Kreator – Gods of Violence [2017]

Kreator – Gods of Violence [2017]

Por André Kaminski

Creio que todos (ou uma grande maioria) dos leitores do site tem ao menos uma noção do que é o Kreator. Os thrashers alemães estão aí há mais de 30 anos lançando petardos do metal (e alguns discos não tão METÁU assim) para o pessoal que curte a música extrema. Cinco anos depois do bom Phantom Antichrist [2012], os caras retornam com mais músicas para rechear a já sua extensa discografia.

Seguindo o estilo do disco anterior, percebe-se que a banda continua na linha de manter uma espécie de “melodic thrash metal” (acabei de inventar este rótulo) em que as guitarras de tonalidade thrash passam tocar também linhas mais melódicas e porque não dizer “belas” ao invés da velocidade e peso de antes. “Ah, mas o Pantera já fazia isso lá nos anos 90”. É diferente. O Pantera buscava riffs ganchudos em suas canções. Aqui é mais como se eles tivessem tocando para que a canção soe pesada e melodiosa ao mesmo tempo, com os pés bem fincados no thrash mas buscando outras influências dentro do heavy tradicional e do melodeath. Claro que se você curte uns bumbos duplos e velocidade, também terá lá seus momentos de intenso headbanging. Mas também encontrará alguns pianos, guitarras desplugadas e até mesmo gaita de foles neste trabalho.

A instrumental “Apocalypticon” já passa a ideia com um climão mais refinado ao que “World War Now” já chega com momentos que varia de médio tempo, velocidade intensa e melodias ao estilo heavy tradicional. “Satan Is Real” aparece com sinos e tem uma pegada muito parecida com as bandas melodeath nórdicas. “Totalitarian Terror” já inicia firme na velocidade soando como o Kreator oitentista.

Ventor (bateria), Sami Yli-Sirniö (guitarras), Mile Petrozza (vocais, guitarras) e Christian Giesler (baixo)

Outras músicas de destaque são “Hail to the Hordes” com um jeitão meio Grave Digger que me ganhou na hora. E “Lion With Eagle Winds” que começa com um dedilhado calmo de teclado para depois cair naquele thrash velho conhecido da banda. Outras canções como “Fallen Brother” (pegada ao estilo Megadeth) e “Side by Side” (a ponte da música vai te lembrar o Iron Maiden) também são músicas que mantém um bom nível enquanto “Death Becomes my Light” seja a única faixa meia boca que não me chamou a atenção por achar que ficou longa demais (podiam cortar uns 3 minutos de música que não fariam falta).

Mile Petrozza continua com seu vocal ríspido e esganiçado de sempre. O tempo definitivamente não afetou em nada as cordas vocais do velho alemão. O finlandês Sami Yli-Sirniö já está há 16 anos comandando as guitarras da banda e faz seu trabalho muito bem. Ventor segue sendo um baita baterista mas notei que o baixo de Christian Giesler ficou apagado na produção. Poderiam ter dado uma atenção maior a este detalhe.

No geral mais um ótimo disco desses veteranos do metal germânico. Quem é aberto a novidades no thrash – algo que não é lá muito comum no gênero – vai se dar bem com este disco. Eu recomendo.

Tracklist:

  1. Apocalypticon
  2. World War Now
  3. Satan is Real
  4. Totalitarian Terror
  5. Gods of Violence
  6. Army of Storms
  7. Hail to the Hordes
  8. Lion With Little Wings
  9. Fallen Brother
  10. Side By Side
  11. Death Becomes my Light
Sami Yli-Sirniö (guitarras), Christian Giesler (baixo), Mile Petrozza (vocais, guitarras) e Ventor (bateria)

5 comentários sobre “Kreator – Gods of Violence [2017]

  1. A fase que o Kreator iniciou a partir de Violent Revolution (meu preferido da banda) é fantástica. Com todo respeito ao material oitentista, mas pra mim a época de ouro da banda é a atual. Sami Yli-Sirniö é um guitarrista espetacular.

  2. Concordo com o Fernando. O Phantom é o melhor deles nessa nova fase…embora esse último não fique muito atrás. Das alemãs, acredito que o Kreator seja a banda mais constante no estilo Thrash metal…

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