Entrevista: Patrick Djivas e Franz DiCioccio (Premiata Forneria Marconi)
Por Mairon Machado
Em parceria com o site Progshine, a Consultoria do Rock traz hoje para vocês uma entrevista exclusiva com Patrick Djivas e Franz Di Cioccio, baixista e baterista, respectivamente, do grupo italiano Premiata Forneria Marconi (PFM). Os italianos estarão passando pelo Brasil no próximo mês de abril, com uma série de shows (São Paulo – 19; Porto Alegre – 20; Rio de Janeiro – 21; Belo Horizonte – 22).
Os membros fundadores de uma das mais tradicionais bandas de rock progressivo na década de 70 contam um pouco sobre o novo álbum, Emotional Tattoos, como serão os shows em nosso país, e claro, passeiam pela história marcante e cheia de sucesso de sua carreira. Confira abaixo as versões em português e inglês.
Versão Em Português
Antes de mais nada, obrigado por sua atenção. Esta será a segunda vez do PFM aqui no Brasil nessa década. Quais as lembranças que você tem da apresentação do grupo em nosso país em 2014, e o que você espera encontrar nas apresentações que irão ocorrer em quatro cidades?
Patrick (PA): Na verdade, esta é a terceira vez. Todos lembramos desses shows com muita alegria. Adoramos muito o público brasileiro por que no seu país, a música é um parceiro de vida insubstituível. Os brasileiros respondem a nossa música com entusiasmo e isto significa que o concerto é transformado, toda as vezes, em uma grande festa coletiva. Esperamos o entusiasmo que conhecemos muito bem.
Como será a divisão do repertório do show para essas apresentações tão especiais?
Franz (FZ): O set list está articulado com a execução de peças que cobrem todo o nosso repertório. Chamo elas de “janelas emocionais”, e observamos todos nossos períodos históricos. Teremos peças do começo da banda, o período “inglês”, o “americano”, a temporada experimental do PFM na música clássica, e partes do novo álbum, Emotional Tattos. Teremos também momentos de livre improvisação, que tornam os concertos sempre diferentes.
Há a possibilidade dos shows no Brasil serem registrados para um posterior lançamento, seja em vídeo ou áudio?
PA: Não sabemos ainda. Nosso empresário está verificando a possibilidade dessa hipótese.
Recentemente, o PFM esteve apresentando ao vivo, na íntegra, álbuns consagrados da fase inicial da carreira do grupo, que inclusive foram lançados em CD. Como surgiu a ideia de recriar obras como Storia di Un Minuto, Per Um Amico, L’isola de Niente, …
FZ: Somos felizardos de ter uma audiência multi geracional. Tocamos muito ao redor do mundo, e nosso repertório é vasto. Por esta razão, sempre temos novos fãs que descobrem o PFM, se apaixonam por nossa música e buscam nossas gravações. Storia di Un Minuto, Per Um Amico e L’isola di Niente são discos importantes que fizeram a diferença na época de seus lançamentos. O segundo e o terceiro, na versão inglesa, atingiu um bom posicionamento nas paradas britânicas, e ficou nos 100 mais da Billboard americana. Foi a primeira vez que isso aconteceu para um grupo italiano não-inglês, com raízes mediterrâneas. Um grande alvo que abriu nossas portas em todos os países. Por esta razão, eles foram também relançados em novas versões. Il suono del Tempo é uma coleção que reapresenta em uma caixa nossos cinco primeiro discos. Gravamos eles no Japão em uma versão ao vivo, com os mesmos arranjos originais..
O álbum Emotional Tattos foi lançado em dois formatos: um com as canções em italiano e outro, no formato especial, com as canções em italiano e em inglês. Essa é uma tendência para os próximos lançamentos do grupo?
PA: Certamente. Recentemente, assinamos um contrato internacional com a InsideOut (selo Alemão mundial) e é natural que nosso público é diverso. A versão italiana, porém, não é lançada apenas para a Itália. Em nossas turnês percebemos que nos países da América Latina a versão italiana é mais admirada pelo fato da sonoridade próxima da língua nos idiomas da América Latina. O inglês por outro lado, é para o resto do mundo. Os temas das letras são compatíveis como inspiração entre as duas línguas, mas eles não são a tradução um do outro.
Como foi o processo de composição das canções do novo álbum?
