Solaris – Nostradamus: Book of Prophecies [1999]
![Solaris – Nostradamus: Book of Prophecies [1999]](https://arquivos.consultoriadorock.com/content/2017/02/Nostradamus.jpg)
Por André Kaminski
Ah, o Solaris! Que apesar de ter surgido na Hungria lá em 1980, lançando o primeiro disco apenas em 1984 (Marsbéli Kronikak, traduzido como Martian Chronicles), teve seu período de maior produtividade somente na década seguinte em diante. Fazia algum tempo que não ouvia o maravilhoso disco do Nostradamus e como a oportunidade para uma resenha surgiu, nada melhor do que falar um pouco sobre a banda e debulhar o disco.
Alguns amigos húngaros de escola eram apaixonados pelo rock progressivo setentista e resolveram ter a fantástica ideia de montarem uma banda de veia bem sinfônica e instrumental. Após alguns singles, em 1984 lançaram o já citado disco das Crônicas Marcianas em 1984. Vendeu mais de 40 mil cópias, números muito bons para uma banda de uma naçãozinha nanica do leste europeu. Curiosamente, o progressivo bombava na Hungria, quando já havia esfriado em boa parte dos grandes centros musicais. Após mais um disco lançado e um período de inatividade no início dos anos 90, eles foram convidados para um show de reunião nos Estados Unidos. Foram ovacionados pelo público proguista sinfônico. Um ano depois, curiosamente, o Solaris se apresenta no Brasil. Cortesia de Leonardo Nahoum, uma autoridade brasileira quando se trata de conhecimento em progressivo.
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Em termos de história, difícil encontrar mais informações da banda pela internet exceto que é fato que a banda esteve ativa desde então, lançando discos nos anos 2000 até 2015, seu último álbum. Pelo que sei a banda hoje se foca mais no mercado interno húngaro fazendo shows e em países próximos do leste europeu.
Eu diria fácil que Nostradamus, terceiro registro deles, é o melhor disco da banda. Também está no meu top 10 de rock sinfônico de todos os tempos. A formação contava com Attila Kóllar (flauta, vocais), Czaba Bogdan (guitarra), Robert Erdesz (sintetizadores), Gábor Kisszabor (baixo) e Laszlo Gomor (bateria). Os acentos e tremas nos nomes deles, deixo pela sua imaginação. Um coro de vozes também é utilizado.
O disco tem como tema principal as profecias de Nostradamus imaginando um ambiente místico e espacial da obra do vidente francês. Canções como a suíte “Book of Prophecies” se foca em flauta, guitarra, baixo e os sintetizadores misturando a progressividade do rock com um ambiente gregoriano ocasionado pelas vozes. Após estas três faixas iniciais, passamos aí sim para um ambiente que lembra o que seria um “Jethro Tull após um banho de modernidade”, ou um “Focus menos viajado” já que ambas possuem a flauta como destaque. Faixas como “Wings of Phoenix” destacam seu baixo, flauta e sintetizador variando de velocidade e colocando novas notas a todo instante. As faixas são imprevisíveis, mas tudo te surpreende e não te cansa.
A bateria se destaca em “Ship of Darkness”, te enganando com a calmaria do sintetizador para uma flauta e bateria que lembram algo mais tribal e indígena. O destaque final é mais uma suíte “The Moment of Truth”, com destaque ao saxofone e ao coro de vozes em húngaro em uma canção mais bonita e acessível, deixando de lado as mudanças repentinas de ritmo.
É o tipo de disco que eu adoraria indicar aos meus colegas da Consultoria e aos leitores do site fissurados pelo progressivo (Mairon deixou muitas viúvas por aqui, com o fim do Maravilhas). Vale a pena conhecer este belo registro.
Tracklist
- Book of Prophecies (Part 1)
- Book of Prophecies (Part 2)
- Book of Prophecies (Part 3)
- The Duel
- The Lion’s Empire
- Wings of the Phoenix
- Ship of Darkness
- Wargames
- The Moment of Truth (Part 1)
- The Moment of Truth (Part 2)
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Errou, André: se tivesse feito uma matéria sobre os malefícios das marchinhas carnavalescas nestes tempos politicamente corretos, isto aqui estaria lotado de comentários. Agora, Solaris?!!!, banda húngara?!!! Só porque lançou o melhor álbum de prog dos anos 80? Que aliás, nem é esse? Tzk…tzk… vai sambar, garoto!
Ótima resenha, André. Gosto muito do Solaris.
Você já deu uma atenção para o 1990? Acho muito bom.
Eu demorei um pouco mais para assimilar o Nostradamus.
Isso é apelação…..
putz….. ficou legal demais