Cruise to the Edge 2017 – De Tampa a Cozumel

Cruise to the Edge 2017 – De Tampa a Cozumel
Foto oficial do evento. Eu estou na extrema esquerda da foto, na grade

COM MÚSICA E CERVEJA DE ALTO NÍVEL

Por Marcio Costa

Fã de Rush desde a infância, de Yes há 21 anos e de outros ícones progressivos, me senti seduzido pelas novidades de cruzeiros de rock progressivo como o Cruise to the Edge (mais destinado aos progs clássicos) e o Prog Nation (com foco em progmetal), sendo cada um em ano intercalado. Sempre soou algo muito distante poder participar de um evento desse pela logística envolvida e pelos valores em questão, até que ano passado confirmaram a fusão dos dois cruzeiros, algo extremamente empolgante, mas ainda distante de se realizar. Um dia, estávamos tomando a tradicional cerveja de sábado à noite e vimos no Facebook a mensagem de que Mike Portnoy iria comemorar sua festa de 50 anos de idade no Cruise to the Edge 2017. De repente a luz acendeu (e forte) na cabeça! Agora era a hora! Não é todo momento que se pode participar de uma festa de um ícone da música como Mike Portnoy, junto a outros tantos talentos agendados para o evento.

Pronto, a ansiedade foi a mil e as contas começam a ser feitas. E contas, mais contas, raciocínios logísticos para diminuir os valores e, quando colocamos na ponta do lápis, até que não seria tão caro ir nesse cruzeiro! Entre passagem aérea, aluguel de carro, hospedagem e o cruzeiro, esse foi o mais caro de todos! Então o restante seria fácil de resolver! Fechamos um grupo de 4 pessoas e seguimos em frente!

Decidimos então dividir tarefas: um cuidaria das reservas do cruzeiro, outro de passagens aéreas, hospedagem, aluguel de carro e por aí vai. A pechincha nessa hora funciona, por incrível que pareça. Hoje você pode entrar nos sites de viagens e verificar dentro de determinada data qual é o menor custo para viajar para aquela região e, pasme, pagar em 10X sem juros! O aluguel de veículos só é pago no momento da retirada do carro e a hospedagem, dependendo do site, também. Existem hotéis razoáveis em Tampa/FL a US$ 40 a diária de quarto quádruplo. O cruzeiro seria pago em 3x a partir do momento da reserva. Resumindo, em custos, saiu a menos de R$ 7.000 por pessoa e ainda tive a oportunidade de pagar em 8x sem juros! Estava decidido então: iríamos no Cruise to the Edge 2017, algo impensável há anos atrás!

Primeiro passo: conseguir a reserva do quarto no navio. Depois do ok recebido, que demorou pelo menos uma semana, era hora de reservar o restante. Não acreditávamos que realmente iríamos participar do evento, até porque a ficha realmente só cai quando você vê o transatlântico… hora de vender minha guitarra que eu jurei que nunca venderia. Mas era por uma boa causa e eu precisava pagar por este evento!

O CTTE 2017 contou as seguintes atrações: Yes, Kansas, Steve Hackett (Genesis), festa de 50 anos de Mike Portnoy, Dave Kerzner, District 97, John Wetton, Scott Henderson, Focus, Haken, Pain of Salvation, FAT (Alex Machacek), Bad Dreams, Curved Air, Electric Asturias, Patrick Moraz, Stick Men, The Fringe, The Neal Morse Band, Frost, IO Earth, Spock’s Beard, Anglagard, John Lodge e John Wesley. Que sonho de lista!

Tudo foi reservado em junho/julho de 2016 e a longa espera até fevereiro de 2017 estava virando motivo de piada entre nós: “ah, tá longe pra caramba… espero não morrer até lá”! Virou o ano de 2017 e a sensação de que estava chegando finalmente aumentava, mas ainda com a falta de consciência da grandiosidade do evento.

