Direto do Forno: Pop Javali – Resilient [2017]
Por Mairon Machado
O grupo paulista Pop Javali foi formado em 1992, tendo Marcelo Frizzo (baixo/vocal), Jaéder Menossi (guitarra/backings) e Loks Rasmussen (bateria/backings), mas só conseguiu lançar seu primeiro álbum, No Reason To Be Lonely, em 2011. Em 2014, com The Game of Fate, o nome do Javali chegou ao mundo, levando-os ao primeiro registro ao vivo, gravado na Holanda e registrado como Live in Amsterdam no ano passado.
Agora, o trio chega em seu terceiro álbum, Resilient. Produzido pelos irmãos Andria e Ivan Busic (eternos membros do Dr. Sin), o álbum tem um grande D de Dr. Sin, mas prima por aquele heavy metal tradicional do final dos anos 90, início dos anos 2000.
O álbum abre com a instrumental “A New Beginning”, um momento solo de muito virtuosismo por parte de Jaéder, que leva para “Hollow Man”, um som pesado, com uma ótima participação de Loks nos dois bumbos, e que me lembrou bastante o som do grupo alemão Rage. Aliás, o Rage é uma boa referência para quem quer conhecer o Pop Javali mas não tem uma base do que os paulistas podem apresentar, com o estilo similar dos alemães presente também em “Reasonable”, tendo alguns eletrônicos na introdução, “Shooting Star” e a faixa-título.
Mas não fica apenas nisso. O peso do baixo de Marcelo pode ser conferida na intro de “Drying the Memories”, uma canção mais acessível, assim como “Undone”, que fogem do heavy metal e se aproxima mais do hard oitentista. Somos surpreendidos por uma faixa bastante acessível, sem distorções, durante “Turn Around”, com uma leve pegada grunge que rodaria fácil nas rádios do país, um bom solo de baixo e mais um ótimo solo de Jaéder, que também faz a alegria dos ouvintes em “We Had It Coming”, faixa que lembra grandes bandas do hard setentista, com seu refrão muito bom para fazer a galera pular. Dessa parte de surpresas, a balada “Renew Our Hopes” além de uma boa letra e um solo de guitarra marcante, serve para nos mostrar que é possível realizar uma canção bonita sem soar piegas.
“Show You the Money” não me agradou, seja pelo ritmo que não me conquistou, mas principalmente pelos vocais. Porém, isso é compensado pela melhor faixa de Resilient, “Broken Leg Horse”. Com um riff veloz, um vocal bem encaixado, acordes de guitarra que saem das caixas de som impactando a audição, e uma pegada de bateria violentíssima, é forte candidata a ser uma canção que irá arrebentar nas apresentações da banda. Muito bom ouvir algo desse nível, e só por ela já vale a pena conhecer esse álbum.
Honestamente, gostaria de ouvir os vocais do Marcelo em português. Talvez casassem melhor com muitas das faixas que estão em Resilient. De qualquer forma, o álbum foi lançado pelo selo Voice Music, e pode ser adquirido também pelo facebook oficial da banda, que está a cada ano se consolidando como uma das mais importantes no metal nacional.
Track list
1. A New Beginning
2. Hollow Man
3. Drying the Memories
4. Reasonable
5. We Had it Coming
6. Shooting Star
7. Turn Around
8. Broken Leg Horse
9. Undone
10. Show you the Money
11. Resilient
12. Renew our Hopes
Como havia resenhado o Live in Amsterdam, quis conferir esse disco de estúdio. Ouvi o que foi disponibilizado no youtube e nossa, muito melhor. Um belo baixo em “Drying Memories” e ótimas guitarras em “Shooting Star”.
Aliás, que profissionalismo dos caras ao entenderem minha crítica um tanto negativa do disco anterior, diferente de uma maioria. Estão no caminho certo e espero que colham mais frutos na estrada.