Discografias Comentadas: Grateful Dead – Parte III
Por Marcelo Zapellini
Para o lugar de Keith e Donna Godchaux, a banda recrutou um músico de 26 anos chamado Brent Mydland, que tinha no seu currículo um LP com a banda Silver (cujo baixista era Tom, irmão de Bernie Leadon da primeira formação do Eagles), e já trabalhara com Bob Weir. Embora excelente tecladista, que dominava bem os sintetizadores (Pigpen e Tom Constanteen se concentravam no órgão e Keith Godchaux preferia o piano acústico), Mydland era bastante inseguro e sempre se sentiu o “novato” na banda, ainda que viesse a desenvolver uma forte amizade com Jerry Garcia e fosse bastante elogiado por Bob Weir; sua voz, aguda e um pouco rouca, não agrada a todos. Com ele, a banda entrou nos anos 80 – um período no mínimo conturbado e com um legado de estúdio relativamente restrito, embora essa formação (Garcia, Weir, Lesh, Kreutzmann, Hart e Mydland) tenha sido a mais longeva da banda.
Go to Heaven [1980]
Não dá para dizer que Brent Mydland estreou com o pé direito, pois o primeiro disco em que participou é desigual. A produção de Gary Lyons, que trabalhava com o Foreigner, é fraca e tira energia das músicas, que melhoraram bastante ao vivo; Phil Lesh detestou tanto que afirmou que preferia se matar a contratar outro produtor, e Jerry Garcia quase sumiu do disco, com pouco destaque para sua guitarra. “Alabama Getaway”, que abre o LP, é um bom rock de Garcia e Hunter, e seria bastante tocada ao vivo nos anos seguintes. A dupla assina apenas mais uma música no LP, “Althea”, outra bela composição que seria parte de vários shows. O estreante Mydland compôs duas músicas, “Far From Me” e “Easy to Love You”, ambas muito soft rock para o estilo do Dead; são agradáveis, mas pouco instigantes. Bob Weir escreveu três canções com John Barlow, “Feel Like a Stranger” (com fortes influências do funk), “Lost Sailor” e “Saint of Circumstance”, estas últimas mais ambiciosas e com várias mudanças ao longo do tempo. Hart e Kreutzmann são responsáveis por um breve interlúdio percussivo, “Antwerp Placebo”, e o LP termina com “Don’t Ease Me In”, com arranjo creditado ao grupo, e que fora tocada em shows até o começo dos anos 70; gravada originalmente para o primeiro compacto do grupo, para o obscuro selo Scorpion Records” (e, que de acordo com Garcia, teve 150 cópias prensadas), é um bom rock’n’roll que dá esperança de dias melhores para os fãs da banda. Embora, no todo, seja um disco um tanto fraco e que pouquíssimos fãs colocariam entre os melhores da banda, Go To Heaven atingiu o 23º lugar nas paradas americanas. A edição em CD de 2004 traz seis bônus, sendo três de estúdio: uma nova tentativa de gravar “Peggy-O”, “What’ll You Raise”, de Robert Hunter (em alguns momentos, um protótipo de “Touch of Grey”), e uma versão para “Jack-A-Roe” (velha canção folk que fora gravada, entre outros, por Joan Baez). As outras são boas versões ao vivo de “Althea”, “Lost Sailor e “Saint of Circumstance” gravadas no Radio City Music Hall de New York em outubro de 1980 (mais material desses shows sairia no par de duplos ao vivo lançados em 1981 e no vídeo Dead Ahead). A má recepção deste e dos dois anteriores fez com que o Dead se concentrasse nos palcos: somente em 1987 um novo disco de estúdio seria lançado.
