Show: Roger Waters – Curitiba e Porto Alegre (27 e 30 de outubro de 2018)

Show: Roger Waters – Curitiba e Porto Alegre (27 e 30 de outubro de 2018)

Por Mairon Machado

Queria fazer um texto sobre os shows de Roger Waters no Brasil, durante a turnê Us + Them, em outro contexto que não o que estamos vivendo em nosso país. Relutei, e pensei bem para chegar a conclusão que ele não irá comentar tudo de política que houve nos shows. Irei falar do que aconteceu musicalmente, e trazer uma visão geral dessa porcaria política. É muito triste ver um artista do tamanho de Waters ser vaiado por seu posicionamento político, e pior, ser xingado impiedosamente por pessoas que pagaram um bom dinheiro para estar na grade VIP, malucos sem noção que passaram apontando o dedo médio e gritando “comunista”, “Aqui você vai ir para a cadeia com o Lula” e outras baixarias inacreditáveis, que obviamente ele não ouviu, ele não entendeu, talvez ele tenha visto, mas do alto de sua sabedoria, inteligência e por que não, arrogância que marcam uma carreira impecável de 50 anos e muito sucesso, superou musicalmente (e visualmente) com um show de alto nível.

Waters mandando ver no baixo de “One of These Days”

Baixarias de fanáticos a parte, os dois últimos shows de Waters em nosso país marcaram uma grande mudança em relação as suas últimas passagens, em 2007 e 2012. Se lá ele apresentou The Wall – o clássico disco do Pink Floyd, lançado em 1979 – na íntegra, e em 2007 concentrou-se em trazer Dark Side of The Moon em sua totalidade, com outros clássicos de sua carreira, dessa vez ele não ficou só em um disco, e veio promover o ótimo Is This The Life We Really Want?, que saiu ano passado. Com isso, percorreu também cinco álbuns lançados pelo Pink Floyd, passeando então por Meddle (1971), Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975), Animals (1977) e o citado The Wall.

Para tal, um palco gigantesco, com um telão igualmente gigantesco, preencheu boa parte dos estádios Couto Pereira (Curitiba, no dia 27) e Beira-Rio (Porto Alegre, no dia 30). O show foi dividido em três partes, muito parecidas entre Curitiba e Porto Alegre, com exceção da terceira parte, que teve canções excluídas em Porto Alegre. Na primeira parte, o show começou com um vídeo de meia hora de uma moça sentada a beira da praia. A imagem representa uma refugiada, fugindo do seu país, e a moça irá aparecer por outras vezes ao longo do show, inclusive no final.

O som do mar vai se confundir com sons de batidas de coração, e então, “Speak To Me” e “Breathe” abrem o espetáculo de forma suave, nos convidando para apreciar Dark Side of the Moon. Foi curioso encerrar “Breathe” e ouvir na sequência “One of These Days”. Waters aqui mandou ver no baixo, e o chão tremeu com os solos de Jon Carin (tecladista que fez parte da formação do Pink Floyd pós-saída de Waters, e que no show, além de teclados também tocou violão e foi responsável em “One of These Days pelo slide guitar) e Dave Kilminster (na guitarra). Sonzaço, seguido pelos relógio de “Time”, e uma mágica interpretação das vocalistas Holly Laessing e Jess Wolfe (apelidadas de Lucius) para “The Great Gig in the Sky”, que não ficou nem perto da original em ambas as apresentações (fazer o que Clare Torry fez é irreproduzível), mas deu um bom agrado aos ouvidos, e encerrou o lado A de Dark Side of the Moon apenas substituindo “On the Run” por “One of These Days”, o que confesso, curti bastante.

