Melhores de 2022: Por André Kaminski

Melhores de 2022: Por André Kaminski

Neste ano escutei alguns discos a mais do que no ano anterior, entretanto, diferente de 2021 que ouvi alguns poucos discos de vários estilos, esse ano procurei ouvir muitos álbuns de meus estilos de preferência. Então, se comparado com a minha lista do ano passado, esta é menos “variada e com menos novidades”, mas ainda assim há alguns trabalhos de bandas menores e mais novas que considero que mereçam a sua atenção.


Lamb of God – Omens [Groove Metal]

Tá aí uma banda que costuma me surpreender (quase sempre para o lado positivo). O Lamb of God reduz bastante o metalcore de antigamente (principalmente em suas quebras de ritmos) e se foca em criar riffs misturando velocidade e groove. O atual Sepultura segue linha similar. E quando botei Omens para tocar este ano, fui novamente estapeado com riffs de guitarra poderosos, uma bateria insana (Art Cruz substituiu muito bem o excelente Chris Adler) e os sempre vocais cavernosos de Randy Blythe. Minhas favoritas são a faixa-título “Omens” com clipe e tudo e uma pegada thrash com bumbo duplo e “Gomorrah” mais cadenciada e da qual poderia muito bem fazer parte de Sacrament [2006]. O grande destaque do ano para mim e uma banda que já vem fazendo a diferença há pelo menos 15 anos.


Cult of Luna – The Long Road North [Sludge Metal]

Com este disco, o Cult of Luna conseguiu algo que poucas bandas (tal como o My Dying Bride) conseguem comigo: achar beleza nesta escuridão de riffs pesados, ambiente melancólico e urros ao estilo melodeath. Todo esse desespero e essa atmosfera agoniante estão presentes neste oitavo disco dos suecos dos quais eu vou ouvindo e continuo encontrando bonitas linhas melódicas nesse ambiente de sofrimento. Comumente os riffs de guitarra naquelas afinações abaixo de drop C se não forem bem usados pelas bandas, podem formar aquele monte de músicas “cópias uma das outras e que mal se sabe quando termina uma e começa a outra”, mas não é o que ocorre por aqui visto que a banda cria ritmos e harmonias numa linha coesiva e sem atropelos. Isso ocorre por exemplo na excelente “Into the Night” faixa da qual possui um estilo bastante influenciado pelo doom. Em geral, um belo disco do qual é necessária pelo menos duas ouvidas para se absorver tudo dele.


Winter in Eden – Social Fake [Symphonic Metal]

Os britânicos do Winter in Eden começaram sua carreira tocando aquele estilo de metal sinfônico com tintas góticas e aquelas temáticas fantasiosas e sentimentais típicas do estilo. Apesar de manter o estilo metal sinfônico, a temática atual das letras da banda se focam em problemas modernos como a alienação das redes sociais e dessa socialização definhante de hoje. Você não vai encontrar uma sonoridade rica tal qual um Epica, mas aquelas boas canções de uma banda relativamente pequena (mas já com 4 discos de estúdio) e composições focadas em guitarras rítmicas e teclados. As três partes da canção “Critical Mass” são o melhor resumo daquilo que é o álbum todo. Conheço o Winter in Eden há muitos anos, desde seu primeiro disco. A banda infelizmente não cresceu muito desde aquele tempo e demorou 8 anos para lançar este quarto álbum. Mas para mim, serão sempre aquela banda “Série C” do estilo que possuem a minha admiração.


Crystal Ball – Crysteria [Hard Rock]

Fazia algum tempo que não ouvia um disco hard rock novo empolgante como este dos suíços do Crystal Ball. Não há novidades aqui, mas apenas músicas cativantes, com refrãos grudentos, backing vocals muito bem colocados e aquelas linhas vocais que me lembram uma mistura de Bonfire com o Freedom Call nessa mistura do hard rock com o heavy metal. Eu já ouvi vários discos dessa banda e digo fácil que esse é o melhor de todos eles.


Outshine – The Awakening [Gothic Metal]

A sonoridade do Outshine me lembra bandas como o Tiamat, Katatonia e o Lacrimas Profundere em fazer aquele gothic metal com vocais masculinos denso e sentimental. As guitarras produzem aquela parede instrumental forte, o baixo faz o peso, o teclado dá o toque melódico e a bateria faz aquela cadência típica do estilo em composições instigantes e de bom gosto para quem aprecia bandas neste estilo. As letras batem forte na questão de “ataques à liberdade de expressão” e os caras falaram que vão emendar já em 2023 um outro trabalho com o mesmo assunto influenciado pelo famoso “1984” de Orwell.