Reckoning [1981]*
Dead Set [1981]*
A turnê de lançamento de Go To Heaven rendeu duas temporadas no Radio City Music Hall em New York e no Warfield Theatre, em San Francisco. Os shows incluíam três sets, o primeiro acústico, em que Hart e Kreutzmann tocavam em mini-sets de bateria e percussão, Garcia e Weir mostravam sua habilidade nos violões, Mydland se concentrava no piano e apenas Phil Lesh tocava um baixo elétrico. Lançado em abril de 1981, Reckoning é o resultado desses sets acústicos, um Unplugged (ou quase) antes da MTV. As músicas do segundo e terceiro set formam Dead Set (que saiu em agosto de 1981). Já o vídeo Dead Ahead traz os três sets, embora com alguns cortes, e a participação de uma dupla de “comediantes” (é sério isso? Era para eles serem engraçados?) em alguns momentos. Quanto aos álbuns, Reckoning é excelente, com um repertório variado formado por boas canções inéditas e belas versões para as já lançadas. A reação do público quando reconhece os acordes iniciais de “Ripple” é de arrepiar os cabelos, “China Doll” e “Bird Song” estão lindas como sempre e “Cassidy” ficou perfeita em versão acústica. Dentre as músicas novas, “Monkey and the Engineer” é divertida, “The Race is On” é de se levantar e dançar junto, e vários clássicos do folk, country e bluegrass estão presentes. A edição de 2004 trouxe um CD bônus com algumas versões alternativas e outras músicas tocadas no segmento acústico dos shows. Dead Set, por sua vez, não entusiasma tanto. A banda cometeu o mesmo erro que em Steal Your Face ao se concentrar nas músicas e deixar de lado as jams, que sempre foram seu forte. O disco não chega a ser ruim, mas sofre na comparação com os outros ao vivo. “Samson and Delilah”, “New Minglewood Blues”, “Passenger”, “Deal” e “Franklin’s Tower” fazem bonito, e músicas que não tinham registros ao vivo oficiais como “Brokedown Palace”, “Candyman”, “Fire on the Mountain” e “Feels Like a Stranger” são bem-vindas. Mas é estranho um duplo ao vivo do Grateful Dead trazer 15 músicas (bem, na verdade “Rhythm Devils” é o dueto de bateria e percussão de Kreutzmann e Hart e “Space” um improviso dos outros quatro) em 75 minutos. Afinal, estamos falando de uma banda que tocou “Playing in the Band” durante mais de 40 minutos em 1974… A reedição em CD traz mais dez músicas num segundo disco: “Jack Straw” e “Shakedown Street” são destaques absolutos e fazem pensar em porque a banda não as incluiu no LP original. Reckoning chegou apenas ao 43º lugar nos EUA (injustiça!!), e Dead Set, ao 29º (OK, está bom o bastante). Em 2019, o CD The Warfield October 9 & 10 trouxe mais algumas músicas desses shows, mas um lançamento completo ainda está por acontecer.
In the Dark [1987]
Depois do par de discos ao vivo, o Grateful Dead se concentrou nas turnês, e ganhou uma boa grana com isso. Ao longo dos anos, a banda foi estreando novas composições, refinou-as, desenvolveu-as, tirou o que não funcionava, e, quando pouca gente esperava, lançou este disco – e, ainda mais surpreendente, vinte anos depois de formado o Dead fez sucesso nas paradas. In the Dark atingiu o 6º lugar nos EUA e “Touch of Grey” seria a única música da banda no Top 10 da Billboard, chegando ao 9º lugar. O fato mais importante: este foi o primeiro LP da banda adquirido por este que vos escreve, hehehehehe. O clip com “Touch of Grey”, com os esqueletos tocando, foi um hit na MTV, empurrando as vendas do disco. Mas, agora vem o principal: o disco é bom? A resposta é um sonoro SIM! “Touch of Grey” é uma bela declaração de otimismo de Jerry Garcia, que quase morrera de um coma diabético em 1986. A dupla Garcia e Hunter escreveu mais três boas composições para o disco, com destaque para a linda “Black Muddy River”. “Hell in a Bucket”, de Bob Weir, Brent Mydland e John Barlow, tornou-se uma música de abertura comum nas turnês seguintes – ouçam as versões ao vivo nos CD e box sets de 1989 e 1990 para ver que o solo inicial é sempre modificado por Jerry. Weir e Barlow assinam mais duas, “Throwing Stones” e “My Brother Esau” (lançada no lado B de “Touch of Grey” e incluída nas versões em CD e cassete, mas não no LP). Por fim, Brent Mydland assina sozinho “Tons of Steel”, que é um pouco prejudicada pelo excesso de sintetizadores. Na reedição em CD de 2004, foram incluídas quatro versões alternativas de músicas do disco e uma ao vivo para “Throwing Stones”. O disco, lançado em julho de 1987 (35 anos dessa joinha), não é muito representativo do estilo do Grateful Dead, mas é muito bom e merece uma audição atenta. Na capa, um olho adicional: o de Bill Graham.
