Insomnium – Above the Weeping World [2006]
Por André Kaminski
Fazia um tempo que eu não escrevia uma resenha para um disco e creio que chegou a hora de trazer um pouco de holofote a esta banda melodeath finlandesa um tanto quanto desconhecida do público brasileiro.
O Insomnium existe desde 1997 surgida no auge das bandas do chamado melodic death metal nórdico. Influenciada por Children of Bodom, In Flames e Soilwork, o Insomnium sempre gostou de misturar os riffs pesados do metal à passagens mais sombrias, melancólicas e reflexivas.
Lá na Europa, este disco Above the Weeping World é cultuado. Notas altas em vários sites internet afora. O trabalho de guitarras impressiona pelo capricho nos riffs. O gutural é predominante, o que obviamente afasta àqueles não chegados ao estilo. Mas para os que não ligam para isso, eu recomendo fortemente que dê uma chance ao disco.
A formação da época continha Niilo Sevänen (vocal, baixo e teclados), Ville Friman (guitarras e teclados), Ville Vänni (guitarras) e Markus Hivonen (bateria).
Uma introdução totalmente atmosférica surge em “The Gale” para logo após cair naquele melodeath quase power de “Mortal Share” e sua velocidade. “Drawn to Black” segue numa variação rítmica estonteante com aumentos, reduções de velocidade, momentos acústicos seguidos de riffs pesados e melodias tristonhas. Uma mistureba que, por incrível que pareça, funciona.
“Change of Heart” não traz uma letra simples, mas é basicamente uma poesia. Poesia de verdade. Que você poderia encontrar naqueles livros de romancistas. Aliás, é até um pouco complicado ouvir o Insomnium sem as letras das músicas já que a pronúncia de Niilo é praticamente incompreensível. Mas se você as lê, sinceramente, é simplesmente fantástico.
Além de outras belas canções, ainda destaco a minha favorita “In the Groves of Death” a última com mais de 10 minutos de duração em que você se impressiona com as influências do doom e do prog e do qual forma uma atmosfera que eu diria que é até bonita. Um sentimentalismo que está longe de soar piegas e momentos mais leves e bonitos misturada com aquele ar sombrio característico da banda.
É um disco melodeath que soa bem diferente das bandas clássicas de Gothemburgo. Os caras capricharam na poesia e em criar riffs diferenciados e impactantes. Tenho ouvido muito o Insomnium com o passar dos anos e esta se tornou uma das minhas favoritas do estilo. Se você tem interesse nessas sonoridades, eu recomendo muito que dê uma chance a um disco que chegou a ser nono lugar nas paradas finlandesas, um feito impressionante para uma banda neste gênero distante de soar pop.
Tracklist
- The Gale
- Mortal Share
- Drawn to Black
- Change of Heart
- At the Gates of Sleep
- The Killjoy
- Last Statement
- Devoid of Caring
- In the Groves of Death
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