Dark Avenger – The Beloved Bones: Hell [2017]
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Por Thiago Reis
Em 2017, a banda Dark Avenger lançará o seu sexto álbum de estúdio, intitulado The Beloved Bones: Hell. Recentemente, entrevistamos Mario Linhares, vocalista e idealizador do conceito deste novo projeto e após várias audições a fim de entender os rumos deste novo trabalho, é chagado o momento de tecer comentários a respeito do novo álbum da banda, a mais do que conhecida resenha. Com vocês, The Beloved Bones: Hell.
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O solilóquio entre a razão e a emoção é tônica das letras do disco, algo que é realmente presente em 10 em cada 10 seres humanos, em complexidades diferentes, algo que torna o álbum “familiar” para todo tipo de ouvinte. A primeira faixa, “The Beloved Bones” mostra o RACIONAL irrompendo do âmago da psique humana, a fim de esbravejar um sermão contra o EMOCIONAL, que mostra um comportamento cada vez mais impulsivo. Para tal, nos deparamos com uma introdução melancólica à base de violinos, que nos deixa curiosos em relação ao que está por vir. E o que encontramos em “The Beloved Bones” : peso, melodias marcantes, técnica e agressividade. Mario Linhares faz um ótimo trabalho nos vocais, interpretando a RAZÃO e a EMOCÃO.
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“Smile Back at Me” continua no mesmo clima, entrando no ápice da negação e teimosia do EMOCIONAL em resolver seus problemas, o que se mostra evidente ao negar a existência do RACIONAL. Em “Smile Back at Me” encontramos principalmente um ótimo trabalho de guitarras, com riffs criativos, solos que se encaixam perfeitamente com a música e conferindo de maneira perfeita o espaço para que Mario Linhares interprete os dois personagens já citados.
A terceira música, “King for a Moment” é poderosa, visceral e forte e mostra a falta de responsabilidade do EMOCIONAL em lidar com os problemas. Todos os questionamentos que a RAZÃO faz à EMOÇÃO são envoltas de grandes interpretações por parte de Mario Linhares, que consegue transferir ao ouvinte toda a situação perturbadora que uma mente com problemas em balancear a razão e a emoção passam.
“This Loathsome Carcass” consegue transitar por diversos estilos, desde o prog metal até o thrash metal, culminando em riffs muito bem construídos, bateria bem executada. “This Loathsome Carcass” evidencia a vitimização do EMOCIONAL, ao invés de tentar resolver os problemas que o cercam. Destaca-se também a excelente produção, em que todos os instrumentos estão muito bem definidos de forma bem cristalina.
A quinta faixa, “Parasite” começa de forma semelhante à “The Beloved Bones”, nos preparando para o que está por vir, pois é o ápice do conflito entre o EMOCIONAL e a RAZÃO, o que nos leva a pensar que em muitos casos em que pessoas que alcançam esse nível de conflito podem chegar a pensar em suicídio. Em “Parasite”, Mario Linhares canta de forma mais agressiva, já que é uma das músicas mais pesadas do álbum, que tem tudo para ser um dos pontos altos das performances ao vivo.
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Para balancear os ânimos, “Breaking Up, Again” tem um começo leve, emocionante e envolvente. De repente entram guitarras pesadas e os vocais de Mario voltam a ficar agressivos, já que em “Breaking Up, Again” encontramos o RACIONAL exigindo que o EMOCIONAL abandone sua visão egoísta. Porém o EMOCIONAL pede que o RACIONAL resolva os problemas sozinho, que é o estopim para mais e mais conflitos do EU.
“Empowerment” mostra cada vez mais peso e agressividade na parte instrumental, porém Mario Linhares consegue interpretar com maestria o comportamento mais colaborativo entre o EMOCIONAL e a RAZÃO, em que o EMOCIONAL decide mudar seu comportamento, contando com o apoio da RAZÃO. Este é um momento de virada na história, já que é a primeira vez que o EMOCIONAL e o RACIONAL decidem criar esforços colaborativos para um bem maior do EU.
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Em “Nihil Mind” evidencia o momento em que a RAZÃO e a EMOÇÃO concordam que o afastamento foi o principal motivo da deterioração do EU. Destaca-se o trabalho das baterias e os riffs pesados e envolventes. “Purple Letter” possui riffs muito bem trabalhados, além de solos técnicos e que deixam a música ainda mais interessante. Mario Linhares mais uma vez usa de abordagens mais pesadas em seus vocais. A grande questão em “Purple Letter” está no fato de que mesmo tendo decidido abandonar o passado, há sempre alguma coisa prendendo o EMOCIONAL ao passado.
Encontramos em “Sola Mors Liberat”, um clima soturno e belo ao mesmo tempo, com belos trabalhos de voz, evidenciando a esperança de um renascimento para o EU. Feeling, técnica e bom gosto resumem “Sola Mors Liberat”. O disco é finalizado da mesma maneira que na faixa anterior, com “When Shadow Falls”, mostrando de maneira mais do que evidente a reconciliação entre o EMOCIONAL e o RACIONAL, o que pode ser caracterizado como a resolução de problemas por parte de qualquer pessoa, ou seja, é uma obra conceitual que tem serventia para toda e qualquer pessoa.
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The Beloved Bones: Hell é um passo à frente por parte do Dark Avenger, que não se contenta em criar algo repetitivo. É uma obra desafiadora para o ouvinte e para os músicos, que acaba criando uma sintonia muito forte a todos que apreciam tal obra. Um disco muito bem trabalhado que merece a atenção dos que são fãs da banda e de quem ainda não conhece o trabalho do Dark Avenger.
Track list
- The Beloved Bones
- Smile Back to Me
- King for a Moment
- This Loathsome Carcass
- Parasite
- Breaking up Again
- Empowerment
- Nihil Mind
- Purple Letter
- Sola Mors Liberat
- When Shadow Falls