Assassin – Bestia Immundis [2020]
Por Fernando Bueno
O thrash alemão não é tão prolífico quando o metal americano, também não alcançou os picos de sucesso mercadológicos quanto algumas bandas lá dos Estados Unidos conseguiram. Porém a Alemanha possui bandas com carreiras tão sólidas quanto as das americanas. O Assassin pode não ter tido uma sequência tão linear em sua carreira e teve uma interrupção nos seus planos graças à um infortúnio banal num primeiro momento, um assalto que levou todo seu equipamento lá em meados de 1989, logo após o lançamento de seu segundo álbum Interstellar Experience (1988) que deu sequência ao clássico The Upcoming Terror (1986), disco que todo colecionador de thrash deveria ter em sua prateleira.
Em 2002 o Assassin retomou suas atividades com uma formação bastante diferente da que encerrou a carreira na primeira vez em 1989. O vocalista original Robert Gonnella juntou-se ao guitarrista Jürgen Scholli, que só tinha gravado o debut com a banda e em 1987 já não fazia mais parte da mesma quando ela se separou, reuniram novos músicos e lançou o fraco The Club (2005) e após algumas mudanças de formação se estabilizou em 2009 com o baixista Joachim Kremer e o baterista Björn Sondermann. Gonnella deixou a banda em 2014 e desde então Ingo Bajonczak está no posto.
Do início com “The Swamp Thing” até o encerramento, Bestia Immundis, seu então sexto álbum de estúdio, traz músicas que tem velocidade e peso tal qual uma locomotiva em alta velocidade. Tirando algumas partes de mais calmaria como no início dedilhado de “The Killing Light” – o restante da música é uma pancadaria só – e na climática primeira parte da faixa “Chemtrails” o que se ouve ao longo do disco todo é o puro thrash alemão. É como se Alemanha tivesse uma lei nos moldes da Lei da Pureza da Cerveja da Bavária, a Reinheitsgebot, para garantir que as características do thrash metal produzido em seu solo mantenha as suas características e modos de produção. “No More Lies” tem uma pegada do thrash mais atual em seu refrão. Um dos destaques do disso é “Hell’s Work Is Done” em que Bajonczak é destaque com a potência de sua voz.
Se ainda não consegui convencê-lo à ouvir Bestia Immundis vou acrescentar uma nova informação para tentar mudar sua opinião. No início do texto comentei que algumas bandas alemãs possuíam carreiras que poderiam fazê-las rivalizar com a das bandas americanas e duas delas, o Sodom e o Kreator, talvez as duas maiores, tiveram em sua formação em grandes períodos de qualidade o guitarrista Frank Blackfire. Pois ele juntou forças com o Assassin para Bestia Immundis e, se não participou das composições, trouxe toda sua experiência de anos acompanhando umas das maiores bandas do país. É um belo reforço!
Track List:
1 The Swamp Thing
2 Hoch Much Can I Take?
3 No More Lies
4 Not Like You!
5 The Wall
6 Hell’s Work Done
7 The Killing Light
8 Shark Attack
9 War Song
10 Chemtrails (Part 1)
11 Chemtrails (Part 2)
Me ganhou no argumento derradeiro, kkkk. Essa parada da ‘receita’ é fo da, esses caras me lembraram o destruction. Aqueles coros da banda em fim de estrofe, as frases em que rola quase um duelo com ‘fala/resposta’ é muito destruction… a velocidade tbm, mas ta no pack padrãozão da trashera alemã. Agora essas coisarada meio modernosa sempre me soa estranho… me remeteu pros ‘becoming’ do Pantera da vida… Tipo na segunda música. Curti, bora ouvir os antigos que falaste.
Confira em: https://www.youtube.com/watch?v=x3Wehe08eZc&list=PLJNyw7cTOB2SGqpTMPRA2bWRCOxUASms1