Direto do Forno: Stranhos Azuis – Stranhos Azuis [2017]
Por Mairon Machado
Stranhos Azuis é um power trio da cidade de São Carlos, estado de São Paulo. Formado em 2006, a banda tem influências diretas de grandes nomes do rock setentista mundial, além de trazer referências de dinossauros nacionais como Made in Brazil e Patrulha do Espaço, muito por conta de que 2/3 da banda é formado por Danilo Zanite (guitarra e voz) e Daniel Gordi (baixo), que fazem parte da Patrulha. Os dois estão acompanhados de Luciano Matuck (bateria), e assim, temos muita experiência para ser compartilhada.
O primeiro registro do grupo foi um EP com 4 músicas (2011), e agora, chega a vez do primeiro full lenght, o bom Stranhos Azuis. O rockzão de “Acordar Pra Vida” abre o álbum no melhor estilo power trio, destacando a força de riffs musculosos, um refrão grudento e uma letra que fala sobre a força de se erguer após a perda de um amor, através de um novo amor. “Sr. da Razão” é outro bom hard, que chama a atenção pela participação entusiástica dos Sitars de Paulo Hecht e Alberto Mariscano. A letra trata sobre o fato de se fazer aquilo que se julga o mais correto ser feito, mas levando em consideração não se passar por otário, e musicalmente, além dos Sitars destaca-se o grande solo de Danilo.
Contrapondo o peso das faixas iniciais, “Bagagem de Mão” explora instrumentos acústicos, em um blues muito bom que narra a história de um solitário roqueiro viajante. Dela, partimos para o rock ‘n’ roll na melhor linha da Patrulha com “Dividir Com Meu Amor”, tendo a participação de Claudinho Munno nos backing vocals. O estilão desleixado da Patrulha também pode ser sentido em “Oh Ana Rebordosa”, rockzão com boa pegada e uma letra que muito músico gostaria que acontecesse em sua vida.
“Andando e Cantando” soa moderna, na linha de bandas como Jota Quest, e não me agradou, e a letra falando sobre a busca de alguém especial também não ajuda. Ainda bem que o grupo se recupera com a ótima instrumental “T. A. DC”, rockzão na linha Kiss com predomínio de solos de guitarra. O baixão explodindo nas caixas de som em “Colarinho Branco” também mantém o clima de festa lá em cima, em uma faixa pesada com uma boa crítica política. Seguem a balada “Pedras no Caminho”, com uma letra emotiva sobre separação e outro bom solo de guitarra, e a encerra festa “Um Cara Comum”, faixa de pouco mais de seis minutos que ficou muito bem para fechar Stranhos Azuis, com uma pegada hardona e um bom refrão.
O álbum pode ser conferido na página oficial da banda, de forma gratuita, www.stranhosazuis.com.br . Não é um disco revolucionário, não irá lotar estádios, mas agrada e muito de ouvir.
Track list
1. Acordar para a Vida
2. Sr. da Razão
3. Bagagem de Mão
4. Dividir com Meu Amor
5. Oh Ana Rebordosa
6. Andando e Cantando
7. T. A. DC
8. Colarinho Branco
9. Pedras no Caminho
10. Um Cara Comum
Parabéns pela iniciativa da consultoria em resenhsr álbuns. É um serviço de utilidade pública por trazer novidades, indicando que o rock nacional está em plena atividade.
Valeu Antonio. E é sempre bom ver que a cena se renova
Só pela banda ser de São Carlos, a banda já ganhou minha atenção. Saudades do tempo da faculdade!!!
Os caras tocam bem Fernando. Vale a pena ir atrás do som!!
Gostei da letra de Colarinho Branco. Bastante atual e com uma visão bastante correta.