“Time” e “Welcome to the Machine”

A surpreendente “Welcome to the Machine” veio na sequência, trazendo ao fundo o famoso vídeo que marcou sua execução nos anos 70. Foi aqui que aconteceu a manifestação política em Curitiba, mas em Porto Alegre, passou sem nenhuma manifestação (aliás, a capital gaúcha não teve NADA referente a Bolsonaro). Os demais integrantes da banda de Waters, Jonathan Wilson (guitarra, vocais), Gus Seyffert (baixo) e Joey Waronker (bateria), além de Ian Ritchie (saxofone) e Bo Koster (teclados, guitarras), estão na formação de Is This the Life …, e fizeram muito bem a apresentação de três canções deste disco, “Déjà Vu”, “The Last Refugee” e “Picture That” . Confesso que “The Last Refugee” me levou às lágrimas, ainda mais pelo belíssimo clipe exibido no telão, e que “Picture That” foi um belo tapa na cara de muita gente que estava nos dois estádios só para ouvir as duas seguintes, “Wish You Were Here” e “Another Brick in the Wall Pt. 2”. Foi o momento celular, onde os estádios se iluminaram e pude constatar que os retardados que vaiaram Waters só conheciam essas duas músicas mesmo. Agora, o que não entendo é como um cidadão ficou registrando “Another Brick in the Wall Pt. 2” gritando o tempo todo “Vai pra Cuba!”, e isso na pista Vip, e depois foi embora … É vontade de gastar dinheiro!

Tirando isso, vale citar que “The Happiest Days Of Our Lives” se fez presente, assim como a terceira parte de “Another Brick in the Wall”, que encerrou então a primeira parte do show. Também foi bonito ver a mensagem que Waters passou com as crianças encapuzadas durante “The Happiest Days of Our Lives”, como se fossem ser executadas, e depois, ao longo de “Another Brick in the Wall Pt. 2”, tirando o capuz e a roupa de presidiário para curtirem o show livres, dançando, com a liberdade que toda criança – e ser humano – deve ter, e com a palavra RESIST estampada no peito. Ele não tem ideia do impacto que essa mensagem, junto do clipe de “The Last Refugee”, me causou. Ah, houve um pequeno vacilo de Waters na entrada de “Wish You Were Here”, isso no show de Curitiba, mas nada que causasse tanto estrago.

Waters em “Picture That” (acima) e as crianças prestes a serem “executadas” em “The Happiest Days of Our Lives” (abaixo)

O intervalo foi recheado de mensagens no telão, que disseram muito para quem tinha que ler, mas duvido que tenha lido, vide o que aconteceu no domingo das eleições … Enquanto as mensagens rolavam, mais manifestações políticas vinham da plateia, em mais atitudes novamente ridículas de ambos os lados, afinal, aquilo é um show de rock. Enfim, vem a segunda e encantadora segunda parte.

Aqui realmente o show começou. Depois do intervalo com muitas mensagens de resistência a diversos males do mundo, como fascismo, ditadura e até o facebook, o chão começou a tremer, e então, o gigantesco telão transformou-se na usina termelétrica Battersea, que estampa a capa de Animals. Acima do telão, quatro chaminés e o famoso porquinho voando entre elas, e os presentes puderam presenciar uma aula de tecnologia, deixando todos de olhos vidrados, e ouvidos atentos, para as impecáveis apresentações de “Dogs” e “Pigs (Three Different Ones)”, ambas do disco de 1977. A forma como a usina surge no telão é encantadora. Uma pena que no Brasil ela não veio “completa”, como nos shows do exterior, onde parte dela prolongava-se para a plateia, mas mesmo assim, foi incrível.

Momentos do show de Curitiba (acima) e Porto Alegre (abaixo) durante as execuções de “Dogs” e “Pigs (Three Different Ones)

Musicalmente, “Dogs” foi interpretada fielmente a versão original. Os solos de guitarra, a participação dos teclados, tudo esteve muito bem encaixado. A sacanagem unindo os três animais do disco, com a ovelha servindo champanhe para os porcos, e os cães latindo ao fundo, ficou muito legal, e claro, Waters fantasiado de porco, dizendo que os porcos governam o mundo, e depois mandando um belo “Fuck the Pigs” (já sem máscara) foi de tirar o sarro. “Pigs (Three Different Ones)” foi mais centrada em “homenagear” Donald Trump. O uso do vocoder por parte de Dave me fez viajar no tempo, quando ouvia Animals deitado no meu quarto delirando com aqueles efeitos. Só essas duas faixas já valeram a ida nos dois shows, seja pela música, ou pela beleza que foi a criação da usina no telão.

