Acumen Nation – Anticore [2006]
Por André Kaminski
O Acumen Nation é uma banda de rock e metal industrial nascida em Chicago, nos Estados Unidos no final dos anos 80. Era uma época de pioneirismo entre a mistura do rock mais pesado e da música eletrônica o que fez da banda uma das primeiras a investirem no estilo. Seus líderes eram os irmãos Jason e Ethan Novak.
Após o desenvolvimento de seu lineup e da composição de novas músicas, eles lançam seu primeiro trabalho em 1994 chamado Transmissions from Eville, conseguindo um bom sucesso dentro das boates góticas/eletrônicas dos Estados Unidos. A banda lançou discos regularmente até 2007, sendo este resenhado seu penúltimo lançamento. Hoje, Jason Novak (já sem o irmão Ethan que deixou a banda em 2001) comanda também a Cracknation Records, empresa responsável por gerenciar algumas bandas do estilo rock industrial norte americanas e de lançar cds destas e do próprio Acumen Nation.
A formação deste disco contava com Jason Novak (vocais, guitarras e sintetizadores), Jamie Duffy (guitarras, sintetizadores) (R.I.P), Eliot Engelman (baixo) e Dan Brill (bateria). Brian Elza da banda de metal progressivo Czar (banda em que Novak e o baterista Brill também fazem parte), toca guitarra em uma faixa e Lucia Cifarelli do KMFDM (outra banda de metal industrial) canta como convidada em outra faixa.
O cd é longo e possui 15 faixas. O tipo de industrial daqui fica é mais focado em riffs pesados de guitarras com poucas notas tal como o Static-X do que em grooves como o Rammstein. As letras tem um teor de revolta e ódio, parecido com as bandas thrash americanas. Por sinal, as próprias guitarras lembram muitos momentos do thrash metal. Como não ouvi outros álbuns da banda, não posso garantir se chegaram a mudar a sonoridade comparando com os primeiros discos. Jason Novak utiliza mais o vocal rasgado com alguns poucos momentos de vocal gutural e limpo.
Dentre as que mais gostei, destaco logo a segunda faixa com “Blind Pig” com uma pegada agressiva e com o instrumental lembrando bastante o Sepultura da fase pós-Max. “Black Son Hole” já me deixou com uma impressão mais System of a Down.
Outra que gostei bem é a quinta música “My Life’s Last Breath”, com a participação de de Lucia Cifarelli que lidera os vocais da música toda. O jeitão industrial lembrou um pouco do Ministry e do próprio KMFDM. Apesar da letra escrota falando de um possível sádico que gosta de esquartejar suas vítimas, “No Arms No Legs” possui um instrumental irrepreensível, com muito peso e distorção, perfeito para se banguear nos shows a uma velocidade insana. Por fim, ainda destaco “P.O.D.O.A.” que apesar dos vocais sintetizados, ajuda a variar um pouco o disco que andava um tanto parecido demais da metade para frente. O ponto fraco fica com “Polhemic”, parecendo uma faixa descartável de alguma banda de nu metal americana com sintetizadores bregas e vocalzinho de biquinho pop por parte de Novak.
Porém, é um bom disco de uma banda praticamente desconhecida no Brasil, embora até tenha um bom reconhecimento nos Estados Unidos. Entretanto, não vá esperando nada próximo do Rammstein. Eles utilizam menos elementos eletrônicos e as guitarras possuem uma sujeira maior do que aquela produção mais limpa dos alemães. Ainda assim, recomendo para quem se interessa pelo estilo a conhecê-los.
Tracklist
- Bliss
- The Blind Pig
- Day Care
- Black Son Hole
- My Life’s Last Breath
- Tools in the Blood Shed
- Brach Davidian Style
- Caustic Perimeter
- No Arms No Legs
- Jesus Loves You
- P.O.D.O.A.
- Haliburton Rape Trial
- Destroyasaurus
- Polhemic
- Message from the Grave