Sunrunner – Ancient Arts of Survival [2018]
Por Thiago Reis
Após o lançamento de Heliodromus em 2015, a banda americana Sunrunner lançou em 2018 o seu mais recente álbum chamado Ancients Arts of Survival. O disco foi gravado por Bruno Neves (vocal), Joe Martignetti (guitarra), David Joy (baixo) e Ted Macinnes (bateria). Para o referido álbum, os instrumentos foram gravados no Acadia Recording Company em Portland com o produtor Todd Hutchisen. Já a produção e mixagem ficou a cargo de Jimmy Martignetti no Off the Wall Studios, localizado em Tyngsboro (EUA). Por outro lado, os vocais foram gravados na cidade de Frutal, no Brasil e produção por conta de Lucas Heitor, já que o novo vocalista da banda é o já citado brasileiro Bruno Neves. Ao longo dos próximos parágrafos destacaremos as nove músicas de Ancient Arts of Survival.
O álbum começa com a faixa “Dawnland” que possui uma bela introdução de violão, além de instrumentos de sopro que mostram muito do motivo da escolha de uma capa com conceitos indígenas. Mal piscamos os olhos e a música de 31 segundos se passa e já em “Tracking the Great Spirit” entram as guitarras e o peso, além de belas linhas de baixo. Os vocais técnicos e com bastante “drive” roubam a cena. A partir dos quatro minutos aproximadamente podemos conferir uma boa “quebradeira”, característica das bandas de prog metal. Em “Innervision” os bons riffs ficam em primeiro plano, entretanto em alguns momentos encontramos momentos de “calmaria” em que podemos destacar mais uma vez a criatividade do baixista David Joy.
Seguimos com “The Scout” que é mais rápida e pesada, típica música que poderia entrar tranquilamente no set list da banda em seus shows. O vocalista brasileiro Bruno Neves mostra muita diversidade, alcançando notas altas, contrastando com o já destacado drive nas músicas anteriores. Os mais de dez minutos de “Prophecy of the Red Skies” começam de forma mais cadenciada, pesada, com destaque para a “cozinha” da banda. Muda-se o clima para a tradicional parte intricada, muito comum de bandas como Symphony X e Dream Theater. O vocal entra e os riffs aumentam um pouco da velocidade da música. A partir dos oito minutos os riffs são bem pesados e lembram bandas como Candlemass e Mercyful Fate, mostrando bem a diversidade do material. Pode-se dizer que até a quinta música, “Prophecy of the Red Skies” é o maior destaque.
O violão e a calmaria voltam em “Distorted Reflection”, faixa essa que possui apenas violão/voz, além dos instrumentos de sopro que também foram destaque na faixa de abertura do disco. O peso volta na sétima faixa, chamada “Arrive, Survive, Awaken, Thrive”, que apresenta diversos riffs de bom gosto. O destaque absoluto da referida faixa são as belas passagens de guitarra, juntamente com partes isoladas em que o baixo é o destaque. Uma bela faixa instrumental que não poderia faltar, ainda mais por se tratar de uma música que também caberia bem em um show.
“Palaver” é a penúltima faixa do disco e em seus mais de oito minutos de duração encontramos todos os elementos já destacados. Bons riffs, um bom trabalho de cozinha e vocais de bom gosto que variam dos tons mais altos aos mais graves. A mudança entre partes lentas e mais pesadas também dão o tom em “Palaver”, já que depois dos quatro minutos o peso toma conta da música, mesmo que de forma mais cadenciada. Os mais de 18 minutos de “Stalking Wolf” encerram o disco com o pé direito. Encontramos aqui mudanças rítmicas, belas linhas de baixo, partes cadenciadas novamente lembrando a banda Candlemass, partes em que os vocais são o destaque com o já citado drive de Bruno Neves, instrumentos de sopro que lembram a temática indígena novamente e também encontramos aos 10 minutos aproximadamente uma bela passagem de violão, acompanhado do baixo e de vocais mais “soft”, mostrando mais uma vez a diversidade do citado vocalista.
Em suma, Ancient Arts of Survival é um bom disco, com ótimas composições, sendo os destaques as faixas “Prophecy of the Red Skies”, “Arrive, Survive, Awaken, Thrive” e “Stalking Wolf”. Entretanto, a produção do disco deixou um pouco a desejar. Talvez se tivéssemos uma produção que destacasse mais as guitarras e fizesse com que a bateria aparecesse um pouco mais, teríamos um álbum ainda mais relevante. Mesmo assim, para os amantes de prog metal vale a pena conferir. Talvez caia no gosto do ouvinte e o mesmo procure os álbuns anteriores da banda, como o já citado Heliodromus, lançado em 2015 e que já foi destaque aqui na Consultoria do Rock.
Track list
- Dawnland
- Tracking The Great Spirit
- Inner Vision
- The Scout
- Prophecy Of The Red Skies
- Distorted Reflection
- Palaver
- Arrive Survive Awaken Thrive
- Stalking Wolf