O mais interessante mesmo foi o que ocorreu em Porto Alegre. Assim que o telão apresentou a palavra “Dogs”, um raio gigante cruzou o céu da capital gaúcha. Muitos acharam que fazia parte do show, mas na verdade, foi só um prenuncio do temporal que atingiu a cidade logo em seguida, mas em tempo de ainda acabar o show, o qual foi toda a segunda parte embaixo de água. Inclusive, o porquinho voador, com as palavras Seja Humano estampadas na barriga, deu uma breve volta no estádio e logo foi guardado (em Curitiba ele ficou mais algumas canções “no ar”). O público não arredou o pé em Porto Alegre, e em Curitiba, todos sequinhos curtiram “Money” e “Us and Them”, mais duas de Dark Side of The Moon, e que novamente levaram-me às lágrimas. Que músicas belas, e que composições. Presenciar o criador delas tocando ali, diante dos meus olhos, é algo inesquecível.

Mais imagens da Usina, com destaque para o porquinho voando sobre as chaminés (abaixo) e Waters com a máscara de porco (acima)

Veio “Smell the Roses”, do novo álbum, e um cheiro forte e repugnante surgindo na frente do palco, que nos fez sentirmos dentro da própria usina termelétrica (esse efeito, para quem não estava na pista, creio que não foi sentido). Fechando a segunda parte do show, o momento mais aguardo, com “Brain Damage”, “Eclipse” e a recriação da capa de Dark Side of The Moon, através de um show de lasers que iluminaram os estádios, formando então a pirâmide (lasers branco) e as cores do arco-íris. Vendo de dentro da pirâmide, o efeito não foi tão belo quanto da arquibancada, onde podia se ver explicitamente a capa de Dark Side, mas de qualquer forma, foi muito esperta e inteligente a produção que fez essa obra, encantadora de todos os lugares que fosse vista, e que encerrou a terceira parte do show de forma sublime.

Em Curitiba, Waters deu um breve intervalo, apresentou a banda, contou que a próxima canção ele resolveu tocar no lugar de “Mother”, por conta dos problemas judiciais que poderiam surgir, e que a mesma era dividida em três partes. Assim, vieram “Wait for Her”, “Oceans Apart” e “Part of Me Died”, que ficaram lindas, com muita emoção e mensagens belíssimas de paz vindas do telão. Já em Porto Alegre, com a chuva aumentando e o temporal se aproximando, Waters quebrou o protocolo, disse que não ia apresentar a banda, e foi direto para o final, com “Comfortably Numb”. Outra faixa sensacional, com belos solos por parte de Kilminster, e na qual eu tive a oportunidade de ao menos cumprimentar Waters e agradecer por ele ter trazido essa turnê ao Brasil, já que ao final da canção (em ambos os shows), ele desceu do palco e foi dar um tapinha nas mãos dos fãs que se aglomeravam nas grades.

 

A pirâmide de Dark Side em dois momentos

Foi uma demonstração de simpatia e carisma de Waters, um momento digno de alguém como ele, o qual saiu do palco dizendo amar à todos e agradecendo a presença (e dando uma corridinha para fugir da chuva em Porto Alegre). Com os estádios já iluminados, a mulher sentada na beira da praia volta ao telão, e então, eis que surge sua filha, do meio da praia, para um fraterno e emocionante abraço encerrar definitivamente a apresentação.