FZ: Eu e Patrick escrevemos tanto as letras quanto as músicas. Para as composições, nós trabalhamos bem e em grande harmonia. Patrick, além de ser um grande baixista, é um pesquisador de sons e seus arranjos são ricos em nuances que englobam cada estilo musical. Conhecemos um ao outro muito bem, e quando eu canto uma melodia ele já tem em mente como a canção irá surgir. Para as letras é um trabalho similar. Eu escrevo em italiano e ele em inglês, uma língua que ele conhece muito bem, junto do italiano e do francês.
De forma a promover Emotional Tattoos, os vídeo-clipes de “Le Lezione” e sua versão em inglês foram lançados. Como foi o processo de criação dos mesmos, e por que a escolha dessa canção para um vídeo promocional?
PA: Escolhemos ela por que é uma peça muito dinâmica, onde existe uma melodia, ritmo, experimentação de sons e um grande arranjo envolvido. A letra é uma reflexão do papel da vida, que é sempre o professor de nossas ações. Queríamos um vídeo irônico, que representa-se a banda como é dentro e fora dos palcos.
O disco todo tem vários momentos de admirável audição, mas em especial, curti muito as faixas “Il Regno” e “Big Bang”. Em especial, com esta última canção, sou doutor em Física de Partículas, e estudei de alguma forma sobre o Big Bang. Você poderia falar um pouco sobre a história e o conceito dessa faixa?
FZ: Fico feliz que você curtiu essas duas canções por que elas estão entre as nossas preferidas. O conceito de “Big Band” é aplicado na vida como uma metáfora. Quando você decide mudar sua vida, um tipo de Big Bang emocional acontece. Tudo se despedaça e inicia-se sem esquemas, em completa liberdade.
Ao mesmo tempo, temos a faixa instrumental “Freedom Square”. Como foi o processo de criação da mesma, e o que é mais fácil: criar uma faixa totalmente instrumental ou inserir letras sobre uma melodia já criada?
PA: Somos músicos, e certamente é mais fácil criar peças instrumentais sem pensar numa letra. Nessa etapa a história já está na expressividade dos instrumentos e suas intervenções musicais. Imagine estar em um quadrado conversando com amigos cada um com seus instrumentos em mãos. Assim nasce uma jam session, na qual cada um dá a sua colaboração.
A arte da capa de Emotional Tattoos, por Stefano Bonora, traz um conceito interessante sobre “o novo mundo musical do PFM”. Explique quais os principais detalhes e características da mesma.
FZ: Quando escrevemos as canções percebemos que eram histórias que conduziam o ouvinte a expor um novo mundo do PFM, então a melhor forma era pegar uma nave espacial e trazer todo mundo para descobrir este Novo Mundo Musical, feito de imagens conhecidas e também novas imagens. O conceito é descobrir as emoções que temos com elas.
O vinil tem voltado com força nos últimos anos, inclusive com o PFM fazendo lançamentos nesse formato. Como vocês percebem esse retorno do vinil e quais as principais atribuições que o LP pode agregar para o fã?
PA: O vinil te leva a ouvir música com mais cuidado, devido ao manuseio e a atenção ao ouvir que são mais próximas a esfera emocional humana. A assim chamada “música líquida” não tem esse charme. O vinil faz você dedicar seu tempo.
FZ: E mais tempo para si mesmo significa assimilar melhor as emoções, e felicidadeem ouvir. É um gesto ritual, como preparar uma taça de chá. Nosso LP na Itália atingiu a primeira posição nas paradas italianas de LPs, e isto não acontecia há muito tempo. Amo vinil e penso que os fãs estão voltando a amá-los também.
Falando um pouco sobre alguns dos últimos lançamentos do grupo, como surgiu a ideia de criação do álbum instrumental Stati di immaginazione.
PA: A ideia foi de nossa empresária Iaia De Capitani. Ela nos conhece muito bem, e sabe que se existe uma boa ideia, PFM imediatamente irá trabalhar. Alugamos um teatro e em uma semana compomos a música inspirada pelos curtos filmes que ela havia editado.
FZ: Depois de tanto tempo de existência, havia a ausência de um disco instrumental, e esta foi uma oportunidade para falar com a música, sem ter a necessidade de cantar e escrever as letras. Um projeto que renovou nossa liberdade de expressão, sem condicionamento de gênero.