Finalmente chegou fevereiro e quem morreu mesmo foi o John Wetton, uma semana antes do evento… era uma das atrações que nós mais queríamos ver por ser uma das vozes mais marcantes do mundo! Qualquer ser humano no planeta já ouviu uma música cantada por ele, seja as “da propaganda da Hollywood”, Asia, Phenomena II, King Crimson e por aí vai…

Embarcamos para os Estados Unidos dia 4/2/2017, porém o evento só começaria dia 7. Já na chegada, demos de cara com a tradicional responsabilidade do povo americano: alugamos um carro (pequeno, do mais barato) e, por engano da locadora, o carro foi alugado para outra pessoa; não obstante, nos deram um carro premium de cortesia como desculpa pelo inconveniente e com passagem grátis pelo pedágio, sem nós sequer pedirmos ou reclamarmos. Isso é respeito ao consumidor, o que, me desculpem os ufanistas, NUNCA seria feito aqui no Brasil de bom grado. Ao ligarmos o rádio, estava tocando “Closer to the Heart” do Rush… era o preceito de algo mágico.

Hotel de 40 dólares a diária e carro premium como “desculpa” da locadora.

Fomos com 3 dias de antecedência para entender a logística do evento e aproveitar a pré-festa no dia 6 no Ferg’s Live, um bar com cervejas fantásticas e inexistentes por aqui, atendentes lindas e um ambiente com o frescor do mar soprando durante os shows. Antes da festa, fomos ao Walmart da cidade e, logo após nossa saída, o Daniel Gildenlow do Pain of Salvation fez uma postagem no Facebook falando que estava lá no Walmart no mesmo horário e que havia sido reconhecido no mercado, com certa ironia, lógico. Tampa é uma cidade bem agradável, com a infraestrutura típica de primeiro mundo. Mesmo assim, ainda não sentíamos aquele peso do evento que sabíamos que iria acontecer.

Chega o dia 7 e as coisas começam a se tornar reais: fomos até o porto e vimos o imenso transatlântico nos aguardando.

Transatlântico do evento. Lá no centro, no alto, fica o palco da piscina.

Ao descermos para fazer a imigração, eu vejo o Steve Morse, meu ídolo por décadas, o guitarrista preferido de 9 entre 10 guitarristas. Mas, espera aí, ele não ia tocar em banda alguma da lista! O que ele poderia estar fazendo ali na nossa frente?

Para um guitarrista, estar com Steve Morse é estar com Deus

Aí chega o Pain of Salvation para fazer a imigração, mas sem assédio algum por parte do público, que é muito bem orientado anteriormente a não abordar os artistas e manter um clima amistoso entre todos. Nós, brasileiros, temos essa forte tendência de assediar o artista, mas, como disse um grande amigo músico, “é a mesma coisa que o brasileiro estar embarcando para ver Os Mutantes, A Cor do Som, Titãs… nós não iríamos assediá-los”. Pode até ser que essa afirmação proceda, mas é muito estranho para nós. Mas as coisas se tornariam cada vez mais bizarras.
Ao entrarmos no navio e colocarmos as bagagens no quarto (que mesmo sendo standard era até aconchegante, com tudo necessário para uma boa viagem), fomos orientados a descermos para fazermos o procedimento de segurança do navio. Quando você fica em fila e o Neal Morse se posiciona atrás de você, não tem como esconder o sorriso e o sentimento de “caramba, acho que agora o clima está me possuindo”…

Esse é o gênio absoluto do prog atual, Mestre Neal Morse.

O procedimento até que foi rápido e já fomos direcionados para o palco da piscina para a abertura do evento, que já seria a primeira parte da festa de 50 anos do Mike Portnoy.

Para nossa surpresa, MP entra no palco e anuncia o Flying Colors como sua primeira surpresa do dia. Não os tinha visto ao vivo ainda e não há como não ficar embasbacado com uma banda com Dave La Rue, Portnoy, e os Steve e Neal Morse. Ah, e tem um vocalista também (ligeiro sarcasmo)… de repente, Portnoy anuncia a para a segunda parte da festa a presença do Transatlantic e chama os integrantes ao palco. Para mim, o Transatlantic é a melhor essência do que o prog pode fazer atualmente, é o balanço perfeito entre o prog do passado, a atualidade que o Flower Kings carrega e o futuro que a própria banda cria. Eu fiquei na capa, na grade, de frente para o Mike Portnoy, a menos de 4 metros dele.