Alguns pontos preciso ressaltar:

  • O show de Curitiba, para mim, teve muito mais tesão por parte de Waters. Em Porto Alegre, ele pareceu mais frio, ou conformado com a eleição do Bolsonaro. Em Curitiba, ele ainda tinha um gás para queimar, e foi bem mais interativo com a plateia no sentido de tentar fazer algum eleitor repensar o voto.
  • O público em Porto Alegre foi maior, mas não lotou o Beira-Rio. Talvez por que havia semifinal de Libertadores no mesmo horário, ou a ameaça de chuva, enfim. Na média, os dois shows deram 40 mil pessoas cada.
  • A tecnologia dos shows está cada vez mais surpreendendo, o que é ótimo, mas como é bom ver uma banda afiadinha e sem errar quase nada.
  • A comida e bebida estavam com preços bem abusivos, sem falar no estacionamento. Foi a oportunidade para muitos enriquecerem as custas dos fãs, e pior, a oportunidade de ver que tem muito direitista cheio da grana, que se prestou a comer pra caralho durante o show, vaiar Waters quando podia, bater papo durante “Dogs” ou “The Last Refugee” (só para citar algumas) e ligar o celular para filmar “Another Brick in the Wall, Pt. 2”.
  • Interessantíssimo ver que em “Another Brick in the Wall, Pt. 2”, até o vendedor de lanches sentou para curtir o espetáculo.
  • Provavelmente essa foi a última turnê de Waters por nosso país.
  • O povo brasileiro, em suma maioria, ainda tem muito a aprender sobre democracia, e principalmente, que em local de show, política, futebol e religião não podem entrar em campo de jeito nenhum.

Fim de espetáculo

Set list

  1. Speak to Me
  2. Breathe
  3. One of These Days
  4. Time
  5. Breathe (Reprise)
  6. The Great Gig in the Sky
  7. Welcome to the Machine
  8. Déjà Vu
  9. The Last Refugee
  10. Picture That
  11. Wish You Were Here
  12. The Happiest Days of Our Lives
  13. Another Brick in the Wall Part 2
  14. Another Brick in the Wall Part 3
  15. Dogs
  16. Pigs (Three Different Ones)
  17. Money
  18. Us and Them
  19. Smell the Roses
  20. Brain Damage
  21. Eclipse
  22. Wait for Her (Curitiba)
  23. Oceans Apart (Curitiba)
  24. Part of Me Died (Curitiba)
  25. Comfortably Numb

26 comentários sobre “Show: Roger Waters – Curitiba e Porto Alegre (27 e 30 de outubro de 2018)

  1. Assisti o show em Curitiba, de fato, maravilhoso. Detestei, entretanto, a plateia que se dividia entre vaias e “ele não”. Mas deixa para lá, fui para ver um show de rock, e isso eu consegui. Um dos melhores shows que já vi em termos de produção e repertório. Ouvir Dogs na íntegra valeu por tudo. Aliás, o espetáculo visual durante a exibição do prisma de Dark Side of the Moon, visto da arquibancada, é efetivamente fantástico!

  2. Eu perdoo o Roger Waters pela palhaçada do “Ele Não!”, e que se foda o resto que se aderiu a isso! Eu pergunto: onde entra o David Gilmour nessa história toda???

    1. Todo dia o Igor Maxwell pedindo a mesma coisa de anos atrás num post diferente mesmo depois de ser avisado que não vai rolar disse:

      Palhaçada são seus comentários. Quando não redundantes, irritantes.

      Passou da hora de excluírem eles.

      1. Igor, vai com calma. Ofensas desse nível não serão toleradas, e portanto, vamos apagar esse comentário

  3. Assisti ao show de Porto Alegre, e, embora chateado com a não-execução de “Mother” (embora tenha compreendido totalmente quando Waters anunciou sua retirada do set list “para não comprometer a segurança nem de vocês – plateia – nem da banda”), o que mais me irritou nem foram as ridículas manifestações de “elenão/elesim”, “fora PT” e “seremos resistência”, mas os imbecis que quase estragaram “Dogs” para mim ao ficarem vibrando e comentando o gol do Grêmio sobre o River Plate no jogo da Libertadores que acontecia ao mesmo tempo do show! Pô, tudo bem querer se informar sobre o jogo, mas comemorar como se estivesse no estádio assistindo ao jogo, e não a uma das mais contundentes (e belas) canções de toda a carreira do Pink Floyd, francamente!