No álbum PFM In Classic From Mozart A Celebration, há uma bela homenagem a música clássica. Como surgiu a ideia desse projeto, bem como foi o processo de seleção das composições para esse show.
FZ: Outra ideia de Iaia que concordamos e preenchemos. Somos devedores dos ensinamentos advindos dos Mestres Clássicos. Portanto, pareceu legal fazer um projeto que reverte-se os papeis.
PA: Imaginamos uma jam session com Mozart, Prokofief e todos os outros músicos que gostamos. Arranjamos e misturamos nossos temas com os deles. Novas composições clássicas e elétricas estavam nascendo ao mesmo tempo.
A caixa Marconi Bakery, lançada ano passado, resgatou os álbuns Photos of Ghosts, L’isola di Niente e The World Became The World, mas principalmente, trouxe um CD bônus com muitas raridades. Dentre elas, uma versão para “21st Century Schizoid Man”, do King Crimson. Como foi a gravação dessa canção e que outras bandas serviram de influências para a formação inicial do PFM.
FZ: Eu diria que toda a boa música daquele período, e o King Crimson em particular. Esta canção foi uma homenagem dedicada à eles para nosso debut. Tínhamos mudado o nome de Quelli para PFM, e tocávamos covers bem executados para sermos reconhecidos com a nova formação. Greg Lake ouviu aquela fita anos depois e decidiu nos escrever para seu novo selo, Manticore.
Aqui no Brasil, o álbum I Quelli é reverenciado por diversos admiradores do progressivo, assim como é um item de colecionador de alto valor. Conte-nos um pouco sobre o período no qual o I Quelli esteve na ativa, e como foi desenvolver o rock progressivo na Itália.
FZ: Seria uma longa conversa sobre o I Quelli porque devemos escarafunchar os anos 60. Ao menos é suficiente saber que as raízes foram boas, não era progressivo, mas haviam excelentes músicos, e isto então levou a transformação para PFM.
Quais as bandas de rock progressivo, ou da música em geral, que você conhece aqui do Brasil?
PA: Confesso que amo todo tipo de música, e não faço discriminação de gênero. Realmente amo a música brasileira e suas raízes.
FZ: Amo a música brasileira também, mas estou intrigado pelas bandas extremas, que reviram suas tradições e oferecem um material forte. Na área do rock, uma banda brasileira que conheço bem é o Sepultura, por sua frequência no Thrash Metal primitivo.
Hoje em dia, tornou-se tradição unir grandes nomes de um determinado estilo para apresentações exclusivas. Um exemplo marcante é o Big 4 do Thrash Metal, bem como o G3 de Vai, Satriani e Malmsteen. Aqui na Consultoria do Rock, temos uma seção chamada Notícias Fictícias que Gostaríamos que Fossem Reais, e com certeza, uma delas seria uma turnê por nosso pais unindo gigantes do prog italiano, como PFM, Le Orme, Locanda dele Fate, entre outros. Isso seria possível?
FZ: Não creio que isto seja possível. Uma coisa é colocar três ou mais solistas em um único palco, outra é colocar várias bandas em um mesmo concerto. O desejo dos fãs as vezes não reflete a realidade artística e as escolhas pessoais das bandas no cenário progressivo. O show de uma banda é o seu DNA, e isto varia muito de pessoa para pessoa e de banda para banda.
Apesar da recente saída do guitarrista Franco Mussida, vocês ainda mantém contato?
FZ – PA: Não temos contato. Cada um por si e Deus por todos.
Por favor, mande uma mensagem para vossos fãs no país. Estamos aguardando-os ansiosos, e obrigado por seu tempo e atenção.
FZ – PA: Iremos nos ver em poucos dias, e saibam que estamos ansiosos pelo público brasileiro. OBRIGADO!
English Version
In partnership with Progshine, Consultoria do Rock brings you an exclusive interview with Patrick Djivas and Franz Di Cioccio, bassist and drummer, respectively, of the Italian group Premiata Forneria Marconi (PFM). The Italians will be passing through Brazil next April, with a series of shows (São Paulo – 19, Porto Alegre – 20, Rio de Janeiro – 21, Belo Horizonte – 22).
