzaria. Não era muito farta, mas o cardápio tinha o básico e mais alguns sabores. O rapaz que anotava os pedidos perguntou nossa escolha e devolvemos: “O que você recomenda?”. Visivelmente incomodado, mas assumindo um ar profissional, indicou uma que ia anchovas. Começou a discussão: um não gostava de anchovas, o outro até que gostava, mas disse que peidava muito quando comia. Mais um disse que pizza de verdade ou é muzzarela ou é calabresa. E começou uma discussão da porra naquele recinto. Daí voltaram-se para mim, o mais velho, por isso mais sábio, e com jeitão de quem tinha comido mais pizza na vida do que todos os presentes e pediram minha opinião. Sugeri o óbvio:”Vamos para um rodízio de pizza”. Listas também são assim: nunca se agrada a todos a menos que nela caibam todas as opções.
Esta lista não faria sentido sem citar o EP Crazy from the Heat (1985) de David Lee Roth, que na verdade foi seu primeiro trabalho solo fora do Van Halen e não foi o Eat ‘em and Smile, de 1986.
“Não faria” ou “não faz” sentido?!?!?!
Concordo com o Fernando. Ficou estranho …
O correto é “Não faria” ou “não iria fazer sentido”
Correndo aqui para ouvir este Big Elf.
Tô escutando esse “The Dukes of Stratosphear” direto. Ótima dica.
Pois ouça o LP também, Christiano: Psonic Psumpot… aqui tem o EP e o LP https://www.youtube.com/watch?v=S0D9JyoccOo
Vou atrás desse tb porque o XTC mesmo eu acho, digamos, bonzinho…
XTC é pop, e como banda pop é boa além da conta. Pelo menos eu acho. E eles gravaram muito. Pra ter uma opinião final a respeito, precisa ouvir tudo. Estás disposto?
De fato. Não ouvi muito.
Alguns EPs que eu citaria: Metallica – The $5.98 EP: Garage Days Re-Revisited (estréia do Jason Newsted e só com covers Classe A), Iron Maiden – Aces High (que ao contrário de Estados Unidos e Inglaterra saiu como EP aqui no Brasil), Iron Maiden – Maiden Japan (mesma coisa, aqui saiu como EP).
Marcel, o Aces High foi um EP fundamental pra muita gente, pois fez muitos fãs do Iron Maiden irem atrás de bandas de Progressivo e Hard, como foi o meu caso. Foi assim que conheci Jethro Tull e Nektar.
“Aces High” é a música de abertura de Powerslave (1984), aquele disco que quero muito vê-lo em breve no quadro “War Room” aqui da Consultoria. O começo com o discurso do ministro Churchill antes da música começar, é mítico demais!
“We shall never surrender!”
Sobre a capacidade de armazenamento dos discos de vinil, ela variou muito com a mudança e melhoria da tecnologia. Nos anos 60 e 70 um LP comportava no máximo 40 minutos, mas diziam que a qualidade da reprodução caía, de modo que os músicos e produtores preferiam 30 minutos de música com boa qualidade. No fim dos anos 80, já tínhamos LPs que comportavam coisa de 60 minutos de gravações graças à tecnologia da microssulcagem.
Pensando bem, isso de limitar o armazenamento era legal porque o artista acabava peimerando bem o que enviava ao mercado. Na era do CD, discos longos viraram regra, mas a maioria seria muito melhor se se cortasse metade das faixas.
Verdade. Tem muitos discos de 70 minutos que bom mesmo se aproveitam apenas uns 35
Concordo muito. Por outro lado, algumas bandas, como Wire, Ghost, e até o David Gilmour, não estão entupindo seus últimos discos com músicas desnecessárias.
Na verdade, todas as músicas do Ghost são desnecessárias …
UAU!
Corrigindo: “peinerando” e “se se cortassem”.
Quatro EPs que quase citei, e que são ÓTIMOS:
Cólera – É Natal
Zé Rodrix – Trilha do filme MOTEL
Jethro Tull – Life Is A Long Song
Ugly Kid Joe – As Ugly as They Wanna Be
Pô, Mairon. Pena que me esqueci do “As Ugly as They Wanna Be”. Se eu tivesse lembrado, seria minha indicação.
Outro EP famoso, e que quase citei, foi o Dream Theater – A Change of All Seasons
Sem esquecer do SAP e do Jar of Flies, tão essenciais para o Alice in Chains que TEM QUE fazer parte da DC deles
Ouvindo agora Big Elf…é o que eu chamo de música sólida…boas melodias e instrumental com a densidade que tem de ter. Bacanão!
A segunda faixa é uma mistura de melodia psicodélica com Deep Purple…
Ótimas indicações nessa edição. Um que eu recomendaria seria o Ameliorate da banda An Endless Sporadic. Um belíssimo rock/metal progressivo instrumental que a galera que curte este estilo iria apreciar.