Essa era minha distância na grade para o Mike Portnoy

Quando eles tocaram “Into the Blue” e veio o refrão, finalmente fui tomado pelo sentimento total de que REALMENTE EU ESTAVA NO CRUISE TO THE EDGE!! O sol estava MUITO forte, o vento era absurdo, o visual da Flórida ficando para trás, a Corona gelada na mão, o refrão mágico de “Into the Blue”, a proximidade à banda, o som bem alto e não teve jeito… os olhos marejaram com força, os braços ficaram em riste e dei alguns urros de comemoração por estar vivendo algo que nunca imaginei, mais perfeito do que eu jamais imaginei que poderia ser. Divino, essa é a definição!

Ao acabar a primeira parte da festa de 50 anos do Mike Portnoy, foram distribuídas pulseiras de comemoração do evento e fomos convidados a irmos ao 13º andar para vermos os finos que o transatlântico tirava das pontes, os últimos traços de terra, o pôr do sol que é impossível descrever a beleza desse momento.

Fim da primeira parte da festa de Mike Portnoy, início da jornada no oceano.

Daí em diante, fomos realmente conhecer o que o navio dispunha e começamos a fazer uma logística dos shows que queríamos ver. Não é possível ver todos shows, porque geralmente dois estão acontecendo juntos. Infelizmente o Scott Henderson simplesmente não apareceu e nada foi dito a respeito. Era outra atração que estava ansioso para ver.

O restaurante do Brilliance of the Seas (o nome do transatlântico) é algo suntuoso, que serve café da manhã com fartura, tipicamente americano, com suco de (casca de) laranja, suco de maçã, leite sem graça, café ralo e tudo mais que pode te engordar em dias, como ovo, bacon, linguiça, carne… nada saudável! E o que era saudável, tinha gosto de plástico. A maçã é perfeita, mas tem gosto de plástico. Tem certas horas que um bichinho, uma lagartinha e uma mordida de morcego dão o tempero que faz a diferença na maçã… mas, enquanto o restaurante faz a troca para o almoço, subitamente às 11h, as ilhas (mesas) são preenchidas com a maior variedade que já vi em um restaurante, tendo à sua disposição tudo que você poderia imaginar em termo de carnes, cereais, bebidas, massas, uma infinidade à disposição. E, da mesma maneira que é feita a transição do café para o almoço, o mesmo é para o jantar. O restaurante só para às 23h, quando é transferido para a área de lanchonete, onde inicia uma bela sessão de sanduíches self service, pizzas variadas… e a cerveja é 24h! Na verdade, você pode comprar antecipadamente um pacote de bebidas mais em conta que atende três níveis: bebidas sem álcool, com álcool e bebidas fortes. Houve certa confusão entre os bares sobre quais cervejas poderiam ser vendidas em qual classe, porque você acabava pagando 4 dólares numa Bud light ou em uma Blue Moon, bem mais cara e requintada.

Os funcionários do transatlântico sempre nos atendiam de forma solícita, com alguns brasileiros em pontos estratégicos de recepção, bar da piscina entre outros. Exceto a área da piscina, todos os andares são belamente revestidos de carpete, cassino suntuoso, vários bares temáticos diferentes, saguão de primeira, elevadores panorâmicos, realmente deslumbrante.

No terceiro dia, chegamos a Cozumel, no México, onde nos sentimos no Rio de Janeiro: lugar MUITO bonito, com um povo parasitando em volta dos turistas, uma pressão grande de vendedores ambulantes cercando o porto e uma sensação desagradável de insegurança. Acabou que preferimos ficar no bar oficial do porto, que tinha praia privada com uma água límpida, tão clara que parecia estar acesa em um verde e azul claros inesquecíveis. Melhor água que já me banhei na vida. A areia não ganha da de Cabo Frio/RJ, mas a água é realmente de cinema. O tempo que ficamos na cidade foi muito curto para conhecê-la, apenas 7 horas disponíveis entre desembarque e embarque, mas foi MUITO BOM tomar cervejas ótimas por US$ 1,00 cada. Sim, 1 dólar apenas por uma Sol, Tecate, XX… está aí uma grande diferença pro Rio de Janeiro!

Chegada a Cozumel. Incrível a qualidade dessa água.