The founding members of one of the most traditional bands of progressive rock in the 70’s tell a bit about the new album, Emotional Tattoos, as will the shows in our country, and of course, stroll through the remarkable and successful history of his career. Check out the Portuguese (above) and English (below) versions.
First of all, thanks for your attention. It will be the second time of PFM in Brazil at this decade. What memories do you have of the last shows of the group in our country (2014) and what do you expect for the shows that will take place in four cities next April?
Patrick In reality this is the third time. We all remember the shows with great joy. We like Brazilian audiences a lot because in your country music is an irreplaceable life partner. The Brazilians respond to our music with enthusiasm and this means that the concert is transformed every time into a large collective party. We expect the enthusiasm that we know very well
How will the set list be choosed for such special presentations?
Franz The set list is articulated with the execution of pieces that belong to all our repertoire. I call them emotional windows and overlook all our historical periods. There will be pieces from the beginning, the English period, the American one, the experimental season of PFM in Classic and part of the last album Emotional Tattoos. There will also be moments of improvisational freedom that makes the concert always different.
Is it possible that the shows in Brazil are being to be recorded for a later release, whether in video or audio?
PA This we do not know yet. Our management is verifying the possibility of this hypothesis
Recently, the PFM has been presenting the famous albums of the initial phase of the group’s career, which were even released on CD. As the idea of re-creating works such as Storia di Un Minuto, Per Um Amico, L’isola de Niente, arise?
FZ We are fortunate to have a multi generational audience, we play a lot around the world and our repertoire is vast. For this reason we always have new fans who discover PFM, fall in love with our music and go looking for our records. Storia di Un Minuto, Per Um Amico, L’isola di Niente are important records that made the difference at the time of their release. The second and third in the English version entered the ranking in the UK and in the USA in the first 100 Billboard. It was the first time for an Italian non-English band with Mediterranean roots. A great goal that has opened our doors in all countries. For this reason they are also republished in new versions. Il suono del Tempo is a collection that re-presents in a box our first five records. We recorded them in Japan in live version with the original arrangements of the time.
The last album, Emotional Tattos, was released in two formats: one with songs in Italian and another in the special format, with songs in Italian and English. Is this a trend for the group’s next releases?
PA Sure. We have recently signed an international contract with InsideOut (German / world label) and it is natural that our public is wide. The Italian version, however, is not designed only for Italy. In our tours we realized that in the Latin American countries the Italian version is more loved for a fact of sonority because our language is closer to the Latin American idioms. English instead is for the rest of the world. The themes of the lyrics are compatible as inspiration between the two languages, but they are not the translation of each other.
How was the songwriting process for the new album?
FZ Patrick and I have written both the music and the lyrics. For the compositions we worked very well and in great harmony. Patrick, besides being a great bassist, is a researcher of sounds and the arranged arrangements are rich in nuances that range in every musical style. We know each other very well and when I sing a melody he already has in mind how the song will come. For the lyrics it was a similar work. I wrote those Italians and he those in English, a language that knows very well besides Italian and French.
To promote Emotional Tattoos, the video of “Le Lezione” and its English version have been released. How was the process of creating them, and why the choice of that song for a promotional video?
PA We chose it because it is a very dynamic piece, where there is a melody, rhythm, sound experimentation and an arrangingly involved one. The lyric is a reflection on the role of life, which is always the first teacher of our actions. We wanted an ironic video that would represent the band as it is on and off the stage.
The whole album has several moments of admirable listening, but in particular, I really enjoyed the tracks “Il Regno” and “Big Bang”. In particular, with this last song, I am a PhD in Particle Physics, and Physics Teacher as weel. I studied something about the Big Bang. Could you tell us a bit about the history and concept of this track?
FZ I’m glad you like these two songs because they are among our perferits. The concept of Big Bang applied in life as a metaphor. When you decide to change your life, a kind of emotional Big Bang happens; everything shatters and everything starts without schemes, all in freedom
We have also an instrumental track “Freedom Square”. How was the process of creating this song, and what is easier: to create a fully instrumental track or insert lyrics on a melody already finished?
PA We are musicians and it is certainly easier to create instrumental pieces without thinking of a lyric. In this passage the story is already in the expressiveness of the instruments and in their musical interventions. Imagine being in a square talking to friends with their instruments in hand. Thus a jam session is born in which everyone gives his voice.
The cover art of Emotional Tattoos, by Stefano Bonora, brings an interesting concept about “the new musical world of PFM”. Please, explain the main details and characteristics of it.