Um excelente EP que não foi citado nem nos comentários e quase chegou a ser mencionado por mim ao invés do Queensrÿche é “The Dungeons Are Calling”, do Savatage. Metalzão americano da estirpe mais tradicional e ganchuda, antes da banda enveredar por caminhos mais ambiciosos (e muitíssimo interessantes).
Grande disco! Mas não lembrava que era um EP.
Cara, sempre tive uma birra com EP. Entendo o porque de bandas quererem lançar o formato. Mas pra mim fica aquela coisa de ‘meio do caminho’. Especialmente com mídia física.
E ai rola minha escolha: NOFX – The Decline (1999), Punk Prog, uma música, pouco mais de 18 minutos. Fantástico. Mas fica aquela coisa, já tive pra comprar o EP várias e várias vezes e no final sempre desisto porque é complicado pagar o preço de um disco normal (praticamente) por um EP.
Recomendaria:
– os 2 EPs do ben Godwin
– os EPs do Dreadnaught
– Hautville – Le Moire
– Pinhead Gunpowder – Shoot the Moon
E os essenciais:
– (o já citado) NOFX – The Decline
– Starfleet Project (o projeto do Brian May com o Eddie Van Halen)
– Moon Safari – Lover’s End Pt.III (Skellefteå Serenade)
– Pipodélica – Volume 4
– Pouca vogal
– Quarto Sensorial
– Uppsala Solemne – A Fúria do Vento
– Violeta de Outono
E o fabuloso
– Laranja Freak – Albert Hofmann
Esse do Brian May com o Van Halen é surpreendente de bom, mas nunca tinha classificado ele como EP. Inclusive fiz resenha pro Discos que Parece que Só Eu Gosto!!
https://consultoriadorock.com/2011/07/22/discos-que-parece-que-so-eu-gosto-brian/
Na verdade ele é um mini álbum ou mini LP. Também saiu um single com uma versão editada de Star Fleet e tendo no lado B Son Of Star Fleet, que nada mais é do que uma versão instrumental do lado A
E que é raridade!!
Ah José, o disco tem tudo o que se pede de um EP, menos de 7 músicas e 28 minutos. Na verdade é um EP sim rs
E realmente, eu curto muito o May solo, uma pena gigante que ele nunca lançou muitos discos. Os que ele lançou são ótimos!
A definição entre Mini LP e EP é confusa mesmo…
Eu tb acho confuso, mas segundo fontes consultadas trata-se de um mini álbum! Só perguntando pro Brian… kkk
O Back to Light é ótimo. Cozy Powell tocando muito, e “Ressurection” é uma das melhores faixas de toda a carreira do May (incluso o Queen)
Diego, eu quase citei o Moon Safari – Lover’s End Pt.III (Skellefteå Serenade). Mas achei que não teriam paciência para escutar.
Será que a galera não ia ouvir? Deviam ir lá conferia agora, porque é um baita de um ‘mini-épico’ (como se mais de 20 minutos de música fosse mini, hahahah)
Algumas sugestões de Eps, ao meu estilo
Neil Young – Eldorado
Genesis – Spot The Pigeon
Jethro Tull – Ring Out Solstice Bells
Kate Bush – Live On Stage
King Crimson – Happy With What You Have To Be Happy With
Motorhead – St. Valentine’s Day Massacre
The Who – Ready Steady Who!
Gostei de sua citação ao Spot the Pigeon do Genesis, este EP foi gravado durante o capítulo que envolvia o disco Wind and Wuthering (1977), último trabalho com Steve Hackett, e que encerra a fase-pós Gabriel, iniciada em 1976 com A Trick of the Tail, aquele disco cuja maior fraqueza é a instrumental “Los Endos” e que trouxe o Genesis ao Brasil pela primeira vez.
Isso ai! Inclusive o Genesis tocou no Brasil a faixa Inside And Out desse EP
O Genesis só veio ao Brasil duas vezes, nas turnês dos dois discos da era pós-Gabriel, depois, não veio mais…
Genesis só veio uma vez ao Brasil, em maio de 1977.
Spot the Pigeon, baita lembrança, assim como o It’s a Shame, EP ao vivo que era fácil de encontrar em PoA, mas agora sumiu!!
Na minha humilde opinião, esse EP foi o canto de cisne da banda…
Esse It’s a Shame não é oficial!!!
De minha parte, o canto de cisne do Genesis foi o The Lamb. Depois que Gabriel saiu aí virou outra coisa.
Legal que o assunto rendeu bastante. Foi uma das minha intenções quando escolhi um tema bem amplo. Só das recomendações daqui daria pra fazer mais umas quatro edições desse Consultoria Recomenda.
É verdade, e ainda faltou muita coisa, com certeza
Como o EP Please PopHeart Live at Mexico, do U2, por exemplo. Acho fantástico
Eu citarei o EP De 1983 do Ratt que é excelente, tão bom quanto o disco de estréia deles. Nele tem a primeira versão de Back for More.