Focando nos shows, as bandas headliners tocaram em um grande teatro com revezamento de público sentado, ou seja, era o único local onde você só podia assistir um show apenas devido a cor do seu crachá. No fundo é bem mais cômodo, mas eu gostaria de ter visto dois shows do Yes. Outra área de shows era a área da grande piscina, que concentrava maior público, ao ar livre, sem dúvida a com melhor clima. Tinha também o palco do Colony Club, um recinto pequeno, porém muito elegante, para se ver o show, com sofás e cadeiras ótimas, iluminação indireta, duas ilhas de bar e a vista para a popa. Era a única parte do navio que você sentia o balanço da embarcação. Se você encostasse em uma coluna, poderia sentir tonteira. Talvez por isso as cadeiras e sofás fossem tão macios.

Dos shows que assistimos, separando por locais, destaco o Kansas como o show mais profissional do evento, com uma execução digna de quem ensaia todo dia, precisão e afinação invejáveis e uma bela frieza de palco. Outro show digno de se ver tomando whisky com caviar foi do Steve Hackett, com uma banda perfeita, repertório de clássicos do Genesis e carreira solo (não, não tocou “Supper’s Ready”), como um show primoroso deve ser organizado. Já vi 9 shows do Yes antes desse do cruzeiro, portanto o Yes, era a banda que eu estava mais ansioso para rever, mas sem dúvida eles fizeram o PIOR show do cruzeiro. Banda completamente desentrosada, Alan White sem força alguma (tanto que só tocou a primeira e últimas músicas e foi substituído por outro baterista), Geoff Downes e Billy Sheerwood sempre bêbados e com uma execução sofrível… quem salvou a banda foi o Jon Davidson!

Vista do show do Yes. Cadeiras numeradas, nos deram as últimas do teatro. Acho que alguém na organização não gostou de nós.

No palco do clube, o show que mais me surpreendeu foi do FAT, a banda do Alex Machacek. O baterista da banda Herbert Pirker é um show à parte. Pra mim, o FAT foi sem dúvida a melhor descoberta musical do cruzeiro. O humor, a execução, as composições únicas (sim, eles tem novidades!), o som bem puxado pro prog fusion (se é que existe) me fizeram comprar o cd na hora! Sem contar a disponibilidade do pessoal da banda, sempre rodando pelo barco e muito solícitos com os fãs. Nota 10! Também teve show do Frost, show do Focus que foi MUITO bom! O retorno do baterista original Pierre Van Der Linder agregou bastante ao som da banda. Já havia visto três shows deles no Brasil, mas NENHUM chegou sequer perto deste do Colony Club, um grande show!

Pain of Salvation fez um show sóbrio, com uma combinação divina de vozes de Daniel Gildenlow e do guitarrista Ragnar ZSolberg (um Sebastian Bach das antigas que toca guitarra muito bem), no qual executaram músicas do novo e muito bom disco In The Passing Light of Day. Outro show que surpreendeu foi do The Fringe, que tinha sem dúvida o público mais seleto do evento! Não é todo dia que você está sentado em um clube ao lado do pessoal do Marillion, com alguns membros da banda do Neal Morse (incluindo o Mike Portnoy) na plateia, Jan Dumée (Focus, que fala muito bem português, por sinal) entre outros ao seu lado… realmente algo impensável e difícil de relatar a sensação. The Fringe fez um show focado em seu disco recente, porém o público reagiu muito bem às músicas do Karmakanic, banda do baixista Jonas Reingold. Um show muito bom, afinal, não é todo dia que se vê Jonas e Nick D’Virgílio juntos, dividindo o palco. Também haviam as famosas canjas para finalizar os eventos, mas sempre mal organizadas e com uma panela absurda, impenetrável. Os músicos deixavam a desejar em sua grande maioria, mas uma canja do Jon Davison SALVOU o evento, ao cantar “Turn of the Century”. Fora isso, canjas dispensáveis. Outra banda digna de menção neste palco foi a District 97, banda essa que fez shows e gravou disco com o John Wetton. Quando eles tocaram PER-FEI-TA-MEN-TE “Starless and Bible Black”, acabou virando tema de nossa viagem, a qual ouvimos mais de 10 vezes no carro durante as viagens. Boa banda, gostei.

FAT, banda do Alex Machacek. Grata surpresa, excelente.