Dylan & The Dead [1988]
Vamos deixar bem claro: eu ADORO ambos. Bob Dylan e Grateful Dead soam como uma combinação criada no céu; o diabo se meteu e trocou os tapes antes do lançamento do disco. Gravado numa curta turnê que alternou shows transcendentais com alguns verdadeiros buracos sem fundo, Dylan & The Dead é um disco muito criticado, e com razão: Bob Dylan canta mal e desinteressado, o Grateful Dead não rende o quanto poderia, e o repertório escolhido não entusiasma os fãs de nenhum dos envolvidos. Seis shows (entre 4 e 26 de julho de 1987) foram realizados, usualmente com uma apresentação normal do Grateful Dead seguida por aproximadamente 90 minutos de Dylan acompanhado do Dead. Afirma-se que Jerry Garcia teria sugerido alternativas para o álbum e Dylan as vetou; Mickey Hart considera que ninguém deu o máximo nos shows; mas Dylan declarou que o Dead compreendia melhor as músicas do que ele mesmo. Todas as músicas são de Dylan, e o disco começa com “Slow Train Coming”, destacando a harmonia vocal (com Brent Mydland bastante proeminente), algo que se repete em “Gotta Serve Somebody”. “Joey”, do Desire, é arrastada como a original, e “I Want You” é quase irreconhecível. Entretanto, “Queen Jane Aproximately” – que Bob nunca tinha tocado ao vivo antes – sai-se muito bem, e “All Along the Watchtower” permite a Jerry Garcia voar um pouco mais alto. O final com “Knocking on Heaven’s Door” não entusiasma. Fãs dos dois artistas costumam considerar o terceiro show, no Giants Stadium de East Rutherford, New Jersey, o melhor de todos, mas nada dele (nem do segundo show, na Philadelphia) faz parte do disco oficial. O pior de tudo é que, a menos que Dylan autorize, nada mais dessa turnê histórica será lançado. O álbum recebeu um disco de ouro e alcançou o 37º posto nos EUA.
Built to Last [1989]
Lançado em outubro de 1989, Built to Last traz oito músicas (nove na edição original em CD) que, diferentemente de In the Dark, não tinham sido suficientemente lapidadas ao vivo; Brent Mydland se torna o principal compositor, com quatro créditos contra três de Jerry Garcia e dois de Bob Weir. O álbum atingiu o 27º lugar na parada americana, o que não é ruim em termos do Dead, mas decepciona em comparação com In the Dark. No todo, o último disco de estúdio do Grateful Dead é um de seus mais fracos. A edição limitada em CD traz um baralho para quem quisesse construir o castelo de cartas da capa (hoje custa os olhos da minha cara, e provavelmente das suas também). O disco começa com “Foolish Heart”, uma baladinha de Garcia e Hunter, um pouco suave demais para abrir um LP – é uma das melhores músicas, mas está no lugar errado. “Standing on the Moon” e “Built to Last” são as outras composições de Garcia e Hunter, bastante inferiores às que os fãs tinham se acostumado. Bob Weir apresenta a dramática “Victim or the Crime”, que só revelou seu potencial nos shows, e o bom rock “Picasso Moon”, com um belo trabalho de percussão ao final. Brent Mydland apresenta “Just a Little Light”, que chama pouco a atenção, a balada “I Will Take You Home”, quase uma faixa solo, com jeito de canção de ninar, que ele dedicou às filhas pequenas e está totalmente deslocada no disco, “Blow Away”, que crescia muito ao vivo e “We Can Run”, bônus no CD original, também não se destaca muito. A reedição em CD traz três gravações ao vivo, uma das quais “California Earthquake”, uma versão para “Whole Lotta Shakin’ Goin’ On”, rebatizada “California Earthquake” e uma verdadeira raridade. Após este álbum, o Grateful Dead voltou a se concentrar nos shows, oscilando entre o medíocre e o essencial, e antes do final da banda um par de discos ao vivo seria lançado.