Stratovarius – Survive [Power Metal]

Timo Tolkki deixou o Stratovarius em 2008. E desde os primeiros álbuns da banda até sua saída, ele era a mente criativa e o motor por trás de todos os discos e canções clássicas da banda. Todavia, problemas de relacionamento com os outros membros e uma recepção ruim ao álbum autointitulado de 2005 culminaram em sua saída. Com a entrada de Matias Kupiainen, aconteceu algo que até seus fãs mais ardorosos duvidariam: o Stratovarius melhorou cada vez mais agora com o novato Kupiainen compondo a maior parte das canções mas com grandes contribuições de Timo Kotipelto (principalmente nas letras), Jens Johannson e Lauri Porra. Não só os anteriores demonstram, mas este novo disco após 7 anos desde o último lançamento mostram um Stratovarius mais maduro, classudo, misturando o power metal de outrora com o prog e o sinfônico e, principalmente, soando diferenciado de sua época com Tolkki. Obviamente, Kotipelto não é mais o jovem dos anos 90 que conseguia atingir altas notas com facilidade, mas agora ele canta em um tom mais emotivo e interpretando mais cada letra de uma maneira que lhe transmita mais sentimento. O que Kotipelto canta em “Firefly” e “World on Fire” é magnífico. Se você já curtia o Stratovarius, ouça este álbum o quanto antes que você irá se surpreender.


Dawn of Solace – Flames of Perdition [Gothic/Doom Metal]

O multi-instrumentista finlandês Tuomas Saukkonen é um prolífico compositor que criou já diversas bandas e projetos diferentes cada um para saciar um estilo diferente de composição que não encaixa no restante. Sua banda principal é o Wolfheart que toca um melodic death metal, mas para suas composições góticas/doom, ele utiliza o Dawn of Solace. E nesse belo disco, com obviamente aquela tonalidade melancólica pelo qual o estilo é conhecido, Tuomas afoga as tristezas de seu coração mas sempre mantendo aquele pinguinho de esperança aos finais de suas letras para de certa forma manter-se vivo. Flames of Perdition é um disco doído, mas genuíno.


Saxon – Carpe Diem [Heavy Metal]

Podem chamar de antiquados, podem chamar de repetitivos mas os caras fazem um trabalho bom e honesto. Eu deixei vários dos últimos discos do Saxon fora das minhas listas (alguns por não ter interesse, outros porque acabei não escutando mesmo), mas esse eu fiz questão de ouvir com bastante cuidado e atenção. E sem querer desmerecer as novatas, mas esses velhos ainda merecem sim a consideração por aquilo que fizeram este ano. Um disco divertido, bem tocado, bem produzido e que deixei p volume bem alto aqui em casa.


Pensacola Mist – Lost in Love [Synthpop]

Diferente de todos os outros discos aqui citados, os britânicos do Pensacola Mist fazem um som eletrônico ao estilo oitentista que me remeteu influências de Tears for Fears e Depeche Mode. Sendo um trio em que os três se dividem nos vocais (com Melissa McNaught tendo um pouco mais de destaque), você ouvirá aqui 11 canções dignas de uma Califórnia oitentista ensolarada e romântica; uma trilha sonora típica da Sessão da Tarde da Globo. Daqueles álbuns açucarados para encher seu coraçãozinho de amor.


Lessmann/Voss – Rock is Our Religion [Hard Rock]

Eu geralmente desconfio um pouco destes álbuns com títulos de auto-louvação ao gênero mas gostei bastante deste ótimo disco de hard rock com uma cara mais ali dos anos 2000, liderado pelo alemão Claus Lessmann, ex-vocalista do Bonfire, junto a Michael Voss, também um conhecido vocalista do hard europeu que fez parte das bandas Casanova e Demon Drive. Este álbum me soa muito como um álbum que o próprio Bonfire lançaria e como esta é uma das minhas favoritas do hard rock europeu, me esbaldo aqui com rocks melódicos tais como “Medicine Man” e “Slow Dance”.


Discos que quase entraram:

Them – Fear City

Arkham Witch – Swords Against Death

Darkane – Inhuman Spirits

Megadeth – The Sick, The Dying… And The Dead!

(Echo) – Witnesses

Lords of the Trident – The Offering

Skambankt – Ti

Arch Enemy – Deceivers

6 comentários sobre “Melhores de 2022: Por André Kaminski

  1. Lista mais “variada” publicada aqui no site. Legal. Muita coisa que eu não sabia nem o nome.

  2. Lista bem variada mesmo! De todos que citou, conheço apenas Saxon e Stratovarius. Vou atrás do Crystal Ball. Valeu André!

  3. Minha lista de melhores de 2022:
    1 Battle beast(circus of doom)
    2 blind guardian (the god machine)
    3 arch enemy (deceivers)
    4 goatsmoker (E.O.T.A)
    5 King bufallo (regenerator)
    6 soilwork (overgivenhaten)
    7 machine head ( of kingdom and crown )
    8 Imperial trhiunfamt (spirit of ecstasy)
    9 tallas (1985)
    10 Dual figthers ( mean machine)

  4. O Stratovarius eu preciso ir atrás!! O do Saxon é muito bom, o único que eu já conhecia… Esse Crystal Ball eu fiquei curioso e fui ouvir, gostei também – não sei se colocaria numa lista de melhores, mas foi muito boa a dica!

    1. Cara. ouça esse novo do Stratovarius. Não sei se já ouviu a banda pós Tolkki, mas te garanto que esse disco vai te surpreender positivamente.

      1. Realmente, o disco do Stratovarius está muito bom!!! Fazia um bocado de tempo que não ouvia a banda – “Elysium” tinha sido o último, e não me chamou muito a atenção – mas este álbum novo realmente ficou legal.

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