No palco da piscina, o show que mais agitou o público foi do Haken, que parecia ter seus fãs em grande presença no evento. Porém, os históricos foram todos com Portnoy (Flying Colors, Transatlantic, Liquid Tension Experiment e Shattered Fortress), com destaque para as brilhantes execuções de Eric Gillette (que poderia muito bem ter tocado sozinho no Shattered Fortress), a presença da lenda Tony Levin, Pete Trewavas (figura fácil em qualquer lugar do navio) e, claro, Neal Morse e todo seu talento unicamente genial. Destaco as perfeitas canções do Transatlantic, a oportunidade de rever o Portnoy tocando Liquid Tension Experiment e rever “Glass Prison”, “This Dying Soul” entre outras.

Na boa, era o show que eu mais esperava ver, fiz até aposta sobre qual banda seria apresentada e acho que a decepção foi geral quando praticamente todo o Haken (exceto o baterista) foi chamado pra tocar. Não era isso que esperavam os fãs, mas de qualquer maneira foi ÚNICO ver o primeiro show da banda com participações do Gildenlow e do Ted Leonard (vocalista do Spock’s Beard). Encerrou com chave de ouro! Neal Morse dividiu o novo disco em dois shows, executados de maneira sublime, com uma banda MUITO entrosada e um som que muito bem poderia ter sido de um disco novo do Transatlantic. Show excelente e que vale muito a pena ser visto em São Paulo, não percam a oportunidade. Já sou muito fã do Spock’s Beard e não podia esperar um show diferente do que fizeram, de forma impecável, com vocais sublimes, muito graças ao retorno do Mestre Nick D’Virgilio, um baterista singular que une execução e vocal com perfeição. Foi muito gratificante ver cada membro da banda executando com maestria seus instrumentos! Muito emocionante também foi ver o Neal Morse prestigiando na plateia a sua ex-banda, que também foi recíproca em seu show solo. Também tivemos os competentes show da Anglagard, Curved Air, Bad Dreams entre outros.

Fim da festa de Mike Portnoy. Esse foi o primeiro show do Shattered Fortress

Entre as situações inusitadas que acabamos vivendo, destaco algumas realmente inesquecíveis! No aniversário do Portnoy, nós demos uma lata de Guaraná Antarctica zero para ele, porque uma vez ele postou no Facebook que esse refrigerante era a melhor bebida do mundo. Conseguimos entrar com um no navio e contamos a história para a filha dele, Melody Portnoy que prontamente estava entregando os presentes ao pai. Ao entrar no elevador para ir ao restaurante, pegamos o elevador com o próprio Mike Portnoy, que nos agradeceu a entrega do Guaraná e reforçou que é sua bebida favorita. Não só neste momento estivemos cara a cara com ele, também estivemos nas escadarias do navio, enquanto ele aguardava para entrar ao vivo no programa do Eddie Trunk (que também estava lá transmitindo o evento) entre outros… e não tiramos foto com ele porque se torna tão comum e ninguém reage em volta em forma de tietagem, então você acaba ficando inibido e reage normalmente. Depois bate aquele arrependimento de nem uma foto sequer.

Outros momentos interessantes foram, sem ordem de importância: Pete Trewavas, o onipresente, bêbado (sempre), assistindo o show do The Fringe de pé (enquanto todos estava sentados) e um cidadão aos berros atrás dele pedindo para ele sentar; Daniel Gildenlow figura fácil em qualquer lugar do navio. Vimos também Jonas Reingold sentando no chão pra ver o show do Frost (o qual prontamente saí do meu lugar para que ele sentasse, mesmo ele ficando encabulado), Neal Morse tocando Beatles no piano do bar, Geoff Downes e Billy Sheerwood morando dentro do bar e mais bêbados que visitantes da Oktoberfest, tirando foto e conversando com todos. Bizarrices como o Steve Howe com segurança e sem sair do quarto um momento sequer, Alan White visivelmente doente, conversamos no desembarque durante um bom tempo com o gênio Patrick Moraz, que tem uma história bem conhecida e peculiar no Brasil, sendo que nessa conversa ele falava pelos cotovelos sobre a família dele no Brasil e que acabou sendo uma surpresa bem agradável para finalizar o evento. O Patrick fez um show soberbo no piano do saguão da recepção, tocando sinfonias suas entre outras músicas da carreira e, logicamente, fechando com Soon. Daqueles momentos de fechar os olhos e viajar na música… aí você se toca onde está e abre os olhos!