Without A Net [1990]
Lançado em CD duplo e vinil triplo, Without a Net é o mais completo de todos os discos ao vivo lançados enquanto o Grateful Dead existiu. Com uma capa baseada num cartaz de circo, o disco foi gravado ao longo de shows em 1989 e 1990. De uma forma geral, essas turnês foram boas, com a banda – e Jerry Garcia em especial – atingindo níveis musicais elevadíssimos, e Without a Net se beneficia disso. Lançado em setembro de 1990, e com quase 132 minutos de duração, o disco traz o fluxo “normal” de uma apresentação da banda (embora não traga nem o dueto de bateria e a improvisação de “Space”), e revisita quase todas as fases da sua história: o medley “China Cat Sunflower/I Know You Rider” data dos tempos de Pigpen, “One More Saturday Night” traz Europe ’72 à memória, e há várias músicas dos tempos do casal Godchaux e dos três discos de estúdio com Brent Mydland. Branford Marsalis participa de “Eyes of the World”, levando essa versão ao status de uma das melhores (e excelentes versões dela não faltam!). O bis com “Dear Mr. Fantasy”, do Traffic, aparece em fade-out – a música continuava com “Hey Jude”, mas, por alguma razão, optou-se por não incluir o segmento final. Hoje difícil de encontrar, Without a Net (que chegou ao 43º lugar na parada americana) prova que o Grateful Dead, com 25 anos de carreira, conseguia fazer um excelente show. Para quem duvidar, recomendo buscar os lançamentos póstumos Truckin’ Up to Buffalo e Crimson, White, and Indigo, gravados em shows consecutivos em 1989 e que não repetem NENHUMA música entre si! Se dinheiro não for problema, mas solução, vale a pena procurar por Spring 1990 e Spring 1990 (The Other One), dois box sets que documentam a mítica turnê de primavera de 1990, considerada uma das melhores da banda em termos de consistência. Em julho de 1990, Brent Mydland, deprimido com o divórcio, morreu de overdose (cocaína e morfina), o que devastou a banda, especialmente Garcia, que nunca se recuperou da perda. O Dead ainda duraria cinco anos, até Jerry nos dar adeus. Without a Net é dedicado a Clifton Hanger, pseudônimo usado por Mydland para se hospedar em hotéis.
Infrared Roses [1991]
Este é apenas um conjunto de improvisações ao vivo – alguns duetos de bateria e os segmentos “Space” de diferentes apresentações, com títulos dados por Robert Hunter. Um detalhe interessante é que a capa foi desenhada digitalmente por Jerry Garcia. A maioria das faixas provém das turnês de 1989 e 1990 com Mydland, mas “Silver Apples of the Moon” apresenta um dueto entre Bruce Hornsby e Vince Welnick, que substituíram o falecido tecladista. Hornsby sairia pouco depois, mas Welnick (ex-integrante do The Tubes) permaneceu com o grupo até seu final. “Apollo at the Ritz” traz o convidado Branford Marsalis, e é a mais interessante de todas as improvisações. Infrared Roses foi lançado pelo “ressuscitado” selo Grateful Dead Records e não atingiu as paradas. Pessoalmente, acho que este foi o pior disco do grupo, pois as improvisações, descoladas do contexto dos shows, tendem a ser cansativas. Acredito que muita gente que comprou o disco o fez somente para completar sua coleção; hoje em dia está fora de catálogo, mas a maioria das improvisações aparece nas box sets e lançamentos póstumos do grupo.
Ready Or Not [2019]
Os últimos anos de vida de Jerry Garcia foram complicados, com o guitarrista sucumbindo novamente ao vício em heroína e suas condições gerais se deteriorando bastante; os vídeos dos últimos shows mostram-no gordo e às vezes com grandes dificuldades para tocar. Mas às vezes as musas o inspiravam e ele liderava o Dead em shows que pouco tinham a dever aos melhores da carreira. A banda, entretanto, permanecia longe dos estúdios; algumas gravações foram tentadas de 1992 em diante, mas os resultados foram decepcionantes e permanecem inéditos. Em 2019 foi lançado Ready or Not, com nove músicas inéditas em versões ao vivo, que eram as mais fortes candidatas ao último LP de estúdio do Grateful Dead, gravadas entre junho de 1992 e abril de 1995, com a última formação (Garcia, Weir, Lesh, Kreutzmann, Hart e Welnick). Quatro músicas foram escritas por Garcia e Hunter: “Liberty” (que Hunter registrou em disco solo), “Lazy River Road”, que deve ter soado muito bem nos momentos introspectivos dos shows – como “So Many Roads”, uma linda balada com um solo melodioso e um coro de fundo que lembra “Knockin’ on Heaven’s Door”, e a bela “Days Between”, com solos incríveis e que inclusive seria tocada nos shows do 50º aniversário, registrados na box Fare Thee Well. As composições de Bob Weir incluem “Eternity”, com letra de Willie Dixon (aquele!) e coautoria de Rob Wasserman, com quem Weir gravara um disco ao vivo em parceria; os dois também são coautores de “Easy Answers”, com Vince Welnick, Bob Bralove e Robert Hunter, com um belo trabalho de teclados de Welnick. Por fim, Weir escreveu, com Hart e Hunter, “Corrina”, a mais longa das músicas e o melhor trabalho de guitarras do disco. Vince Welnick ainda contribuiu com “Samba in the Rain”, um dos destaques do álbum e “Way to Go Home”, ambas com letras de Hunter; esta última foi a primeira composição que ele apresentou para o grupo, e, embora simples, é interessante com seu ritmo hipnótico, especialmente pelo trio vocal Garcia, Weir e Lesh. Algumas músicas estavam disponíveis em versões ao vivo diferentes e ensaios no box set So Many Roads, de 1999 – hoje muito difícil de se encontrar, o que torna Ready or Not a principal fonte para conhecer as músicas que teriam formado o 14º álbum da banda. Embora não se compare com os grandes clássicos da banda, Ready or Not mostra que o Dead poderia ter se despedido com um álbum de estúdio melhor do que Built to Last.