FZ When we wrote the songs we realized that they were stories that led the listener to expose a new world of PFM, so the best way was to take a spaceship and bring everyone to the discovery of this New Musical World, made of images that we know but also new images. The concept is to discover the emotions we have within us.
Vinyl has come back strongly in recent years, including with PFM making releases in that format. How do you see this return of the vinyl and what are the main attributions that the LP can add to the fans and groups?
PA Vinyl takes you to listen to music more carefully. because gestures and attention to listening return closer to the human emotional sphere. So-called liquid music does not have this charm. Vinyl takes you to dedicate time.
FZ And more time for oneself means better assimilation of emotions, and happiness in listening. It’s a ritual gesture like making a cup of tea. Our LP in Italy went 1st in the LP ranking and this has not happened for a long time. I love vinyl and I think the public is coming back to love it too.
Talking about some of the group’s latest releases, how the idea of creating the instrumental album Stati di immaginazione came about?
PA The idea was of our manager Iaia De Capitani. She knows us very well and knows that if there is a good idea, PFM immediately gets to work. We closed a theater and in a week we composed the music inspired by the short films that she had edited for us.
FZ After so many live we lacked an instrumental album and that was the opportunity to tell with the music, without having the need to sing and write lyrics. A project that renews our expressive freedom without gender conditioning.
In PFM In Classic From Mozart To Celebration, there is a beautiful tribute to classical music. As the idea of this project arose, as well as the process of selecting the compositions for this show.
FZ Another idea of Iaiah that we have married and fulfilled. We are all debtors of the teachings of the great Classical masters. So it seemed nice to do a project that reversed the roles.
PA We imagined doing a jam session with Mozart, Prokofief and all the other musicians we liked. So we arranged and mixed in our themes with theirs. New classical and electric compositions were born at the same time.
The Marconi Bakery box set, released last year, rescued the albums Photos of Ghosts, L’isola di Niente and The World Became The World, but mainly, brought a bonus CD with many rarities. Among them, a version for “21st Century Schizoid Man”, of King Crimson. Tell us about the recording of this song and what were the other bands that served as influences for the initial formation of PFM.
FZ I would say all the good music of that period and the King Crimson in particular. That song was a tribute dedicated to them at the time of our debut. We had just changed the name from Quelli to PFM and we played well executed covers to make ourselves known in that new formation. That tape years later listened to Greg Lake and decided to write us for his new label Manticore.
Here in Brazil, the album I Quelli is revered by several admirers of progressive, just as it is a high value collector’s item. Tell us a little bit about the period in which I Quelli was active, and what it was to develop progressive rock in Italy.
FZ It would be very long to talk about I Quelli because we should dig in the 60s. It is enough to know that the roots were good, they were not progressive but there were excellent musicians, as it then demonstrated the transformation into PFM
What progressive rock bands, or music in general, do you know from Brazil?
PA I state that I love all music and I never do gender discrimination. I really love Brazilian music and its roots.
FZ I love Brazilian music too, but I’m intrigued by extreme bands that overturn their traditions and offer strong material. In the rock area a Brazilian band I knew was I Sepultura for their frequentation of the thrash metal primitive.
Nowadays, it has become a tradition to combine great names from a particular style to unique presentations. An outstanding example is the Big 4 of Thrash Metal, as well as the G3 by Vai, Satriani and Malmsteen. Here at the Consultoria do Rock, we have a section called News that we would like to be Real, and certainly one of them would be a tour of our country joining giants of the Italian prog, like PFM, Le Orme, Locanda …, among others. Would it be possible?
FZ I do not think it is possible. One thing is to put together three or more soloists on one stage, one account is to put together several bands in the same concert. The desire of the fans often does not reflect the artistic reality and personal choices of the bands of the progressive scene. The show of a band is its DNA and this varies a lot from person to person from band to band.
Despite the recent departure of guitarist Franco Mussida, do you still have contact?
FZ – PA We have no contacts. Everyone for himself and God for everyone.
Please send a message to your fans in the country. We are looking forward to
FZ – PA We’ll see you and know that we can not wait to be brazilian for a few days. OBRIGADO!
Parabéns ao entrevistadores por ter essa grande oportunidade.
Muito legal! ótima entrevista…abraço!