    No mais, musicalmente e visualmente, achei bem superior ao show que assisti no Estádio Olímpico no começo do século (na turnê eternizada do DVD In The Flesh – o show do The Wall é hors concours em qualquer categoria). O repertório foi melhor, a tecnologia e os efeitos visuais mais impressionantes e emocionantes (confesso que chorei como uma criança ouvindo “Eclipse” e assistindo à recriação da capa do Dark Side ali na minha frente), a “ascensão” da Usina do solo do Beira Rio foi de cair o queixo de espanto, as mensagens (cantadas, escritas ou faladas ao longo da noite) tão importantes que tão poucos entenderam (infelizmente), as músicas… tudo relacionado essencialmente ao show em si foi fantástico e inesquecível!

    Só para ressaltar que não vi nenhuma resenha, de veículo grande ou pequeno, ressaltar a mensagem passada no telão durante uma breve (mas notável) interrupção em “Money”, onde se lia (salvo engano) “Vocês não venceram. No mundo de vocês não há vencedores, apenas perdedores, e todos nós perdemos”. Entenda quem tiver capacidade de compreender!

    Agora é torcer que ainda tenhamos a liberdade de assistir a espetáculos assim no futuro, e que a música possa permanecer viva e livre em nosso país ao longo dos anos negros que se avizinham! Como o telão no Beira Rio pregou tão corretamente, é nosso dever Resistir, sempre!

  4. Roger Waters faz história com seu show e com sua postura política. Mesmo com a censura em Curitiba manteve-se firme, coerente com sua história, além de nos presentear com um belíssimo espetáculo. Representou com altivez seus tempos de Pink Floyd e demonstrou que tem uma carreira solo, no mínimo, instigante. Peço desculpas pelo comportamento de alguns beocios, Waters e lamento que no Brasil, que entrou na era das trevas, não seja mais parte do seu roteiro de shows. Valeu…

  5. Muito triste os acontecimentos nos shows do Roger Waters no Brasil. Ele também foi vaiado nos EUA depois de criticar o Trump. Essa onda de intolerância contra a opinião alheia não é exclusividade do Brasil, mas uma realidade mundial.

    1. Uma pena maior ainda que a música e o espetáculo visual acabaram sendo ofuscados pelas vaias e #Elenãos vindas da plateia. Mas de todo mal, ficou um grande show

    2. Contorcionismo igual à apelar pro “ah mas ele falou de x, por que não falou de y também?”, né? Ou mesmo essa desculpa estapafúrdia do “ele não tem condição pra avalizar” (ou você mora nos três países que citou, seguindo sua lógica?).

      Os nomes citados no telão possuem ideologia semelhante, e não é pelo fato do Waters não citar Maduro (que de fato merece críticas igualmente duras) que o protesto dele é menos legítimo. E quem não concordou vaiou, que é algo absolutamente justo. O que não parece justo é falar que o Waters é um “imbecil político” por não protestar contra tudo que tem de ruim no mundo e se centrar em uma pauta, que não só era urgente (no sentido de proximidade) como tinha relação com nomes como o do presidente dos EUA.

  6. “Igor, vai com calma. Ofensas desse nível não serão toleradas, e portanto, vamos apagar esse comentário.”

    Me desculpe chefe Mairon… Eu estava só brincando!

  7. Foi o show certo em um momento errado do País. As músicas sempre tiveram viés crítico em relação a política. E muitos nao enxergaram isso. O fato é que o Brasil estava dividido entre aqueles que não aguentavam mais o governo do PT e aqueles que não concordam com o discurso do Bolsonaro e suas polêmicas.
    Somando tudo isso, com certeza daria confusão. O fato é que Roger Waters não sabia ou não ligou para essa polarização.
    É uma pena pois o show foi incrível!
    Mas o Rock é isso. Feito de expressões e todos tem seu direito, desde que respeitosamente.