Patrick Moraz, papo gigante, simpaticíssimo e com várias histórias sobre o Brasil.

A parte triste é que tudo passa muito rápido e 5 dias parecem apenas 5 horas. O ambiente é tão agradável e direcionado para que você se sinta bem que o sentimento de perda vem exatamente após o desembarque.
Aí, agora, é focar em um próximo evento… porque a fatura do cartão de crédito já chegou e eu terei que negociar bastante pra pagar isso.

Meus companheiros de viagem. Evento que vale por uma vida.

65 comentários sobre “Cruise to the Edge 2017 – De Tampa a Cozumel

  1. Parabéns Márcio, realmente uma viagem dos sonhos, você merece muito. E quando feita em companhias maravilhosas fica melhor ainda. Deixo um abraço para o Gilmar também, um grande amigo.
    Imagino o trabalho que deu para relatar tudo como você fez, mas se bem que deve ter sido um excelente momento de recordação entre um gole e outro. Ficou muito bom.
    Abraços.

  2. Muito bom. É como tivessemos viajado com vcs, excelente relato e vc escreve muito bem. Aguardamos novos cruzeiros!

  3. Wow!! Holy fuck, Batman! Que texto sublime, irretocável…à altura do megaevento com todas as honras! De deixar qualquer reles mortal completamente ZONZIM e boquiaberto…boa! Ladeado por Mr & Mrs Pilad PhD, então…couldn’t be better, afterall!
    Se V.Sa. se sente seduzido pelos magníficos cruzeiros prog rock e prog metal, eu me sentiria absolutamente ABDUZIDO!!
    Hotel bom, bonito e baratoça em Tampa, 40 doletas; dream trip, 7.000 reais; ser encoxado na fila por Neal Morse e suas três bolas ensacadas individualmente…PRICELESS!! Hehheh, se fosse pelo Eric Gillette também estaria valendo, showxotta…
    Espero que não tenhas perdido a chance única na vida, a lifetime opportunity, de dizer ao Patrick Moraz que Lobão mandou-lhe aquele abraaaaço!! HEHHEHEH, pronto, podem me crucificar…

    1. Hahá! Com certeza vc narraria melhor o ocorrido! Gênio absoluto, free at last and forévis in the sun! Fino, como sempre!

      1. Hehhe, a finesse mais GROSSA que já viu na vida, como diria o nosso Erick Loyola (Lealdrums@Gmail)…

        1. Erick que, aliás, DEVERIA estar num cruzeiro desses, fosse a passeio ou profissionalmente! God damn, dumbass bitch… #axebananalehocaraglio

    1. Rapaz, achei q tu irias nesse! E tb achei que irias me execrar por ter detonado o Yes, mas vc sabe q sou fã de carteirinha! Se vão tocar, q toquem bem! Beijo do seu fã!

  4. Excelente texto! Perfeita descrição do ambiente! Me senti na viagem! 🙂
    Márcio Costa, sempre digo!, você é o cara!

    1. Rapaz, com o currículo que V.Sapiência tem, eu no mínimo nem conheço o cara! Vc q é Rei das incautas oncos por aí!

  5. Parabéns pelo relato. Ficou muito detalhado e realmente me senti no cruzeiro em alguns momentos. Viagem incrível e com certeza ficará para a vida toda.

    1. Rapaz, relato são os seus sobre a Mega power discografia do DT q nem o Portnoy deve ter! Gênio! E obrigado pela dupla oportunidade!

      1. Quem me dera, um dia chego lá hehehe….Ih, agora que começou não pode parar com esses relatos hein…CHIQUE DEMAIS!!!

  6. Fala Socador, que relato fantástico, mesmo não conhecendo muito dos nomes e bandas do relato fiquei impressionado, e vou busca-los pois me emocionou sua experiência!!! Parabéns e que venham as próximas!!!!!
    Grande abraço caríssimo amigo!!!!!

    1. Fred, o gênio dos pratos rochianos! Amigo da risada garantida, gênio absoluto! Obrigado e nunca suma, please!

    1. É mais fácil ir nesse cruzeiro que pegar a Ellen Roche! Pense assim q fica mais factível de ir!

