Septicflesh – Communion [2008]

Septicflesh – Communion [2008]

Por Thiago Reis

O Septicflesh é uma banda de death metal sinfônico da Grécia que iniciou suas atividades em 1990. A banda vem mantendo uma excelente sequência de trabalhos, aclamados pela crítica especializada. Dentre esses álbuns, encontra-se Communion, sétimo álbum de estúdio, lançado em 2008 e que pode ser considerado como um dos grandes clássicos da banda. O álbum foi gravado por Seth Siro Anton (baixo e vocais), Sotiris V (vocais limpos e guitarras) e Fotis Bernardo (bateria). O disco ainda conta com a participação mais do que especial da Filamharmonic Orchestra and Choir of Prague.

Communion ganhou um belo relançamento no Brasil, via Cold Art Industry, com direito a slipcase com detalhes em dourado na capa, livreto de 12 páginas, pôster exclusivo, tudo isso limitado a apenas 300 cópias. Falaremos então ao longo das próximas linhas deste que pode ser considerado como um dos melhores álbuns do Septicflesh e como um dos grandes marcos do Death metal sinfônico. Iniciamos com “Lovecraft’s Death”, que já começa com riffs bem pesados e bateria na velocidade da luz, para acompanhar os vocais guturais de Seth Siro Anton. Elementos orquestrais já podem ser identificados, juntamente com um belo coro de vozes, dando um toque cinematográfico à canção. Com “Lovecraft’s Death”, o Septicflesh consegue ser pesado, melódico e apresentar elementos sinfônicos bem criativos, ou seja, não se contentando apenas em acompanhar os riffs, a orquestra apresenta vida própria.

Pôster exclusivo cold art

“Anubis” começa com uma guitarra bem interessante, que logo emenda em um riff menos poderoso do que o da faixa anterior, entretanto apresenta ótima melodia, quase que teatral e dramática. Os guturais logo aparecem para tomar conta de todo o clima da faixa, entretanto o grande destaque vai para a “cozinha”, com uma parte rítmica de fácil assimilação e com as notas graves do baixo sendo protagonistas. Os vocais limpos de Sotiris V dão o já citado tom dramático à faixa enquanto que os guturais acrescentam o desespero e dor ao contexto musical apresentado. “Communion” logo de cara apresenta elementos bem contrastantes, como a bateria em alta velocidade e um belo coral de vozes acompanhando, dando um toque especial à introdução da música. Sem dúvidas, a parte instrumental é o grande destaque, inclusive com passagens bem interessantes somente com a orquestra, surpreendendo o ouvinte mais desatento.

“Babel’s Gate”, ao contrário da faixa anterior, se inicia de forma bem agressiva, entretanto uma “quebradeira” bem pesada e com elementos bem prog metal aparecem de forma surpreendente, mostrando toda a habilidade do baterista Fotis Bernardo. Os riffs mais diretos voltam e se revezam com a já citada parte mais quebrada, que ainda conta com a participação da orquestra sinfônica, conferindo um elemento a mais à essa bela faixa, consagrando-a como uma das melhores do álbum. Em “We, The Gods” o destaque continua sendo Fotis Bernardo, que como um relógio suíço, conduz perfeitamente os riffs e passagens orquestradas (que novamente abrilhantam o trabalho). Os vocais se mostram sujos e agressivos, combinando perfeitamente com a velocidade e peso dos riffs e dos graves disparados por Seth Siro. Temos ainda uma passagem bem enigmática, com corais, vocais guturais, orquestra e um riff mais cadenciado, além do baixo e bateria apresentarem um show à parte.

Poster exclusivo Cold Art

“Sunlight/Moonlight” mostra em seu início riffs mais simples, de fácil assimilação e bateria mais “reta”. Os vocais não são tão agressivos como nas faixas anteriores, entretanto juntamente com os vocais limpos, fazem um excelente trabalho. “Persepolis” já se inicia de forma magnifica, com a presença marcante da orquestra, que faz um “dueto” com a bateria de Bernardo, algo de cair o queixo. O baixo de Seth Siro Anton se mostra presente e muito importante, garantindo notas graves de qualidade. Os já citados elementos orquestrais aparecem novamente, mas nesse momento da música apresentam uma conotação que nos remete a batalhas ocorridas na cidade de Persepolis. Com uma trilha sonora como essa, nos sentimos dentro de todo o contexto abordado.


“Sangreal” se inicia com vozes bem diferentes, como um prenúncio de que algo horrível irá acontecer. Riffs pesados e muito bem sincronizados com a bateria aparecem e roubam a cena, vocais limpos e guturais se revezam, conferindo ainda mais elementos à música. Em “Sangreal” encontramos todos os elementos que consagraram o Septicflesh, demonstrando assim ser uma das melhores faixas do álbum ao lado de “Communion”, “Babel’s Gates” e “Persepolis”.
O disco se encerra com “Narcissus”, que apresenta um belo início, com guitarras muito bem trabalhadas. Os riffs mais pesados logo aparecem, ao lado dos vocais guturais. Encontramos ainda um belo trabalho de dois bumbos, cortesia de Fotis Bernardo que sem dúvida deixou sua marca em todo o álbum.

Communion se apresenta como um disco muito bem produzido (produção assinada pela própria banda e por Fredric Nordstrom), que cairá no gosto dos amantes de death metal sinfônico. E aos que não apreciam o estilo, a audição de um álbum tão rico em diferentes elementos pode ser uma viagem sem volta a um som que nos envolve de diversas maneiras diferentes. Com este álbum, a banda Septicflesh pavimentou ainda mais o caminho para o sucesso dentro do estilo e a continuação de suas carreiras com grandes álbuns como The Great Mass (2011), Titan (2014) e Codex Omega (2017).

Contra-capa da versão nacional

Track list

  1. Lovecraft’s Death
  2. Anubis
  3. Communion
  4. Babel’s Gate
  5. We, The Gods
  6. Sunlight/Moonlight
  7. Persepolis
  8. Sangreal
  9. Narcissus

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