  8. Lamentável o nível que chegou esta postagem. Por isso vou dar meu recado aqui a duas figuras que encaminharam a discussão ao nível que ela está agora que são o Anônimo e o Felipe.

    O primeiro nós já conhecemos de tempos e sabemos de sua tradicional rabujice. Quando se prestava a só odiar músicas e discos a gente deixava de lado. Mas agora enfiou esse lado político nesta postagem sabendo que logo ia ver alguém se incomodar e responder. E aí virou essa baixaria que está. A ti eu recomendo voltar a só odiar discos e músicas e dispensamos a politicagem, OK?

    Agora ao Felipe que aparentemente é o novato aqui. Você ofendeu, desrespeitou a postagem, enfiou politicagem também no meio, acusou o autor da postagem de usar fakes (e sabemos que são leitores antigos do site) e contribuiu para a baixaria tomar conta da postagem. Se ver bem, em praticamente todas as mais de 1000 matérias no site, política é algo que evitamos e obviamente esse show acabou tendo de se mencionar este fato vide o contexto que o envolveu. Neste site temos gente dentro da equipe que votou em Haddad, Bolsonaro, Ciro, Amoêdo, nulo e de diferentes espectros ideológicos seja quem ainda está ou quem já passou pela nossa equipe. Então você também baixe a bola que você não é ninguém para acusar quem for deste site ou dos leitores aqui de fake ou ofensas de qualquer espécie. Eu já estou farto dessa politicagem barata que invade toda e qualquer discussão, eu escrevo nesse site porque quero debater música e se aqui fosse enviesado para qualquer lado político que fosse, nem entraria mais aqui desde lá de 2014 que estou na equipe.

    Vou apagar todos os posts que não dizem respeito ao show do Roger Waters ou que contribuíram para esse lamentável barraco. E quem insistir nisso, aí teremos que, lamentavelmente, banir, coisa que eu nunca fiz aqui dentro. Mas farei sem medo na consciência vide o nível que chegamos. Aviso dado, sem choradeira depois.

    1. Boa André, manda bala, vai ser bom pra reputação do consultor e dos comentaristas envolvidos, a vergonha estará enterrada, só sobreviverá, talvez, na mente dos mesmos.
      Abraço!

  9. O que foi que eu perdi? “Mamilos”? O artista Roger Waters é um gigante em sua área. É um músico diferenciado, que comandou uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Ponto. O cidadão Roger Waters tem ideias políticas das quais eu discordo veementemente. Ponto. O grande erro de Waters foi não compreender o que está acontecendo no Brasil. Mas não é só ele que não compreende: boa parte da mídia, da classe artística e da intelectualidade não está entendendo nada! Acho ridícula a postura de detestar um artista por sua postura política. Gosto do Waters. Gosto de Ted Nugent. Um é esquerdista. Outro é direitista. A semelhança é que, no palco, os dois entregam grandes shows. Se rock é liberdade…

    1. Francisco, não perdeu nada de mais, concordo plenamente com seu comentário, também sou fã do Roger Waters, é um gênio musical, o último disco dele é excelente, um dos melhores do ano passado. Também discordo das opiniões políticas dele, nem por isso deixo de ouvir sua música. Ele é um imbecil quando se dispõe a falar de política, aí um consultor e dois comentaristas intolerantes ficaram revoltados porque acharam que eu estava defendendo um político e não ideias; diante do flagrante erro do Roger Waters de suscitar essa questão neste período eleitoral, justamente por não ter ciência do que está acontecendo e projetar um futuro apocalíptico com base em frases imbecis ditas pelo candidato eleito que não comunga da ideologia que ele acredita.