  7. Uau! Adorei o texto sobre essa maravilhosa experiencia, Márcio! Realmente me senti parte dessa aventura incrível que você vivenciou e narrou aqui para nós! Um grande beijo nesse seu coração Rock in Roll. Gratidão

    1. Beijo pra vc tb, Lidi! Obrigado pelo comentário e não perca essa oportunidade! Eu mesmo nunca dei idéia alguma pra cruzeiros, mas depois q vc está lá a vontade é de recomendar pra geral! Vale a pena! Bjs

  8. Rapaz, muitas palavras aí… todas escolhidas com sabedoria e clareza (apesar do disparate mental que as situações sugerem); agora, senti o gosto da cerveja, me emocionei com alguns encontros (principalmente aquelas com a música), me esbaldei no conforto, no privilégio, mas senti falta de uma coisa, uma única palavra, um dissílabo paroxítono modesto, mas indispensável para arrematar a epopeia:
    CHIQUE!!!!

    mandou muito! Esquema patrão do Prog esse cruzeiro!

    1. Ninguém, mas ninguém mesmo (segura o Khalil) escreve de forma tão ululante como V.Magnificência! Fico até envergonhado de mostrar tal escrita, mas depois de sua aprovação, sinto-me um Paulo Cuelho! Gênio!

  9. Sensacional! Sensacional! O Márcio é o cara mais rock n roll que conheço! Que evento meu amigo! Que história!!! Isso entrará para os anais do rock n roll volta redondense! Parabéns pelo belíssimo texto e pelas belíssimas fotos!!

  10. Espetacular Marcio Costa!!
    Vc é o cara!!👏🏻👏🏻
    Este cruzeiro é a sua cara.
    Parabéns pelo excelente relato.

  11. Cara, que baita vontade de ir num cruzeiro desses. Márcio estreou muito bem aqui no site. Tomara que venham mais matérias e histórias tão legais quanto essa. Parabéns meu caro!!

    1. Grande MaIron! Muito obrigado pela recepção! Agradeço tb ao Mestre Tiago Reis pelo convite. Pior que história é o que não falta! Já dinheiro…

  12. Marcio.

    Realmente é uma experiência única poder conviver com músicos que são referência. É sempre uma aprendizado. Muito bom !!!

    1. Professor dos FORD! Esse é seu dia-a-dia! Os artistas é q tem q se lisonjear de estarem em sua presença! Gênio! Requisitado ate pelo Steve Vai!

  13. Meu camarada, que sonho !!!! Super merecido para um cara como você, que me apresentou e me vez curtir muitas dessas feras !!!!
    Super legal você compartilhar todo a experiência da viagem, desde a ideia que seria possível até o sonho realizado… mostrando que basta querer e fazer a coisa acontecer. Super feliz por você e obrigado por compartilhar esse incrível experiência !!!!

    1. Q q adianta escrever bem se as empresas não valorizam? Continuemos nossa vida de guerra diária, meu camaraaaaada! Abaixo à pasta e viva ao álcool! E não mete essa!

    1. Depende do pacote, mas não chega a isso, a não ser que seja uma cabine suntuosa, esse deve ter sido o valor total que ele gastou na viagem. Tem pacotes vips e pacotes comuns, cabines com e sem varanda, em andares mais altos ou mais baixos, tudo isso influência no preço, assim como a quantidade de pessoas em cada cabine.

      1. É isso aí, Felipe! Esse valor é no quartigo cubículo, com carro quase miniatura, Hotel com Trivago turbinado e passagem aérea quase dentro do bagageiro! Marba Tour total e dividindo por 4! Se vc tentar ir.sozinho, a conta multiplica e muito!

        1. Huuuuuuuum, então tem que ir de galera … Bom saber. Mas que to bem afim de ir no próximo, estou!!

  14. Muito legal Marcio!!
    Seja bem vindo à Consultoria do Rock e a estréia não podia ser melhor. Nos acostumamos demais a ler resenhas de shows e eventos do tipo e quando tem alguma que é feito por um verdadeiro fã, que demonstra que curtiu todos os momentos e não apenas relata o que presenciou, que a leitura fica até mais gostosa. No fim pareceu um texto curto.
    Já tive muitos momentos que sonhei em ir em um cruzeiro de prog e também sonho em ir num festival europeu. No fim, se for pra fazer apenas um, vou acabar escolhendo o festival.
    Blue Moon por 4 Trumps só se comprar em supermercado…