Em agosto de 1995, pouco depois de seu 53º aniversário, Garcia morreu de um ataque cardíaco, ironicamente, quando estavam na clínica de reabilitação. A banda se dissolveu imediatamente, e embora os diferentes músicos tenham formado novos grupos uns com os outros, só se reuniu como Grateful Dead em 2015, numa série de seis shows em San Francisco e Chicago para comemorar seu 50º aniversário, com Trey Anastasio (do grupo Phish) no lugar de Jerry, e Jeff Chimenti como tecladista (Vince Welnick suicidara-se em 2006), ao lado de Weir, Lesh, Kreutzmann, Hart e Bruce Hornsby. Posteriormente, Weir, Kreutzmann, Hart e Chimenti se uniram a John Mayer (sim, aquele mesmo) e Oteil Burbridge (ex-Allman Brothers Band) para excursionar como Dead & Co., tendo recentemente anunciado que os shows de 2022 seriam os últimos. Uma longa e estranha viagem finalmente chega ao fim – mas quem embarcou nela em algum momento possui lembranças para toda a eternidade.
Excelente desfecho para a discografia do magnífico Dead. Ao contrário de grande parte dos fãs, eu gosto muito dos álbuns de estúdio dos anos 80, principalmente do In the Dark e do Built to Last, e acho as faixas Black Muddy River e Built to Last lindas, tanto nas letras quanto nas melodias, que beiram a perfeição a ponto de emocionar. Um lançamento ao vivo que recomendo pra complementar os já citados Truckin up to Buffalo e Crimsom, White and Indigo, é o Downhill From Here, registrado no Alpine Valley Music Theatre em julho de 89. Impressionante ver a interação entre Brent Mydland e Jerry Garcia nas noites mais inspiradas dessa turnê. Nada menos que espetacular!!!
Legal seu comentário! De fato, tinha me esquecido do Downhill from Here – muito bom, como parecem ser todos os shows de julho de 1989. Acho que Brent Mydland foi o tecladista com quem Jerry Garcia mais gostou de trabalhar, pois um parecia inspirar o outro; os shows dessa época estão cheios de músicas em que a guitarra e os teclados se entrelaçam magicamente.
Confesso que meu conhecimento de Grateful Dead para no Reckoning, não só em estúdio mas não ouço muito os ao vivos depois de 82/83. Valeu por expandir ainda mais a discografia, tem muita coisa que parecer ser boa que eu tenho certeza que eu não conheço.
Oi, Mateus, acho que você não vai se decepcionar! Inclusive, na série Dave’s Picks, o volume 36, que traz dois shows de março de 1987, é um dos meus favoritos. E na Dick’s Picks, o volume 13 traz aquela que provavelmente é a melhor versão de Deal gravada pela banda, em 1981 – Brent Mydland brilha no órgão. Nos anos 90, honestamente, tem pouca coisa realmente boa, mas vale a pena buscar o Dick’s Picks vol. 9 (com Bruce Hornsby e Vince Welnick) e o Road Trips vol. 4, nº 2 (1993), que não perdem para os anos clássicos da banda.