      EDIT: Mas você é teimoso e insistente hein? O negócio parou e você de novo teve que alfinetar. (André Kaminski)

  10. Relutei muito antes de postar um comentário, por receio de virar uma discussão política.

    Esse foi o terceiro e pior show do Roger Waters que fui. Assisti em 2007, na Praça da Apoteose, e em 2012, no Engenhão. De fato, ele sempre deu um tom político às suas apresentações. Me lembro da homenagem ao Jean Charles, em 2012, e o “nem fudendo”, durante a música Mother.

    Mas nada foi tão político quanto este último show. Música sim, música não, subia o coro de “Elenão”. Porra, o cara solando, e a galera preocupada com Bolsonaro. Dezenas de menções contrárias ao candidato, que constrangiam aqueles que, como eu, votaram no “fascista”.

    Roger Waters sempre se declarou contra autoritarismos. Então estou esperando até hoje a imagem de Hugo Chavez, Nicolas Maduro, Fidel Castro, entre outros. Na minha opinião, ele quis dar um tom exageradamente político ao show, e deu. E, infelizmente, estragou o ambiente para pessoas que, naquela ocasião, tinham uma opinião política contrária. Faltou bom senso e respeito à platéia e até aos músicos, que tiveram suas performances interrompidas inúmeras vezes por coros políticos, incentivados ou pelo RW, ou pelas vídeos no telão.

    Faltou a ele bom senso e conhecimento da situação do país. Faltou levar ao palco além da família da Marielle, a família de algum policial ou outra vítima da violência no Rio.

    Saí com a sensação de que fui a um comício, e não a um show. Fico com a memória dos outros dois shows.

    1. Escrevi comentários com o mesmo sentido do seu e isso aqui virou uma celeuma com o pessoal perdendo a cabeça por não conseguir explicar as contradições deles e do Roger.

      1. Eu li, por isso demorei a comentar. O problema é que, neste show, a questão política atrapalhou não só parte do público, mas os próprios músicos. Houve um momento, no meio do show, no solo de guitarra de “Another Brick in The Wall” senão me engano. Fiquei com a imagem do guitarrista solando, e começou um “ele não” no meio, e obviamente, acompanhado de vaias e aplausos. Porra, o cara não entendeu nada, olhou pra trás e continuou.

    2. Compareci ao show ocorrido em 2012 em Porto Alegre, no estádio Beira-Rio ainda em sua configuração antiga, mais aberta. Potência sonora maior era necessária e ocorreu justamente o contrário. O som estava muito baixo, e olha que eu nem fiquei mal posicionado. Passei o tempo todo ouvindo as conversas de quem estava próximo a mim, ao mesmo tempo em que tentava me concentrar apenas no que rolava sobre o palco e no som que lá era produzido, mas estava complicado. Shows grandes como esse atraem muito mais que fãs, atraem curiosos, pessoas que estão lá mais pelo evento em si do que pelos artistas. Não julgo os motivos de cada um, mas não nego que diversas vezes me senti prejudicado. Considerando o contexto em que o recente show ocorreu, imagino mesmo que a situação tenha sido ainda pior. Não à toa, sequer considerei a possibilidade de ir, por mais que o provável set fosse tentador.

    3. “Faltou levar ao palco além da família da Marielle, a família de algum policial ou outra vítima da violência no Rio.”

      Então, amigo, ela sempre foi muito solícita e inclusive lutava pela classe policial – pode pesquisar aí.

      Agora, se as (óbvias) manifestações dele “te constrangeram”, sinto informar que o problema é inteiramente seu. O bom senso não faltou só do lado de lá…

      1. EDIT: Por obséquio, sem ofensas por aqui. Seu primeiro post passou, esse daqui foi bem desnecessário. (André Kaminski)

  11. Hahahahaha. Já se refez da surra que levou nos comentários? Baita sorte você teve que foram deletados levando junto sua ignorância. No fim todos os estúpidos são iguais, por mais desmentidos que sejam pela realidade, continuam ruminando simplismo nos seus mundinhos imaginários.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.