    1. Haha! Obrigado pela receptividade! O pacote alcoólico q compramos era o marba, mas como americano é sério, estava escrito “All beers” nos tickets! Nos primeiros dias, alguns bares restringiram só às cervas mais em conta. Mas, com o tempo aceitaram a reclamação de que estava escrito ALL beers e liberaram geral! O que eu tomei de Blue Moon, Lite, Peroni, Red Hook por 4 dólares, foi realmente uma.oportunidade única. Até chopp Heineken de 500 ML tava no pacote. Q lindo…

  15. Márcio, muito bacana, também estive com a minha esposa na edição desse ano do Cruise to the Edge, foi a primeira vez e achei sensacional, uma experiência curta mas vibrante que valeu cada minuto e centavo investido. Minha esposa que a princípio não curtia muito prog saiu de lá fã do Neal Morse e do Pain of Salvation. Espero estar presente no próximo, quem sabe nos cruzamos por lá. Parabéns pelo relato!

    1. O Neal Morse realmente é um cara bacana! Vcs são de Ribeirão Preto? Eu achei que seria difícil encontrar brasileiro lá, mas nos.somos.igual grama, brotamos em qq lugar! Tinha brasileiro em qq ambiente q vc imaginasse lá. Em Orlando então, acho q nem falam mais inglês. As mulheres mais bonitas da.cidade eram brasileiras…

      1. Fala Marcio, não sou de Ribeirão Preto sou de São Paulo capital, realmente tinham muitos brasileiros lá, hahaha, sempre estamos em bando. Neal Morse realmente é um cara bacana, tivemos a oportunidade de conversar um pouco com ele. Recomendo muito o cruzeiro pra quem curte o estilo.

  16. Uau! Que viagem e que descrição detalhada e emocionante! Deu realmente pra, pelo menos, imaginar o que vc sentiu por lá! Parabéns por ter realizado esse sonho! Quando eu for pra Disney e prazuropa, vou tentar escrever bonito assim tbm. Haha!

    1. Angel, cata o marido e vai la, po! Aproveita e casa por lá com o Elvis de padre! Hehe, garanto que é uma experiência pra vida toda, ainda mais pra músicos competentes como vcs! Quem sabem não arrumam uma boquinha lá? Veja os vídeos do District 97 q vc entenderá. Bjo respeitoso.

  17. Márcio, seu ponto forte é que você diz a verdade dos fatos! E sabe escrever com espontaneidade e ser informativo. Acho que certos acontecimentos devem ser ditos e você é a pessoa ideal para comentá-los!

    1. Cacete, Cirão! Um comentário desse é pra emoldurar e colocar na parede! Sensacional! Valeu!

  18. Matéria simplesmente fantástica! O Marcio me fez sentir contente por ele e pelos amigos dele, e ele não quis dar uma de ‘amostrado’ (como muitas vezes eu vi em matérias do mesmo estilo). Muito bacana ler sobre a sua aventura 🙂

    1. Rapaz, tem que se conter mesmo pra comentar de forma “informativa”, digamos assim. Valeu pelo comentário! obrigado.

  19. Show de bola, Marcio! texto incrível, aventura idem!
    tenho alguns amigos que já foram ao Cruise e todos falam que vale muito a pena…pretendo ir no futuro!
    Abraço,

    1. O problema é a eterna vontade de voltar ano que vem… mas e o saldo? Cumé que faz? Para mim, foi A viagem… e correr atrás pra conseguir fazer outras!

  20. Márcio!!!!
    Indescritível a sensação de vivenciar tal aventura, apenas lendo seu artigo! Mágico, fantástico!!! Seu semblante em cada foto, demonstra a real sensação do que viveram. Será que conseguiram dormir??? Kkkkk
    Creio que não, talvez dormiram sem sentir, quando não havia mais energia para estarem acordados​.

    Um abraço, meu amigo, meu ídolo!!
    Nós vemos por aí!
    Leo Tebaldi

    1. Você é e será eternamente meu ídolo! A única canja que o VCN teve! hehehe, distribua meu currículo aí no Sul e vá a esse cruzeiro que as bandas de lá sairão na porrada pra contratá-lo! Beijunda saudoso!

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